Avibras fecha contrato para fornecer Astros 2 à Indonésia

A Avibras Aeroespacial, de São José dos Campos, fechou contrato de R$ 900 milhões para fornecer lançadores Astros 2 de foguetes de saturação de área ao exército da Indonésia. A encomenda é de 36 veículos lan çadores, segundo divulgou ontem o jornal “O Estado de São Paulo”. O novo contrato irá possibilitar a abertura de 200 a 300 empregos diretos na indústria de defesa, considerada uma das mais importantes do país. Em nota, a presidência da Avibras confirmou a venda. “O contrato entrou formalmente em vigor nesta semana. Sendo assim, haverá uma expansão moderada e progressiva no quadro de colaboradores”, informa a direção da empresa.

Segundo informou a indústria, este contrato, aliado aos hoje existentes, incluindo o Astros 2020, “dará uma tranquilidade para a empresa continuar crescendo e atendendo as Forças Armadas brasileiras”. O contrato inclui também unidades de apoio e suprimentos para o lançador Astros 2 de foguetes. As negociações com o país asiático para a venda dos equipamentos teve início no final do ano passado, mas enfrentou turbulências burocráticas, como obtenção de carta de fiança.
Esta é a segunda venda de material de defesa nos últimos anos para a Ásia. Nos últimos cinco anos, a Avibras fechou contrato no valor de R$ 500 milhões para fornecer material do sistema Astros para a Malásia.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos avalia que o novo contrato poderá abrir também pelo menos 500 postos indiretos de trabalho no polo industrial de São José dos Campos. “Esse contrato garante pelo menos mais três anos de produção da empresa”, disse Elias Osses, diretor do sindicato. Ele avalia que a Avibras deve iniciar contratações para atender a demanda do novo contrato no começo do próximo ano. Atualmente, a empresa emprega cerca de 1.200 pessoas. O dirigente informou que a empresa pagou os salários atrasados desde maio deste ano de todos os trabalhadores. “Agora, agendamos uma reunião com a empresa para tratar de pendências salariais que ainda existem desde 2011”, afirmou.

Ainda segundo o sindicalista, a empresa também cumpre contratos fechados com o Exército e com a Marinha, o que garante o nível de emprego na indústria. Para Expedito Bastos, especialista em Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), esse novo contrato é muito positivo, porque mostra a importância e a capacidade tecnológica da Avibras em um segmento altamente competitivo e restrito, onde há concorrentes de peso. A Avibras aposta no projeto Astros 2020, modelo mais sofisticado e avançado tecnologicamente do sistema lançador Astros para ampliar sua participação no mercado internacional de defesa.

Considerado também projeto estratégico para o Exército Brasileiro, o progr ama Astros 2020 está orçado em cerca de R$ 1 bilhão e foi incluído pelo governo federal no PAC (Programa de Aceleração do Desenvolvimento). O governo federal já liberou cerca de R$ 45 milhões para a fase inicial do projeto, que deve consumir pelo menos R$ 210 milhões. A nova versão é mais sofisticada O equipamento é uma evolução do conjunto lançador de foguetes livres Astros 2. No novo conceito do sistema , a arma passa a incorporar um míssil de cruzeiro com alta precisão e alcance de 300 quilômetros, o AV-TM, e munições com maior poder de fogo e alcance capazes de transportar dezenas de granadas, que são dispersadas sobre o alvo. O programa é para seis anos.

Sindicato dos Metalúrgicos apelam salário da Avibras

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos vai acionar os ministérios da Defesa e da Fazenda para tentar resolver o problema de atraso de salários na Avibras Aeroespacial, de São José, que passa por dificuldades financeiras. Cerca de 400 dos 1.200 funcionários da companhia não recebem os vencimentos integralmente desde maio deste ano. Hoje, um representante do sindicato vai a Brasília tentar um encontro com o governo federal para pedir agilidade na liberação de documentos da Avibras, que permitiriam a entrada de dinheiro de um contrato com o governo da Indonésia, avaliado em US$ 350 milhões.

Fechado em novembro do ano passado, o negócio inclui a entrega de 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis Astros 2 para a Indonésia. “Sabemos que o dinheiro não é liberado pela falta de um documento do governo federal, com garantias para o contrato”, disse Elias Osses, diretor do sindicato. “O documento está pronto, mas a burocracia impede que ele seja enviado rapidamente. Vamos a Brasília amanhã (hoje) tentar resolver essa questão burocrática.”

Segundo o sindicalista, que se reuniu com a direção da Avibras, o contrato com a Indonésia permitiria a regularização do pagamento dos salários na empresa. “Há trabalhadores com dificuldade de pagar prestação de carro, casa e até mensalidade de escola”, afirmou Osses. Desde o início do ano, trabalhadores da Avibras já realizaram duas paralisações em São José. Uma delas de 24 horas e a outra, de duas horas. “Se os salários não forem pagos, a situação ficará insustentável na empresa”, disse o sindicalista. Ontem, nenhum diretor da Avibras foi localizado para comentar o assunto.

Governo faz parcerias para novo Aeroporto na cidade

A Avibras Aeroespacial tem interesse em ser parceira do governo federal para a expansão do aeroporto de São José dos Campos, cuja estrutura está defasada. Em razão da importância regional do aeródromo, o aeroporto foi incluído no programa de investimentos para o setor anunciado pela presidente Dilma Rousseff (PT) no final do ano passado.

Na semana passada, uma comissão da Prefeitura de São José, incluindo o prefeito Carlinhos Almeida (PT), esteve em Brasília e propôs o uso de uma área de 90 mil metros quadrados, pertencente à Avibras, para a expansão do aeródromo. Sami Hassuani, presidente da empresa, disse ontem que a Avibras tem interesse em fazer uma parceria com o governo federal para concretizar o projeto. Mais do que apenas vender a área, ressaltou o executivo, a empresa estaria de olho nos novos negócios que o aeroporto poderia gerar.

“Temos muito interesse em nos associar para a expansão do aeroporto. Nossa ideia não é de vender aquela área, mas de investir em projetos no setor aeronáutico”, afirmou. A área, que fica ao lado da cabeceira da pista de pouso do aeroporto, perto da região do Putim, na zona leste da cidade, já não tem mais nenhuma atividade de produção da Avibras.

Toda a produção da empresa daquele local, conhecido como Fábrica 1, foi transferida para a unidade que fica na rodovia dos Tamoios. A Avibras aluga imóveis para empresas que prestam serviço para o setor aéreo, como na manutenção de aeronaves.

Segundo Hassuani, o plano de negócios da empresa prevê o uso da área em projetos do setor aeronáutico, o que inclui, eventualmente, a exploração de um aeroporto. “A proposta do uso daquela área partiu da prefeitura, mas conta com a nossa aprovação. Trata-se de uma expansão com baixo impacto”, disse. A proposta da prefeitura está em análise na SAC (Secretaria de Aviação Civil), órgão da Presidência da República.

A pasta informou que ainda não há prazo para a conclusão dos estudos. Além da avaliação da documentação entregue pela prefeitura, como fotos e plantas, o local deverá passar por uma avaliação presencial de técnicos da secretaria. A visita também não está marcada. Para Hassuani, a proposta entra como uma alternativa entre dois projetos que estão em estudo para a expansão do aeroporto de São José.

Um deles, avaliado pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), prevê um aumento do atual terminal por meio de um MOP (Módulo Operacional de Passageiros) de até 5.000 m². O outro, encabeçado pelo DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), é mais ousado e caro e contempla a construção de um novo terminal do lado oposto da atual estrutura, que exigiria uma segunda pista. “A proposta da prefeitura não exclui nenhuma das duas e tem baixo impacto”, afirmou.

O Vale

Publicado em: 05/03/2013

Funcionários da Avibras ameaçam greve na cidade

Com salários atrasados, cerca de 400 funcionários da Avibras, unidade da avenida Cassiano Ricardo, na zona oeste de São José dos Campos, ameaçam cruzar os braços a partir de hoje. Ontem, os operários aprovaram estado de greve durante assembleia realizada no portão da fábrica. O número representa 35% dos 1.200 trabalhadores que integram a empresa com unidades em São José e Jacareí.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o salário deveria ter sido pago dia 30 de janeiro. A categoria também reivindica o pagamento das multas do atraso salarial desde 2011. “Não podemos permitir que uma empresa que está fechando negócios com a Indonésia e recebendo recursos do governo federal atrase os salários de pais de família, de trabalhadores”, disse Elias Osses, diretor do sindicato.

Ainda de acordo com o sindicato, a dívida referente ao mês de janeiro chegaria a R$ 3 milhões, já que cada metalúrgico recebe cerca de R$ 2.500 mensal. Caso o dinheiro não seja depositado hoje, os trabalhadores entrarão em greve por tempo indeterminado.

“É absurdo e inexplicável. Entra e sai mês e sempre ocorrem atrasos. Queremos conversar com a diretoria da fábrica. Assim não dá”, afirmou ele. Na unidade da Cassiano Ricardo fábrica quatro são feitas as montagens de viaturas e integração eletrônica e, atualmente, os funcionários trabalham na produção de quatro veículos para o Exército Brasileiro.

O problema com atraso no pagamento se arrasta desde 2011 quando a empresa ameaçou fechar as portas. O último atraso dos salários ocorreu em dezembro do ano passado. Na ocasião, 400 operários também cruzaram os braços. No dia seguinte à paralisação, a empresa fez o depósito, acabando com a greve.

Em agosto de 2011, a presidente Dilma Rousseff (PT) autorizou o pagamento de recursos na ordem de R$ 209 milhões para a Avibras R$ 45 milhões naquele mês e mais R$ 164 milhões em outubro do mesmo ano. O dinheiro faz parte do pacote de socorro à fabricante de materiais bélicos por meio do programa Astros 2020, orçado em R$ 1,2 bilhão e tido como a ‘salvação’ da Avibras, que em janeiro de 2011 havia dispensado 170 funcionários por falta de encomenda no setor militar. O programa irá equipar o Exército Brasileiro. Segundo a empresa, o equipamento é uma evolução do conjunto lançador de foguetes livres Astros 2, o maior sucesso de vendas da empresa.

Procurada ontem pelo O VALE, a Avibras não retornou às ligações para comentar o atraso do pagamento dos funcionários. Até as 19h30 de ontem, não havia sido fechado acordo entre a Avibras e a direção do sindicato. Na última terça-feira, a Avibras comprou parte das ações e entrou no capital social da Harpia Sistemas, empresa da qual fazem parte a Embraer Defesa e Segurança e sua associada AEL Sistemas, subsidiária da Israelense Elbit Systems. A participação da Avibras será no desenvolvimento do mercado de aeronaves não tripuladas, os ‘vants’, como o Falcão.

A Avibras Aeroespacial fechou em novembro de 2012 contrato de US$ 350 milhões para vender 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis Astros 2 para a Indonésia. Trata-se do segundo grande contrato que a empresa fecha com compradores no exterior desde 2008, quando firmou uma venda de 18 sistemas Astros para a Malásia, por R$ 500 milhões.

O Vale

Publicado em: 08/02/2013

Empresa realiza investimento para vigilância na Copa

A Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, pode usar aeronaves fabricadas no Vale do Paraíba nas ações de segurança. Trata-se do Vant, sigla de Veículo Aéreo Não Tripulado, que a Avibras Aeroespacial está projetando em São José.

Batizado de ‘Falcão’, a aeronave é o primeiro Vant nacional na classe de 800 quilos e poderá ser usado em missões de vigilância, reconhecimento e patrulha. Aviões operados por controle remoto são largamente utilizados pela Força Aérea norte-americana em missões no Oriente Médio.

Segundo a Avibras, a plataforma do Falcão é feita em fibra de carbono, que garante maior leveza ao veículo e aumenta o espaço útil. Tem mais de 15 horas de autonomia e leva 150 quilos de carga. O Vant está configurado para tirar fotos e filmar com alta qualidade, de dia ou à noite. Tem um radar de detecção de alvos móveis e link de satélites, com alcance de 1.500 km.

A Avibras já investiu R$ 60 milhões e conta com o apoio das três Forças Armadas e também da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Os sistemas são 100% nacionais. Espera-se que as Forças Armadas definam os requisitos do sistema, ainda neste ano, para iniciar a fase de industrialização do projeto.

O Vale

Publicado em: 10/12/2012

Venda de grande aquisição feita pela Avibras na cidade

A Avibras Aeroespacial fechou contrato de US$ 350 milhões para vender 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis Astros 2 para a Indonésia, conforme informou ontem a publicação especializada ‘Janes Defence Weekly’.

Segundo a publicação, a operação comercial entre o Ministério da Defesa da Indonésia e a Avibras foi fechada durante a feira internacional de materiais militares Indo Defence, realizada nesta semana em Jacarta. O acordo contempla ainda 36 veículos para o transporte das plataformas de lançamento, controle de disparo, manutenção e treinamento para a utilização das armas.

Trata-se do segundo grande contrato que a Avibras fecha com compradores no exterior desde 2008, quando firmou uma venda de 18 sistemas Astros para a Malásia, por R$ 500 milhões. A encomenda foi entregue até o começo de 2010. Além do contrato de venda para a Indonésia, a Avibras assinou com o país um memorando de entendimento para a troca de tecnologia e de fortalecimento da cooperação na área de defesa.

Na avaliação do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a Avibras terá que contratar funcionários para dar conta deste novo contrato. Em recuperação pela crise que quase provocou a sua falência e tendo passado por um processo de recuperação judicial entre 2008 e 2011, a Avibras perdeu mais de 1.000 trabalhadores desde os anos 1980, quando viveu a sua primeira crise.

Reduziu o número de operários a 900, em dezembro de 2011, mas começou a recuperar postos neste ano, após a liberação de contratos do governo federal. Hoje, são 1.400 trabalhadores.  A presidente Dilma Rousseff (PT) autorizou o pagamento de recursos na ordem de R$ 209 milhões para a Avibras desde agosto do ano passado R$ 45 milhões naquele mês e mais R$ 164 milhões em outubro.

O dinheiro faz parte do pacote de socorro à fabricante de materiais bélicos por meio do programa Astros 2020, orçado em R$ 1,2 bilhão e tido como a ‘salvação’ da Avibras. O programa irá equipar o Exército Brasileiro. O equipamento é uma evolução do conjunto lançador de foguetes livres Astros 2, o maior sucesso de vendas da empresa. Procurado ontem pelo O VALE, o presidente da Avibras, Sami Hassuani, não foi localizado para comentar o contrato com a Indonésia.

Com a venda de produtos em baixa e em crise institucional, a Avibras Aeroespacial requereu, em julho de 2008, o regime de recuperação judicial. A Avibras aposta no desenvolvimento do programa Astros 2020, que equipará o Exército Brasileiro, como a ‘salvação’ completa da empresa. O orçamento é de R$ 1,2 bilhão.

Após iniciar o processo de recuperação judicial, a empresa fechou dois grandes contratos internacionais. Com o governo da Malásia, em 2008, a Avibras fechou a venda de 18 sistemas Astros por R$ 500 milhões. Os equipamentos foram entregues até 2010.

A empresa fechou nesta semana um contrato de US$ 350 milhões com o governo da Indonésia para desenvolver 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis Astros 2, além de troca de tecnologia e cooperação na área da defesa. O Sindicato dos Metalúrgicos aposta nos contratos com o exterior para retomar a contratação de funcionários. Na avaliação da entidade, a empresa terá que passar dos atuais 1.400 trabalhadores para algo em torno de 2.000 empregados para dar conta dos programas.

O Vale

Publicado em: 14/11/2012

Nova greve na cidade é dos funcionários da Avibras

Trabalhadores da Avibras em São José dos Campos entraram em greve nesta quinta-feira (4), de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos. Os 300 funcionários que trabalham na unidade da Avenida Cassiano Ricardo (antiga Tectran) reclamam de atrasos nos salários.

Segundo a categoria, a empresa sinalizou que pretende parcelar o pagamento, medida que não é aceita pelos metalúrgicos que exigem o depósito dos vencimentos integrais até esta sexta-feira (5). “A empresa disse que vai acertar os salários dos funcionários que recebem até R$ 3 mil, líquido. Os demais devem ter o acerto só na quarta-feira que vem, dia 10. Essa mobilização foi para forçar uma atitude por parte da empresa que não sinalizava um acerto”, explicou o diretor do sindicato, Elias Osses, ao G1.

Osses afirma ainda que esse acerto deve abranger 800 funcionários da empresa, que estão nessa faixa salarial de R$ 3 mil. Ele diz ainda que nos últimos meses a Avibras vem passando por problemas financeiros. “A empresa esbarra na burocracia do governo federal. Os recursos estão disponíveis, mas não chegam e isso prejudica a todos”, afirmou.

A empresa, que realiza montagens de viaturas e integração eletrônica, emprega cerca de mil funcionários em duas unidades. Uma que fica às margens da rodovia dos Tamoios e a outra no Jardim Aquárius. O G1 tentou entrar em contato, por telefon, com o presidente da empresa para que ele comentasse o assunto, mas não obteve sucesso.

G1 (Vnews)

Publicado em: 05/10/2012

Empregos devem ser dobrados na cidade

A indústria de defesa no Brasil, que possui na Região Metropolitana do Vale do Paraíba empresas-âncoras, como Embraer, Avibras e Mectron, projeta crescimento recorde de negócios e geração de empregos nos próximos 20 anos, com os novos projetos anunciados pelo governo federal para reequipar as Forças Armadas e para a área de segurança.

Estudo da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) aponta que, atualmente, as companhias que atuam no mercado de defesa geram cerca de 25 mil empregos diretos e 100 mil indiretos, com movimento de negócios em torno de US$ 3,7 bilhões por ano.

Com os novos projetos, os empregos no setor devem quase que dobrar no país. No polo tecnológico, industrial e científico de São José dos Campos estão instaladas pelo menos 49 empresas que atuam nesse segmento. “Esse conglomerado tem pelo menos 20 mil empregos diretos e 60 mil indiretos”, disse Carlos Afonso Pierantoni Gambôa, vice-presidente executivo da Abimde.

Segundo ele, as perspectivas futuras para a indústria de defesa nacional são promissoras. Ele destacou que as perspectivas são de investimentos de US$ 120 bilhões a longo prazo, dos quais US$ 40 bilhões já anunciados pelo governo em megaprojetos.

Entre eles, estão os programas voltados para a vigilância de fronteiras marítimas, aéreas e terrestres, como o Sisfron (Sistema de Vigilância da Fronteira), Sisgaaz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), o Prosuper (Programa de Aquisição de Navios de Superfície), e o F-X2 (compra de 36 caças de última geração para a Força Aérea Brasileira).

Na semana passada, o consórcio formado pela Savis e Orbisat, empresas controladas pela Embraer Defesa & Segurança, foi o único escolhido para a próxima fase do processo de seleção do Sisfron. “A expectativa é que o setor gere cerca de 48 mil novos empregos diretos e 190 mil diretos. Uma parte dessas vagas será aberta no polo de São José”, afirmou.

No pacote de projetos considerados prioritários deve ser incluído o programa do avião cargueiro militar KC-390, em fase de desenvolvimento pela Embraer. Os investimentos nesse projeto ultrapassam US$ 1 bilhão. Além disso, mais R$ 1 bilhão será injetado no programa Astros 2020, da Avibras. Em junho, o governo anunciou um contrato de R$ 246 milhões com a empresa para a compra de equipamentos.

O Vale

Contrato beneficiara Avibras com mais de R$200 milhões

Em recuperação pela crise que quase provocou a sua falência, a Avibras Aeroespacial será beneficiada com um contrato de R$ 246 milhões do Ministério da Defesa por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Equipamentos, anunciado anteontem pelo governo federal.

O pacote de incentivo para a indústria nacional prevê gastos de R$ 1,527 bilhão para a compra de 4.170 caminhões, 40 carros de combate Guarani e 30 veículos lançadores de mísseis Astros 2020, fabricados pela Avibras na região.

O repasse do dinheiro foi autorizado anteontem por meio de Medida Provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em cerimônia no Palácio do Planalto. Ao todo, serão destinados R$ 8,43 bilhões em 2012 para estimular a economia do país.

A compra dos veículos da Avibras chega em plena recuperação da empresa, que requereu, em julho de 2008, o regime de recuperação judicial. A companhia esteve à beira da falência. Com a homologação do plano, a fabricante de sistemas e produtos para as Forças Armadas iniciou com o governo um plano de capitalização.

Em agosto do ano passado, a empresa recebeu R$ 45 milhões da União como parte do processo de compra do sistema Astros 2020, desenvolvido pela empresa para equipar o Exército Brasileiro. O programa Astros 2020 é orçado em R$ 1 bilhão e tido como a ‘salvação’ da Avibras, que demitiu 170 funcionários em janeiro de 2011 por falta de contratos na área militar, carro-chefe da empresa, que tem unidades em São José, Jacareí e Lorena.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a empresa conseguiu recontratar 70 dos demitidos e outros 130 trabalhadores, chegando a 1.250 funcionários. Em cinco anos, a partir de 2011, a meta da companhia é criar mais 400 vagas durante o desenvolvimento do Astros. Procurado pelo O VALE, o presidente da Avibras, Sami Hassuani, não foi localizado ontem para comentar o contrato do PAC Equipamentos.

Mesmo comemorando a entrada de mais recursos na empresa, que faz obras na unidade de Jacareí para o projeto Astros 2020, sindicalistas se mostram preocupados com recentes atraso no pagamento de funcionários. Além disso, segundo Elias Osses, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, a Avibras não pagou o abono e parcela da multa por ter atrasado os salários no ano passado. “Vamos nos reunir na semana que vem para tratar do assunto.”

O Vale

Contrato assinado entre Avibras e o Exército na cidade

A Avibras, com unidades em São José dos Campos e Jacareí, vai assinar contrato em março com o Exército brasileiro para a produção do Astros 2020 e pretende em maio recontratar 120 funcionários demitidos na crise do ano passado, quando 170 foram dispensados. Os demais já foram readmitidos no final do ano. Além disso, segundo a empresa, outros 100 podem ser contratados para a retomada da produção bélica na indústria ao longo do ano.

O presidente da Avibras, Sami Hassuani, salientou que, apesar de ainda não ter recebido verbas referentes ao Astros 2020, iniciou a recontratação dos demitidos para adiantar a implantação do programa. “Emprestamos dinheiro, usamos o que tínhamos para adiantar esse processo de contratação. Acredito que o programa comece a ser implementado em maio”, disse.

A estimativa do executivo é que a primeira parcela do Astros 2020 seja de R$ 200 milhões. A média anual de recursos liberados para o projeto é de R$ 250 milhões para os próximos oito anos. Mais do que reerguer a empresa, Hassuani acredita que a contratação do Astros 2020 pelo Exército brasileiro deva estimular a venda para outros países, uma das metas da Avibras para 2012.

“Este ano, precisamos exportar. O Astros 2020 é um programa que irá gerar produto por uma década e essa compra do exército brasileiro é fundamental”, disse. Especialistas da indústria bélica afirmam que, durante negociações para compra de sistemas de segurança, uma das primeiras perguntas feitas à empresa é: “o seu país usa este sistema?”

“A aprovação da MP da Defesa é a prova de que o governo quer ajudar. Sozinha, a empresa não faz nada”, disse. O governo também estuda capitalizar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões referentes a parte da dívida da Avibras em ações da União na própria empresa.

O projeto tramita há três anos nos ministérios da Fazenda, Defesa, Casa Civil, Desenvolvimento e não tem prazo para ser aprovado. “Da última vez, estimei seis meses e já se passou um ano e meio.”

O Vale