Metalúrgicos param a GM após impasse sobre reajuste salarial

Os metalúrgicos da fábrica da General Motors em São José dos Campos cruzaram os braços ontem em protesto pela proposta de reajuste salarial oferecido pela montadora, de 7,5% para quem ganha até R$ 7.300. Segundo a direção do Sindicato dos Metalúrgicos, os cerca de 6.500 trabalhadores da indústria aderiram a greve de 24 horas. Além desse índice, a montadora propôs pagar, para quem ganha acima desse valor, um fixo de R$ 547,50. Ainda de acordo com a entidade, a GM também quer assinar um acordo até 2015, mantendo um reajuste apenas pela inflação nesse período, além de congelar a tabela salarial por 12 meses e excluir todos os mensalistas (supervisores e administrativo) do reajuste.

Na avaliação do sindicato, a GM, com a proposta criaria uma “política salarial própria da empresa”.
Os trabalhadores reivindicam 13,5% de reajuste salarial. Com a paralisação, deixaram de ser produzidos 300 carros S10, 2.400 motores e 2.800 transmissões, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. O presidente da entidade, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que o movimento dos trabalhadores surtiu efeito. “A GM agendou uma nova reunião para amanhã (hoje)”, relatou Macapá. O sindicalista disse que a greve de ontem “foi um recado para a montadora”. A empresa informou que não comentaria o assunto. Macapá declarou que o próximo alvo é a Embraer. “Se não houver acordo, vai ter paralisação na fábrica”, afirmou o dirigente. Na semana passada, a empresa informou que antecipou o INPC do período para os seus funcionários enquanto aguarda a conclusão das negociações que acontecem no âmbito da Fiesp.

Em Taubaté, o Sindicato dos Metalúrgicos local informou que já fechou acordo salarial com 85% das empresas da base territorial da entidade. O índice de reajuste acordado é de 8,19%, incluso 2% de aumento salarial, informou o presidente do sindicato, Isaac do Carmo. Ele destacou que também foram acordados o pagamento de abonos salariais em um total de R$ 33 milhões. “Os abonos estão sendo pagos. Uma parte em setembro e outra este mês”, disse. No pacote já fechado estão incluídos acordos com as montadoras Volks e Ford. Segundo Isaac, a previsão é que até sexta-feira esteja concluída a campanha deste ano. “Faltam apenas pequenas empresas”, frisou.

Sindicato dos Metalúrgicos tem Campanha Salarial

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos começa amanhã a campanha salarial da categoria. A entidade representa 43 mil trabalhadores na região, em 1.124 empresas, nas cidades de São José, Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá. Os metalúrgicos irão decidir, em uma assembleia marcada para às 10h de amanhã, na sede do sindicato, na região central de São José, qual será a pauta de reivindicação deste ano. A entrega da pauta na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) ocorrerá no dia 7 de agosto.

No ano passado, os metalúrgicos da região tiveram até 3% de aumento real nos salários. O sindicato de São José irá realizar a campanha unificada com entidades de Campinas, Limeira e Santos, o que representa cerca de 150 mil trabalhadores. As maiores empresas na base do sindicato de São José são a Embraer, com 12 mil funcionários, a General Motors, com 6,6 mil, e a Avibras, com 1.200. “As mobilizações que tomaram conta do país nos últimos meses e que ainda acontecerão certamente darão maior poder de negociação e de luta aos metalúrgicos”, disse Antônio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato.

Os 750 metalúrgicos do setor MVA (Montagem de Veículos Automotores) da General Motors em São José, que estavam em férias coletivas desde 22 de julho deste ano, serão colocados em licença remunerada a partir da próxima segunda-feira. A GM pretende encerrar a atividade do setor. Um acordo com o sindicato garante os empregos até o final do ano.

Servidores da cidade devem ganhar reajuste salárial

O servidores municipais de São José devem receber mais um reajuste de salários até o final do ano. O secretário municipal da Fazenda, José Walter Pontes, disse ontem que o governo trabalha com a previsão de concessão de novo reajuste de 5% para o funcionalismo.

“A tendência é que haverá mais um gatilho este ano”, afirmou Pontes durante audiência pública na Câmara para a prestação de contas das finanças municipais relativas a 2012. Em janeiro, o prefeito Carlinhos Almeida disparou o gatilho salarial para o funcionalismo por conta de a inflação no ano passado ter atingido o patamar de 5% toda vez que a inflação atinge esse percentual, o gatilho é dispara para corrigir perdas. Por enquanto, o governo ainda não estabeleceu uma política salarial para o funcionalismo.

O secretário da Fazenda defendeu o gatilho como um mecanismo importante para corrigir perdas do funcionalismo. “É um mecanismo importante. Quais municípios têm esse mecanismo?”, afirmou. Segundo Pontes, a folha de pagamento do funcionalismo consome em média 40% da receita anual da prefeitura, bem abaixo do limite de 54% preconizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O Sindicato dos Servidores Municipais planeja realizar uma assembleia com a categoria, após o prefeito completar 100 dias de governo, para aprovar uma pauta de reivindicações e iniciar diálogo com a nova gestão municipal. Pelos dados divulgados ontem pelo secretário da Fazenda, no ano passado foram dotados no orçamento R$ 599 milhões para pessoal e encargos sociais. Do total, R$ 582 milhões foram empenhados e o valor efetivamente pago atingiu R$ 573 milhões. O secretário da Fazenda José Walter Pontes durante audiência de prestação de contas na Câmara; folha de pagamento da prefeitura consumiu R$ 573 milhões em todo o ano passado Cláudio Vieira.

O Vale

Publicado em: 01/03/2013

Reajuste salarial da GM é aprovado pelos Metalurgicos

Metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos aprovaram ontem em assembleias a proposta de 8,24% de reajuste salarial mais R$ 3.250 de abono oferecidos pela montadora. Somente o abono irá injetar R$ 24,37 milhões na economia da cidade em outubro.

O reajuste representa 5,39% de reposição da inflação mais 2,7% de aumento real. O sindicato reivindicava aumento de 12%, sendo 7% de aumento real. Os trabalhadores já haviam recusado uma outra oferta da montadora de 2% de aumento real mais inflação e abono de R$ 2.500.

O secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o ‘Mancha’, comemorou a aprovação e disse que as empresas da cadeia produtiva têm condições de conceder reajustes similares. “O acordo foi um avanço, conseguimos um aumento maior que foi previsto no ano passado”, afirmou.

Segundo o secretário-geral do sindicato, as empresas recebem incentivos fiscais mas não repassam os lucros para os trabalhadores. A GM possui 7.500 funcionários em São José. Destes, 925 estão em layoff com os contratos de trabalho suspensos.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o acordo prevê o reajuste de 8,24% para salários de até R$ 8.000. Acima disso, será pago um fixo de R$ 659,20. O abono será igual para todos os trabalhadores, inclusive para os que estão em layoff. O piso salarial teve reajuste de 8,58%, passando de R$ 1.576,68 para R$ 1.712.

O diretor regional do Ciesp (Centro de Indústrias do Estado de São Paulo) de São José, Almir Fernandes, considerou o reajuste concedido pela GM “fora da realidade”. Segundo ele, as outras indústrias não têm condição de manter aumento. “As outras não tem como acompanhar esse aumento. Se mantiverem esse reajuste, muitas indústrias vão quebrar”, afirmou.

Segundo Fernandes, esse ano foi muito ruim para as empresas, o que provocou a demissão de funcionários. “O sindicato está matando a galinha dos ovos de ouro.” A General Motors não fez um pronunciamento oficial, apenas informou via assessoria de imprensa que o acordo foi importante para a empresa.

Para o economista Edgard Pereira, o setor automobilístico tem mais condições de aumentos devidos aos incentivos do governo no setor. A Prefeitura de São José não quis se manifestar, pois considera o assunto restrito à empresa e aos funcionários.

O Vale

Prefeitura pagará antecipado o gatilho salarial

A Prefeitura de São José dos Campos vai pagar antecipadamente o gatilho salarial de 2,92% aos servidores municipais no próximo dia 30. O percentual refere-se à inflação acumulada desde maio passado, quando os servidores obtiveram o último reajuste, previsto em lei. Essa antecipação do gatilho salarial será possível já que o projeto de lei do Executivo foi aprovado pela Câmara Municipal.

O gatilho será pago antecipadamente devido à proibição legal em decorrência do próximo período eleitoral. A previsão é que a inflação acumulada desde maio deste ano atinja 5% somente em abril de 2012.

Serão beneficiados cerca de 12.800 servidores, entre efetivos, estagiários, aposentados e comissionados. O reajuste vai gerar um acréscimo mensal de cerca de R$ 1,3 milhão na folha de pagamento geral da Prefeitura. O benefício não atingirá o prefeito, vice-prefeito e secretários municipais.

A medida mantém o compromisso da Prefeitura de conceder reajuste salarial sempre que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), atingir 5%.

Atualmente na Prefeitura, o menor vencimento (salário-base, plano de carreira, adicional por tempo de serviço e vantagem pessoal), pago a um servidor que trabalha 8 horas diárias na função de auxiliar de serviços gerais, é de R$ 900.

Prefeitura Municipal

Reajuste salarial

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José realiza hoje, às 9h, um seminário para definir o índice geral da campanha salarial da categoria neste ano.

No evento, que será no Hotel Comfort, jardim Paulista, também estarão representantes dos metalúrgicos de Santos, Limeira, Campinas e da federação de Minas Gerais, que formam a base do CSP Conlutas.

No último sábado, o sindicato promoveu assembleia geral para definir a pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano. Entre os principais tópicos estão reposição de inflação, aumento real do salário-base e redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução dos salários.

Hoje, os metalúrgicos decidirão o índice que será proposto e a data de entrega da pauta à Fiesp (Federação das Indústriais do Estado de São Paulo).

Segundo ele, o reajuste salarial total da categoria será definido tomando como parâmetro a inflação calculada entre agosto de 2010 e julho de 2011, além de considerar a produtividade nas fábricas durante o período.

Na campanha deste ano, as cláusulas sociais debatidas a cada dois anos voltam a ser discutidas. Entre elas está o aumento da licença-maternidade de 120 para 180 dias.

O documento já foi entregue na sede da Fiesp. As reivindicações pouco diferem da pauta de São José. A base de Taubaté reivindica valorização do piso salarial, aumento real do salário, reposição da inflação, entre outros itens.

As negociações na Fiesp acontecem em grupos determinados divididos pela categoria dos trabalhadores e especialidade das empresas. O Sindicato dos Metalúrgicos São José atende também as cidades de Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá e tem uma base com cerca de 40 mil trabalhadores.

Já o sindicato de Taubaté possui uma base com pouco mais de 20 mil trabalhadores. A Fiesp não comenta o tema enquanto não as negociações não tiverem início.

O Vale