Reajuste salarial da GM é aprovado pelos Metalurgicos

Metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos aprovaram ontem em assembleias a proposta de 8,24% de reajuste salarial mais R$ 3.250 de abono oferecidos pela montadora. Somente o abono irá injetar R$ 24,37 milhões na economia da cidade em outubro.

O reajuste representa 5,39% de reposição da inflação mais 2,7% de aumento real. O sindicato reivindicava aumento de 12%, sendo 7% de aumento real. Os trabalhadores já haviam recusado uma outra oferta da montadora de 2% de aumento real mais inflação e abono de R$ 2.500.

O secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o ‘Mancha’, comemorou a aprovação e disse que as empresas da cadeia produtiva têm condições de conceder reajustes similares. “O acordo foi um avanço, conseguimos um aumento maior que foi previsto no ano passado”, afirmou.

Segundo o secretário-geral do sindicato, as empresas recebem incentivos fiscais mas não repassam os lucros para os trabalhadores. A GM possui 7.500 funcionários em São José. Destes, 925 estão em layoff com os contratos de trabalho suspensos.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, o acordo prevê o reajuste de 8,24% para salários de até R$ 8.000. Acima disso, será pago um fixo de R$ 659,20. O abono será igual para todos os trabalhadores, inclusive para os que estão em layoff. O piso salarial teve reajuste de 8,58%, passando de R$ 1.576,68 para R$ 1.712.

O diretor regional do Ciesp (Centro de Indústrias do Estado de São Paulo) de São José, Almir Fernandes, considerou o reajuste concedido pela GM “fora da realidade”. Segundo ele, as outras indústrias não têm condição de manter aumento. “As outras não tem como acompanhar esse aumento. Se mantiverem esse reajuste, muitas indústrias vão quebrar”, afirmou.

Segundo Fernandes, esse ano foi muito ruim para as empresas, o que provocou a demissão de funcionários. “O sindicato está matando a galinha dos ovos de ouro.” A General Motors não fez um pronunciamento oficial, apenas informou via assessoria de imprensa que o acordo foi importante para a empresa.

Para o economista Edgard Pereira, o setor automobilístico tem mais condições de aumentos devidos aos incentivos do governo no setor. A Prefeitura de São José não quis se manifestar, pois considera o assunto restrito à empresa e aos funcionários.

O Vale