Empregos devem ser dobrados na cidade

A indústria de defesa no Brasil, que possui na Região Metropolitana do Vale do Paraíba empresas-âncoras, como Embraer, Avibras e Mectron, projeta crescimento recorde de negócios e geração de empregos nos próximos 20 anos, com os novos projetos anunciados pelo governo federal para reequipar as Forças Armadas e para a área de segurança.

Estudo da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) aponta que, atualmente, as companhias que atuam no mercado de defesa geram cerca de 25 mil empregos diretos e 100 mil indiretos, com movimento de negócios em torno de US$ 3,7 bilhões por ano.

Com os novos projetos, os empregos no setor devem quase que dobrar no país. No polo tecnológico, industrial e científico de São José dos Campos estão instaladas pelo menos 49 empresas que atuam nesse segmento. “Esse conglomerado tem pelo menos 20 mil empregos diretos e 60 mil indiretos”, disse Carlos Afonso Pierantoni Gambôa, vice-presidente executivo da Abimde.

Segundo ele, as perspectivas futuras para a indústria de defesa nacional são promissoras. Ele destacou que as perspectivas são de investimentos de US$ 120 bilhões a longo prazo, dos quais US$ 40 bilhões já anunciados pelo governo em megaprojetos.

Entre eles, estão os programas voltados para a vigilância de fronteiras marítimas, aéreas e terrestres, como o Sisfron (Sistema de Vigilância da Fronteira), Sisgaaz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), o Prosuper (Programa de Aquisição de Navios de Superfície), e o F-X2 (compra de 36 caças de última geração para a Força Aérea Brasileira).

Na semana passada, o consórcio formado pela Savis e Orbisat, empresas controladas pela Embraer Defesa & Segurança, foi o único escolhido para a próxima fase do processo de seleção do Sisfron. “A expectativa é que o setor gere cerca de 48 mil novos empregos diretos e 190 mil diretos. Uma parte dessas vagas será aberta no polo de São José”, afirmou.

No pacote de projetos considerados prioritários deve ser incluído o programa do avião cargueiro militar KC-390, em fase de desenvolvimento pela Embraer. Os investimentos nesse projeto ultrapassam US$ 1 bilhão. Além disso, mais R$ 1 bilhão será injetado no programa Astros 2020, da Avibras. Em junho, o governo anunciou um contrato de R$ 246 milhões com a empresa para a compra de equipamentos.

O Vale