Cidade poderá ficar sem médico nas redes de saúde

Alerta: o prefeito eleito de São José, Carlinhos Almeida (PT), corre o risco de assumir a prefeitura sem médicos para tocar os plantões de final de semana das unidades da rede pública de saúde. O VALE apurou que o contrato com a empresa Emercor, que presta atendimento médico de urgência no Hospital Clínicas Sul e nas Upas (Unidades de Pronto-Atendimento), irá terminar no próximo dia 14 de dezembro.

E, mesmo com alerta de profissionais da saúde sobre um possível colapso, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) teria se recusado a prorrogar o contrato firmado por 12 meses, no valor de R$ 2,2 milhões. Desde dezembro do ano, a empresa Emercor disponibiliza médicos plantonistas 24 horas no Hospital Clínicas Sul e nas UPAS do Novo Horizonte, Eugênio Melo, Campo dos Alemães e São Francisco Xavier, nas especialidades de emergência adulto e pediátrico.

O governo não comentou o caso. Lideranças alinhadas a Cury afirmaram que aditamentos e novos contratos podem ser feitos para evitar um colapso na rede. “Não vai haver nenhum tipo de maldade para prejudicar o próximo governo”, disse o vice-presidente do PSDB, Juvenil Silvério. A ruptura do contrato pode reduzir ainda mais o número de médicos na rede pública em São José.

Nos últimos 14 meses, 71 médicos deixaram a prefeitura. Atualmente, a rede possui 1060 médicos. Desse total, 642 são funcionários públicos municipais, 384 da SPDM (Organização Social que administra o Hospital Municipal da Vila Industrial) e 34 do Provisão-Clínicas Norte –hospital instalado na região norte. O possível desfalque não preocupa Carlinhos. Para ele, o caso pode ser resolvido na transição.

“Isso será conversado na transição. A gente vai conversar com o prefeito durante a transição e eu tenho certeza que é possível resolver isso conversando. Nós vamos receber relatórios e levantar essas questões”, disse.
Coordenador do processo de transição, o vereador Wagner Balieiro (PT) disse que convênios considerados prioritários podem ser aditados durante o processo de transição.
“Precisamos levantar todos os contratos e convênios existentes com término nesse ano e no ano que vem para tomarmos medidas conjuntas para manter os serviços. Isso pode ser feito com aditamentos.”

Reação. Vereadores alinhados ao prefeito eleito defendem o aditamento dos convênios considerados estratégicos. “Desfalque médico é um problema. Esse contrato precisa ser renovado para que o novo prefeito tenha tempo”, disse Walter Hayashi (PSB).

O Vale

Publicado em: 29/10/2012