Avibras fecha contrato para fornecer Astros 2 à Indonésia

A Avibras Aeroespacial, de São José dos Campos, fechou contrato de R$ 900 milhões para fornecer lançadores Astros 2 de foguetes de saturação de área ao exército da Indonésia. A encomenda é de 36 veículos lan çadores, segundo divulgou ontem o jornal “O Estado de São Paulo”. O novo contrato irá possibilitar a abertura de 200 a 300 empregos diretos na indústria de defesa, considerada uma das mais importantes do país. Em nota, a presidência da Avibras confirmou a venda. “O contrato entrou formalmente em vigor nesta semana. Sendo assim, haverá uma expansão moderada e progressiva no quadro de colaboradores”, informa a direção da empresa.

Segundo informou a indústria, este contrato, aliado aos hoje existentes, incluindo o Astros 2020, “dará uma tranquilidade para a empresa continuar crescendo e atendendo as Forças Armadas brasileiras”. O contrato inclui também unidades de apoio e suprimentos para o lançador Astros 2 de foguetes. As negociações com o país asiático para a venda dos equipamentos teve início no final do ano passado, mas enfrentou turbulências burocráticas, como obtenção de carta de fiança.
Esta é a segunda venda de material de defesa nos últimos anos para a Ásia. Nos últimos cinco anos, a Avibras fechou contrato no valor de R$ 500 milhões para fornecer material do sistema Astros para a Malásia.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos avalia que o novo contrato poderá abrir também pelo menos 500 postos indiretos de trabalho no polo industrial de São José dos Campos. “Esse contrato garante pelo menos mais três anos de produção da empresa”, disse Elias Osses, diretor do sindicato. Ele avalia que a Avibras deve iniciar contratações para atender a demanda do novo contrato no começo do próximo ano. Atualmente, a empresa emprega cerca de 1.200 pessoas. O dirigente informou que a empresa pagou os salários atrasados desde maio deste ano de todos os trabalhadores. “Agora, agendamos uma reunião com a empresa para tratar de pendências salariais que ainda existem desde 2011”, afirmou.

Ainda segundo o sindicalista, a empresa também cumpre contratos fechados com o Exército e com a Marinha, o que garante o nível de emprego na indústria. Para Expedito Bastos, especialista em Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), esse novo contrato é muito positivo, porque mostra a importância e a capacidade tecnológica da Avibras em um segmento altamente competitivo e restrito, onde há concorrentes de peso. A Avibras aposta no projeto Astros 2020, modelo mais sofisticado e avançado tecnologicamente do sistema lançador Astros para ampliar sua participação no mercado internacional de defesa.

Considerado também projeto estratégico para o Exército Brasileiro, o progr ama Astros 2020 está orçado em cerca de R$ 1 bilhão e foi incluído pelo governo federal no PAC (Programa de Aceleração do Desenvolvimento). O governo federal já liberou cerca de R$ 45 milhões para a fase inicial do projeto, que deve consumir pelo menos R$ 210 milhões. A nova versão é mais sofisticada O equipamento é uma evolução do conjunto lançador de foguetes livres Astros 2. No novo conceito do sistema , a arma passa a incorporar um míssil de cruzeiro com alta precisão e alcance de 300 quilômetros, o AV-TM, e munições com maior poder de fogo e alcance capazes de transportar dezenas de granadas, que são dispersadas sobre o alvo. O programa é para seis anos.

Prefeitura e Policia militar fecha cerco com baladas noturnas

A Prefeitura de São José dos Campos e a Polícia Militar fecharam o cerco contra as festas itinerantes, boates, casas noturnas e de espetáculos, responsáveis por atrair centenas de pessoas em locais que, quase sempre, não oferecem infraestrutura e segurança adequadas. Balanço realizado pelo 46º BPM-I (Batalhão da Polícia Militar do Interior), responsável pelas regiões leste e sul de São José, áreas que mais concentram as reclamações, aponta 21 estabelecimentos autuados e oito lacrados por não estarem de acordo com a legislação de segurança nos sete primeiro meses deste ano.

Neste período foram vistoriados 62 estabelecimentos. A força-tarefa é coordenada pela Secretaria de Defesa do Cidadão, em parceria com a Polícia Militar. A ofensiva tem surtido efeito, com notificações aos ‘donos da noite’ que, muitas vezes, têm seus estabelecimentos lacrados por falta de extintores, por exemplo. As casas noturnas dos bairros Residencial União, Jardim Morumbi e bares responsáveis por promoverem ‘pancadões’ em suas calçadas na zona sul da cidade são os principais alvos das equipes de fiscalização.

São vistoriados itens relacionados à Vigilância Sanitária, saídas de emergência, extintores de incêndio, segurança e áreas destinadas ao socorro dos clientes. Segundo o secretário de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, as fiscalizações em casas noturnas, bem como em outros tipos de estabelecimentos ocorrem durante a Operação Sossego, realizada em conjunto com a Polícia Militar; além de atividades em parceria com outras instituições como Vigilância Sanitária e Conselho Tutelar.

“A Operação Sossego tem como objetivo disciplinar o funcionamento de estabelecimentos comerciais e manter o sossego público. Essa operação é realizada pela Fiscalização de Posturas Municipais juntamente com a Guarda Civil Municipal aos finais de semana, sendo monitorados determinados comércios, a exemplo de bares, casas noturnas, lanchonetes”, disse. Segundo ele, são escolhidos aproximadamente 30 locais pré-determinados, além de demais estabelecimentos dos quais surjam reclamações durante os plantões. Os pontos comerciais pré-determinados são aqueles que apresentam ou já apresentaram histórico de reclamações.

“Quanto aos problemas de infraestrutura dos estabelecimentos, são realizadas ações em apoio ao Corpo de Bombeiros. Após efetuarem sua vistoria técnica, eles enviam à prefeitura as informações das irregularidades que constataram, para adotarmos os procedimentos complementares cabíveis”, disse Nunes. Entre os principais problemas encontrados estão a falta de licenciamento para o exercício da atividade, exercício de atividade divergente da licenciada, perturbação do sossego público, não manter a ordem pública, a falta do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros ou a validade expirada. “As operações conjuntas e a atuação ostensiva da Polícia Militar tem inibido a ocorrência de “fluxos” e “pancadões”, e tem como objetivo principal evitar que ocorram”, disse.

Os vizinhos das casas noturnas e bares que promovem festas em suas calçadas, muitas vezes, recorrem às autoridades de forma anônima. “Sexta, sábado e domingo são os piores dias. Minha família não consegue dormir de tanto barulho e bagunça na rua. Em frente à minha casa, no dia seguinte, só vejo bitucas de cigarros, latas e copo de plástico”, disse uma moradora do Residencial União, na zona sul de São José. O barulho atormenta Lídia da Silva, 20 anos, do Parque Industrial. Segundo o capitão Wilker dos Santos Lopes, da PM, a presença de policiais é constante. “A PM está presente em todas as operações em conjunta com a prefeitura e tem dado grandes resultados, incluindo flagrantes de entorpecentes, recuperação de carros roubados e até a captura de foragidos da justiça”, disse Lopes.

Devido a Protesto, lojas da cidade fecharam mais cedo

A maioria das lojas do centro de São José dos Campos vai fechar as portas mais cedo hoje, durante os protestos pela redução das tarifas, que será realizado na praça Afonso Pena, a partir das 16h. Comerciantes disseram a O VALE que vão observar o movimento, mas a ideia é fechar as lojas por volta das 15h, uma hora antes do protesto que foi marcado, 16h. Segundo a ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, a maioria dos comerciantes consultados está com medo de atos de vandalismo durante o protesto, a exemplo do que ocorreu na cidade de São Paulo na última terça-feira.

A entidade informou também que o Banco Santander , que tem duas agências na praça, fechará às 15h. A própria ACI , que fica na rua Francisco Paes, perto do largo São Benedito, onde os manifestantes se concentraram na última terça-feira, também vai dispensar os funcionários mais cedo. “Nós temos funcionários que precisam de ônibus para ir embora. Como o transporte vai ficar complicado, resolvemos encerrar o expediente mais cedo”, informou a ACI, por meio de sua assessoria.

Uma comerciante que vende produtos de valor no calçadão da Rua 7 de Setembro, disse que essa semana já foram retirados alguns objetos das vitrines. “Estamos assustados com o que vimos em São Paulo. Por isso, resolvemos guardar tudo para evitar saques”, afirmou uma gerente de loja que não quis se identificar. Outra comerciante, que também pediu para não citar o nome de sua loja, disse que ontem foram retiradas mercadorias da loja e levadas para um outro local. “Estamos tomando essa medida de segurança para que não tenhamos nenhuma surpresa desagradável”, afirmou M.

Na terça-feira, temendo que os manifestantes invadissem o prédio, a Câmara dispensou os funcionários mais cedo e fez uma sessão-relâmpago de 45 minutos. Hoje, a Câmara antecipou o horário da sessão para as 9h. A presidente Amélia Naomi (PT)se reunirá com a Mesa Diretora durante a sessão para definir se haverá necessidade ou não de reforçar a segurança no prédio durante os protestos. “Ainda não solicitamos o reforço para a Guarda Civil e à PM. Talvez nem haja necessidade, mas de qualquer forma vamos nos reunir e avaliar a segurança da Casa”, disse. Segundo ela, não há previsão de liberar hoje os servidores antes do horário de encerramento do expediente. “Estamos confiante de que nada acontecerá, mas vamos nos prevenir”, afirmou

A Secretaria de Defesa do Cidadão informou que nenhum guarda municipal trabalhará hoje com armas de fogo e todo o contingente estará disponível para atuar na segurança do patrimônio público municipal. No último sábado, a Guarda Civil fechou o Parque Santos Dumont para impedir que o Movimento Passe Livre fizesse uma reunião no local. Segundo o comando da Guarda, a medida foi tomada para evitar depredação do patrimônio público. Com o parque fechado, cerca de 100 estudantes se reuniram no estacionamento para organizar o protesto de hoje.

Montadora admite risco de fechamento de setor na cidade

A direção da General Motors admitiu ontem pela primeira vez que o complexo industrial de São José pode fechar caso não haja acordo na reunião de amanhã que vai discutir o futuro de 1.598 funcionários considerados excedentes.

A declaração foi dada pelo diretor de assuntos institucionais da empresa, Luiz Moan, em audiência pública na Câmara para debater o futuro da empresa na cidade. Segundo Moan, com o fechamento do MVA, onde hoje é produzido somente o Classic, as outras sete fábricas que integram a planta da cidade e que empregam mais 6.000 pessoas serão fechadas gradativamente por falta de produtos e novos investimentos.

“A coisa é mais séria do que vocês pensam. O risco não é fechar o MVA e sim o risco de fechar o complexo”, afirmou. Moan também deixou claro os números que envolvem a montadora. De acordo com ele, a empresa admitiu mais do que demitiu no Brasil do período de 2008 até 2012. Em janeiro de 2008, eram cerca de 21 mil funcionários e, até junho de 2012, cerca de 23 mil.

Em São Caetano do Sul, planta para onde foram os investimentos em 2008 que seriam para São José, em quatro anos, o número subiu de 9.598 para 11.678. Na contramão, São José perdeu 1.572 funcionários no mesmo período, de 9.128 para 7.549. “Há poucos anos tínhamos 13 mil empregados e é exatamente o período que não conseguimos acordo com o sindicato. Então, nós precisamos reverter essa tendência. Se salvarmos o MVA, salvamos o complexo todo”, disse ele.

Segundo Moan, a planta da cidade perdeu a produção do Cruze, Spin e Cobalt e a oportunidade de produzir o Ônix, além da expansão da fábrica de motores e estampados. “A GM perdeu a vontade em investir aqui (São José)”, disse o diretor da montadora.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, na época, houve acordo para a produção da S10 e a nova Blazer. Para a entidade, o momento é de lutar pelo emprego e pressionar o governo federal a criar medida que evite demissões na empresa.

“Nós não somos loucos de recusar investimento, mas queremos garantia da estabilidade do emprego”, disse Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato. A reunião de ontem contou também com a presença de representantes da Prefeitura de São José, vereadores, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.

Procurada por O VALE, a prefeitura, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que a postura do governo é de intermediar o diálogo apostando em um acordo positivo. Na quarta e última reunião para tratar do assunto, amanhã, GM e sindicato se reúnem às 10h no Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São José. Do encontro sairá a decisão final de acordo ou não.

A montadora se comprometeu na última quarta-feira a avaliar a proposta do sindicato, entre elas, redução do piso salarial de R$ 3.100 para R$ 1.840 para novos funcionários. Além disso, a GM vai apresentar uma contraproposta. “Eu trabalho com a hipótese de que na segunda-feira os operários aprovem o acordo feito no sábado”, disse Moan. Já o sindicato anunciou greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira se não houver acordo.

O Vale

Publicado em: 25/01/2013

Em 2012 industrias da região tem baixo desempenho

As indústrias da região fecharam no ano passado 4.400 empregos formais, com carteira assinada, segundo levantamento divulgado ontem pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Os números contrastam com o balanço dos dois últimos anos, quando o saldo foi positivo, de 2.200 em 2011 e 7.150 em 2010, mesmo ainda com o rescaldo da crise de 2008 que afetou a indústria.

Para os empresários, o mau desempenho é resultado da concorrência com produtos importados, principalmente os chineses. “O poder de compra do consumidor aumentou, mas a indústria não conseguiu acompanhar o ritmo e nem competir com os preços dos importados porque o ‘Custo Brasil’ é muito alto”, disse Almir Fernandes, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São José.

Entre as três regionais, São José teve o pior resultado do ano com o fechamento de 2.200 postos de trabalho, contra a abertura de 1.300 vagas em 2011. Segundo Fernandes, os ‘vilões’ são os setores de aeropeças e autopeças que desde a crise de 2008 não conseguiram recuperar mercado. A regional de São José é formada por oito cidades, entre elas, Caçapava, Caraguatatuba e Jambeiro.

Formada por 28 cidades, a regional de Taubaté registrou saldo negativo de 1.950 empregos em 2012 contra saldo positivo de 100 postos de trabalho em 2010. Os setores de metal, borracha, plástico e químico foram os que mais demitiram na regional. “O crescimento da importação faz cair a produção dos nossos produtos. A competição é muito difícil”, disse José de Arimathéa Campos, diretor executivo do Ciesp de Taubaté.

O fechamento de 250 vagas no ano passado é resultado da má fase dos setores de transformação, borracha, papel, têxtil e metal em Jacareí. “Desde 2009, temos perdido empregos com carteira assinada. É preciso ser mais competitivo para voltar a crescer”, disse Ricardo de Souza Esper, diretor do Ciesp de Jacareí.

Os dados do Ciesp apontam que só em dezembro São José contratou 100 pessoas com carteira assinada, Taubaté demitiu 600 no mesmo período e Jacareí fechou 200 postos de trabalho. Após um ano ruim, as indústrias da região esperam a recuperação a partir do primeiro trimestre de 2013. O otimismo se deve às medidas tomadas pelo governo federal, como desoneração na folha de pagamento e redução nos juros e de encargos sociais. “Vamos sentir o impacto este ano. Tomara que 2013 seja melhor”, disse Fernandes.

O prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), decidiu reavaliar o projeto de lei de incentivos fiscais elaborado pelo seu antecessor, Eduardo Cury (PSDB). A proposta chegou a ser encaminhada à Câmara, mas encontrou resistência, o que levou o ex-prefeito tucano a recuar. Carlinhos disse anteontem, em um encontro com empresários da cidade, que vai retomar a discussão sobre a proposta com os vereadores.

“Vamos discutir o que é preciso para retomar esse projeto para que possamos definir se vamos retirar, apresentar outro, aperfeiçoar ou negociar com a Câmara alterações na proposta”, afirmou o prefeito. Carlinhos declarou ao empresariado que já determinou ao secretário de Desenvolvimento Econômico de São José, Sebastião Cavali, para que trate da questão.

Quando em tramitação no Legislativo, a proposta da nova lei de incentivos fiscais para dar mais competitividade ao município gerou muita polêmica entre vereadores do bloco governista. Entre os principais questionamentos estava a proposta de criação de um fundo para financiar a instalação de empresas com recursos públicos.

O projeto também foi taxado de muito elitista e de privilegiar apenas o segmento de alta tecnologia e deixar micros e pequenas empresas em segundo plano. Para o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São José, Almir Fernandes, a proposta de Cury foi elabora sem consulta aos segmentos interessados.

O Vale

Publicado em: 23/01/2013

Fechamento de setor leva o úttimo carro na GM

A General Motors reduziu a produção do Classic, na planta de São José dos Campos, de 5.600 unidades por mês para 3.000, em 2012. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a montadora quer encerrar a fabricação do modelo na cidade, com o fechamento definitivo da linha de produção MVA, e levar o carro para a planta de Rosário, na Argentina.

Os trabalhadores argentinos, ainda segundo o sindicato, já trabalhariam com parte da produção retirada de São José a planta de São Caetano do Sul da GM não teria mais capacidade para absorver a produção. A empresa não confirma.

A retirada do Classic de São José tornaria irreversível a demissão de 1.500 trabalhadores da fábrica. Destes, 779 estão com o contrato de trabalho suspenso desde 27 de agosto do ano passado. O prazo do ‘layoff’ termina no dia 26 deste mês, data da suposta demissão em massa.

Em agosto de 2012, quando anunciou a suspensão dos contratos, a GM informou que contava com um excedente de 1.840 trabalhadores na planta de São José. Deste total, desde então, 340 já teriam saído no PDV (Programa de Demissão Voluntária) aberto pela montadora.

O Sindicato dos Metalúrgicos programa manifestações na cidade para tentar reverter a demissão em massa. Na próxima quinta-feira, os sindicalistas farão uma assembleia com os trabalhadores em layoff e tentarão uma reunião com o prefeito Carlinhos Almeida (PT).

Para Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, se não houver resistência, a demissão será irreversível. “Em todas as reuniões que tivemos, a posição da GM tem sido sempre a mesma. De fechar o MVA e levar a produção do Classic para Argentina, demitindo trabalhadores em São José. Ela não mudou nada até agora. A gente é que tem que lutar contra.”

Ontem, o sindicato protocolou um ofício no Paço Municipal pedindo uma reunião com o prefeito para a próxima quinta-feira. O pedido foi confirmado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Sebastião Cavali, que também admitiu conceder benefícios à montadora para evitar as demissões.

A ideia do sindicato é envolver Carlinhos na defesa dos empregos na GM antes da próxima reunião com a montadora, marcada para 16 de janeiro. “Queremos ser recebidos pelo prefeito e que ele cumpra o compromisso que assumiu na porta da fábrica, quando estava de campanha, que é o de lutar pela manutenção dos empregos na cidade”, disse. Atualmente, a GM mantém 7.500 funcionários em São José. Eles produzem as novas S-10 e Blazer, o Classic e motores. A montadora não comenta o assunto.

O Vale

Publicado em: 08/01/2012

Freiras desistem de fechar a creche do Pio XII na cidade

O Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada voltou atrás e desistiu do projeto de fechar a creche Maria Izabel, conhecida como creche Pio XII, que atende 92 crianças no bairro Santana, na zona norte de São José dos Campos.

A desistência do projeto foi anunciada nesta quarta-feira (12) após pressão das mães e dois dias após a entidade informar que iria fechar a unidade em 2013 alegando problemas na estrutura do prédio. A Prefeitura de São José dos Campos informou que foi comunicada oficialmente, sobre a manutenção do atendimento em 2013 e que vai analisar as necessidades da instituição, pra ver se é possível atendê-las.

As mães dos alunos chegaram a fazer protestos e manifestações contra o fechamento da creche. O Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada informou que decidiu fazer obras emergenciais durante as férias para manter o funcionamento da creche.

Leia íntegra da nota:

“Considerando a impossibilidade de transferência dos alunos e o compromisso assumido pela equipe de transição de governo de analisar o contrato, os serviços prestados e a realização de reformas, foi reconsiderada a decisão de rescisão do contrato. Com esta decisão, serão realizadas obras emergenciais no período de férias e as atividades serão mantidas”.

Prefeitura Municipal de São José

Publicado em: 13/12/2012

Balanço de empregos é realizado na cidade

As indústrias da Região Metropolitana do Vale do Paraíba perderam neste ano 3.250 empregos formais, com carteira assinada, segundo levantamento do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgado ontem.

A regional de São José dos Campos do Ciesp, que congrega oito cidades, continua tendo a pior situação na região. O último saldo positivo na geração de emprego na regional foi em setembro do ano passado. “Não esperamos uma recuperação até o final do ano”, disse o diretor da regional, Almir Fernandes. “Melhorias só a partir de 2013, e ainda assim se a redução de impostos e de tarifas anunciada pelo governo federal se efetivar.”

Em São José, as indústrias perderam2.500 postos de trabalho em 2012, retração de -4,68%. Em outubro, foram menos 100 vagas. A retração da indústria na regional de Jacareí do Ciesp, formada por três cidades, surpreendeu a direção da entidade. “Não esperávamos um resultado tão ruim”, admitiu o diretor Ricardo Esper. “Até setores que vendem muito no final do ano, como alimentação e bebidas, registraram cortes de pessoal.”
Em outubro, Jacareí perdeu 150 postos de trabalho, número bem acima do acumulado de 50 vagas em 2012.

Com 28 cidades, a regional de Taubaté foi a única que registrou saldo positivo de empregos em outubro, com 200 postos de trabalho. No acumulado do ano, contudo, a região perdeu 700 vagas. “Esperamos minimizar a perda até o final do ano”, disse o gerente José de Arimathéa Campos.

Perda de 100 vagas em outubro e de 2.500 no acumulado de 2012. Com oito cidades, a regional não registra saldo positivo de geração de emprego desde setembro de 2011. Saldo positivo de 200 vagas em outubro, mas perda de 700 postos em 2012. No acumulado dos últimos 12 meses, a regional perdeu 1.850 vagas. Perda de 150 postos de trabalho em outubro, o pior resultado no Vale do Paraíba. No acumulado, as três cidades da regional registram perda de 50 vagas de emprego. No acumulado dos últimos 12 meses, Jacareí perdeu 300 vagas.

O Vale

Publicado em: 14/11/2012

Cidade fechará o ano em saldo negativo pela GM

As indústrias das regiões de São José dos Campos e Taubaté perderam neste ano 3.300 empregos formais, com carteira assinada, segundo levantamento do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgado ontem. A pior situação é a de São José, região com oito municípios, que registrou saldo positivo na geração de emprego pela última vez em setembro do ano passado. Desde então, as indústrias na regional mais demitiram do que contrataram.

Foram 2.400 postos de trabalho perdidos em 2012, retração de -4,49%, e 3.500 vagas fechadas nos últimos 12 meses, variação de -6,43%. Em setembro deste ano, segundo o Ciesp, São José perdeu cerca de 450 postos de trabalho, o que representa uma variação de -0,85% e coloca a regional entre as três piores das 35 do Estado. Só não demitiu mais do que Cubatão (-1,96%) e Santos (-1,14%).

Em São José, o Ciesp detectou retração dos setores de produtos de borracha e material plástico (-2,44%), produtos alimentícios (-2,10%), veículos automotores e autopeças (-1,87%) e outros equipamentos de transporte (-0,30%).

E o resultado da região só não foi pior, na avaliação do Ciesp, devido à variação positiva do setor de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (0,41%). O quadro é diferente em Taubaté. Houve abertura de vagas nos setores produtos de borracha (4,70%), informática (3,34%), minerais não metálicos (3,29%) e metalurgia (0,08%). A retração foi registrada no setor de máquinas e equipamentos (-0,71%).

Os diretores do Ciesp de São José e Taubaté têm opiniões opostas quanto aos próximos meses nas indústrias da região. Almir Fernandes, da regional de São José, não espera uma recuperação da indústria antes de 2013. “Creio que podemos fechar o ano com a perda de 3.500 empregos. Isso mostra que as empresas demitiram e não repuseram as vagas”, disse.

Mais otimista, Fábio Duarte, diretor do Ciesp de Taubaté, prevê a recuperação a partir de setembro e que deve se estender até meados do ano que vem. “Vamos conseguir recuperar pelo menos metade dos empregos perdidos nos últimos 12 meses”, afirmou.

O Vale

Publicado em: 17/10/2012

Fechamento negado

A Panasonic garantiu ontem ao Sindicato dos Metalúrgicos que não planeja demitir trabalhadores e nem transferir a unidade de São José dos Campos para Minas Gerais.

A empresa confirmou que irá conceder férias coletivas aos empregados entre 20 de julho e 3 de agosto. A indústria também não acolheu o pedido do sindicato, que reivindicou estabilidade de emprego até o dia 31 de dezembro deste ano.

Representantes da empresa e do sindicato se reuniram ontem à tarde para tratar da questão. O encontrou durou cerca de quatro horas. José Donizete de Almeida, diretor do sindicato, disse que o resultado do encontro será comunicado hoje aos empregados em assembleia.
Segundo ele, a preocupação é que, em função da ‘guerra fiscal’, a Panasonic reveja o seu posicionamento. A paralisação em função das férias coletivas é no setor de pilhas, que compreende pouco mais da metade do total de cerca de 950 funcionários da fábrica.

De acordo nota divulgada na semana passada pela empresa, a paralisação é procedimento padrão e ocorre anualmente por questões de mercado.

SAIBA MAIS

Férias
Panasonic planeja conceder férias coletivas para parte dos empregados entre julho e agosto

Preocupação
Medida preocupa o Sindicato dos Metalúrgicos, que teme por demissões e transferência da unidade industrial para a cidade de Extrema (MG)

Fonte: O Vale