Ampliando as ondas de greves na região, os bancários ameaçam cruzar os braços a partir de hoje. A categoria aprovou a greve no dia 12 de setembro, após rejeitar a proposta de reajuste salarial da Fenabam (Federação Nacional dos Bancos), de 6,1%. O Sindicato dos Bancários convocou uma assembleia para as 19h de ontem, quando seriam definidas as ações e estratégias que vão ser utilizadas durante a greve. Hoje, pela manhã, os sindicalistas devem percorrer as agências bancárias no centro de São José para convencer os funcionários a aderir à paralisação. A categoria reivindica um reajuste de 11,93% nos salários.
“A primeira ação é de convencimento para mostrar aos companheiros a necessidade da paralisação, e de acordo com adesões vamos fechando as agências”, disse Maria de Lourdes de Oliveira, diretora do sindicato. A greve também deve atingir outras cidades da região, como Taubaté e Jacareí. A diretora do Procon de São José, Aparecida Borges, disse que os clientes dos bancos devem buscar outras formas de pagamentos de contas se o atendimento nas agências for paralisado. A dica é buscar lotéricas e mercados com correspondentes bancários.
Duas fábricas de autopeças em São José iniciaram greve na manhã de ontem. Funcionários da TI Automotive e da Parker Filtros decidiram em assembleia parar a produção. Na Parker a greve é por tempo indeterminado e na TI Automotive a paralisação vai até hoje. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, em ambas houve 100% de adesão. Em reunião na terça feira entre o sindicato e empresas, novamente não houve acordo. As empresas oferecem 6,8% e a categoria reivindica 13,5% de reajuste. Por conta do impasse nas negociações com as empresas, sindicatos ligados à Conlutas e à CUT unificaram a campanha salarial. Ontem, segundo os dirigentes das duas centrais, houve paralisações em outras 19 fábricas no ABC.
Após cinco dias parados, os funcionários do Correios na região decidiram pela manutenção da greve. Ao todo já são 28 sindicatos parados nacionalmente. A Fenabam informou ontem que está aberta às negociações, e que por enquanto mantém a mesma proposta apresentada anteriormente. Em nota, o Correios informaram que no interior de São Paulo, 94% dos empregados estão trabalhando normalmente. O Sindpeças (sindicato das empresas de autopeças) não se manifestou. A paralisação não isenta o consumidor de pagar suas contas dentro do prazo estipulado pelo credor. Para evitar eventuais encargos, como multas e juros pelo não pagamento da dívida em dia, a primeira atitude é ligar para a agência na qual possui conta para saber se ela aderiu à greve. Caso tenha aderido, procure saber se outra agência está operando.
Na impossibilidade de utilizar uma agência bancária, a solução é procurar, o quanto antes, o credor e solicitar outra opção de local para efetuar o pagamento, como internet, sede da empresa, casas lotéricas, código de barras para pagamento nos caixas eletrônicos, e outros. Lembrando que a greve não afeta o funcionamento dos caixas eletrônicos das instituições financeiras. De acordo com o Procon-SP, diante de um cenário de greve, as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento. Se o fornecedor se recusar a disponibilizar uma alternativa, o cliente deve documentar sua tentativa e registrar uma reclamação junto ao Procon.
O cliente deve guardar os comprovantes, tanto os que indicam que ele buscou o credor para solicitar outra forma de pagamento, quando os comprovantes de pagamento feitos por outros canais, como internet e telefone. “No caso da internet, o comprovante pode ser impresso. Pelo telefone, o consumidor deve anotar o número do protocolo”, diz o Idec (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor).
As contas de serviços públicos como água, luz e telefone não precisam necessariamente ser pagas nas agências bancárias. É possível quitar em casas lotéricas e em alguns supermercados. Para quem tem conta como luz, água, telefone, gás em atraso, a orientação é fazer o pagamento normalmente pelos canais alternativos do banco (internet, telefone, corresponde bancário). As próprias concessionárias de serviço público costumam inserir os juros e as multas na conta do mês seguinte.
No caso dos títulos de cobrança condomínio, escola, academia, financiamentos- a orientação da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) é pedir ao cedente do título um novo boleto já com os valores atualizados ou fazer o pagamento pelo Débito Direto Autorizado (DDA). O DDA é um serviço de apresentação eletrônica de boletos bancários, que permite ao cliente realizar o pagamento de boletos eletronicamente. Caso o boleto seja do próprio banco e a agência estiver fechada, o pagamento pode ser feito no site do banco. Lá, é possível solicitar nova via de boleto em atraso, mesmo para pessoas que não são correntistas.
Basta acessar o serviço de atualização de boleto, na página inicial do banco emissor do título de cobrança. Em seguida inserir a numeração do código de barras do boleto, o site irá gerar um novo boleto para pagamento. Com o boleto atualizado, é possível pagá-lo pelos canais alternativos do banco.