Em recuperação pela crise que quase provocou a sua falência, a Avibras Aeroespacial será beneficiada com um contrato de R$ 246 milhões do Ministério da Defesa por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Equipamentos, anunciado anteontem pelo governo federal.
O pacote de incentivo para a indústria nacional prevê gastos de R$ 1,527 bilhão para a compra de 4.170 caminhões, 40 carros de combate Guarani e 30 veículos lançadores de mísseis Astros 2020, fabricados pela Avibras na região.
O repasse do dinheiro foi autorizado anteontem por meio de Medida Provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em cerimônia no Palácio do Planalto. Ao todo, serão destinados R$ 8,43 bilhões em 2012 para estimular a economia do país.
A compra dos veículos da Avibras chega em plena recuperação da empresa, que requereu, em julho de 2008, o regime de recuperação judicial. A companhia esteve à beira da falência. Com a homologação do plano, a fabricante de sistemas e produtos para as Forças Armadas iniciou com o governo um plano de capitalização.
Em agosto do ano passado, a empresa recebeu R$ 45 milhões da União como parte do processo de compra do sistema Astros 2020, desenvolvido pela empresa para equipar o Exército Brasileiro. O programa Astros 2020 é orçado em R$ 1 bilhão e tido como a ‘salvação’ da Avibras, que demitiu 170 funcionários em janeiro de 2011 por falta de contratos na área militar, carro-chefe da empresa, que tem unidades em São José, Jacareí e Lorena.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a empresa conseguiu recontratar 70 dos demitidos e outros 130 trabalhadores, chegando a 1.250 funcionários. Em cinco anos, a partir de 2011, a meta da companhia é criar mais 400 vagas durante o desenvolvimento do Astros. Procurado pelo O VALE, o presidente da Avibras, Sami Hassuani, não foi localizado ontem para comentar o contrato do PAC Equipamentos.
Mesmo comemorando a entrada de mais recursos na empresa, que faz obras na unidade de Jacareí para o projeto Astros 2020, sindicalistas se mostram preocupados com recentes atraso no pagamento de funcionários. Além disso, segundo Elias Osses, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, a Avibras não pagou o abono e parcela da multa por ter atrasado os salários no ano passado. “Vamos nos reunir na semana que vem para tratar do assunto.”
O Vale