Industria da região tem queda nos empregos em um ano

O setor industrial da Região Metropolitana do Vale do Paraíba amargou a perda de 4.750 postos de trabalho nos últimos 12 meses, o segundo pior resultado da história. O primeiro ocorreu de junho de 2011 a junho de 2012 quando foram fechados 5.000 empregos formais, com carteira assinada.

A retração do emprego na indústria da região, principal mola da economia da RMVale, tem pior cenário nas cidades da região de Taubaté, que reúne 28 cidades, onde foram fechadas 2.400 vagas entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano.

O setor industrial da região de São José dos Campos, que reúne oito cidades, perdeu 2.100 postos de trabalho no mesmo período. Já a região de Jacareí, composta por três cidades, perdeu 250 empregos com carteira assinada no período de 12 meses, segundo o estudo.

Dirigentes das delegacias regionais do Ciesp analisam que o cenário foi ruim em 2012 por causa da crise da economia na Europa, prejudicando a exportação, a alta carga tributária (custo/Brasil) e a competição dos produtos importados, principalmente da China e da Índia.

Para Fabiano de Sousa, gerente regional do Ciesp São José, a região de São José não ficou fora da realidade em geral que foi ruim, mas sentiu muito as perdas. “O número equivale ao fechamento de uma grande empresa. É é um dos piores resultados da história”. Segundo Sousa, os vilões da alta queda são os setores de autopeças, aeropeças e produtos químicos.

Para 2013, a perspectiva é de recuperação de parte dos postos de trabalhos perdidos. “Esperamos que em 2013 essa situação se reverta”. De acordo com Sousa, as medidas tomadas pelo governo federal, como desoneração na folha de pagamento e redução nos juros e de encargos sociais e redução de energia serão sentidas somente no segundo semestre deste ano.

Em Taubaté, o gerente regional do Ciesp, José de Arimathéa Campos, relatou que o setor de papel e celulose é o que enfrenta maiores dificuldades. “São números acumulados que devem ter melhora no meio do ano”, disse ele. Em janeiro de 2013, A região de São José registrou saldo negativo de 15 vagas comparado ao mesmo período do ano passado. Na contramão, a regional de Taubaté apresentou acréscimo de 800 postos de trabalho, alta de 1,52%. E Jacareí somou mais 100 empregos formais.

O Vale

Publicado em: 20/02/2013

AME tem filas para exames de mais de 6 meses na cidade

Usuários do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de São José dos Campos reclamam da demora na marcação de consultas, que pode chegar a seis meses. É o caso do corretor de imóveis José Ricardo Lopes dos Santos, 40 anos, que fez uma eletroneuromiografia nas mãos anteontem na unidade. O exame foi marcado em fevereiro.

“O sistema de saúde público em São José é uma vergonha. A cidade precisa, no mínimo, multiplicar por cinco toda a estrutura”, disse. O corretor contou que sofreu um acidente em 2009 e precisou ser operado, começando um tratamento após a cirurgia. Em agosto do ano passado, segundo ele, o médico teria pedido o exame. “Esperei um ano até conseguir fazer o exame nas mãos. O próximo prefeito tem que resolver esse problema na cidade.”

A procura por atendimento no AME é maior na parte da manhã, quando lota o saguão da unidade, que atende pacientes de oito municípios São José, Jacareí, Caçapava, Paraibuna, Jambeiro, Monteiro Lobato, Santa Branca e Igaratá.

As reclamações de demora se concentram nesse período, quando a espera pode ultrapassar 4 horas. “Cheguei aqui às 6h e só fui atendido às 10h30. Acho um desrespeito com o cidadão”, reclamou o aposentado José Souza, 52 anos. “Tem que ter um atendimento mais ágil”, disse Maria de Jesus, 42 anos.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, são os municípios que controlam a agenda do AME, por meio de um sistema informatizado. O atendimento só é feito com hora marcada, com tempo médio de espera de 30 minutos. Atualmente, o AME oferta 45 mil exames e 10 mil consultas médicas mensalmente. “Alguns municípios encaminham os pacientes em um mesmo veículo, mesmo com horários diferentes de consultas. Esta é uma iniciativa das secretarias municipais de saúde, e jamais uma orientação do AME”, informou a pasta.

Em nota, a Secretaria de Saúde de São José informou que o exame do corretor José Ricardo “não foi priorizado porque não comprometeria o tratamento que o paciente faz no Hospital Municipal”. Na rede municipal de saúde, atualmente, há 37,5 mil consultas na fila de espera.

O Vale

Empresa Selecta acumula divida de mais de R$20 Milhões

Sete meses após a desocupação do terreno do Pinheirinho, na zona sul de São José, a massa falida da Selecta S/A, proprietária da área, já acumula uma dívida de R$ 28 milhões por ‘abandonar’ o terreno de 1,3 milhão de metros quadrados. A limpeza da área, determinada pela prefeitura no dia 2 de fevereiro, após a demolição das 1.700 casas e a remoção dos entulhos, não ainda foi realizada.

Ao todo, a proprietária da área ignorou sete de nove notificações encaminhadas pelo governo. A massa também ignorou os pedidos para cercar o terreno, desfazer as ruas internas e reconstruir o passeio público. Em razão do descumprimento, recebeu 14 multas, sete delas por reincidências que juntas somam R$ 28 milhões. Em todas elas, a Selecta solicitou prazo de recurso, mas não cumpriu as determinações.

A multa mais alta é a que cobra a higiene e limpeza do terreno, R$ 27,5 milhões. Isso porque a cobrança é feita com base no tamanho do terreno é cobrado um valor de R$ 6,65 por cada metro quadrado de área. Para o governo, o local se transformou em um problema para a vizinhança local por oferecer riscos de proliferação do mosquito transmissor da dengue e de animais peçonhentos.

Outro problema é o uso do espaço por usuários de crack que costumam se reunir no local para o uso de drogas em plena luz do dia. “É um descaso com São José e com os moradores do entorno desse terreno. O excesso de entulho pode causar doenças e atrair animais peçonhentos”, disse a secretária de Defesa do Cidadão, Marina de Oliveira.

Segundo Marina, são constantes das rondas da guarda municipais e de fiscais no local. “Eu espero que a massa falida tome uma providencia, principalmente para cercar e limpar aquela área, porque todas as multas que podíamos aplicar eu já apliquei”, disse.

Marina pretende contratar uma empresa para fazer a limpeza em um trecho do terreno, onde o problema é mais grave. Ela aguarda respaldo jurídico para fazer a limpeza em área particular. “Tem um trecho muito afetado onde os usuários de drogas se concentram. Estamos monitorando a área e iremos limpar uma parte e o jurídico irá remeter a conta para a empresa”, disse Marina.

Será a segunda ação da prefeitura no terreno. O alto risco do local, levou equipes do Centro de Controle de Zoonoses no final de fevereiro a realizar vistorias no local. Em um mutirão, agentes recolheram mais de oito toneladas de entulhos considerados potenciais criadouros do mosquito entre os escombros do Pinheirinho. A época o governo alegou que a ação foi necessária para eliminar possíveis criadouros da dengue.

A área também foi incluída entre os pontos estratégicos de risco para o controle do mosquito. São realizadas vistorias semanais. Todos os processos de multa ainda estão em andamento, alguns deles com recursos da Selecta sendo julgados pela Junta de Recursos Municipal. Até o momento, nenhuma das multas foi paga. Nenhum representante da Selecta foi encontrado ontem para comentar o assunto.

O Vale

Definição do novo Diretor do Inpe demorará dois meses

A definição do novo diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos, deve demorar ainda pelo menos mais dois meses. A previsão foi feita pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, a diretores do Sindict (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial) na semana passada.

O presidente da entidade, Ivanil Elisiário, relatou que Raupp informou que deseja ter na direção do Inpe uma pessoa que tenha afinidade com o presidente da AEB (Agência Espacial). “Ele disse que quer trabalhar em sintonia com os comandos do Inpe e da AEB”, afirmou o dirigente.

Segundo Elisiário, Raupp prevê que ainda serão necessários pelo menos mais 60 dias para a conclusão do processo de definição do presidente da AEB e do Inpe. O impasse está relacionado à demora na nomeação do atual diretor do Parque Tecnológico de São José, José Raimundo Coelho, para a presidência da AEB.

Na última sexta-feira, um grupo de 25 servidores do Inpe foi em caravana ao Rio de Janeiro pressionar Raupp, que cumpriu agenda em instituições na cidade. Pela manhã, diretores do Sindict estiveram com o ministro na Pontifícia Universidade Católica. No período da tarde, os servidores se encontraram com Raupp em outra solenidade.

Em ambos os eventos, ele foi cobrado pelo grupo. “Ele afirmou que pretende chamar o primeiro nome da lista tríplice dos candidatos.” O presidente do Sindict relatou que 350 servidores do Inpe assinaram uma carta aberta entregue ao ministro em que pedem pressa na escolha do novo diretor.

O temor dos funcionários é que o impasse na definição do nome possa provocar prejuízos aos projetos do Inpe.
Hoje completam 263 dias que o diretor demissionário do Inpe, Gilberto Câmara, pediu para deixar o cargo.

O Vale

Terreno do Antigo Pinheirinho vai a leilão em três meses

Com 1,3 milhão de metros quadrados, o cobiçado terreno do Pinheirinho, na zona sul de São José, será leiloado em junho. A área que pertence à massa falida da Selecta, empresa do megaespeculador Naji Nahas, será leiloada para pagamento de dívidas.

Segundo o juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, da 18º Vara Cível, responsável pelo processo de falência da massa falida da Selecta, o terreno é o único bem da empresa, que possui dois credores as Fazendas Municipal e Federal.

O juiz não informou o valor devido aos credores, mas a estimativa é que a dívida da massa falida com município e União some R$ 24 milhões. Segundo o magistrado, o terreno será vendido por meio de leilão eletrônico. O valor inicial para o lance não foi divulgado pela Justiça, mas segundo o magistrado foi feita uma perícia com base no valor real do metro quadrado.

Avaliação.A pedido de  O VALE, o especialista em avaliação de terreno, José Silvio da Costa Manso, fez uma avaliação informal da área. Segundo ele, a estimativa é que o valor do metro quadrado naquela região varie de R$ 80 a R$ 100. Assim, a gleba valeria de R$ 108 milhões a R$ 136 milhões, respectivamente.

“É a última área nobre da zona sul, bem localizada e que pode receber condomínios residenciais ou industriais. As grandes construtoras certamente estarão de olho”, disse Manso. Segundo Manso, a área tem um aproveitamento estimado de 718 mil metros quadrados pelo menos 45% do terreno é área de APP ou destinada para arruamento.

Nesse espaço, ele estima que seria possível construir 3.740 lotes de 200 metros quadrados ou 1.000 galpões industriais. Em razão do zoneamento industrial, o terreno do Pinheirinho, por lei, só pode ter vocação industrial.

O leilão do Pinheirinho será realizado pela empresa Sodré Santoro, de Guarulhos. O advogado da empresa, Sidney Palharini Júnior, informou que o edital com as informações do terreno e seu valor deve ser publicado na segunda quinzena de abril. Por um período de 20 dias, os interessados no terreno poderão se cadastrar no site da empresa e fazer lances on-line. Depois, haverá um pregão presencial.

O juiz da massa falida informou que a participação de órgãos públicos no leilão está descartada, por ser ilegal. A prefeitura informou não ter conhecimento do leilão. Quando o pregão for agendado, a Procuradoria Fiscal do Município irá acompanhar o processo para receber os créditos da dívida dos impostos municipais.

O governo não respondeu se pretende alterar o zoneamento da área. A reintegração de posse do Pinheirinho ocorreu no dia 22 de janeiro. A ação reuniu 2.000 policiais militares.

O Vale