São José volta a ter Prédios Pichados por toda a cidade

Os pichadores voltaram a agir em São José. Na região central e nos corredores dos bairros, as pichações estão presentes nos prédios particulares. Os prédios públicos não estão pichados. O VALE percorreu algumas ruas e encontrou marcas de vandalismo em imóveis na praça Melvin Jones, avenidas São João, Nelson D’Ávila, Andrômeda, Heitor Villa-Lobos e ruas Dolzani Ricardo e Paraibuna. A pichação é considerada um crime ambiental (lei federal 9.605/1998). Em 2008, uma lei complementar foi feita para proibir a comercialização de tintas em embalagens do tipo aerossol a menores de 18 anos. Segundo denúncias de moradores, a Guarda Municipal não estaria mais fazendo rondas à noite para coibir ação dos pichadores na cidade.

A secretária Alzira Citti disse que já cansou de reclamar na prefeitura de imóvel abandonado que está pichado na praça Melvin Jones. “Além das pichações, à noite ficam vários moradores de rua aqui, usando drogas e sujando o loca. Denuncio, mas ninguém vem ver o problema.” Na avenida Andrômeda, na região Sul, um prédio comercial, onde no térreo funciona a Igreja Fonte da Vida, está totalmente pichado. A auxiliar de serviços gerais Rosimeire dos Reis disse que os pichadores não respeitam os prédios. “Sujam tudo e ninguém fiscaliza”, afirmou. São José tem um Programa Antipichação desde 2001.Segundo a prefeitura, quando um imóvel particular é pichado pela primeira vez, o proprietário fornece a tinta para a pintura e a prefeitura disponibiliza a mão de obra.

No caso de reincidência, o poder público se responsabiliza por todo o serviço. A equipe do Programa Antipichação limpa as pichações nos locais públicos, como prédios e viadutos. O grupo é formado por 13 pessoas, entre servidores públicos, bolsistas, prestadores de serviço (apenados). Por meio da assessoria, a Secretaria de Defesa do Cidadão informou que a fiscalização tem sido feita e que os pichadores flagrados têm sido levados para a delegacia. Segundo o governo, serão implantados novos recursos técnicos e metodologias para tornar o trabalho mais eficaz. A prefeitura informou que nove jovens foram flagrados pela Guarda Municipal pichando neste ano e um foi encaminhado para a Justiça para prestação de serviços comunitários. No ano passado, a Justiça encaminhou 11 pessoas para serviços comunitários. Ainda segundo o governo, após pichações 2.312 muros foram pintados neste ano até julho. Em 2012, foram 3.945.

Vicentina Aranha receberá verba para recuperar prédios

O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a urbanizadora Alphaville vão assinar um Termo de Compromisso para o repasse de R$ 400 mil para recuperação de um dos imóveis do Parque Vicentina Aranha. A assinatura será nesta sexta-feira (12), às 14h, no Paço Municipal (Rua José de Alencar 123), na Vila Santa Luzia. Participarão do evento os responsáveis pela parte arqueológica do Iphan, Rossano Lopes e Marise Campos, a representante do Alphaville de São José dos Campos, Rosemary Silva, além de autoridades municipais.

Esta verba será repassada ao parque como medida compensatória. No ano passado foi encontrado um sítio arqueológico, identificado como o mais antigo de São Paulo, com aproximadamente 9.500 anos AC, em área do loteamento da urbanizadora em São José dos Campos. No sítio, havia vestígios da “Era da Pedra Lascada”, período conhecido também por Paleolítico, que vai desde cerca de 2,5 milhões aC até aproximadamente 10.000 aC.  Os objetos foram enviados para Sorocaba, local em que havia estrutura para abrigar as peças, porém a Prefeitura de São José dos Campos está trabalhando para que o acervo seja trazido para a cidade.

Lei de Zoneamento terá audiência na cidade

Pelos menos 400 pessoas participaram ontem da audiência pública realizada pela Prefeitura de São José dos Campos para debater a proposta do prefeito Carlinhos Almeida (PT) de revisão da Lei de Zoneamento. A expectativa do governo é encaminhar o projeto à Câmara até o final deste mês. A Câmara também planeja promover audiência pública para debater o projeto.

A presidente do Legislativo, vereadora Amélia Naomi (PT), disse que vai convocar audiência pública e dará conhecimento público das emendas que forem apresentadas pelos vereadores à proposta. “Vamos tratar o assunto com a maior transparência”, afirmou a parlamentar. A audiência de ontem foi realizada no Teatro Municipal, que tem capacidade para cerca de 500 pessoas. Representantes da construção civl e de entidades de classe, como da AEB.

A proposta do governo é de revisão de 67 dos 309 artigos da norma em vigor. “Avaliamos que é necessário fazer uma revisão geral da Lei de Zoneamento e do Plano Diretor. Não adianta alterar apenas parte da lei”, disse o presidente da AEA, Carlos Eduardo Vilhena. “A lei atual é muito restritiva”, pontuou o engenheiro e construtor Paulo Grou.

Durante a audiência, 47 pessoas se inscreveram para manifestação oral. Pelas regras para a realização de audiências, foi reservado um tempo de 120 minutos para manifestações. O defensor público estadual em São José, Jairo Salvador, um dos inscritos, relatou que reforçaria as sugestões que encaminhou ao governo. “Uma das sugestões é a transformação da área do Pinheirinho em Zeis Zona Especial de Interesse Social”, afirmou o defensor.

O secretário de Planejamento Urbano, Emmanuel dos Santos, disse que os técnicos da pasta devem analisar as contribuições feitas pela população em até uma semana. O prazo para envio de sugestões é de cinco dias úteis, a contar de hoje.

O Vale

Publicado em: 16/04/2013

Prédios Públicos da cidade são iluminados com luzes azuis

São José dos Campos teve quatro prédios públicos iluminados de azul na noite desta terça-feira (2): o Paço Municipal, Câmara Municipal, Espaço Mário Covas (prédio da Câmara velha) e o Centro da Juventude. A ação, que ocorreu simultaneamente em várias cidades do país, será em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. A data foi decretada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008.

É a primeira vez que a Prefeitura de São José dos Campos participou do evento e ilumina seus prédios públicos. O motivo da ação é simples: chamar a atenção da população para o transtorno do espectro autista, uma síndrome neurológica cuja incidência em crianças é maior que a soma dos casos de Aids, câncer e diabetes juntos.

O azul foi definido como a cor símbolo do autismo porque a síndrome é mais comum nos meninos, na proporção de quatro meninos para cada menina. No Brasil, vários monumentos também estarão iluminados de azul nesta terça-feira (2), entre eles o Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro; Ponte Estaiada e Arcos do Vale do Anhangabaú na capital paulista; e elevador Lacerda, em Salvador (BA).

O transtorno

O transtorno do espectro autista atinge quase 2 milhões de brasileiros. No mundo, a ONU estima que o número ultrapasse os 70 milhões. Em São José dos Campos, a rede municipal de saúde atende atualmente 69 pacientes com autismo. Segundo a gerente do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) infantil, Haedyl Regina Mayrink, os pediatras devem estar atentos para os indicativos do transtorno no primeiro ano de vida.

“Um bebê com o transtorno do espectro autista tem o que chamamos de retraimento do contato afetivo, ou seja, não fixa o olhar no cuidador, não tem movimento antecipatório (quer dizer que não estica os bracinhos quando alguém vai dar colo) e não sorri nos primeiros anos de vida”, disse. Segundo ela, quanto mais cedo for diagnóstico e o início do tratamento, melhor o desenvolvimento e a socialização da criança.

Debate

A Câmara Municipal realiza nesta quarta-feira (3), das 14h30 às 17h30, o evento “Autismo: para promover a inclusão é preciso entender”, que vai reunir médicos, psicólogos, agentes públicos, profissionais da Educação e entidades que defendem o direito dos autistas

Prefeitura Municipal de São José

Publicado em: 03/04/2013

Moradores de prédios da CDHU exigem reparos na cidade

Entregues há um ano e meio, prédios da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) no Parque Interlagos, na zona sul de São José, têm 182 apartamentos com problemas de infraestrutura. Os dados são da própria empresa.

O número de apartamentos com problemas pode ser maior. O conjunto possui 524 unidades e, de acordo com moradores, a maioria dos apartamentos tem algum defeito. O balanço da CDHU leva em consideração apenas os mutuários que registraram as reclamações.

Entre os problemas mais comuns estão rachaduras nas paredes, infiltrações no teto e portas e paredes emperradas. Do lado de fora dos apartamentos há fios expostos perto da tubulação de gás e não há extintores de incêndio. “Isso é resultado da falta de atenção da CDHU. Jogaram a gente aqui, não tem nenhum suporte”, disse a vendedora Sabrina Machado.

O dirigente regional da CDHU, Francisco de Assis Vieira, o Chesco, informou que todos os problemas vão ser corrigidos até janeiro e que das 182 reclamações, já foram reparadas 156. Chesco disse também que a partir da próxima semana, agentes da CDHU irão conversar com os moradores e fiscalizar o trabalho da Construtora Croma, responsável pelos reparos. Ninguém da construtora foi localizado ontem.

O Vale

Publicado em: 19/12/2012

Aconvap da cidade pressiona Carlinhos por distribuição

Empresários da construção civil de São José dos Campos preparam uma lista com 16 sugestões de mudanças na Lei de Zoneamento que serão cobradas do prefeito eleito Carlinhos Almeida (PT) a partir de janeiro. As sugestões incluem a liberação de espigões na área urbana consolidada, atualmente limitada a edifícios com até 15 andares, além de mudanças nas normas de recuos frontal e no subsolo dos prédios.

O grupo também quer a revisão no número de vagas exigidas para indústrias e a redução no tamanho mínimo de lotes (dos atuais 200 metros quadrados para 150 metros quadrados). Para o presidente da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), Cléber Córdoba, as alterações são necessárias para que o mercado da construção civil “não fique estagnado” na cidade.

“Já sentimos uma redução de 20% no número de projetos aprovados pela prefeitura. Essa redução gradativa, somada ao fim dos empreendimentos liberados na lei de transição, pode travar o mercado imobiliário” disse o empresário.

Na avaliação de Córdoba, o atual zoneamento também dificulta a construção da habitação popular. Nessa área, o setor pede a liberação do número de unidades habitacionais por empreendimento hoje limitada a 300 unidades além de alterações como redução do recuo frontal dos prédios.

“Tem que haver flexibili-zação. Não se pode limitar um conjunto em 300 unidades, se o terreno permitir 330 ou 360. Também deve haver uma revisão no tamanho das área de lazer a serem doadas”, disse o presidente da Aconvap.

A instituição defende a criação de um conselho técnico, em parceria com o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento), para estudar correções na atual legislação. “Essa lei precisa ser revista para vários segmentos de comércio, indústria e habitação. Estamos elaborando um estudo com 16 sugestões de mudança para o próximo prefeito e seu secretário, para que possamos mostrar a realidade do mercado”, disse Córdoba.

O prefeito eleito Carlinhos Almeida não comentou o caso ontem. Em entrevistas anteriores, o petista defendeu a revisão da lei “com um amplo debate” envolvendo a Câmara e os segmentos organizados da sociedade civil. Aliado de Carlinhos, o vereador Walter Hayashi (PSB), presidente da Comissão de Planejamento da Câmara, disse que há espaço para ajustes na legislação, desde que alguns critérios já consolidados não sejam alterados.

“Tem coisas na lei que já foram consolidadas, como a limitação na altura dos prédios no Urbanova, Aquarius e Floradas. Isso não vai mudar.” Mas, segundo Hayashi, há espaço para liberação de gabaritos em outras áreas da cidade.

“A altura tem que ser liberada de acordo com o tamanho da área. Se for um terreno grande que garanta ventilação, é possível flexibilizar.” Ele prega o envolvimento da sociedade em qualquer discussão sobre a lei. “Dentro do que for razoável, podemos rediscutir outros pontos da lei. Há excessos na exigência de vagas de garagem para indústria. Critérios da habitação popular também podem ser revistos.”

O Vale

Publicado em: 18/12/2012

Construtora que comprou o prédio da Argon inicia obras

Após permanecerem inacabadas por mais de 20 anos, duas das quatro torres da falida Argon, em São José dos Campos, devem ser finalizadas até agosto de 2014. A construtora Silva & Leão, que comprou os prédios na última sexta-feira (7), informou que deve começar os serviços até fevereiro de 2013 e que as obras serão concluídas em dois anos e meio.

O prazo estabelecido por Juvenil Silva, um dos sócios-proprietários da construtora que tem sede em Jacareí, é menor do que o limite de três anos imposto pela Prefeitura de São José dos Campos para finalizar o empreendimento. Segundo ele, para iniciar a obra serão contratados pelo menos 150 operários. As contratações serão feitas no próximo ano e ainda não foi definido o período da contratação.

‘Minha Casa, Minha Vida’
Após finalizar a obra, a construtora tem por obrigação comercializar os apartamentos pelo programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, com financiamento da Caixa Econômica Federal. Cada torre conta com 16 andares e 128 apartamentos.

No valor atual, cada apartamento não poderá ser vendido por mais de R$ 190 mil com financiamento da Caixa Econômica Federal. “Não sei exatamente por quanto venderemos os apartamentos. Vai depender da avaliação da Caixa”, afirmou o empresário, que não quis informar o lucro que espera ter no negócio.

Em 2009, as torres foram compradas pela prefeitura a um custo de R$ 1,5 milhão cada. A empresa de Silva arrematou duas torres por R$ 8,746 milhões (cerca de R$ 4 milhões por torre). O valor da compra superou em R$ 100 mil o lance mínimo definido pela Prefeitura de São José dos Campos. O lance foi o único no leilão e aconteceu após uma primeira tentativa de venda frustrada, em que não houve interessados.

Silva afirmou que ofereceu valor maior que o mínimo, mesmo sendo o único a oferecer lance, porque não teve acesso a possíveis outras ofertas. “No edital constava que teríamos que dar as propostas fechadas. Coloquei o valor no envelope e não imaginei que seria o único. Infelizmente”, disse Silva. A empresa não participou do primeiro leilão porque alegou não ter tido acesso ao prédio para analisar a situação das torres.

Contrato
De acordo com a prefeitura, o contrato deve ser assinado em 15 dias após análise da documentação da empresa. Nesta sexta, para firmar a venda, a empresa deixou um cheque-caução de R$ 432 mil – o que representa 5% do valor do imóvel.

Os prédios, até então abandonados, começaram a ser construídos em 1990 e as obras foram paralisadas dois anos depois com a falência da construtora Argon. Os esqueletos inacabados foram por muito tempo ponto para uso de drogas e estão com diversos problemas, como fiação e tubulações já comprometidas. De acordo com engenheiros e técnicos da Silva & Leão, tubulações e pisos em parte das estruturas não poderão ser reaproveitados. “Não dá para aproveitar nada nesse sentido, só a estrutura mesmo. Vamos refazer tubulações, colocar pisos novos”, disse Silva.

Centro Vivo
A venda dos prédios era uma das ações necessárias para a execução do projeto Centro Vivo, que prevê a revitalização do Centro de São José e é gerido pelo Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento (Ipplan). A meta é incentivar a moradia no Centro. O Ipplan informou que ainda está em estudo o que será feito com as outras duas torres inacabadas que ficam na orla do Banhado, cartão-postal de São José dos Campos.

G1 (Vnews)

Publicado em: 12/12/2012

Novela dos Prédios da Argon tem leilão com preço antigo

A Prefeitura de São José relançou o edital para a venda de duas das quatro torres abandonadas da Argon, na Orla do Banhado. A primeira tentativa fracassou após nenhuma empresa comparecer ao leilão em setembro. O novo edital está disponível até o dia 30 e o leilão será realizado no dia 7 do mês que vem. No dia, as empresas interessadas vão fazer o credenciamento e, em seguida, será iniciada a apresentação das propostas.

O valor do lance inicial, principal ponto de reclamação das construtoras por considerarem alto, foi mantido em R$ 8,6 milhões. Houve apenas duas mudanças em relação ao edital antigo. O prazo para a realização das obras aumentou de dois para três anos e foi alterado o período de vistoria dos apartamentos, que irá acontecer entre os dias 30 de novembro e 6 de dezembro.

A venda dos prédios faz parte do projeto ‘Centro Vivo’, que é gerenciado pelo Ipplan, (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento). Em nota, o instituto disse que essas foram algumas das mudanças solicitadas pelas construtoras que retiraram o edital passado. Após a ausência de interessados no leilão, o Ipplan realizou uma pesquisa para identificar os motivos.

O diretor regional do SindusCon (Sindicato da Construção Civil), José Luiz Botelho, acredita que novamente o leilão possa fracassar, já que foi mantido o mesmo valor do lance. “O custo da compra dos prédios mais o custo de finalização fica praticamente inviável para uma construtora assumir”, afirmou.

Ele também critica o fato de apenas o prazo ter sido alterado. “Normalmente quanto mais rápido terminar um empreendimento, mais barato fica para a construtora”, disse. O presidente da Aconvap, Cléber Córdoba, tem a mesma opinião. “O custo vai ficar próximo do lucro, não é a margem habitual para construtoras.”

Para os dois, a prefeitura deveria vender as torres por um preço próximo ao pago há três anos, quando a administração comprou por R$ 1,5 milhão cada torre. “O preço deveria ser mais proporcional pelo que a prefeitura pagou com alguns reajustes”, disse Botelho.

Segundo o Ipplan, o lance mínimo permaneceu o mesmo pois foi estabelecido em uma avaliação técnica e fixado por meio da Lei 8741/12 de 13 de junho de 2012. Outro ponto que não interessa às construtoras é o preço fixado de venda dos apartamentos, que deve ser de R$160 mil. Cada prédio possui 16 andares e 128 apartamentos.

“No momento que limita o preço final, limita o interesse dos empresários. O empreendimento pode ter surpresas que precisam ser colocadas no preço final”, afirmou Botelho. Segundo Córdoba, um apartamento de dois quartos no centro custa cerca de R$ 200 mil a R$ 220 mil.

Após a conclusão das obras, os apartamentos devem ser comercializados por meio do programa federal ‘Minha Casa, Minha Vida’, com financiamento da Caixa Econômica. As unidades prontas devem ser destinadas para famílias com renda entre R$ 1.600 e R$ 3.100 já inscritas no programa habitacional do município.

O Vale

Publicado em: 22/11/2012

Cidade cria novo modelo arquitetônico para o futuro

São José dos Campos precisa tomar uma decisão: crescer e garantir a qualidade de vida dos habitantes ou tornar-se um amontoado conflitante entre pessoas, veículos e edificações. Para arquitetos, empresários e urbanistas ouvidos pelo O VALE, o município está no limiar para responder à questão. O que se fizer a partir de agora terá repercussão pelas próximas décadas.

Nesse contexto, a arquitetura da cidade pode (e deve) contribuir mais para o desenvolvimento planejado, ousado e inovador da metrópole do Vale. É o que dizem os especialistas. É pouco o que foi feito até agora. Inspiradora, a arquitetura de São José tem em seu DNA grandes mestres do país, mas padece da falta de ousadia.

Arrojo que pode mudar o jogo em favor da qualidade de vida, diz Ricardo Veiga, considerado um dos mais importantes arquitetos da cidade. Para ele, antes de qualquer coisa, é preciso pensar em um plano de transporte de massa “ambicioso”, como um metrô de superfície.

“Se não incentivarmos as pessoas a deixarem o carro em casa, não haverá estrutura viária suficiente”, justifica, ponderando que tal plano deverá ser subsidiado pelo poder público. “Dizem que o metrô não é comercialmente viável, mas foi assim em todo lugar do mundo. Agora pense em São Paulo sem ele hoje em dia.”

Ainda mais crítico ao atual planejamento urbano de São José, o arquiteto Flávio Mourão aponta uma área sensível aos administradores e empresários: a integração entre espaço público e privado. Muros, barreiras fechadas e apropriação do espaço público pelo privado, segundo ele, são características de uma cidade que segrega cada vez mais seus cidadãos. “Ser sustentável não é só reaproveitar materiais e recursos, mas integrar as pessoas dentro da cidade.”

Ainda trabalhando aos 104 anos, mas atualmente internado em razão de uma desidratação, Niemeyer é autor do projeto que criou o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial). Levi é autor do desenho da casa Olivo Gomes, no Parque da Cidade, com paisagismo de Burle Max. O arquiteto também criou instalações para a Tecelagem Parahyba.

“Os modernistas Niemeyer e Levi, respectivamente representantes das escolas carioca e paulista de arquitetura, deixaram um acervo muito rico para os profissionais da cidade”, diz o arquiteto Ricardo Veiga. Segundo ele, a dupla deu impulso aos pioneiros da arquitetura feita na cidade, como Luis Erasmo de Moreira e Willi Pecher, ambos falecidos, e Rosendo Santos Mourão, em atividade aos 85 anos.

“Vim do Nordeste para trabalhar com Niemeyer no Rio e depois em São José. Acabei voltando à cidade e ficando de uma vez por todas”, conta Mourão, que projetou marcos da arquitetura moderna em São José, como o prédio San Marco, na avenida Madre Tereza.

Coordenador do curso de arquitetura da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), Emmanuel Santos também coloca o arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928), que projetou o Vicentina Aranha, entre as grandes referências da arquitetura na cidade. Para ele, tal acervo deixou de inspirar os projetos nas últimas décadas. “Falta ousadia formal, estilística e estética, com raras exceções”, diz ele. Ele sugere a novos profissionais que não sigam apenas os “movimentos de mercado”.

O Vale

Publicado em: 22/10/2012

Após fracasso no Leilão, preço dos prédios é reavaliado

Após o fracasso do leilão dos prédios da Argon, o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) e a Prefeitura de São José dos Campos estão realizando uma consulta às 36 construtoras que retiraram o edital de compra. Cada uma das empresas que demonstraram interesse pelo empreendimento estão recebendo uma ligação na qual a atendente propõe um questionário que trata das regras do edital, do preço do lance mínimo, da forma de pagamento e do prazo de conclusão da obra.

“A pesquisa deverá continuar por mais alguns dias, para que todas as construtoras sejam contatadas”, afirmou a diretora geral do Ipplan, Cynthia Gonçalo. “Queremos estabelecer qual foi o fator limitante, que pode ser desde as exigências documentais, até mesmo a divulgação, que não é realizada pela Prefeitura durante este período eleitoral”.

A data de publicação do novo edital não foi definida. “Junto da Prefeitura, definiremos também uma nova data para o leilão”, afirmou Cynthia. O evento, que estava marcado para o dia 14 de setembro, não aconteceu por causa da desistência unânime das construtoras de participar.

De acordo com o antigo edital, a empresa que efetuasse a compra deveria começar as obras em até 60 dias e o empreendimento teria de estar pronto em 24 meses. Além disso, as unidades compradas deveriam ser transformadas em habitações populares, vendidas por meio do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, cujo teto é de R$160 mil.

Construídos em 1990, na orla do Banhado, próximo à via Norte (ligação entre o centro e a zona norte da cidade), as obras foram paralisadas após a falência da construtora. No local, há apenas o “esqueleto” dos prédios. Em 2009, as quatro torres foram compradas pela Prefeitura por R$ 1,5 milhão cada. Duas delas estão sendo leiloadas para uso habitacional, as outras duas ainda não têm destino certo.

“Estamos desenvolvendo estudos para definir o que será realizado com as outras duas torres”, afirmou Cynthia. O lance mínimo para a compra era de R$ 8,6 milhões por dois prédios, sendo obrigatória a aquisição conjunta. O pagamento, de acordo com o antigo edital, deveria ser feito à vista.

O Vale

Publicado em: 05/10/2012