Camelódromo do centro foi construído em área particular

O polêmico camelódromo da praça João Mendes (Praça do Sapo), no centro de São José dos Campos, criado pelo ex-prefeito tucano Eduardo Cury, foi construído em área particular. O Centro Popular de Compra foi inaugurado em maio do ano passado, mas o decreto de desapropriação de dois terrenos ocupados pelo camelódromo somente foi editado por Cury no dia 28 de dezembro de 2012, três dias antes de deixar o cargo. A área desapropriada já foi avaliada pelo governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT), mas o valor da desapropriação não foi pago. Para criar o espaço, a prefeitura encampou áreas de propriedade de Veridiano Tavares Filho. Segundo o decreto de desapropriação, uma área mede 87,12 metros quadrados e a outra, 29,35 metros quadrados, no total de 106,47 metros quadrados. Em nota, o governo informou que os imóveis foram avaliados, mas não foram pagos. Segundo o governo, há uma discussão na Justiça se a área seria pública ou uma antiga servidão de passagem. Procurado, o proprietário do terreno não se manifestou.

A prefeitura também responde ação movida pela família Dória, que reivindica a posse de uma área de cerca de 40 metros quadrados que teria sido “ocupada pelo município para o camelódromo”. Ruy Dória Filho relatou a O VALE que o terreno foi ocupado sem o seu aval. “No governo passado, chegamos a conversar com a prefeitura, mas não houve acordo”, disse. Segundo Ruy Dória, o camelódromo passou a obstruir o acesso a outras áreas de sua propriedade. Ele relatou que a prefeitura obteve uma liminar que garante a posse da área ao município. “Vamos aguardar o julgamento da ação”, disse Dória. A Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos informou que o município defende essa área como sendo pública, uma antiga servidão. “Não há decisão da Justiça”, informa nota da secretaria.

Marina de Fátima de Oliveira, ex-secretária de Defesa do Cidadão no governo Cury disse ontem que, no caso dos terrenos desapropriados, foi “feito um acordo com o proprietário”. Ela gerenciou a criação do camelódromo no centro da cidade. “Conversamos com o proprietário. Ele deu aval verbal para utilizar os terrenos até a formalização da desapropriação, que ficou para o setor jurídico”, afirmou. Com relação à área de Ruy Dória, Marina afirmou que não houve “invasão” porque somente foi ocupada área pública onde existia uma rua”. O camelódromo do Sapo possui 42 boxes. Camelôs que trabalham no espaço reclamam que o projeto fracassou e querem sair do local.

Comerciantes, pedestres e motoristas que circulam pela Praça do Sapo (Praça João Mendes), centro de São José, estão incomodados com a falta de iluminação no local. A praça, que fica próxima ao calçadão da rua 7 de Setembro, está com todos os pontos de luz apagados. A escuridão só não é total porque as luzes dos postes da Bandeirante, instalados nas ruas em volta do local, estão funcionando. “É ruim para o comércio porque fica difícil visualizar o que acontece lá fora. Quando é dia de pagamento a gente sempre corre risco”, disse Thaís Cristina de Siqueira, gerente de uma loja em frente à praça. “É perigoso deixar assim tudo escuro. É perigoso para mulheres que passam indo para casa, e para estudantes da escola que fica logo na rua detrás, que têm de passar pela praça à noite”, disse o agente de limpeza pública Antônio Rodrigues dos Santos, de 50 anos.

“Dá medo de passar aqui porque não se sabe o que pode acontecer”, disse a estudante Ariane Ramos, de 17 anos. A SSM (Secretaria de Serviços Municipais) informou que faz rondas pela cidade para checar lâmpadas apagas e que enviou, ontem à tarde, uma equipe para vistoriar o local a fim de providenciar a retomada da iluminação. A SSM acrescentou que é comum que roubem cabos para comercializa-los e que estourem lâmpadas para dificultar a visão, motivos pelos quais uma área pública pode ficar sem luz.

Defensoria entra com ação para achar solução do Camelódromo

A Defensoria Pública Estadual em São José dos Campos planeja acionar a Justiça com o objetivo de encontrar uma solução para a situação do camelódromo da praça João Mendes (Sapo), que possui 42 boxes, e viver praticamente vazio. O defensor público estadual, Jairo Salvador, disse ontem, após se reunir com um grupo de informais que trabalham no local, que vai ingressar no Judiciário com uma ação civil pública para obrigar a prefeitura a garantir meios para a subsistência dos camelôs ou então que encontre alternativa para que possam trabalhar em outro local. “O Poder Público removeu os camelôs das ruas, beneficiou a mobilidade urbana com a liberação do espaço público, o comércio formal, mas deixou de executar todo o planejamento feito para esse programa, já que os informações saíram prejudicados”, disse.

O defensor pontuou que, os mais prejudicados são os que trabalham com alimentação, já que o movimento no camelódromo é pequeno e não garante renda suficiente para os informais. “Vamos inclusive solicitar a colaboração da Defensoria Pública Estadual da cidade de São Paulo, que move uma ação semelhante para a ação que vamos propor”, afirmou. Segundo o defensor, a negociação é o melhor caminho, mas, ele não está satisfeito com as informações que recebeu da prefeitura a respeito do camelódromo do Sapo. Para os informações, o apoio da Defensoria pode ser fundamental para encontrar uma solução para o espaço. “É um caminho, o que não pode continuar é essa situação. Nem licença a prefeitura emitiu para nós”, disse Celso Lemes, um dos informais do camelódromo. “Queremos uma solução. Hoje, não conseguimos vender nada aqui, porque não tem público. Só no sábado é que há algum movimento”, afirmou Miriam Dias de Carvalho, que trabalha com alimentação no camelódromo.

O secretário municipal de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, ratificou o que já havia declarado meses atrás aos ambulantes. “Este ano, não temos condições de fazer obras no local por dificuldades financeiras da pasta”, frisou. O secretário pontuou ainda que, qualquer alternativa que seja estudada, terá que ser para o espaço. “O município investiu muito aqui e não tem sentido mudar os informais para outro local”, declarou. Sobre o posicionamento da Defensoria Pública, José Luís disse que vai aguardar, mas destacou que está aberto ao diálogo. O camelódromo da praça João Mendes completou um ano em maio deste ano.

Camelódromo aponta fracasso na cidade e gera protesto

Ambulantes do camelódromo da praça João Mendes (Sapo), centro de São José dos Campos, planejam realizar manifestação hoje data de um ano de criação do centro de compras. Os camelôs vão colocar faixas de protesto na praça para chamar a atenção da população e reivindicar solução para o camelódromo, que fracassou. “Vamos fazer um ato pacífico, para marcar a data”, disse um camelô.

Dos 42 boxes do centro de compras popular, menos da metade permanece aberto. Os informais foram removidos das ruas e praças do centro e levados para o camelódromo da praça João Mendes e para a Rodoviária Velha (Terminal Central), que tem 90 boxes. Desde a transferência, ocorrida no dia 30 de abril do ano passado, que os informações do já conhecido como “camelódromo do sapo” reclamam do espaço.

“Os poucos que restaram, ficaram por teimosia. Esse lugar não deu certo”, disse o informal Celso Lemes. A expectativa do grupo era que o governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT) desse outro tratamento, mas o secretário de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, já descartou a possibilidade de novos investimentos no espaço e também a volta dos informais para a rua.

As queixas principais dos informais é que o camelódromo fica em um lugar “acanhado e escondido” e não tem infraestrutura. Mirian Dias Carvalho, 46 anos, trabalhou com carrinho de alimentação na praça Afonso Pena durante mais de 20 anos. Instalada em um box do camelódromo, ela conta que desistiu.

“No começo abria todo o dia, mas não vendia nada. Depois de alguns meses, passei a abrir duas ou três vezes até que decidiu fechar”, relatou. Para sobreviver, ela diz que conta com a ajuda dos filhos e passou a trabalhar como diarista, fazendo faxina. “É uma situação desesperadora”. O casal Vitor e Ana Zulmira Domingues também desistiu do camelódromo.

“Não deu certo, ficamos quase um ano aqui, mas não vendíamos quase nada. Fracassou”, contou Vitor. Rosane Aparecida de Oliveira, 47 anos, que fez parte do grupo de ambulantes que negociou com a prefeitura a transferência dos informais para o camelódromo, também desistiu. “Não abro mais o meu box porque não compensa. Havia dias que não vendia mais que R$10”, Afirmou.

Hoje, ela trabalha com o filho em uma galeria da rua Sete de Setembro. O presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial), Felipe Cury, disse que “realmente o camelódromo do Sapo não deu certo”. “Realmente, esse camelódromo fracassou. O local é muito ruim e os ambulantes não conseguem vender nem para sobreviver”.

O secretário de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, reafirmou que este ano não há previsão de novos investimentos públicos no camelódromo da praça João Mendes. A pasta é a responsável pelo local, mas, segundo o secretário, não há previsão de recursos no orçamento para investimentos no local. “Já conversamos com os ambulantes. Temos que estudar outras alternativas”, afirmou.

Segundo o secretário, os informais poderiam, por exemplo, diversificar os produtos que comercializam. José Luís disse que outra alternativa é melhorar a comunicação visual do camelódromo, para chamar a atenção do público. Ele descartou a possibilidade de transferência dos informais para outro espaço. “Isso não vai acontecer porque houve investimento público no espaço”, disse o secretário, que descartou a volta do grupo para as praças.

O Vale

Publicado em: 30/04/2013

Comerciantes temem volta dos camelôs para ruas

A direção da ACI (Associação Comercial e Industrial), de São José dos Campos, planeja promover debate sobre a situação dos camelódro-mos da cidade. O presidente da entidade, Felipe Cury, afirmou que há preocupação do comércio com a possibilidade de os ambulantes voltarem a ocupar ruas e praças do centro.

“Não podemos retroceder. Por isso, estamos colocando a ACI à disposição para debater a situação e buscar soluções para ajudar os ambulantes, especialmente para os do camelódromo da praça João Mendes, que enfrentam sérias dificuldades” declarou o dirigente. Na avaliação de Felipe Cury, o governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT) precisa dar atenção para o grupo. “Não é admissível pensar na volta dos informais para as ruas”, frisou.

A decisão da direção da ACI partiu após a reportagem publicada por O VALE no domingo último, que mostrou a real situação dos dois Centros de Compras Populares, da praça João Mendes (Sapo), e da Rodoviária Velha. Os dois espaços estão em funcionamento há quase 10 meses.

A situação mais crítica é a do camelódromo da praça João Mendes. Dos 42 boxes, 28 estão fechados e muitos ambulantes já abandonaram o espaço, que praticamente não atrai público. Na Rodoviária Velha, que abriga 90 informais, as queixas são da iluminação precária, sistema de câmeras de monitoramento que não funciona, piso inadequado e do banheiro que, segundo os comerciantes locais exala mal cheiro para os boxes vizinhos.

Felipe relatou que pretende, nos próximos dias, propor ao governo municipal uma reunião na sede da entidade. “Vamos convidar o secretário de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, representantes dos camelôs e de outras entidades para avaliar o assunto. É preciso fazer alguma coisa”, salientou Felipe. A ACI e o Sindicato do Comércio Varejista apoiaram a criação dos camelódromos, plano elaborado e executado na administração do ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB).

Camelôs consultados ontem por O VALE apoiaram a iniciativa da ACI. “É uma medida interessante. Se formos convidados, iremos”, disse Joelson Vieira, que trabalha no Centro de Compras Popular da João Mendes. O presidente da ADI (Associação de Economia Informal), Antonio Gonçalves Batista, o Tonico Pipoqueiro, afirmou que a reunião pode ser positiva, “se não houver conotação política”.

O Vale

Publicado em: 15/02/2013

Camelódromo acumula problemas na cidade

Solução encontrada pelo governo do ex-prefeito Eduardo Cury (PSDB) para a remoção dos ambulantes das ruas e praças do centro de São José dos Campos, o projeto dos camelódromos fracassou e se transformou em dor de cabeça para o governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT).

Em funcionamento há quase dez meses, os Centros de Compra Popular, nome oficial dos camelódromos, da praça João Mendes (Sapo) e da Rodoviária Velha (atual terminal central de ônibus urbano) acumulam problemas.

O camelódromo da praça João Mendes é o que apresenta situação mais crítica. O espaço praticamente faliu e os ambulantes transferidos para o local estão em situação de desespero. Dos 42 boxes, mais de 20 estão fechados. Alguns camelôs já abandonaram o local, que vive às moscas.

“Esse camelódromo simplesmente não funciona, é um fracasso. O espaço é apertado, mal iluminado, abafado, escondido e não atrai público”, disse Joelson Vieira, um dos informais que trabalham no local. Ele relatou que muitos ambulantes já desistiram e os que permanecem estão insatisfeitos.

O VALE apurou que muitos camelôs querem mesmo é voltar para as ruas e já sugeriram ocupar uma das laterais da praça João Mendes ou outra área nas imediações do Mercado Municipal. “Aqui não dá mais para ficar. Não conseguimos vender nem para pagar as contas”, disse um ambulante que não se identificou.

Até mesmo a ACI (Associação Comercial e Industrial) avalia que o local é inadequado. “Realmente, aquele espaço não oferece condições para os ambulantes”, afirmou o presidente da entidade, Felipe Cury
O camelódromo da Rodoviária Velha, que abriga cerca de 90 ambulantes, oferece melhores condições, mas também enfrenta problemas.

O camelódromo do Terminal Central de ônibus urbano (Rodoviária Velha) apresenta melhores condições, mas, mesmo assim, há problemas sérios, apontam comerciantes e ambulantes do local. O camelódromo abriga cerca de 90 ambulantes, além de pontos comerciais, que funcionam há mais de 30 anos.

Uma das principais queixas dos informais é o banheiro, que exala mau cheiro e está próximo dos boxes de alimentação. “O banheiro é um problema sério, ninguém aguenta o cheiro ruim”, disse o camelô José Holanda Bessa, o Dedé. Ele não se queixa das vendas. “A gente consegue garantir o suficiente para pagar as contas”, afirmou. “A nossa situação é bem melhor do que a do pessoal da praça João Mendes, que está passando dificuldades”, disse.

Estabelecido no terminal há 33 anos, o comerciante Charbel Nicolas relatou que o local ganhou mais movimento com os camelôs. “Foi importante eles virem para cá, porque ajudou a melhorar o movimento”, avalia o comerciante.

Charbel, no entanto, aponta problemas no terminal. “Além do banheiro, a iluminação é precária, as câmeras do sistema de segurança não funcionam e é preciso mudar o piso”, disse. O comerciante também disse que é necessário a volta da Guarda Municipal, de um administrador para o terminal e da volta de linhas de ônibus como do Jardim Colonial e de bairros da região norte.

No sábado passado, o presidente da Urbam (Urbanizadora Municipal), responsável pelo terminal, Luiz Lima, visitou o local e conversou com ambulantes e comerciantes. Ele disse que mudanças no local dependem de conversações com outras esferas do governo municipal.

O Vale

Publicado em: 11/02/2013

Vendedores do Camelódromo fecham as portas na cidade

Ambulantes instalados no camelódromo da praça João Mendes (Sapo), no centro de São José dos Campos, pediram ao prefeito eleito, Carlinhos Almeida (PT), para serem removidos para outro local, com a alegação de que o espaço não tem infraestrutura adequada.

Uma comissão de informais se reuniu anteontem com vereadores na Câmara e pediu ‘socorro’. Segundo os camelôs, o movimento de final de ano no espaço de compras está abaixo das expectativas.

“O camelódromo fica vazio a maior parte do dia e muitos ambulantes nem abrem seus estabelecimentos”, disse o ambulante Sérgio Luiz da Silva. Os ambulantes que antes ocupavam ruas e praças do centro foram removidos no final de abril deste ano para os camelódromos da praça João Mendes e da Rodoviária Velha, como um dos projetos do Plano Estratégico Centro Vivo, que prevê a revitalização do centro.

O camelódromo da João Mendes tem 42 boxes. Ontem, 13 estabelecimentos estavam fechados. O grupo relatou que é “impraticável” trabalhar no local por causa do calor. “Este mês, a temperatura aqui dentro já chegou a 43°C”, disse Joelson Vieira, um dos integrantes da comissão de informais.

Segundo ele, é preciso encontrar outro local para os informais da praça. “Não adianta, não tem como adequar esse espaço. A única solução a remoção do pessoal para outro lugar”, afirmou Vieira. Uma das sugestões apresentadas pela comissão de ambulantes seria acomodar os informais em uma das laterais da praça João Mendes.

O vereador Luiz Mota (DEM), que participou do encontro, informou que vai encaminhar um relatório ao novo governo municipal, que assuma a prefeitura no dia 1º de janeiro. “Realmente a situação desse centro de compras é complicado. O pessoal não tem mesmo condição de permanecer no local”, afirmou.

Mota conversou ontem informalmente sobre o assunto com o vereador Wagner Balieiro, coordenador da comissão de transição do PT. A conversa aconteceu durante a solenidade de diplomação dos eleitos, no novo Fórum da cidade. Balieiro afirmou que o novo governo vai analisar a questão, mas já adiantou que é preciso mesmo encontrar uma solução para os ambulantes. “Temos que verificar alternativas”, disse o vereador.

O Vale

Publicado em: 20/12/2012

Ambulantes da cidade tem apoio para deixar o Camelódromo

A ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José dos Campos decidiu apoiar as reivindicações dos ambulantes do camelódromo da praça João Mendes (Praça do Sapo), no centro. Após se reunir ontem com uma comissão de ambulantes do local, o presidente da ACI, Felipe Cury, informou que vai preparar um relatório com as queixas e pedidos do grupo e encaminhar para a prefeitura.

“Realmente, os ambulantes têm razão com relação a vários aspectos do Centro de Compra Popular da praça do Sapo”, afirmou Cury. “O local precisa de melhorias. Vamos levar o pleito dos camelôs à prefeitura e marcar uma reunião com a secretária Marina para tratar do assunto”, afirmou o presidente da ACI. O projeto dos camelódro-mos é gerenciado pela secretária de Defesa do Cidadão de São José, Marina de Fátima de Oliveira.

Falta de visibilidade, acessibilidade e banheiros, iluminação insuficiente foram algumas queixas apresentadas pela comissão sobre o camelódromo da praça João Mendes. Outra queixa é que, desde o início da revitalização da praça, a única pia que serve os ambulantes que trabalham com alimentação, está sendo compartilhada pelos operários da obra.

“Se continuar do jeito que está, será o fim, pois não dá mais para trabalhar porque o local não é atrativo”, disse Celso Lemes, um dos permissionários do camelódromo. Os informais querem se mudar do Centro de Compras Popular criado pela prefeitura e sugeriram instalar os pontos comerciais em um dos lados da praça, onde há um estacionamento de veículos fechado, para terem mais visibilidade para o público.

“O espaço da prefeitura é inviável e não permite muitas mudanças. Não deu certo”, afirmou Joelson Vieira, que trabalha no camelódromo.  A secretária Marina de Fatima de Oliveira, informo, por meio de sua assessoria, que aguarda o documento com as reivindicações dos ambulantes do Centro de Comércio Popular Jardim do Sapo, para que os pedidos possam ser avaliados.

Os ambulantes foram transferidos para o novo espaço em maio deste ano. No total, o camelódromo possui 43 boxes. Além desse, a prefeitura transformou a Rodoviária Velha em camelódromo onde estão agrupados 90 informais.

O Vale

Camlôs tentam sair do Camelôdromo para volta as Ruas

Vendedores ambulantes instalados no Centro de Comércio Popular, o camelódromo, da Praça do Sapo, na região central de São José dos Campos, iniciaram um movimento de retorno às ruas. Eles estão recolhendo assinaturas em um abaixo-assinado que servirá de base para uma ação civil pública a ser ajuizada junto ao Ministério Público Estadual.

A medida deverá ser impetrada até a próxima semana. A ação vai questionar judicialmente a Prefeitura de São José e pedir a volta dos ambulantes para as ruas. A iniciativa já tem a adesão de 60% dos 42 profissionais liberais instalados no cameló-dromo. Os termos da ação estão sendo estudados por advogados do gabinete do vereador Tonhão Dutra (PT).

Os vendedores ambulantes alegam prejuízos de até 80% com a transferência para o camelódromo. Márcio José Queiróz Oliveira, 34 anos, instalado em um box no camelódromo da Praça do Sapo, afirmou que pretende até mudar de ramo.

“Vou trabalhar como servente de pedreiro. Minha mulher vai passar a cuidar da lojinha. Só que ela terá que levar meus dois filhos, de 7 anos e de 5 meses, para o trabalho”, disse. Segundo ele, o movimento de clientes no camelódromo é muito inferior ao das ruas.

“Eu faturava cerca de R$ 200 por dia quando tinha a banca instalada na rua Coronel José Monteiro. No cameló-dromo não consigo nem R$ 50”, disse Oliveira. Situação semelhante é narrada pelo comerciante vizinho, Severino Ramos da Silva, 48 anos. “Eu conseguia faturar até R$ 3.000 por mês quando estava na rua. Minhas vendas caíram 80%”, garante Severino, em meio aos acessórios para celulares que vende.

Os profissionais liberais foram retirados das ruas no início de maio. A iniciativa integra o plano estratégico Centro Vivo, idealizado pela Prefeitura de São José. Segundo a diretora do Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento), Cynthia Gonçalo, o programa tem por objetivo a requali- ficação do centro.

“A criação do Centro de Comércio Popular devolveu para a população as calçadas e praças que antes estavam ocupadas pelos vendedores informais”, disse. Em função do feriado de ontem, ninguém foi encontrado na Prefeitura para falar sobre a ação a ser impetrada pelos camelôs.

O Vale

Camelódromo é aprovado por comerciantes e moradores

A remoção dos ambulantes das praças do centro de São José dos Campos foi aprovada pelos consumidores que frequentam a região. É o que mostra sondagem de opinião realizada pela ACI (Associação Comercial e Industrial), com consumidores que frequentam o centro, sobre camelódromos criados pelo governo do prefeito Eduardo Cury (PSDB).

Os dados divulgados ontem pela ACI revelam que a maioria, 83% dos entrevistados, afirma que o centro ficou mais bonito com a realocação dos informais para os camelódromos da Rodoviária Velha e da praça João Mendes (Sapo).

Outro dado que chama a atenção é que 81% dos entrevistados responderam que compram produtos dos camelôs ante 19% dos pesquisados que responderam que não têm esse hábito. Dos entrevistados, 71% concordam com a criação dos centros, 24% não concordam e 5% não souberam avaliar. Além disso, 82% afirmam que vão até o camelódromo para fazer compras.

As razões para a aprovação da mudança foram: organização, segurança dos comerciantes, melhor acesso ao local e circulação de pedestres, além da melhora na aparência do centro. A maior parte dos pesquisado (67%) utiliza o centro com frequência, de duas a sete vezes por semana, 21% vão eventualmente e 12% apenas uma vez na semana.

O principal motivo para o fluxo no centro são as compras, liderando as respostas com 31% dos entrevistados.  O presidente da ACI, Felipe Cury, disse ontem que ficou surpreso com o alto índice de aprovação dos camelódromos e da remoção dos ambulantes.

“Isso mostra que a construção dos camelódromos foi correta”, afirmou ele. Comerciantes também aprovaram. “A praça do Sapo ficou mais limpa, mais alegre. Está ótimo”, disse o lojista Antonio Rodrigues, quem tem uma ótica na João Mendes.

Já entre os informais há muita queixa, principalmente os do camelódromo da praça do Sapo. “O movimento está muito fraco”, foi a opinião da maioria dos informais consultados ontem pelo O VALE. “Por enquanto, o movimento é pequeno, mas temos esperança de que vai melhorar”, disse Joelson Vieira.

Os ambulantes que trabalham com alimentação afirmaram que a “situação é muito ruim”. “Não estamos vendendo nada. As contas estão se acumulando”, disse Miriam Dias de Carvalho. Na Rodoviária Velha, a situação é diferente. Parte dos ambulantes afirmou que o movimento no local é bom, principalmente por causa do terminal do transporte público.

“Ficou bem melhor. Aqui estamos protegidos da chuva, tem mais segurança”, disse Jorge Matos. Os ambulantes foram removidos no final de abril 90 para a Rodoviária Velha e 42 para o centro popular da João Mendes.

O Vale

Depois de Seis anos, Camelódromo começa a Funcionar

Começam a funcionar amanhã os camelódromos construídos pela Prefeitura de São José dos Campos para os ambulantes que trabalham nas ruas do centro. No total, 132 camelôs serão transferidos para os Centros de Compra Popular da Rodoviária Velha e da praça João Mendes (Sapo).

A remoção dos informais das ruas ocorre seis anos após o governo do prefeito Eduardo Cury (PSDB) ter iniciado o processo de negociação com o grupo. Na Rodoviária Velha foram construídos 90 boxes e na praça João Mendes, 42.

Quatro ambulantes que trabalham com frutas serão alocados na praça em frente à escola estadual Olímpio Catão. Outros 16 informais que trabalham com carrinhos de alimentação (pipoca, sorvete e churrasquinho) vão permanecer nas ruas. Durante a semana passada, os ambulantes aproveitaram para readequar os boxes. Muitos colocaram piso e placas com o nome do estabelecimento.

Entre os informais, a expectativa vai do pessimismo ao otimismo exagerado. “Acho que no começo vai ser difícil, porque a população ainda não conhece o novo espaço, mas vamos tentar”, disse Rose Santos, que trabalha na João Mendes. Para José Holanda Bessa, o Dedé, a expectativa é positiva. “Acho que vai dar certo. Temos que trabalhar na divulgação do novo endereço”, afirmou Bessa, que vai trabalhar em um boxe na Rodoviária Velha.

Mesma opinião tem Valdomiro Santos, que vai se mudar da praça Afonso Pena para o camelódromo da praça João Mendes. “Os ambulantes saíram ganhando porque vão ser donos do ponto e ainda poderão passa-lo para familiares após dez anos de permissão. Não podemos reclamar”, disse. Pela lei aprovada na Câmara, os informais vão pagar uma taxa anual de R$ 120 para a prefeitura pelo uso do espaço.

O governo havia estipulado uma taxa mensal que variava de R$ 100 a R$ 150, mas os vereadores alteraram o texto. O prefeito Eduardo Cury (PSDB) ainda não se pronunciou. Ele pode vetar o sancionar o texto aprovado pelo Legislativo.

Para evitar que clandestinos ocupem o espaço dos informais cadastrados, a Secretaria de Defesa do Cidadão irá reforçar a fiscalização no centro a partir de amanhã. Os fiscais vão permanecer nas ruas para coibir a presença de eventuais clandestinos. Com a saída dos ambulantes, a prefeitura já prepara intervenções nas quatro praças do centro.

Na Afonso Pena, uma das mais importantes do centro, será ampliada a calçada, reforçada a iluminação e recuperado o paisagismo. Na praça Cônego Lima, o piso será refeito e aumentado o nível em relação à rua, para maior conforto dos pedestres, segundo a prefeitura.

O Vale