PF investiga crimes na gestão de Câmara no comando do Inpe

A Polícia Federal de São José dos Campos investiga crimes praticados contra a administração pública pela direção do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) à época da gestão de Gilberto Câmara. A abertura de inquérito policial foi determinada pelo juiz substituto Samuel de Castro Barbosa Melo, da 2ª Vara Federal de São José, no dia 27 de agosto, na ação civil pública que questiona a contratação de servidores temporários para o Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos). De acordo com o procurador da República em São José, Fernando Lacerda Dias, a investigação deve apurar se Câmara cometeu o crime de prevaricação.

Crime. O crime consta no artigo nº 319 do CPP (Código de Processo Penal) e consiste em “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. “Houve requisição de inquérito policial após a sentença e já deve ter sido encaminhada para a Polícia Federal”, disse o procurador. A Polícia Federal foi procurada, mas não informou o andamento da investigação por conta do grau de sigilo do inquérito. Na sentença, o magistrado federal criticou o posicionamento de Câmara em depoimento, quando o ex-diretor defendeu alterações no modelo de gestão do Inpe.

“As justificativas apresentadas pelo diretor-geral do Inpe, em juízo, causam certa espécie a este magistrado, porquanto o administrador público, apoderando-se de competências que não lhe foram outorgadas, entende ser inadequado o regime jurídico único ao Inpe, sendo mais viável o regime celetista e as contratações diretas (entenda-se terceirização) pelo órgão.” “Os princípios da segurança jurídica e da estabilidade das relações jurídicas não podem ser invocados como escudo para defender as atrocidades cometidas pela administração pública”, informou o juiz federal em outro trecho da sentença. Câmara nega as acusações e diz que agiu corretamente como gestor público. O VALE entrou em contato no final da tarde de sexta-feira com a assessoria de imprensa do Inpe e foi informado que o atual diretor do instituto, Leonel Perondi, não comentaria o assunto por telefone.

A ação havia determinado a invalidação de 111 contratos temporários feitos pelo Inpe e anulou parcialmente um edital que resultou na contratação de outros 15 servidores não efetivos. Após adequações promovidas pelo instituto, o número caiu para 71 servidores. Na última sexta-feira, um acordo permitiu a suspensão do prazo para a suspensão dos contratos por um período de 45 dias.

FONTE: Marcelo Pedroso – O Vale

Crise trabalhista no Inpe abre debate sobre modelo de gestão

A ameaça de demissão dos 71 servidores temporários do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que trabalham no Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), em Cachoeira Paulista, retoma a polêmica do modelo de gestão considerado ideal para instituições voltadas à Ciência e Tecnologia. A cinco dias para o cumprimento de uma liminar que determina a exoneração dos servidores e no meio de uma greve deflagrada pela categoria, a direção do Inpe se defende e justifica que já vinha adotando desde o ano passado medidas para repor as vagas em déficit. O ofício 780/2013 da Segep/MP (Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento), datado da última quinta-feira e assinado pela secretária Ana Lucia Amorim de Brito garante o reforço no quadro de funcionários, que pode chegar a 438, mas não dá um prazo para isto acontecer. “Temos um diagnóstico que aponta que grande parte de nossos funcionários tem acima dos 50 anos”, disse o atual diretor do Inpe, Leonel Perondi, a O VALE.

O VALE apurou que, somente este ano, já foram efetivados 50 pedidos de aposentadoria no Inpe, que possui hoje cerca de 1.100 funcionários. A média atual chega a um pedido por semana. As dificuldades de reposição desta mão de obra especializada são potencializadas pelo tempo necessário para o exercício das funções, de dois a três anos. Sujeito ao RJU (Regime Jurídico Único), o Inpe depende da realização de concursos públicos para suprir a carência de mão de obra, além de obedecer a mecanismos de controle como a Lei de Licitações. A contratação dos servidores temporários foi questionada pelo MPF (Ministério Público Federal). Entre as alterações defendidas por alguns segmentos está, por exemplo, a criação de OS (Organizações Sociais).

Além disto, tramitam no Congresso a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 290 e o PL (Projeto de Lei) 2177, que propõem mudanças nos regimes jurídicos das instituições.  Sobre mudanças nos modelos de gestão, Perondi prefere não expor sua opinião em função do impasse jurídico atual. “É uma discussão importante e interessante”, afirmou. Para o sindCT (Sindicato dos Servidores Públicos Federais da área de Ciência e Tecnologia no setor Aeroespacial), não há que se falar em modelos de gestão e sim da reposição da defasagem de profissionais. “Os institutos estão fragilizados. Precisamos recompor essa força de trabalho, que está exaurida. Não são os projetos que perenizam as pessoas”, afirmou o presidente do SindCT, Ivanil Barbosa Belisário.

A pesquisadora Valéria Cristina dos Santos Ribeiro, da Unicamp, defende que, apesar das limitações do regime jurídico da administração direta, há espaços que permitem autonomia e flexibilidade. Para ela, um modelo jurídico mais adequado precisaria estar alicerçado em três pilares: institutos com uma personalidade jurídica própria, o que permitiria a venda de produtos e serviços, além do estabelecimento de contratos; autonomia para definir os recursos humanos e que a legislação de compras possa considerar as peculiaridades da área de ciência e tecnologia. “Sabemos hoje que os recursos são limitados em todos os sentidos. Internacionalmente, por exemplo, a tendência é do uso do recurso humano temporário, do trabalhador empregado por projeto, por demanda.”

Apesar disto, a pesquisadora considera que é necessário preservar profissionais da área de pesquisa básica. “Outra tendência que percebemos são os trabalhos em rede, as pesquisas colaborativas, em que os custos são partilhados pelas instituições.” Valéria considera que é hora de estimular o debate. “Este não é um problema só do Inpe. Precisamos abrir o debate sobre a importância dos institutos para o país. Os pilares do desenvolvimento estão na educação, ciência e tecnologia.”

Metalúrgico ameaça greve por aumento real na GM e Embraer

Funcionários de duas das maiores empresas de São José dos Campos ameaçam paralisar a produção a partir de amanhã. Com aviso de greve protocolado desde ontem, Embraer e General Motors podem entrar na lista das empresas paralisadas durante a campanha salarial do Sindicato dos Metalúrgicos de São José. Segundo Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato, a reunião com a GM será realizada na tarde de hoje, em São Paulo. “A Embraer ainda não deu resposta sobre o pedido de negociação”, disse ele. As empresas não comentaram o assunto ontem.

Dependendo dos rumos da negociação, cujo maior impasse é no valor do reajuste, trabalhadores das duas empresas podem paralisar as atividades amanhã. Os sindicalistas reivindicam 13,5% de reajuste salarial, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (sem corte nos salários) e ampliação dos direitos dos trabalhadores. “As empresas estão oferecendo índices muito distantes do que os trabalhadores reivindicam”, disse Barros. Desde a última sexta-feira, 13 empresas foram paralisadas na região. As greves foram encerradas naquelas indústrias em que houve proposta de 10% de aumento.

Ontem, segundo o sindicato, continuavam paradas as empresas Parker Hannifin, Emerson e MWL.
Houve paralisações na TI Automotive, Blue Tech e Sun Tech, além da Revap (refinaria Henrique Lages) e na Heineken, em Jacareí. Os grupos de autopeças, eletroeletrônicos, máquinas, fundição e trefilação ofereceram reajuste de 8%, sendo 6,07% de inflação mais 1,82% de aumento real. Os trabalhadores rejeitaram a proposta em assembleia, realizada no último sábado. “Ainda é pouco”, disse Barros, que ressaltou o ânimo dos metalúrgicos para resistir. “Ninguém entrou pra trabalhar”

Super Salário é projeto da Prefeitura para Médicos

Médicos da prefeitura de São José dos Campos, beneficiados pelo plano de carreira e pelo pagamento de horas extras, recebem por mês ‘supersalários’ de R$ 18 mil a R$ 37 mil. Os valores em alguns casos chegam a superar o salário do prefeito, Carlinhos Almeida (PT), que é de R$ 20.365. Na outra ponta, médicos iniciantes que prestaram concurso para trabalhar na rede pública têm como vencimentos inicial cerca de R$ 2.000 de salário. As distorções salariais em cargos de chefia, o excesso de pagamento de horas extras e as baixas remunerações pagas aos médicos iniciantes estão entre os principais desafios a serem enfrentados pelo atual secretário de Saúde, Paulo Roitberg. A prefeitura enviou à Câmara um pacote de benefícios para conseguir atrair médicos para trabalhar na rede e evitar um colapso no atendimento de emergência. As propostas devem ser votadas nesta quinta-feira.

O ‘grupo de elite’ que recebe supersalários na prefeitura é composto por 42 médicos, que possuem em média de 20 a 30 anos de tempo de serviço. No mês de junho, um médico com carga horária de 24 horas recebeu R$ 19,8 mil de salário, mais R$ 17,3 mil de verba eventual, totalizando o valor de R$ 37 mil de vencimentos. Esse médico tem 25 anos de tempo de serviço. Em nota, a prefeitura afirmou que “categoricamente, nenhum médico recebe salário acima de R$ 18 mil. O que ocorre é o pagamento pelo grande número de horas extras que é feito”. Os dados oficiais do pagamento dos supersalários dos médicos da rede pública de saúde de São José são referentes ao mês de junho e estão publicados no portal da transparência, no site da prefeitura (www.sjc;sp.gov.br). Pela Constituição Federal, o servidor público não pode ganhar salário acima do chefe do poder ao qual está subordinado, no caso, o prefeito.

Um outro caso publicado no portal da transparência é de um médico contratado para trabalhar 20 horas, com 20 anos de tempo de serviço, que recebeu em junho R$ 79,17 de salário, mais o valor de R$ 8.302,39 de horas extras. O Sindicato dos Servidores de São José dos Campos pretende realizar um protesto na Câmara, na próxima quinta-feira, reivindicando a melhoria dos salários para todos os servidores da saúde. Segundo a diretora do sindicato, Zelita Ramos, “o médico precisa ser valorizado, mas ele não trabalha sozinho. Todos os profissionais da área também precisam ter os benefícios de uma melhor remuneração”, disse a sindicalista.

A Secretaria da Saúde, por meio da assessoria de imprensa, informou que nenhum médico da prefeitura recebe salário acima de R$ 18 mil. Segundo a prefeitura, em alguns casos, os médicos fazem muitas horas extras e, por isso, excedem esse valor. “É o caso dos médicos que estão prestes a se aposentar e que já acumularam anos de Plano de Cargos e Salários”, diz a nota do governo. A secretaria informou que é preciso reorganizar a rede municipal, para que os médicos não precisem fazer tantas horas extras. “Para isso, é necessário contratar mais médicos, o que já vem sendo feito. Um concurso público já foi realizado e os médicos aprovados já começaram a ser contratados”, informou a prefeitura. Com os projetos de lei enviados para a Câmara, a prefeitura pretende resolver o problema das baixas remunerações, atraindo médicos novos para os plantões de finais de semana nas unidades onde há médicos com excesso de horas extras.

Cidade tem crise na área da Saúde nos hospitais

A Secretaria de Saúde de São José dos Campos planeja iniciar na próxima semana recadastramento dos médicos da rede municipal para verificar possíveis distorções na situação funcional do corpo clínico da pasta. O secretário de Saúde, Paulo Roitberg, disse ontem que o resultado do recadastramento será utilizado no processo de redimensionamento dos profissionais nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). “Sabemos que há unidades com muitos médicos e outras com poucos. Temos também informação de que existem muitos profissionais que estão afastados há anos”, afirmou. Segundo ele, esses médicos serão chamados para definir suas vidas profissionais no serviço público municipal. “Tem médico que está afastado há quase dez anos. É preciso saber se ele quer continuar na secretaria”, disse.

Atualmente, a Secretaria de Saúde possui 634 médicos nas Unidades Básicas de Saúde e UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento. No total, são 2.955 servidores. Déficit de funcionários é um dos gargalos da saúde no município, aponta o Comus (Conselho Municipal de Saúde), que vai elaborar um relatório para o secretário com as pendências prioritárias para serem solucionadas. O secretário relatou também que aguarda a conclusão de um relatório sobre a situação funcional dos profissionais técnicos e administrativos para verificar se há desvios de função. No ano passado, o Ministério Público, a pedido do Sindicato dos Servidores Municipais, começou a apurar possível desvio de função de pelo menos 179 auxiliares e técnicos de enfermagem que estariam sendo empregados em atividades não compatíveis com as suas atribuições de origem. Zelita Ramos, diretora do sindicato, disse que há muito tempo a entidade alerta para a falta de funcionários e existência de desvios de função na pasta. “É preciso abrir concurso público”, declarou. Ela afirmou que o sindicato vai procurar o secretário para conversar a respeito.

Roitberg destacou que as iniciativas integram o plano de melhoria do atendimento nas unidades da rede municipal de Saúde. “O objetivo é melhorar o acolhimento e o atendimento do paciente. Para isso, precisamos saber exatamente a situação dos servidores e dos profissionais da rede.” A meta é implantar um novo padrão de atendimento nas UBSs e UPAs. Os pacientes passarão por triagem e serão atendidos conforme a urgência do caso, segundo relatou o secretário.

Cidade recebe mais vacinas da H1N1

Um novo lote com 19 mil doses da vacina de H1N1 chegou na tarde dessa segunda-feira (3) São José dos Campos. As doses foram distribuídas na manhã desta terça-feira (4) para as 40 UBSs e para o Famme. A vacinação foi liberada para a população a partir das 14h.

Importante lembrar que só podem tomar a vacina pessoas que pertencem ao grupo de risco, que é formado pelas crianças de seis meses a dois anos, profissionais de saúde, gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, idosos e portadores de doenças crônicas (que deverão levar um encaminhamento médico).

Até a semana passada, já haviam sido vacinadas em São José 145.251 pessoas, o que corresponde a 97,12% da população de risco, além de 47.918 pessoas com doenças crônicas. O número ultrapassa de longe a meta de vacinação estipulada pelo Ministério da Saúde, que preconiza a vacinação de 80% do público alvo da campanha. No ano passado, o índice de vacinação da população de risco da cidade ficou em 80,3%.

Prefeitura Municipal de São José

Metálurgicos voltam ao trabalho na GM da cidade

Os 150 funcionários da unidade local da General Motors que estavam afastados desde agosto do ano passado retornaram ontem à empresa. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. O grupo estava em lay-off (contrato de trabalho suspenso) e tem estabilidade.

Na semana passada, a montadora demitiu 598 metalúrgicos que estavam afastados, por considerar “mão de obra excedente”. O presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, relatou que a entidade ingressou no Ministério Público Federal do Trabalho com pedido de reunião com a GM, para tentar ampliar o número de trabalhadores com estabilidade.

“O nosso cadastro tem quase 300 pessoas que têm estabilidade e queremos que todos voltem para a fábrica”, disse. Macapá disse que a lista também foi enviada à direção da GM. “Conversamos com a empresa, que ficou de analisar”. A GM reconhece estabilidade de 150 empregados do grupo que estava afastado. A montadora não comenta a informação do sindicato.

O Vale

Publicado em: 02/04/2013

Protesto contra as demissões da GM na cidade fracassa

Fracassou ontem o último protesto contra a ameaça de demissão dos trabalhadores da General Motors, de São José dos Campos, que estão em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). O lay-off termina hoje e um grupo de 602 trabalhadores corre risco de demissão a partir de amanhã.

Na semana passada, a empresa informou o sindicato que admite apenas o retorno dos empregados que têm estabilidade. Segundo o sindicato, 739 operários que estão afastados desde agosto do ano passado. Desse total, apenas 80 compareceram ontem à assembleia convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos.

Durante a reunião, o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, propôs que o grupo fizesse uma caminhada pelas ruas do centro, até a praça Afonso Pena, mas a manifestação acabou não ocorrendo por falta de adesão. Mais cedo, o sindicato também havia cancelado a assembleia na portaria da GM, programada para as 5h. Segundo o dirigente, a manifestação não teve a aprovação dos operários da montadora. “O sindicato é dos trabalhadores ”, disse.

No encontro com o grupo afastado, Macapá relatou que a GM informou que a sua listagem de operários com estabilidade soma 137. Para o sindicato, no entanto, esse número pode ser de cerca de 300. “Esse número é maior. Vamos conversar com a empresa caso a caso”, disse.

Se considerar o número da montadora, 602 empregados correm risco de demissão. Macapá afirmou que o sindicato vai “continuar lutando para que não ocorra demissões”. “O jogo ainda não acabou. Esperamos que a prefeitura pressione a empresa ou peça ao governo federal para evitar demissões, disse. O dirigente orientou os trabalhadores para não assinarem carta de demissão. Operários informaram que até ontem não haviam recebido nenhuma correspondência da empresa a respeito.

A prefeitura informou, por meio de assessoria, que conversou com a direção da GM e que a empresa mantém a decisão de cumprir o acordo firmado em janeiro, que prevê o fim do lay-off a partir de hoje. Entre os trabalhadores, o clima é de descrença quanto à possibilidade de retorno. “Acho difícil uma solução para o retorno do pessoal”, disse Elzon Antonio Querido de Olivera, 50 anos, funcionário da GM há 28 anos.

Para Marcelo Chagas, 43 anos, funcionário da montadora há 17 anos, o sentimento dos trabalhadores é de “abandono”. “Parece que fomos abandonados pela empresa e pelo sindicato”, desabafou. Na semana passada, a GM, em reunião com a direção do sindicato, informou que vigora o acordo fechado em janeiro que prorrogou por 60 dias o afastamento do grupo.

O Vale

Publicado em: 26/03/2013

Crise da GM ainda não teve fim e contam com demissões

O futuro dos 779 trabalhadores da General Motors em São José dos Campos que estão com o contrato de trabalho suspenso (layoff) desde agosto do ano passado continua indefinido. Eles podem ser demitidos em 26 de março, quando termina o prazo do layoff. Desde agosto, a medida foi renovada duas vezes, em novembro e janeiro.

Os trabalhadores participam hoje de assembleia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, na região central de São José, para definir uma pauta de mobilizações em defesa do emprego. O sindicato, que defende o retorno imediato dos funcionários à produção e a chegada de novos modelos para fabricar na cidade, não acredita que a GM possa renovar o layoff por mais tempo.

“A empresa cancelou duas reuniões com o sindicato após o Carnaval. Deve haver uma na semana que vem. Eles estão com a ideia fixa de demitir”, disse Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. “Vamos conversar com os trabalhadores hoje sobre uma agenda de mobilizações. É preciso lutar pelo emprego.” A GM informou que não se manifesta enquanto durar o processo de negociação. Tampouco confirmou a demissões dos trabalhadores em layoff.

A ‘quebra de braço’ entre GM e sindicato se arrasta desde 2008, quando a entidade e os trabalhadores não aceitaram a proposta da empresa de trazer investimentos para São José condicionados uma grade salarial menor e a abertura de banco de horas.

Desde então, a GM ameaça fechar a linha de produção MVA, responsável pela fabricação do Classic, e demitir até 1.800 trabalhadores, considerados excedentes. Após diversas reuniões, sindicato e GM chegaram a um acordo, em agosto do ano passado, que evitou a demissão e suspendeu o contrato de trabalho de 800 funcionários.

A empresa chegou a anunciar, em janeiro deste ano, um pacote de investimentos de R$ 500 milhões no complexo industrial de São José, até 2017. O pacote, porém, não prevê a manutenção do emprego dos trabalhadores com o contrato suspenso. Alguns deles já dão a demissão como certa. Outros já deixaram a empresa. “Eles não vão aproveitar nenhum desses funcionários. Não adianta. Eu já estou procurando outro emprego”, disse Antônio Silva, 36 anos.

O Vale

Publicado em: 15/03/2013

Estado ganha pedidos para ajudar a crise do GACC

As Câmaras da Região Metropolitana do Vale do Paraíba vão enviar moções para o governo estadual em apoio ao GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer), que tem sede em São José dos Campos e passa por dificuldades financeiras.

A medida é uma reação à campanha que O VALE lançou na edição do último domingo para mobilizar a sociedade e chamar a atenção do governo estadual para o problema da instituição. O GACC acumula déficit mensal de R$ 200 mil e pode fechar as portas, com dívidas de R$ 800 mil.

A campanha do jornal foi elogiada por diversos setores da sociedade, como Câmaras e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e incentivou as instituições a planejar suas próprias ações em favor do GACC. Ontem, os vereadores Calasans Camargo (PRP) e Rogério Cyborg (PV), ambos de São José, percorreram as cidades do Litoral Norte divulgando o GACC e pedindo moções em favor da entidade. “Os documentos serão assinados por todos os vereadores e enviados para o governo estadual, pedindo mais repasse para o GACC”, disse Cyborg. “O trabalho que eles fazem é essencial para toda a região, não apenas para São José”, afirmou Calasans.

No último domingo, a edição de O VALE trouxe uma capa falsa alertando os leitores para a campanha em favor do GACC, que foi reproduzida no site do jornal e repercutida pelas redes sociais. “A campanha do jornal é muito importante para o GACC. Arrisco dizer que é vital para nosso futuro”, disse Rosemary Sanz, presidente da entidade e uma das fundadoras. “As pessoas precisam tomar conhecimento de como o tratamento aqui é complexo. Muitas pessoas não doam por desconhecimento.”

Fundado há 16 anos, o GACC oferece atendimento integral a mais de 500 crianças e jovens com câncer das 39 cidades do Vale. “Não atendemos apenas São José, como muita gente pensa, mas toda a região. Por isso, é importante o jornal abraçar a causa do GACC e disseminar essa informação”, afirmou Ana Paula Silva, coordenadora de eventos do GACC.

Para o diretor geral do grupo Band Vale de Rádio e TV, Cláudio Giordani, que apoia a campanha, o GACC é referência de bom atendimento e gestão. “Eles fazem um trabalho muito sério, competente e importante para a região. Todo mundo precisa se sensibilizar para essa questão”. “Estamos à disposição do GACC no que for possível ajudar”, disse Silvia Dias, presidente da OAB de São José. “O jornal está de parabéns em levantar essa bandeira. A entidade faz um trabalho incrível na saúde e precisa de toda a ajuda que puder encontrar.”

Carlos Bakos, vice-presidente do Comus (Conselho Municipal de Saúde) de São José dos Campos, ressaltou a diferença que o GACC faz na vida dos pacientes que têm câncer. “Eles têm uma taxa de cura bastante alta e isso não pode ser perdido. A campanha lançada pelo O VALE deve ser replicada por quem puder ajudar a instituição.”

O Fundo Social de Solidariedade de São José vai arrecadar alimentos não perecíveis e leite em pó e doar ao GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer). A iniciativa é uma maneira de ajudar a entidade, que pode fechar as portas. O Fundo Social não sabe ainda se retomará o jantar beneficente em prol do GACC. O evento acabou em 2012.

A Secretaria de Estado da Saúde pode repassar mais dinheiro ao GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer) para ajudar a entidade a sair do abismo financeiro. Em nota enviada ontem, um dia após o lançamento da campanha de  O VALE em defesa da entidade, a pasta informou que a Diretoria Regional de Saúde, que tem sede em Taubaté, está “avaliando a possibilidade de um aporte financeiro à instituição”.Desde 2010, a Secretaria disse que repassou R$ 4,2 milhões para custeio do GAAC. Neste ano, a previsão de repasse é de cerca de R$ 300 mil mensais.

Rosemary Sanz, presidente do GACC, vai se encontrar hoje com o prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), para pedir a ajuda dele na busca de recursos junto ao governo federal. Em nota, o secretário de Saúde de São José, Álvaro Machuca, disse que é preciso “viabilizar de forma concreta a permanência do GACC”

O Vale

Publicado em: 12/03/2013