AME tem filas para exames de mais de 6 meses na cidade

Usuários do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de São José dos Campos reclamam da demora na marcação de consultas, que pode chegar a seis meses. É o caso do corretor de imóveis José Ricardo Lopes dos Santos, 40 anos, que fez uma eletroneuromiografia nas mãos anteontem na unidade. O exame foi marcado em fevereiro.

“O sistema de saúde público em São José é uma vergonha. A cidade precisa, no mínimo, multiplicar por cinco toda a estrutura”, disse. O corretor contou que sofreu um acidente em 2009 e precisou ser operado, começando um tratamento após a cirurgia. Em agosto do ano passado, segundo ele, o médico teria pedido o exame. “Esperei um ano até conseguir fazer o exame nas mãos. O próximo prefeito tem que resolver esse problema na cidade.”

A procura por atendimento no AME é maior na parte da manhã, quando lota o saguão da unidade, que atende pacientes de oito municípios São José, Jacareí, Caçapava, Paraibuna, Jambeiro, Monteiro Lobato, Santa Branca e Igaratá.

As reclamações de demora se concentram nesse período, quando a espera pode ultrapassar 4 horas. “Cheguei aqui às 6h e só fui atendido às 10h30. Acho um desrespeito com o cidadão”, reclamou o aposentado José Souza, 52 anos. “Tem que ter um atendimento mais ágil”, disse Maria de Jesus, 42 anos.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, são os municípios que controlam a agenda do AME, por meio de um sistema informatizado. O atendimento só é feito com hora marcada, com tempo médio de espera de 30 minutos. Atualmente, o AME oferta 45 mil exames e 10 mil consultas médicas mensalmente. “Alguns municípios encaminham os pacientes em um mesmo veículo, mesmo com horários diferentes de consultas. Esta é uma iniciativa das secretarias municipais de saúde, e jamais uma orientação do AME”, informou a pasta.

Em nota, a Secretaria de Saúde de São José informou que o exame do corretor José Ricardo “não foi priorizado porque não comprometeria o tratamento que o paciente faz no Hospital Municipal”. Na rede municipal de saúde, atualmente, há 37,5 mil consultas na fila de espera.

O Vale