PF investiga crimes na gestão de Câmara no comando do Inpe

A Polícia Federal de São José dos Campos investiga crimes praticados contra a administração pública pela direção do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) à época da gestão de Gilberto Câmara. A abertura de inquérito policial foi determinada pelo juiz substituto Samuel de Castro Barbosa Melo, da 2ª Vara Federal de São José, no dia 27 de agosto, na ação civil pública que questiona a contratação de servidores temporários para o Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos). De acordo com o procurador da República em São José, Fernando Lacerda Dias, a investigação deve apurar se Câmara cometeu o crime de prevaricação.

Crime. O crime consta no artigo nº 319 do CPP (Código de Processo Penal) e consiste em “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. “Houve requisição de inquérito policial após a sentença e já deve ter sido encaminhada para a Polícia Federal”, disse o procurador. A Polícia Federal foi procurada, mas não informou o andamento da investigação por conta do grau de sigilo do inquérito. Na sentença, o magistrado federal criticou o posicionamento de Câmara em depoimento, quando o ex-diretor defendeu alterações no modelo de gestão do Inpe.

“As justificativas apresentadas pelo diretor-geral do Inpe, em juízo, causam certa espécie a este magistrado, porquanto o administrador público, apoderando-se de competências que não lhe foram outorgadas, entende ser inadequado o regime jurídico único ao Inpe, sendo mais viável o regime celetista e as contratações diretas (entenda-se terceirização) pelo órgão.” “Os princípios da segurança jurídica e da estabilidade das relações jurídicas não podem ser invocados como escudo para defender as atrocidades cometidas pela administração pública”, informou o juiz federal em outro trecho da sentença. Câmara nega as acusações e diz que agiu corretamente como gestor público. O VALE entrou em contato no final da tarde de sexta-feira com a assessoria de imprensa do Inpe e foi informado que o atual diretor do instituto, Leonel Perondi, não comentaria o assunto por telefone.

A ação havia determinado a invalidação de 111 contratos temporários feitos pelo Inpe e anulou parcialmente um edital que resultou na contratação de outros 15 servidores não efetivos. Após adequações promovidas pelo instituto, o número caiu para 71 servidores. Na última sexta-feira, um acordo permitiu a suspensão do prazo para a suspensão dos contratos por um período de 45 dias.

FONTE: Marcelo Pedroso – O Vale

Carlinhos muda comando da Secretaria de Obras

O prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), teve ontem mais uma baixa na sua equipe de colaboradores de confiança, a quarta desde que assumiu o governo. A secretária de Obras, Soraya de Paula Rosário, pediu demissão do cargo, mas vai permanecer colaborando com o governo. Ela assumiu o cargo de diretora técnica do Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento), que presta serviços para o município. Contrariando promessa feita na campanha, de que não importaria nomes para o secretariado e que governaria “com as melhores cabeças de São José dos Campos”, Carlinhos nomeou o engenheiro Dalton Ferracioli de Assis para substituir a ex-secretária de Obras.

Até recentemente, Dalton trabalhava no governo do prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro Mota (PT), como secretário de Infraestrutura. Durante a gestão da ex-prefeita petista Angela Guadagnin (1993-1995), Ferracioli foi, por um período, diretor da pasta de Obras. Em nota, o prefeito disse que “a engenheira Soraya realizou um excelente trabalho nestes primeiros meses de governo, sendo a responsável pela importante mudança dos novos modelos de escolas e exemplo de luta nos desafios da ponte da Guadalupe”.

A saída de Soraya do comando da Secretaria de Obras era previsível, segundo aliados do governo na Câmara. Vereadores do bloco governista já apontavam problemas na condução da pasta. As principais queixar eram que os projetos não “andavam” e que Soraya não tinha muito diálogo. Já a oposição cobrou o cumprimento da promessa do prefeito Carlinhos. “Ele falou várias vezes que governaria com os melhores nomes de São José dos Campos. Não é isso que aconteceu”, afirmou o vereador Fernando Petiti (PSDB).

A primeira baixa na equipe de primeiro escalão do prefeito foi a demissão do médico Álvaro Machuca, da pasta da Saúde. Machuca deixou o cargo em julho e se queixou que tinha virado “um burocrata”. A segunda baixa foi a saída do secretário de Comunicação, Levi Soares, em setembro, tendo permanecido pouco mais de um mês no cargo. Ele alegou motivos pessoais. Secretário adjunto da Saúde, Eduardo Guadagnin, pediu demissão semana passada, pressionado por denúncia de nepotismo cruzado, por ser filho da vereadora Angela Guadagnin (PT).

Mudança na direção do centro do CTA ocorre em meio ao corte de verbas

Em meio ao corte de verbas do Ministério da Defesa, anunciado pelo governo federal na semana passada, o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José, terá a troca de comando hoje, em solenidade às 10h. Em cerimônia militar, o tenente-brigadeiro do ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira, 58 anos, assume o comando do DCTA das mãos do atual diretor-geral, o tenente-brigadeiro do ar Ailton dos Santos Pohlmann. A FAB (Força Aérea Brasileira) não informou qual será o destino de Pohlmann após deixar o comando. Paulista de Araraquara, Oliveira completará, em 2014, quatro décadas de trabalho na FAB. O último cargo dele foi o de vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica. Ele também chefiou o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro.

Em São José, o desafio do novo diretor será resolver a ameaça de falta de funcionários no DCTA. O corte de R$ 919,4 milhões do Ministério da Defesa, segundo o Sindct (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial), ameaçará preenchimento de 880 cargos criados para repor pessoal no DCTA. “Os cargos foram autorizados pelo governo. A preocupação é se esse contingenciamento não poderá atrasar os concursos públicos. A falta de pessoal é grave no DCTA e pode ameaçar projetos importantes”, disse Ivanil Belisário, presidente do Sindct. Com o currículo recheado de cursos e experiências operacionais, Oliveira tem 14 condecorações nacionais e 1 estrangeira. Agora, o desafio dele será evitar a perda de projetos no DCTA.

Mulheres conquistam seu espaço no mercado segundo IBGE

Já foi a época que fazer carro ou avião era coisa de homem. De maneira mais delicada, mas não menos competente, as mulheres já conquistaram espaço e respeito no meio industrial da região. Hoje, a média de funcionárias mulheres em empresas da Região Metropolitana do Vale do Paraíba é de 15%. Trinta anos atrás esse número não passava de 5%. A prova do avanço do público feminino na indústria é a procura por cursos na área.

Há 20 anos na General Motors de São José, Ana Cláudia Barbosa, 42 anos, foi a segunda mulher na história da empresa na cidade a conquistar um cargo de supervisora. Atualmente, ela é gerente de produção de veículos e comanda uma equipe de 700 pessoas.

O ambiente dominado por homens não a incomoda, já que tem sido assim desde que ingressou na faculdade de engenharia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Guaratinguetá. “É uma troca muito boa. Tento agregar o raciocínio lógico e a praticidade do homem com a sensibilidade e argumentação da mulher.”

Na engenharia de produção, área tradicionalmente masculina, o destaque vai para Cristine Mendonça Bloch, 40 anos. Responsável pela engenharia de manufatura do projeto do KC-390 a maior aeronave que a Embraer terá colocado no ar e o principal produto na área de defesa, ela se sente desafiada.

“Me sinto super motivada e feliz em trabalhar em um programa importante não só para a Embraer, mas para o Brasil”, afirmou. Atualmente, ela comanda uma equipe de 160 pessoas, em que 20 são mulheres. “Nunca me senti estranha no ninho. Como minha equipe, quero ver esse avião voar, fazer parte disso.”

A gerente trabalha na Embraer em São José há 12 anos. Hoje, o número de mulheres engenheiras na Embraer se aproxima dos 10%. Já 23 anos atrás, quando Eliane Rodrigues de Moraes, 43 anos, entrou na Embraer, mulher era peça rara.

Eliane conta que no início o sonho de ter carteira de trabalho assinada pela Embraer era de sua mãe que levou seu currículo. Mas não demorou muito para que ela tivesse sonhos dentro da empresa. Passou de eletricista a supervisora de produção de aviões executivos.

“Eu adoro o que faço. É um orgulho. Consegui o respeito das pessoas e hoje discuto de igual para igual”, afirmou ela. Desafiada a conquistar ainda mais espaço, a supervisora estuda inglês e faz MBA em gestão empresarial.

A montadora de interiores, Ana Cláudia Xavier, 29 anos, é um exemplo de força de vontade. Ela sabia que para poder concorrer a uma vaga na Embraer, onde tanto queria trabalhar, precisaria estudar. Pesquisou, correu atrás, se formou no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e há cinco anos é funcionária da  companhia de aviação.

“É uma satisfação muito grande saber que o produto onde trabalhei está carregando tantas vidas disse ela.
Ana Cláudia pretende voar mais alto. Por isso não paro de estudar”, disse ela. Prestes a completar a maioridade como funcionária da GM, Juliana Matos passou de estagiária a gerente de controle de produção e tem que conciliar trabalho e família. “Antes, nascemos para ser mãe e dona de casa. Hoje, somos mãe, dona de casa e respeitadas no mundo dos negócios. Isso é o um diferencial de uma mulher que sai de casa para trabalhar.”

O número de mulheres na indústria da região vem crescendo a cada ano. Na Embraer, 14% dos funcionários são mulheres. A tendência é que esse número aumente, segundo Daniela Sena, diretora de Recursos Humanos. Isso porque o público feminino tem procurado mais por cursos de especialização de acordo com a necessidade de cada empresa, que absorve essa mão de obra.

“A mulher conquistou respeito pela sua competência e se destaca pelo lado mais humano que aliado ao negócio se posiciona bem estruturada no mercado de trabalho”, disse. Segundo Daniela, a mulher conquistou também o tratamento igualitário. Em São José, a Embraer tem cerca de 15 mil funcionários.

Na GM, 8% dos funcionários é mulher: 950 na produção e 900 na área administrativa. A atual presidente da empresa no Brasil é Grace Lieblein. Na planta da Argentina, com sede em Buenos Aires, a brasileira Isela Costantini comanda a montadora.

O Vale

Publicado em: 21/01/2013

Cidade tem Guarda Civil comandado por uma mulher

A servidora Maria dos Milagres Araújo de Farias assume nesta segunda-feira (14) o comando da Guarda Civil Municipal (GCM) de São José dos Campos. A cerimônia de passagem do comando será às 9h, na sede da unidade, na Vila Industrial.

Formada em Direito e pós-graduada em Gestão de Pessoas, Milagres é funcionária efetiva há mais de 24 anos e comandará um grupo de 318 guardas, entre homens e mulheres. A GCM atua de forma complementar nas ações voltadas para a manutenção da segurança pública do município.

Ela substitui o comandante Jorge de Assis Pinheiro, também servidor de carreira, que está se aposentando, após 32 anos dedicados ao serviço público, sendo três deles à frente da corporação.

Vinculada à Secretaria de Defesa do Cidadão, a Guarda Civil Municipal possui hoje oito inspetorias espalhadas em todas as regiões da cidade. Tem como principal aliado o Centro de Operações Integradas (COI), que gerencia o sistema de monitoramento das câmeras de vigilância.

Prefeitura Municipal de São José

Publicado em: 14/01/2013

Primeiros dias de trabalhos da Rota é aprovado

A cúpula da Polícia Militar avaliou positivamente os dois primeiros dias de operação da Força Tática Regional, a tropa de elite da corporação no Vale, que fez patrulhas na região sul de São José ontem e anteontem. Hoje, os 20 homens e cinco viaturas do novo pelotão atuarão pela primeira vez fora da cidade. O município a receber o reforço policial será definido entre Taubaté, Caçapava e Jacareí.

No primeiro dia, os policiais fizeram 85 abordagens e detiveram dois menores que haviam furtado um carro no Jardim Satélite, zona sul de São José. O balanço do segundo dia será divulgado hoje. “Nossa avaliação é muito positiva. A população também gostou. Aumentou a sensação de segurança na localidade da operação”, disse o coronel Leônidas Pantaleão de Santana, comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior), a quem a Força Tática Regional está subordinada.

O novo pelotão é formado por policiais das Forças Táticas da região e conta com 40 homens em dois grupos de 20, que atuarão todos os dias em alguma cidade da região. O foco é a prevenção de crimes. Segundo Santana, as vantagens do grupo são atuar de forma dinâmica, sem limitação geográfica e sem desfalcar as unidades de Força Tática da PM na região, nas quais atuam cerca de 200 homens. A prioridade dos policiais será aprender armas, drogas, veículos roubados ou furtados e capturar foragidos.

O Vale

Eleição do Sindicato dos Metálurgicos começa hoje na cidade

Em clima de apreensão, começa hoje a eleição do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, que decidirá o novo comando da entidade no triênio 2012-2015. Nesta última semana de campanha, o debate na porta das fábricas ficou acalorado na tentativa de atrair o voto dos indecisos, com troca de farpas entre as chapas.

Dos 22 mil sócios, mais de 15 mil estão aptos a votar, de acordo com a comissão eleitoral do pleito. As 59 urnas serão distribuídas nas principais empresas da região, como Embraer, General Motors e Avibras. Algumas ficarão nas sedes do sindicato. O pleito terá início às 4h de hoje e vai até a 0h de sexta-feira. O vencedor será conhecido na tarde de sexta e assume o sindicato no dia 23 de maio.

Duas chapas disputam o comando da maior base sindical da região, que representa mais de 42 mil trabalhadores a da Conlutas, que controla o sindicato desde 2006, e a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), chapa da oposição. O candidato da Conlutas é Antonio Ferreira Barros, o ‘Macapá’, 31 anos. Entre suas principais propostas está a retomada de negociação com a General Motors para a atração de novos investimentos para a fábrica de São José.

Já Nilson Araya, o ‘Chileno’, 33 anos, da CTB, disse que a chapa da oposição busca assumir o controle do sindicato para acabar com cortes nas empresas e melhorar o diálogo com lideranças empresariais. Ambos trabalham na General Motors, empresa com maior colégio eleitoral do setor, que representa um terço do total de votantes.

De acordo com o presidente da comissão eleitoral, João Zafalão, a estrutura para a votação foi acordada entre as duas chapas. “Tivemos várias reuniões. Nos últimos dois dias as chapas se reuniram para definir o roteiro das urnas e os últimos detalhes”, disse.

Por ser o maior colégio eleitoral da região, a GM receberá 17 urnas. Nas empresas com mais de 100 funcionários, as urnas ficarão expostas nos dois dias. Nas demais, haverá rodízio os horários de votação já foram informados aos trabalhadores.

Para votar, os funcionários devem apresentar documento com foto. De acordo com Zafalão, a funcional (crachá da empresa) também poderá ser utilizada.

O trabalhador também poderá optar em votar na sede e subsedes da própria entidade. Duas urnas ficarão no prédio do sindicato no centro de São José rua Maurício Diamante, 65, além de mais uma urna em cada subsede (Chácaras Reunidas e Jacareí). O sindicato tem orçamento anual de R$ 10 milhões e representa São José, Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá.

O Vale