Prefeitura trabalha na alteração da Lei de Zonemaneto da cidade

A Câmara de São José dos Campos aprovou ontem, por 17 votos a 3, projeto do prefeito Carlinhos Almeida (PT) que altera a Lei de Zoneamento, flexibilizando as regras de uso e ocupação do solo em 11 áreas da cidade. É a segunda vez em nove meses que o governo petista altera artigos da lei. A bancada do PSDB chegou a apresentar duas emendas ao projeto do prefeito, mas elas foram barradas pela maioria governista ainda nas comissões de Justiça, Economia e Planejamento, não chegando sequer a serem votadas.

Os tucanos queriam ampliar o alcance das mudanças propostas por Carlinhos no zoneamento da região do Parque Tecnológico o projeto libera empreendimentos comerciais, residenciais e de serviços em algumas áreas no entorno do parque, e a oposição queria incluir mais glebas no pacote. Para vereadores da base aliada, a aprovação do projeto na íntegra, sem emendas, “foi uma vitória para a cidade”. Em discurso antes da votação, Walter Hayashi (PSB), relator da comissão de Planejamento Urbano, Habitação e Obras da Câmara, pediu que os vereadores votassem por unanimidade.

“O Executivo está pensando grande, para destravar a cidade. Devemos aprovar por unanimidade”, disse. Para Carlinhos Tiaca (PMDB), as alterações promovem ainda mais “as zonas de interesse social na cidade”. “Sabemos que São José tem um grande déficit de casas populares. Esse é o desafio que devemos enfrentar.” Presidente da comissão de Planejamento Urbano, Shakespeare Carvalho (PRB) argumentou que as emendas do PDSB, se aprovadas, exigiriam a realização de audiências públicas, provocando a suspensão da votação na Câmara. “A cidade não pode esperar.”

Amélia Naomi (PT), presidente da Câmara, revelou um acordo da base governista para aprovar o projeto na íntegra. “São alterações importantes para a cidade, para destravar o desenvolvimento em várias regiões”, disse. Os tucanos Juvenil Silvério e Dulce Rita, autores das duas emendas rejeitadas, criticaram a postura da Câmara e do Executivo. Para eles, o governo deixou de beneficiar proprietários de terras nas áreas dentro do perímetro do Parque Tecnológico que não foram transformadas em Zona de Qualificação.

“São pessoas que estão em zona industrial, sem poder fazer quase nada, vendo suas terras sendo desvalorizadas. O governo esqueceu deles”, afirmou Dulce Rita. Para Juvenil, a prefeitura “tem que parar de fazer mudanças pontuais na Lei de Zoneamento”. “Senão, vai ficar parecendo uma colcha de retalhos. Qualquer mudança na cidade e já se pensa em alterar a lei. Não dá para ser assim. Tem que ampliar a discussão”, disse. A votação revelou um racha na bancada da oposição, que conta com quatro vereadores do PSDB. Dilermando Dié contrariou posicionamento do bloco e votou a favor do projeto do governo.

Oposição vai à Justiça contra reajuste linear no valor do IPTU

A bancada do PSDB na Câmara de São José ameaça acionar a Justiça para impedir a votação do projeto de lei de revisão da PGV (Planta Genérica de Valores). Os vereadores oposicionistas alegam que a proposta encaminhada pelo prefeito Carlinhos Almeida (PT) ao Legislativo na semana passada descumpre a Lei Orgânica do Município ao estabelecer reajuste linear do valor venal dos imóveis ao invés de fazer uma revisão geral da Planta Genérica de Valores. Segundo os tucanos, com este modelo alguns contribuintes serão penalizados, já que existiram casos em que houve desvalorização dos imóveis desde a última revisão da PGV em 2009 e os valores do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) teriam que ser reduzidos e não aumentados em 2014.

“A Lei Orgânica do Município determina revisão da Planta Genérica de Valores, o que foi feito pelo governo Eduardo Cury em 2007 para entrar em vigor em 2009. Foi feito um trabalho completo, com aumentos variados de IPTU e, em alguns casos, até com redução do imposto”, disse o líder da oposição na Câmara, Juvenil Silvério (PSDB). “Desta vez, a prefeitura não fez a revisão e sim a aplicação de reajuste linear aos valores venais dos imóveis. Ao igualar todo mundo, teremos casos de contribuintes que serão penalizados, porque deveriam ter redução de IPTU e não aumento”, completou. Segundo ele, o PSDB tentará convencer a bancada governista a não votar o projeto. Caso não consiga apoio, o partido vai acionar a Justiça. “O que não podemos é permitir que os munícipes sejam penalizados por erro do governo”. O texto deve ser colocado em votação até o mês que vem.

A Planta Genérica de Valores é um dispositivo que padroniza critérios de definição do valor venal dos imóveis e serve de base de cálculo para cobrança do IPTU e do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis). Com base no projeto do governo, todos os contribuintes terão aumento real de IPTU no ano que vem. Dos 137 mil imóveis tributados, 106.689 terão reajuste de até R$ 80 (sendo 69.459 até R$ 40 e 37.401 entre R$ 40 e R$ 80). O governo alega que não houve tempo hábil para fazer uma revisão completa da Planta Genérica e, por isso, decidiu reajustar de forma linear os valores venais dos imóveis. No caso, em 10,31% sendo 4% de aumento real somados a 6,31% da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no período entre setembro de 2012 e agosto de 2013 e que servirá de cálculo para o IPTU.

Para o tributarista Ives Gandra Martins, de São Paulo, o modelo adotado pode ser questionado na Justiça. “A revisão da Planta Genérica de Valores tem que ser feita com estudo completo para definir valores reais e não valores palpitáveis. Se foi feita com aumento linear, em tese foi violado o Código Tributário Nacional”, disse Ives Gandra. “Neste caso, se o projeto for aprovado pode ser barrado pela Justiça por conter inconstitucionalidade”, completou. O governo Carlinhos Almeida negou ontem irregularidades no trabalho de revisão da Planta Genérica de Valores de São José dos Campos. “O governo cumpriu o prazo estabelecido pela Lei Orgânica e fez a revisão de toda a Planta Genérica com a valorização do valor venal de todos os imóveis e a revisão do anexo depreciativo”, informou a Secretaria de Governo, por meio de nota enviada ao O VALE.

Sobre a eventual ação do PSDB na Justiça, o governo disse que é uma decisão político-partidária.
Na última quinta-feira, o secretário da Fazenda, José Walter Pontes, afirmou ao O VALE que não houve tempo hábil para fazer um estudo mais completo da Planta Genérica. “Preferimos então adotar uma medida que corrija distorções, mas que ao mesmo tempo penalize o menos possível os contribuintes”, afirmou o secretário na ocasião. A presidente da Câmara, Amélia Naomi (PT), também negou irregularidades na revisão da Planta Genérica. “O que o PSDB está querendo é aumentar ainda mais o IPTU dos contribuintes. Isto o governo Carlinhos não vai fazer”, disse a petista.

Ex-Prefeito Emanuel pretende volta ao Paço em 2016

Com apenas sete meses do governo Carlinhos Almeida (PT) em São José dos Campos, o deputado federal e ex-prefeito Emanuel Fernandes (PSDB) avisa: o PSDB vai vencer a eleição de 2016 e reconquistar a prefeitura, que comandou por 16 anos consecutivos. “Quem decide quem vai ganhar a eleição é a população. Mas estou confiante de que vamos vencer. Temos legado de 16 anos de bom trabalho reconhecido pela população e somos uma força na cidade”, afirmou Emanuel, em entrevista exclusiva a O VALE . Ele reconheceu que o PSDB perdeu a “sensibilidade das ruas”, criticou o aumento da tarifa de ônibus e disse que o governo Carlinhos ainda está devendo na área de saúde.

Legado do PSDB.
Depois de 16 anos de governos, acredito que deixamos legado de melhoria em todos os serviços públicos. A cidade teve uma urbanização bastante acelerada e bem feita. Todo mundo que vem conhecer São José vai embora encantado com nossa infraestrutura e a qualidade dos nossos serviços públicos. Eu acredito que em todas as áreas nós avançamos bastante.

Derrota na eleição.
Havia um sentimento de mudança, que detectamos ainda antes da eleição e que não significa reprovação ao nosso trabalho. E este sentimento não foi só em São José, aconteceu nas maiores cidades de São Paulo. É um sentimento que aconteceu, está acontecendo e acho que vai se repetir na eleição do ano que vem. Acho que foi o maior motivo para a nossa derrota.

Recusa de candidatura.
Não fui candidato por questão bastante pessoal. Tinha que tomar conta da Juana [Blanco, sua mulher que morreu em março último]. Não faria campanha com cabeça no lugar. Não teria sido bom candidato e acho que não seria bom prefeito. Se fosse candidato teria ganho? Não sei. Fazendo uma análise política, acho que poderia ter ganho porque saí do governo com avaliação positiva alta. Vamos disputar a próxima eleição para ganhar. Vou estar junto para isto, mas não sei se serei candidato. Insisto na tese do novo.

Mea-culpa.
Obviamente que depois de 16 ano de governos há certo desgaste e acomodação. Era preciso reciclar e por isto procuramos um candidato novo e atrair gente nova para o time. Porque você acaba perdendo um pouco a sensibilidade das ruas e perde aquela sensibilidade aguda de quem está fora do governo. Você passa a ouvir menos. Não sei se foi um erro ou se foi algo normal. Mas não é por má vontade nem por salto alto. Nós estamos na oposição agora e é incrível como você readquire esta sensibilidade das ruas. Para o PSDB, estar fora do governo vai propiciar que voltemos com nova mentalidade e novo gás.

Governo Carlinhos.
O problema de São José continua sendo a saúde. É preciso investir de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões acima do orçamento e é isto que faríamos se tivéssemos vencido a eleição. Iríamos fazer mais convênios, contratar mais médicos e enfermeiras. Enfrentar com mais vigor esta demanda. Já tivemos mudança de secretário, os problemas persistem e a população continua reclamando. Ainda estamos esperando o governo fazer o que prometeu na campanha para a área de saúde. Teve também o aumento da passagem de ônibus, que foi muito salgado e muito pesado.

PSDB na oposição.
Temos que fiscalizar o governo, mas também temos que estar mais nas ruas ouvindo as pessoas para nos prepararmos para a próxima eleição. O PSDB tem que aprender algumas lições enquanto está no processo eleitoral, procurar solucionar os eventuais erros que tenha cometido para quando chegar na próxima eleição propor o que a população está querendo.

Eleição de 2016.
Quem decide quem ganhará a eleição é a população. Mas estou confiante de que venceremos. Temos um legado de 16 anos de bom trabalho reconhecido pela população e nosso grupo tem espírito público e preocupação com ética. Nós perdemos a eleição, mas somos uma força na cidade.

Protestos.
É uma manifestação política da população contra todo o sistema político. Como foram bastante expressivas as manifestações, é hora de darmos uma resposta. O Congresso deve fazer a reforma política urgentemente.

Ações judiciais.
Tem a ação penal do STF no caso dos tíquetes- alimentação de quando era prefeito e a questão das festas nos bairros. Mas nos dois casos não houve nenhuma ilegalidade. Não tem ninguém mais honesto do que eu e vou provar minha inocência. Não estou enquadrado na Ficha Limpa e estas questões não vão atrapalhar eventuais novas candidaturas.

Cidade tem redução nas linhas de Ônibus Públicos

Uma nova polêmica promete alimentar o debate sobre o sistema de transporte coletivo em São José: um estudo divulgado pela direção municipal do PSDB acusa o governo Carlinhos de reduzir em 15% no número de horários de ônibus. O levantamento comparou o número de partidas centro/bairro e bairro/centro entre julho deste ano e dezembro do ano passado. De acordo com o estudo, baseado na planilha de horários de ônibus disponível no site da prefeitura, a cidade perdeu 1.438 partidas, sendo 1.023 a menos em dias úteis e 415, nos finais de semana.

Segundo o estudo, a região leste foi a que mais perdeu em número de viagens durante a semana, com 442 partidas a menos. Uma das linhas mais afetadas foi a 204A (Novo Horizonte/Via Pedro A. Cabral) com menos 37 partidas. Já nos finais de semana, a região Sul foi a que mais perdeu partidas, com 216 viagens a menos. Na região, uma das linhas mais afetada foi a 325 (Bosque dos Ipês/Jardim Satélite – via Jardim Sul), com 38 partidas a menos.

A ausência das linhas já começou a ser sentida por moradores de alguns bairros. “Percebi uma demora nos ônibus da região oeste. Final de semana nem espero o Limoeiro, demora tanto que prefiro ir até a Dutra pegar o Viação Jacareí”, disse a assistente de importação Sara Tavares. Segundo a teleoperadora Janaina Pereira, 18 anos, a uma diminuição principalmente no final de semana. “Às vezes, fico mais de 40 minutos esperando a linha do Colonial.” Anderson Farias Ferreira, ex-secretário de Transporte, e presidente do PSDB, diz que a iniciativa de fazer a pesquisa surgiu de reclamações da população. ” É normal que as pessoas demorem um pouco para perceber que o ônibus que pegava antes em determinado horário não está mais passando.”

O estudo apontou ainda que cinco linhas foram excluídas: 126 (Caeté/Terminal Central), 129 (Santana/Terminal Central), 132 (Alimentadora Caeté/Alto da Ponte), 218 (Terminal Central/Rodoviária – linha circular no centro) e 312 (Satélite/Terminal Central). “Não houve a criação de linhas que suprissem a demanda das linhas com partidas diminuídas. Com a redução, o custo de manutenção do sistema naturalmente cai. Isso deveria interferir no preço da passagem”, disse Ferreira.

A Secretaria de Transporte informou em nota que o estudo não é válido, uma vez que “compara um mês de 2012 em período regular com o mês de férias de 2013”. “O mês de dezembro de 2012 foi rodado com tabela normal (cheia) com reforço de Natal em algumas linhas”, afirmou João Pedro Saraçol da Silva, técnico da secretaria. Segundo a administração municipal, durante o período de férias ocorre “redução de 20% a 30% no número de passageiros transportados e, assim, é padrão uma readequação das tabelas horárias.” A partir de amanhã, o ponto de ônibus da rua Coronel Morais, próximo da igreja Universal, será excluído. As linhas que seguirem em direção ao cemitério Municipal pararão na rua Antonio Saes, 100m do antigo local. Já as linhas que seguirem em direção à praça Afonso Pena pararão no novo ponto que será criado na rua Francisco Paes, 150m do anterior.

Governo de Carlinhos muda toda a administração do Ensino

A administração do prefeito Carlinhos Almeida (PT) vai mudar uma das principais marcas dos 16 anos de governo do PSDB em São José dos Campos: os projetos de empreendedorismo nas escolas municipais. Implantadas desde a pré-escola, as atividades de empreendedorismo estão sendo avaliadas pelo secretário de Educação, Célio Chaves, e poderão ser modificadas ou até encerradas.

Segundo ele, o enfoque dos projetos será alterado para uma visão mais “social” do empreendedorismo. “Daremos preferência a ações que levem à inclusão social e independência dos alunos do que uma preparação para o mercado ou que estimule a competição exacerbada entre os estudantes”, afirmou Chaves.

A primeira medida da Secretaria de Educação foi cancelar as atividades de alunos da rede municipal de ensino no Cedemp (Centro de Educação Empreendedora), no Jardim Satélite, zona sul. Segundo Chaves, serão evitadas 900 viagens de alunos para a unidade, entre fevereiro e junho deste ano, que custariam quase R$ 170 mil à pasta.

“O pessoal do Cedemp é que irá para dentro das salas de aula. Eles também ajudarão na formação de professores sobre empreendedorismo.” Para o secretário de Educação, outras atividades serão modificadas para evitar que os alunos tenham que sair de dentro da sala de aula. “Essa é uma reclamação constante dos professores, de que os alunos estão saindo muito de dentro das salas, atrapalhando o ensino e o aprendizado. Vamos mudar isso.

Chaves não confirmou se manterá a Feira do Jovem Empreendedor Joseense, criada em 2002 e que chegou à nona edição no ano passado. “A próxima está programada para 2014 e, por isso, não falo disso agora. Vamos avaliar se continua ou não.” Implantado na rede municipal de ensino de São José entre 1997 e 2000, no primeiro mandato do ex-prefeito Emanuel Fernandes (PSDB), hoje deputado federal, o empreendedorismo tornou-se uma marca dos tucanos na educação.

As mudanças anunciadas por Chaves dividem opiniões na cidade. Elas receberam duras críticas de membros do ex-governo tucano e foram elogiadas por sindicalistas ligados ao PT. “É uma desconstrução de um projeto louvado e admirado pelo país inteiro”, disse Alberto Marques, o ‘Mano’, ex-secretário de Educação.

Para ele, a mudança de enfoque é equivocada e tirará dos projetos um dos principais objetivos do empreendedorismo, que é fomentar uma cultura de “mente aberta” nos alunos. “Não se trata de preparar os alunos para ser empresários. Mas de dar a eles uma visão mais abrangente do mundo, com senso crítico e vontade de melhorar de vida”, afirmou.

Valdemir Pereira, diretor do Sindicato dos Servidores de São José, elogiou a revisão das atividades de empreendedorismo. “Os projetos perderam o foco nos últimos anos”, disse. Para ele, a Educação deveria ampliar a formação humanista dos alunos.

O Vale

Publicado em: 20/02/2013

Aumento da tarifa de ônibus causa indignação na cidade

O aumento da tarifa de ônibus em São José dos Campos de R$ 2,80 para R$ 3,30 desencadeou uma guerra política entre o PT e o PSDB. Os tucanos informaram ontem que pretendem fazer uma análise detalhada da planilha de revisão tarifária da prefeitura que embasou o reajuste de 17,86% na tarifa, autorizado pelo prefeito Carlinhos Almeida (PT) na última sexta-feira.

O PSDB, inclusive, não descarta a possibilidade de questionar na Justiça o reajuste autorizado. “Solicitamos oficialmente à Secretaria de Transportes uma cópia dos estudos que resultaram no aumento da tarifa para uma análise apurada”, disse o vereador Fernando Petiti (PSDB).

Segundo o parlamentar, o assunto será analisado no âmbito do partido, que tomará uma decisão após a conclusão da análise. “Se ficar comprovado algum erro no cálculo da tarifa, caberá ao partido tomar uma decisão. Achamos que houve precipitação na concessão do reajuste. O PT poderia ter dialogado mais com as empresas, como ocorreu em São Paulo, onde o prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu segurar o reajuste pelo menos até junho”, afirmou.

O ex-secretário de Transportes Anderson Farias Ferreira disse que em 2012 não houve reajuste porque o estudo técnico apontou que o valor do aumento, de R$ 0,9, poderia “ser amortizado ao longo da concessão do sistema, que é de 12 anos”. “O estudo técnico apontou para a manutenção da tarifa em R$ 2,80”, disse.

À ocasião, as operadoras do transporte de massa também solicitaram reajustes diferenciados. A CS Brasil e Expresso Maringá pediram uma tarifa de R$ 3,00. A Viação Saes Peña reivindicou R$ 3,02. Este ano, CS Brasil pediu tarifa de R$ 3,96, a Saes Pena, R$ 3,73, e a Maringá, R$ 4,09.

“O contrato com as operadoras fala em revisão anual da tarifa, e não aumento anual”, disse o ex-secretário. Ele também rebateu a informação do secretário de Transportes, Wagner Balieiro, de que uma das melhorias acertada com a operadoras é a renovação da frota. No caso, a Maringá, que irá colocar 40 novos ônibus até março. “Essa troca está prevista no contrato e já havia sido autorizada em dezembro”, declarou Ferreira. Balieiro voltou a defender ontem o reajuste e culpou o governo tucano por ter represado a tarifa durante dois anos, forçando o reajuste autorizado agora.

O Vale

Publicado em: 05/02/2013

Cury pode fazer parte do governo de Alckmin

Presidente da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e prefeito de São José dos Campos, maior cidade da região, Eduardo Cury (PSDB) já aparece como um dos cotados para assumir um cargo no governo estadual após deixar a prefeitura em 2013.

Cury, juntamente com os prefeitos tucanos de Piracicaba, Barjas Negri, e de Sorocaba, Vitor Lippi, integram a lista de aliados políticos que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deve recrutar para o seu governo. Segundo informações divulgadas pela imprensa, Alckmin planeja implementar uma reformulação no seu secretariado após o segundo turno da eleição para prefeito, que será realizado neste domingo.

A reformulação deve ser iniciada em novembro, com base no mapa eleitoral desenhado pelas urnas, com vistas para 2014, quando Alckmin pode tentar se reeleger. O presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, disse ontem que ainda é “muito cedo” para se falar no assunto, mas admite que os três prefeitos têm condições de assumir postos no primeiro escalão de Alckmin.

“Os prefeitos têm boas avaliações de governo e podem perfeitamente ser aproveitados mas vamos, primeiro, esperar as eleições”, disse Tobias. Embora tenha evitado mencionar a possibilidade de Cury ser convidado por Alckmin, o deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB), padrinho político de Cury, disse que o tucano é “uma liderança do quadro do PSDB e pode servir ao partido tanto no plano estadual como nacional”.

Coordenador regional do partido, Francisco de Assis Vieira Filho, o Chesco, disse que torce para que Cury seja chamado para compor o primeiro escalão de Alckmin. Segundo ele, a eventual presença de Cury no governo Alckmin significará força política para a região. “Nossa região precisa estar bem representada. Cury fez governo ético durante oito anos e tem todas as condições para assumir um cargo no Estado.”

Para Chesco, o deputado Emanuel Fernandes também reúne todas as condições para voltar a ocupar um cargo no governo do Estado. “Emanuel já foi secretário em duas ocasiões e continua sendo uma liderança.” Em nota, Cury disse que seu primeiro plano é retornar à sua empresa metalúrgica, que completou 26 anos de atividades. “Meu futuro político será consequência de uma reflexão junto com minha família, meu partido e, principalmente, com a população”.

O Vale

Publicado em: 24/10/2012

Mandato de Carlinhos pensa em isolar PSDB na cidade

Adesão fulminante. Depois do PSB e do PV, outros opositores históricos do PT como o DEM e o PP também devem aderir ao governo Carlinhos Almeida a partir do ano que vem, isolando o PSDB na oposição. Os apoios ocorrem apenas duas semanas após a vitória do petista e transformam em ‘fumaça’ o bloco de alianças consolidado pelos tucanos nos últimos 16 anos.

Na prática, com a cooptação de antigos adversários Carlinhos vai administrar um cenário político similar ao do PSDB em suas quatro gestões, com apenas quatro vereadores na oposição. Nesta semana, o petista irá se reunir com o lideranças do PP e do DEM com a meta de ampliar a adesão ao bloco petista. O reforço das duas legendas garantiria ao petista a maioria absoluta.

Carlinhos já conta com o apoio de seis vereadores eleitos por sua coligação: 4 do PT, 1 do PRB e 1 do PMDB. Na semana passada, adversários como PSB e o PV também declararam apoio ao petista, mesmo após 16 anos de oposição.

Walter Hayashi (PSB) chegou a se referir a Carlinhos como ‘companheiro’ de 20 anos e Valdir Alvarenga (PSB) arrancou sorrisos da vereadora Amélia Naomi (PT) ao relembrar os velhos tempos da sindicalista. Ele já chegou a pedir a cassação da petista por quebra de decoro parlamentar. “Sentimos-nos neutros porque não participamos da campanha do PSDB. E isso nos dá liberdade para cooperar com o próximo governo”, disse Valdir após declarar apoio ao petista.

Agora são os aliados diretos do prefeiturável derrotado Alexandre Blanco (PSDB) que podem aderir ao novo bloco de poder. As direções do PP e do DEM irão se reunir com o petista nesta semana. Os presidentes do PP, vereador Alexandre da Farmácia, e do DEM, Jorley Amaral, não foram encontrados ontem pelo O VALE para comentar o assunto.

Mas lideranças das duas legendas confirmaram o assédio petista. “Os três vereadores do PP irão se reunir com o Carlinhos para tomar sua decisão, mas até agora nada foi fechado”, disse o vereador eleito Roberto do Eleven (PP).

Uma liderança do DEM afirmou que os três vereadores da legenda irão tomar a decisão em conjunto com o partido. O DEM apoiou o petista na eleição de 2004, o que poderia ‘amenizar’ a troca de bloco. “São José vive um novo momento político com novos alinhamentos. Portanto, é natural estas adesões”, afirmou Carlinhos.

O Vale

Publicado em: 23/10/2012

Candidato do PSDB ficam em silêncio na derrota

Poucas lideranças do PSDB se pronunciaram ontem a respeito da derrota do partido em São José dos Campos, cidade que há 16 anos é administrada pelos tucanos. Os principais caciques do PSDB na cidade, entre eles o deputado federal Emanuel Fernandes e o prefeito Eduardo Cury preferiram o silêncio.

Após a conclusão da apuração oficial dos votos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o comando da campanha do candidato do partido a prefeito, Alexandre Blanco, informou, por meio de assessoria, que o postulante e nenhum dirigente do partido se pronunciaria ontem.

Um dos poucos tucanos que comentou a derrota foi o deputado estadual Hélio Nishimoto, que acompanhou a marcha da apuração no comitê do PSDB, na avenida João Guilhermino. Ele avalia que o partido deve se reunir para avaliar o resultado e acredita que será necessário fazer “ajustes” para o futuro. “O resultado das urnas mostra que o PSDB construiu um patrimônio que tem que ser preservado”, declarou.

Para o parlamentar, a votação obtida por Alexandre credencia o PSDB a continuar a sua trajetória. “Foi um resultado apertado”. Carlinhos Almeida (PT) obteve 180.794 votos (50,99%) ante 153.011 (43,15%) alcançados por Alexandre. “Serão necessários ajustes, mas o grupo precisa continuar unido”, afirmou Nishimoto, que disse acreditar que não haverá debandada de militantes com a derrota.

“Agora temos que pensar de que forma podemos melhorar o trabalho iniciado por esse grupo”, destacou. Para o coordenador regional do PSDB, Francisco de Assis Vieira Filho, o Chesco, partido terá que refletir sobre o resultado da eleição.

“Agora o PSDB vai refletir a respeito do resultado e terá que trabalhar para consolidar as novas lideranças, como Alexandre Blanco”, afirmou Vieira Filho, ao lamentar a derrota tucana em São José. “Ele (Alexandre) é uma pessoa jovem que terá uma grande história no PSDB”, afirmou.  A coordenação da campanha tucana instalou um telão no comitê para a militância acompanhar a eleição. A expectativa é que Alexandre conseguiria ir para segundo turno.

À medida que os resultados eram divulgados pelo TSE, militantes e simpatizantes do candidato tucano deixavam o local em clima de luto. Por volta das 22h20, cerca de 30 pessoas permaneciam no comitê, mas, consolidada a vitória de Carlinhos, o local foi fechado e todos saíram. Alexandre, Emanuel e Cury não estiveram no comitê durante o processo de apuração dos votos.

O Vale

Publicado em: 08/10/2012

Os dois maiores partidos vivem em guerra na cidade

A três dias da eleição, militantes dos candidatos Carlinhos Almeida (PT) e Alexandre Blanco (PSDB) travam uma guerra eleitoral nas ruas de São José. Agressões verbais, atos de vandalismo e até cartas que relacionam um dos candidatos ao Anticristo fazem parte do arsenal de ataque de simpatizantes dos dois candidatos que polarizam a disputa pelo Paço.

Ontem, o PSDB acusou cabos eleitorais petistas de agressão a duas militantes tucanas que distribuíam cópias de um folheto que compara a cidade administrada hoje pelo PSDB com a da época do governo Angela Guadagnin (1993-1996). A primeira versão do folheto, que está proibido pela Justiça, foi reeditada e distribuída aos eleitores.

“Infelizmente, os militantes do PSDB estão sofrendo ataques de pessoas ligadas ao PT. Isso demonstra que o respeito que temos pelos adversários não está sendo correspondido”, disse o coordenador da campanha de Blanco, Anderson Ferreira. Um funcionário da Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) que é simpatizante do PT teve o carro depredado dentro da unidade na madrugada da ontem, no Parque Industrial.

Adesivos de Carlinhos e do candidato a vereador Carlos Arcanjo (PP) foram arrancados e colados sobre o para-brisa, que foi quebrado. Pneus foram murchados e a traseira lateral amassada. “Não tenho inimigo dentro da Fundhas. Pela forma como o carro foi deixado, parece motivação política”, disse o motorista Luiz Ferreira de Mello, dono do Fiesta depredado. Ele fez boletim de ocorrência e irá encaminhar um memorando para a direção da Fundhas. A fundação informou que o caso será averiguado.

Candidato a vereador pela coligação de Blanco, o pastor da Assembleia de Deus Missão Lenivaldo Silva (PDT), conhecido como pastor Leno, distribuiu 2.000 cartas onde compara o PT ao governo do Anticristo. “Sinceramente, como crente não consigo entender como um pastor pode pedir a seus membros que votem no PT. O PT é um partido compromissado com uma nova ordem mundial, que a Bíblia chama de governo do Anticristo”, disse o pastor em seu folheto. O PSDB afirmou desconhecer o conteúdo do material.

O Vale

Publicado em: 05/10/2012