Sindicato ameaça fazer novas paralisações na Embraer

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos ameaça fazer novas paralisações na Embraer. Segundo a entidade,  em negociação realizada nesta quinta-feira,  os representantes do setor aeronáutico mantiveram a proposta de reajuste de apenas 6,07% mesmo após a greve-relâmpago que paralisou a produção da empresa por quatro horas, na última terça-feira.

A negociação  aconteceu na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista. O sindicato fez uma contraproposta de 10% de reajuste sem estabelecimento de teto e renovação das cláusulas sociais com inclusão da redução da jornada de trabalho e eleição de delegado sindical. A Embraer, segundo o sindicato, é a única a oferecer apenas a inflação como índice de reajuste salarial. Em outras empresas, os metalúrgicos teriam conquistado reajustes entre 8% e 10%.

Com o impasse,  o sindicato informou que os trabalhadores devem partir para novas mobilizações nos próximos dias, a exemplo do que foi feito esta semana. Os trabalhadores pararam a produção na terça-feira para pressionar a empresa a reabrir as negociações da Campanha Salarial. Segundo o sindicato, 6.000 trabalhadores da produção e setor administrativo ficaram parados em frente ao portão principal da Embraer e ao longo da avenida Faria Lima. Após a paralisação, os representantes do setor agendaram uma nova reunião com o sindicato.

Metalúrgicos param a GM após impasse sobre reajuste salarial

Os metalúrgicos da fábrica da General Motors em São José dos Campos cruzaram os braços ontem em protesto pela proposta de reajuste salarial oferecido pela montadora, de 7,5% para quem ganha até R$ 7.300. Segundo a direção do Sindicato dos Metalúrgicos, os cerca de 6.500 trabalhadores da indústria aderiram a greve de 24 horas. Além desse índice, a montadora propôs pagar, para quem ganha acima desse valor, um fixo de R$ 547,50. Ainda de acordo com a entidade, a GM também quer assinar um acordo até 2015, mantendo um reajuste apenas pela inflação nesse período, além de congelar a tabela salarial por 12 meses e excluir todos os mensalistas (supervisores e administrativo) do reajuste.

Na avaliação do sindicato, a GM, com a proposta criaria uma “política salarial própria da empresa”.
Os trabalhadores reivindicam 13,5% de reajuste salarial. Com a paralisação, deixaram de ser produzidos 300 carros S10, 2.400 motores e 2.800 transmissões, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. O presidente da entidade, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que o movimento dos trabalhadores surtiu efeito. “A GM agendou uma nova reunião para amanhã (hoje)”, relatou Macapá. O sindicalista disse que a greve de ontem “foi um recado para a montadora”. A empresa informou que não comentaria o assunto. Macapá declarou que o próximo alvo é a Embraer. “Se não houver acordo, vai ter paralisação na fábrica”, afirmou o dirigente. Na semana passada, a empresa informou que antecipou o INPC do período para os seus funcionários enquanto aguarda a conclusão das negociações que acontecem no âmbito da Fiesp.

Em Taubaté, o Sindicato dos Metalúrgicos local informou que já fechou acordo salarial com 85% das empresas da base territorial da entidade. O índice de reajuste acordado é de 8,19%, incluso 2% de aumento salarial, informou o presidente do sindicato, Isaac do Carmo. Ele destacou que também foram acordados o pagamento de abonos salariais em um total de R$ 33 milhões. “Os abonos estão sendo pagos. Uma parte em setembro e outra este mês”, disse. No pacote já fechado estão incluídos acordos com as montadoras Volks e Ford. Segundo Isaac, a previsão é que até sexta-feira esteja concluída a campanha deste ano. “Faltam apenas pequenas empresas”, frisou.

PM pede aumento de salário e ameaça operação tartaruga

Representantes de entidades ligadas à Polícia Militar se reuniram ontem em São Paulo para discutir o reajuste salarial que será dado à categoria. O encontro começou de manhã e invadiu a noite. De acordo com David Francisco da Silva, presidente da Associação dos Sub-tenentes e Sargentos do Vale do Paraíba, a reunião teve como objetivo reafirmar a posição da PM e também os valores de reajuste pedidos. “Nós queremos que seja concedido um aumento de 15% para todos os policiais, seja da Civil ou Militar, neste ano e outros 11% para o ano que vem”, afirmou Silva.

A discussão sobre os reajustes começou na última semana, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou reajuste de 7% para as duas corporações e um adicional de 10,5% para os delegados e de 18,5% para escrivães e investigadores. A principal queixa dos policiais militares é que esse reajuste dado aos policiais civis comprometeria a paridade salarial, estabelecida no governo Franco Montoro, em 1983. Como retaliação, alguns policiais da capital cogitaram fazer uma ‘operação tartaruga’, como reduzir o número de escalas. Silva não confirmou que isso vai, de fato, acontecer. “Vamos esperar qual será o resultado da reunião para saber o que vai ser feito”, disse. Até as 21h de ontem, a reunião não tinha chegado ao fim, segundo a polícia.

Metalúrgico ameaça greve por aumento real na GM e Embraer

Funcionários de duas das maiores empresas de São José dos Campos ameaçam paralisar a produção a partir de amanhã. Com aviso de greve protocolado desde ontem, Embraer e General Motors podem entrar na lista das empresas paralisadas durante a campanha salarial do Sindicato dos Metalúrgicos de São José. Segundo Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato, a reunião com a GM será realizada na tarde de hoje, em São Paulo. “A Embraer ainda não deu resposta sobre o pedido de negociação”, disse ele. As empresas não comentaram o assunto ontem.

Dependendo dos rumos da negociação, cujo maior impasse é no valor do reajuste, trabalhadores das duas empresas podem paralisar as atividades amanhã. Os sindicalistas reivindicam 13,5% de reajuste salarial, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (sem corte nos salários) e ampliação dos direitos dos trabalhadores. “As empresas estão oferecendo índices muito distantes do que os trabalhadores reivindicam”, disse Barros. Desde a última sexta-feira, 13 empresas foram paralisadas na região. As greves foram encerradas naquelas indústrias em que houve proposta de 10% de aumento.

Ontem, segundo o sindicato, continuavam paradas as empresas Parker Hannifin, Emerson e MWL.
Houve paralisações na TI Automotive, Blue Tech e Sun Tech, além da Revap (refinaria Henrique Lages) e na Heineken, em Jacareí. Os grupos de autopeças, eletroeletrônicos, máquinas, fundição e trefilação ofereceram reajuste de 8%, sendo 6,07% de inflação mais 1,82% de aumento real. Os trabalhadores rejeitaram a proposta em assembleia, realizada no último sábado. “Ainda é pouco”, disse Barros, que ressaltou o ânimo dos metalúrgicos para resistir. “Ninguém entrou pra trabalhar”

Corredores de Ônibus geram preocupação a Vans Alternativas

A Secretaria dos Transportes de São José continua sem uma definição sobre a autorização das vans em usar as novas pistas exclusivas para os ônibus. A situação tem deixado os perueiros preocupados, uma vez que as novas faixas passam em frente a alguns dos principais pontos de ônibus da cidade. “A prefeitura ainda não nos informou se poderemos usar essas linhas. Nos disseram que estão estudando a possibilidade”, afirmou Fauze Conceição, presidente da Associação do Transporte Alternativo de São José.

No momento, o que tem dado maior dor de cabeça aos perueiros é a falta de catracas eletrônicas nas vans. A partir de hoje, quem tentar passar a roleta dos ônibus com passe de papel será barrado. Serão válidos apenas os cartões eletrônicos e pagamentos em dinheiro. Vans alternativas só aceitarão dinheiro. “Essa é uma discussão antiga. Desde a gestão anterior debatemos sobre a criação de catracas eletrônicas nas vans. A prefeitura nos disse que está vendo pode nos ajudar. Mas acho que a solução só vira em outubro. Se sobrevivermos até lá, quem sabe”.

Segundo ele, são, ao todo, 80 permissionários, 90 motoristas auxiliares inscritos e 160 cobradores. “A nossa renda já caiu em 50% quando tivemos de parar de aceitar passe. Imagina como será agora? Muitas famílias serão afetadas”, disse. Outra questão espinhosa se refere aos novos pontos de embarque, que estão sendo projetados pelo Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento). Nos moldes de Blumenau (SC), os pontos de ônibus serão completamente fechados.

Segundo informações da Secretaria de Transporte, as pessoas pagarão para entrar neles e, depois, poderão embarcar por todas as portas no ônibus. O objetivo será reduzir o tempo de embarque, que hoje, nos horários de pico, chega a 15 minutos nos pontos mais cheios. “A prefeitura terá de nos dar uma opção. Não sabemos se poderemos pegar passageiros neles também. Mas se não pudermos será preciso um plano B”, disse Fauze. Ainda segundo ele, uma reunião com todos os perueiros será agendada para que eles debatam opções acerca do novo ponto de embarque. “Queremos apresentar um projeto à prefeitura que também nos atenda”, afirmou.

A Secretaria de Transportes de São José informou em nota que os pontos estão em projeto e, assim que os estudos técnicos forem concluídos, a prefeitura fará a apresentação formal do projeto para a sociedade.

Equipe da cidade retirada moradores das ruas

O frio é o pior inimigo dos moradores de rua. Ele invade silenciosa e sorrateiramente, como uma lagartixa, a noite daqueles cujo lar é apenas uma “cama de pedra”. Não raro, os desabrigados buscam no álcool e nas drogas refúgio contra o frio. Mas poucos sabem que os entorpecentes, ao invés de ajudar, tornam-se atalhos para a morte. Com a imunidade baixa, entorpecidos pelas drogas e sem proteção às baixas temperaturas, o organismo deles fica à mercê das intempéries, o que pode levá-los a morrer de frio.

Esse é um dos desafios que a Prefeitura de São José dos Campos vai enfrentar nas próximas semanas. As equipes de abordagem social tentam tirar os sem-teto das ruas, especialmente nos dias mais frios, e levá-los para o abrigo municipal. A principal arma é o convencimento. “A resistência é muito grande. É o nosso principal desafio”, diz Marcos Valdir Silva, diretor de Proteção Social Especial da Secretaria de Desenvolvimento Social.

São José tem hoje 424 pessoas em situação de rua, sendo 90% do sexo masculino. A maioria é dependente de álcool, cocaína ou crack. Do total da população, 84 dormem nas ruas. São os mais vulneráveis aos problemas causados pelo frio. As drogas tiraram Daniel dos Santos, 35 anos, de dentro de casa. Ele trocou a mulher e uma filha de 7 anos pela cocaína e pelo crack. “Agora, elas não me aceitam de volta”, diz.

Ele mora nas ruas, em São José, desde 2009. Passa o tempo recolhendo materiais recicláveis para comprar crack. A droga, segundo ele, lhe dá “paz”, embora seja passageira. Quando tem dinheiro, fuma até 20 cigarros por dia. Santos ocupa um dos apartamentos das torres inacabadas da falida construtora Argon, na orla do Banhado, no centro da cidade. Ali, escreve uma espécie de diário em um caderno decrépito e foge da violência e do frio. “Perdi a esperança”, afirma.

Na praça Francisco Escobar, no Monte Castelo, na região central de São José, o paulistano Sérgio Alves de Almeida, 36 anos, cinco deles nas ruas da cidade, construiu uma barraca com papelão para afugentar o frio. Maconha, crack e álcool também fazem parte do “cardápio”. “Eles ajudam a aquecer”, diz o desabrigado. Nas “camas de pedra”, nenhum pesadelo é pior do que a própria realidade.

Voluntários do “Sopão – Amigos da Rua” saem todas as terças-feiras, entre 19h e 22h, para servir pratos de sopa aos moradores de rua de São José. São cerca de 100 refeições. O grupo começou em 1995. Para o piloto e fundador, Joel Faermann, 48 anos, a sopa é para aqueles que estão às margens da sociedade. “Eles estão em um suicídio lento”, diz ele.

O Vale

Funcionários da Avibras ameaçam greve na cidade

Com salários atrasados, cerca de 400 funcionários da Avibras, unidade da avenida Cassiano Ricardo, na zona oeste de São José dos Campos, ameaçam cruzar os braços a partir de hoje. Ontem, os operários aprovaram estado de greve durante assembleia realizada no portão da fábrica. O número representa 35% dos 1.200 trabalhadores que integram a empresa com unidades em São José e Jacareí.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o salário deveria ter sido pago dia 30 de janeiro. A categoria também reivindica o pagamento das multas do atraso salarial desde 2011. “Não podemos permitir que uma empresa que está fechando negócios com a Indonésia e recebendo recursos do governo federal atrase os salários de pais de família, de trabalhadores”, disse Elias Osses, diretor do sindicato.

Ainda de acordo com o sindicato, a dívida referente ao mês de janeiro chegaria a R$ 3 milhões, já que cada metalúrgico recebe cerca de R$ 2.500 mensal. Caso o dinheiro não seja depositado hoje, os trabalhadores entrarão em greve por tempo indeterminado.

“É absurdo e inexplicável. Entra e sai mês e sempre ocorrem atrasos. Queremos conversar com a diretoria da fábrica. Assim não dá”, afirmou ele. Na unidade da Cassiano Ricardo fábrica quatro são feitas as montagens de viaturas e integração eletrônica e, atualmente, os funcionários trabalham na produção de quatro veículos para o Exército Brasileiro.

O problema com atraso no pagamento se arrasta desde 2011 quando a empresa ameaçou fechar as portas. O último atraso dos salários ocorreu em dezembro do ano passado. Na ocasião, 400 operários também cruzaram os braços. No dia seguinte à paralisação, a empresa fez o depósito, acabando com a greve.

Em agosto de 2011, a presidente Dilma Rousseff (PT) autorizou o pagamento de recursos na ordem de R$ 209 milhões para a Avibras R$ 45 milhões naquele mês e mais R$ 164 milhões em outubro do mesmo ano. O dinheiro faz parte do pacote de socorro à fabricante de materiais bélicos por meio do programa Astros 2020, orçado em R$ 1,2 bilhão e tido como a ‘salvação’ da Avibras, que em janeiro de 2011 havia dispensado 170 funcionários por falta de encomenda no setor militar. O programa irá equipar o Exército Brasileiro. Segundo a empresa, o equipamento é uma evolução do conjunto lançador de foguetes livres Astros 2, o maior sucesso de vendas da empresa.

Procurada ontem pelo O VALE, a Avibras não retornou às ligações para comentar o atraso do pagamento dos funcionários. Até as 19h30 de ontem, não havia sido fechado acordo entre a Avibras e a direção do sindicato. Na última terça-feira, a Avibras comprou parte das ações e entrou no capital social da Harpia Sistemas, empresa da qual fazem parte a Embraer Defesa e Segurança e sua associada AEL Sistemas, subsidiária da Israelense Elbit Systems. A participação da Avibras será no desenvolvimento do mercado de aeronaves não tripuladas, os ‘vants’, como o Falcão.

A Avibras Aeroespacial fechou em novembro de 2012 contrato de US$ 350 milhões para vender 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis Astros 2 para a Indonésia. Trata-se do segundo grande contrato que a empresa fecha com compradores no exterior desde 2008, quando firmou uma venda de 18 sistemas Astros para a Malásia, por R$ 500 milhões.

O Vale

Publicado em: 08/02/2013

Montadora admite risco de fechamento de setor na cidade

A direção da General Motors admitiu ontem pela primeira vez que o complexo industrial de São José pode fechar caso não haja acordo na reunião de amanhã que vai discutir o futuro de 1.598 funcionários considerados excedentes.

A declaração foi dada pelo diretor de assuntos institucionais da empresa, Luiz Moan, em audiência pública na Câmara para debater o futuro da empresa na cidade. Segundo Moan, com o fechamento do MVA, onde hoje é produzido somente o Classic, as outras sete fábricas que integram a planta da cidade e que empregam mais 6.000 pessoas serão fechadas gradativamente por falta de produtos e novos investimentos.

“A coisa é mais séria do que vocês pensam. O risco não é fechar o MVA e sim o risco de fechar o complexo”, afirmou. Moan também deixou claro os números que envolvem a montadora. De acordo com ele, a empresa admitiu mais do que demitiu no Brasil do período de 2008 até 2012. Em janeiro de 2008, eram cerca de 21 mil funcionários e, até junho de 2012, cerca de 23 mil.

Em São Caetano do Sul, planta para onde foram os investimentos em 2008 que seriam para São José, em quatro anos, o número subiu de 9.598 para 11.678. Na contramão, São José perdeu 1.572 funcionários no mesmo período, de 9.128 para 7.549. “Há poucos anos tínhamos 13 mil empregados e é exatamente o período que não conseguimos acordo com o sindicato. Então, nós precisamos reverter essa tendência. Se salvarmos o MVA, salvamos o complexo todo”, disse ele.

Segundo Moan, a planta da cidade perdeu a produção do Cruze, Spin e Cobalt e a oportunidade de produzir o Ônix, além da expansão da fábrica de motores e estampados. “A GM perdeu a vontade em investir aqui (São José)”, disse o diretor da montadora.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, na época, houve acordo para a produção da S10 e a nova Blazer. Para a entidade, o momento é de lutar pelo emprego e pressionar o governo federal a criar medida que evite demissões na empresa.

“Nós não somos loucos de recusar investimento, mas queremos garantia da estabilidade do emprego”, disse Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato. A reunião de ontem contou também com a presença de representantes da Prefeitura de São José, vereadores, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.

Procurada por O VALE, a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que a postura do governo é de intermediar o diálogo apostando em um acordo positivo. Na quarta e última reunião para tratar do assunto, amanhã, GM e sindicato se reúnem às 10h no Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São José. Do encontro sairá a decisão final de acordo ou não.

A montadora se comprometeu na última quarta-feira a avaliar a proposta do sindicato, entre elas, redução do piso salarial de R$ 3.100 para R$ 1.840 para novos funcionários. Além disso, a GM vai apresentar uma contraproposta. “Eu trabalho com a hipótese de que na segunda-feira os operários aprovem o acordo feito no sábado”, disse Moan. Já o sindicato anunciou greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira se não houver acordo.

O Vale

Publicado em: 25/01/2013

Funcionários da Embraer ameaçam greves na cidade

Funcionários da Embraer ameaçam entrar em greve a partir de hoje em São José em função do impasse nas negociações entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a empresa sobre o reajuste salarial da categoria neste ano. Pela quarta vez não houve acordo em uma reunião realizada ontem em São Paulo entre o sindicato e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que representa legalmente a empresa e o setor aeronáutico da região.

O encontro teve início às 14h e, após quase seis horas de negociação, o resultado ainda não havia sido anunciado até as 20h de ontem. O grupo faz assembleia hoje às 5h30 (entrada do 1º turno), às 7h (administrativo) e às 15h (2º turno) em frente ao portão da fábrica. Na reunião, os sindicalistas vão submeter aos trabalhadores a possibilidade de cruzar os braços.

O impasse se arrasta desde agosto. A categoria reivindica reajuste salarial de 4,58% de inflação, 2,5% de aumento real e a ampliação das cláusulas sociais da Convenção Coletiva como adicional noturno e licença-maternidade.

Já a empresa ofereceu 4,58% de inflação, 1,5% de aumento real e a manutenção das cláusulas sociais da última Convenção Coletiva. A oferta foi rejeitada pelos trabalhadores em assembleia. “A empresa só tem lucro. Uma fábrica que anuncia quase 35% de lucro não pode ser tão intransigente. Todas as outras fábricas já entraram em um acordo e fecharam a campanha salarial. Só falta a Embraer”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Hebert Claros.

Para ele, o trabalhador é o maior prejudicado. “Estamos lutando pelo bem do operário. Assim, nesse impasse todo, o maior prejudicado é, sem dúvida, o funcionário.” A Embraer tem cerca de 12 mil funcionários na planta de São José. Ainda de acordo com a categoria, não há previsão de novas reuniões com a empresa.

Em nota, a Embraer informou que não houve acordo entre as partes com relação à seguinte proposta apresentada pela Fiesp, como a manutenção da data-base em setembro, reposição integral da inflação do período (novembro de 2011 a agosto de 2012) de 4,58% a ser aplicado nas empresas com mais de 35 empregados, reajuste salarial a título de aumento real de 1,5% no período considerado (10 meses) e a manutenção das cláusulas sociais da última Convenção Coletiva

Ainda segundo a fabricante, como em 2011 a data-base era novembro, o período de apuração do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) compreende 10 meses (novembro de 2011 a agosto de 2012). Considerado um período de 12 meses, o aumento real de 1,5% oferecido equivale a 1,8%.

A nota também diz que esgotadas as possibilidades de avanço nas negociações num segmento que passa por dificuldades por depender de exportações, diante do esforço já feito pelo setor patronal, a Fiesp continua aberta a ir à mesa, “embora não se vislumbre perspectivas de novas propostas no que se refere a maiores aumentos reais”. A Embraer ainda afirma que, por liberalidade, já antecipou a todos seus funcionários, no mês de setembro, o aumento de 4,58% relativo ao INPC integral.

O Vale

Publicado em: 30/10/2012

Cidade poderá ficar sem médico nas redes de saúde

Alerta: o prefeito eleito de São José, Carlinhos Almeida (PT), corre o risco de assumir a prefeitura sem médicos para tocar os plantões de final de semana das unidades da rede pública de saúde. O VALE apurou que o contrato com a empresa Emercor, que presta atendimento médico de urgência no Hospital Clínicas Sul e nas Upas (Unidades de Pronto-Atendimento), irá terminar no próximo dia 14 de dezembro.

E, mesmo com alerta de profissionais da saúde sobre um possível colapso, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) teria se recusado a prorrogar o contrato firmado por 12 meses, no valor de R$ 2,2 milhões. Desde dezembro do ano, a empresa Emercor disponibiliza médicos plantonistas 24 horas no Hospital Clínicas Sul e nas UPAS do Novo Horizonte, Eugênio Melo, Campo dos Alemães e São Francisco Xavier, nas especialidades de emergência adulto e pediátrico.

O governo não comentou o caso. Lideranças alinhadas a Cury afirmaram que aditamentos e novos contratos podem ser feitos para evitar um colapso na rede. “Não vai haver nenhum tipo de maldade para prejudicar o próximo governo”, disse o vice-presidente do PSDB, Juvenil Silvério. A ruptura do contrato pode reduzir ainda mais o número de médicos na rede pública em São José.

Nos últimos 14 meses, 71 médicos deixaram a prefeitura. Atualmente, a rede possui 1060 médicos. Desse total, 642 são funcionários públicos municipais, 384 da SPDM (Organização Social que administra o Hospital Municipal da Vila Industrial) e 34 do Provisão-Clínicas Norte –hospital instalado na região norte. O possível desfalque não preocupa Carlinhos. Para ele, o caso pode ser resolvido na transição.

“Isso será conversado na transição. A gente vai conversar com o prefeito durante a transição e eu tenho certeza que é possível resolver isso conversando. Nós vamos receber relatórios e levantar essas questões”, disse.
Coordenador do processo de transição, o vereador Wagner Balieiro (PT) disse que convênios considerados prioritários podem ser aditados durante o processo de transição.
“Precisamos levantar todos os contratos e convênios existentes com término nesse ano e no ano que vem para tomarmos medidas conjuntas para manter os serviços. Isso pode ser feito com aditamentos.”

Reação. Vereadores alinhados ao prefeito eleito defendem o aditamento dos convênios considerados estratégicos. “Desfalque médico é um problema. Esse contrato precisa ser renovado para que o novo prefeito tenha tempo”, disse Walter Hayashi (PSB).

O Vale

Publicado em: 29/10/2012