Camelódromo aponta fracasso na cidade e gera protesto

Ambulantes do camelódromo da praça João Mendes (Sapo), centro de São José dos Campos, planejam realizar manifestação hoje data de um ano de criação do centro de compras. Os camelôs vão colocar faixas de protesto na praça para chamar a atenção da população e reivindicar solução para o camelódromo, que fracassou. “Vamos fazer um ato pacífico, para marcar a data”, disse um camelô.

Dos 42 boxes do centro de compras popular, menos da metade permanece aberto. Os informais foram removidos das ruas e praças do centro e levados para o camelódromo da praça João Mendes e para a Rodoviária Velha (Terminal Central), que tem 90 boxes. Desde a transferência, ocorrida no dia 30 de abril do ano passado, que os informações do já conhecido como “camelódromo do sapo” reclamam do espaço.

“Os poucos que restaram, ficaram por teimosia. Esse lugar não deu certo”, disse o informal Celso Lemes. A expectativa do grupo era que o governo do prefeito Carlinhos Almeida (PT) desse outro tratamento, mas o secretário de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, já descartou a possibilidade de novos investimentos no espaço e também a volta dos informais para a rua.

As queixas principais dos informais é que o camelódromo fica em um lugar “acanhado e escondido” e não tem infraestrutura. Mirian Dias Carvalho, 46 anos, trabalhou com carrinho de alimentação na praça Afonso Pena durante mais de 20 anos. Instalada em um box do camelódromo, ela conta que desistiu.

“No começo abria todo o dia, mas não vendia nada. Depois de alguns meses, passei a abrir duas ou três vezes até que decidiu fechar”, relatou. Para sobreviver, ela diz que conta com a ajuda dos filhos e passou a trabalhar como diarista, fazendo faxina. “É uma situação desesperadora”. O casal Vitor e Ana Zulmira Domingues também desistiu do camelódromo.

“Não deu certo, ficamos quase um ano aqui, mas não vendíamos quase nada. Fracassou”, contou Vitor. Rosane Aparecida de Oliveira, 47 anos, que fez parte do grupo de ambulantes que negociou com a prefeitura a transferência dos informais para o camelódromo, também desistiu. “Não abro mais o meu box porque não compensa. Havia dias que não vendia mais que R$10”, Afirmou.

Hoje, ela trabalha com o filho em uma galeria da rua Sete de Setembro. O presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial), Felipe Cury, disse que “realmente o camelódromo do Sapo não deu certo”. “Realmente, esse camelódromo fracassou. O local é muito ruim e os ambulantes não conseguem vender nem para sobreviver”.

O secretário de Defesa do Cidadão, José Luís Nunes, reafirmou que este ano não há previsão de novos investimentos públicos no camelódromo da praça João Mendes. A pasta é a responsável pelo local, mas, segundo o secretário, não há previsão de recursos no orçamento para investimentos no local. “Já conversamos com os ambulantes. Temos que estudar outras alternativas”, afirmou.

Segundo o secretário, os informais poderiam, por exemplo, diversificar os produtos que comercializam. José Luís disse que outra alternativa é melhorar a comunicação visual do camelódromo, para chamar a atenção do público. Ele descartou a possibilidade de transferência dos informais para outro espaço. “Isso não vai acontecer porque houve investimento público no espaço”, disse o secretário, que descartou a volta do grupo para as praças.

O Vale

Publicado em: 30/04/2013

Moradores estão insatisfeitos com o atendimento do Procon

Do outro lado do balcão, o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) de São José agora é alvo de reclamação. Órgão que recebe diariamente centenas de denúncias e reclamações, sofre com condições precárias e redução de funcionários.

E a quem reclamar?

Vanderson Goulart de Oliveira, autônomo de 32 anos, esperou duas horas e meia para ser atendido ontem. Segundo ele, apenas cinco funcionários estavam disponíveis para atender cerca de 40 pessoas. “Isso é um absurdo. Como ficamos agora? Até o ano passado era tranquilo. Eu mesmo tive que ligar o ventilador porque o ar-condicionado não estava funcionando”, disse ele.

O horário de atendimento também tem desagradado quem busca o serviço. O VALE  apurou ontem que o balcão de reclamação geral diminuiu em uma hora o atendimento à população. Abre mais tarde ou fecha mais cedo, dependendo da demanda. A informação foi dada pela própria atendente do Procon.

“O atendimento está precário, demorando demais. Meu marido desistiu no período da manhã e voltou à tarde e quase ficou sem senha”, disse Aparecida Paula da Silva, dona de casa, 44 anos. Para José Luís Nunes, secretário da Defesa do Cidadão de São José, o Procon é um projeto prioritário e logo que investimentos forem liberados, o órgão será modernizado para agilizar o atendimento. “De imediato vou verificar o quadro de funcionários e estudar a melhoria para o local”, disse.

O Vale

Publicado em: 20/02/2013

Empreiteiras são alvos da Prefeitura com a nova Lei

Uma das principais queixas do empresariado de São José dos Campos é com as contrapartidas exigidas pela prefeitura aos impactos gerados por novos empreendimentos. Na avaliação do setor, as regras “não são claras e há exigências absurdas”. No encontro que teve na semana passada com o empresariado, o prefeito Carlinhos Almeida (PT) foi questionado a respeito do assunto.

As contrapartidas são determinadas a partir de estudos da pasta de Transportes, de acordo com o denominado PGT (Polo Gerador de Tráfego) provocado pelos novos empreendimentos. O diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e coordenador do Gedesp (Grupo de Estudos do Desenvolvimento Econômico Social e Político), Almir Fernandes, perguntou a Carlinhos se ele vai continuar a política de exigir contrapartidas de quem investe em São José dos Campos.

Carlinhos respondeu que é preciso encontrar um equilíbrio. “O problema são os parâmetros. Estamos buscando definir parâmetros. Em São Paulo, tem a limitadores de 2% a 5% do valar do empreendimento, no máximo. Podemos caminhar para uma legislação nesse sentido”, disse o prefeito.

Para Carlinhos o importante é ter regras claras. “ É preciso ter regras clara e não definir caso a caso”, disse. Para o empresário Francisco de Oliveira Roxo, o governo precisa ouvir a comunidade. “A administração tem que abrir diálogo com as entidades e não ouvir só os técnicos da prefeitura”, declarou.

O ex-secretário de Transportes Anderson Farias Ferreira defendeu a política de contrapartidas. “A regulamentação do PGT ocorreu em 2011 para disciplinar a mobilidade urbana. A população não pode arcar com o ônus dos novos empreendimentos ou ampliação dos existentes. Isso acontece em todas as grandes e cidades do porte de São José”, afirmou Ferreira.

Para o atual titular da pasta de Transportes, Wagner Balieiro, as contrapartidas ocorrem como forma de atenuar os possíveis efeitos negativos que aparecem com a implantação de novos empreendimentos ou ampliação dos existentes.

“As regras atuais trabalham com uma subjetividade excessiva. Estão ocorrendo estudos, coordenados pela Secretaria de Planejamento, para garantir um processo mais transparente e o entendimento claro das regras. O objetivo é garantir o entendimento dessas regras por todos e ter um crescimento com condições de qualidade de vida”, disse.

O Vale

Publicado em: 28/01/2013

Hospital Municipal da cidade é alvo de críticas

A quebra de três máquinas de raio X no hospital Municipal de São José tem deixado pacientes a espera de exames que necessitam do aparelho. Ao todo, o hospital conta com seis máquinas de raio X. Segundo a Secretaria de Saúde, dois deles foram comprados há um mês.

Na semana passada, dois dos aparelhos apresentaram defeitos e, no final de semana, um terceiro equipamento também quebrou. Durante a campanha pela disputa à Prefeitura, o candidato Cristiano Ferreira (PV), alertou sobre o problema dos equipamentos. “Na madrugada de quarta para quinta-feira, um conhecido, que tinha sofrido um acidente, me ligou. Fui até o hospital e ele estava há quatro horas esperando para fazer um exame de raio-x”, afirmou o atual vereador.

A Prefeitura de São José mantém há cinco anos contrato com uma empresa terceirizada. A SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) é responsável pelas visitas técnicas mensais, que têm o intuito de evitar pane nos aparelhos.

Além de fazer a manutenção preventiva, a empresa é também a responsável pela correção dos equipamentos, quando necessário. Contra a terceirização, Ferreira afirma que a SPDM pode causar prejuízo ao município. “Recebo diariamente ligações de munícipe reclamando da situação do hospital. A quebra dos equipamentos de raio X é só mais um dos problemas”, afirmou.

A diretora do Sindicato dos Servidores Municipais, Zelita Ramos, concorda que os problemas sejam nítidos.
“Desde o início, a tercei-rização é ruim para a população. A empresa sempre visará lucro. Não há interesse em consertar os aparelhos nem de contratar mais funcionários. Quem sofre com isso é quem precisa do serviço”.

Segundo nota emitida pela SPDM e assinada pelo diretor técnico do hospital, Carlos Alberto Maganha, a previsão é de que duas das máquinas quebradas voltem a funcionar hoje. Segundo o hospital, a maioria das peças para o conserto dessas máquinas é importada, por isso o reparo não é feito de imediato ou em poucos dias.

Parte dos exames estão sendo feitos no próprio hospital. O AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e o hospital de Clínicas Norte estão auxiliando em dias de grande demanda. Serão investigadas as causas desses aparelhos terem apresentado problemas técnicos quase ao mesmo tempo, fato que nunca aconteceu no hospital.

Fonte: O Vale / Foto: N/A, Licença: N/A

Publicado em: 10/10/2012

Alvo de Processos na cidade são Planos de Saúde

Enquanto as famílias estavam reunidas confraternizando a chegada de mais um Natal, a advogada de São José Odete Pinto Ferreira, 53 anos, passou o último dia 24 de dezembro dentro do Fórum, aguardando uma decisão judicial.

O sacrifício tinha como objetivo garantir que o pai, que tinha 75 anos, conseguisse fazer um procedimento médico no coração que estava sendo negado pelo convênio, que foi pago pontualmente por mais de 20 anos. O problema enfrentado por Odete, que perdeu o pai horas depois da cirurgia, não é um caso isolado.

Segundo advogados cíveis de São José consultados, tem aumentado o número de usuários de convênios médicos que recorrem à Justiça para garantir atendimentos de direito. Como não há um órgão que centralize a demanda, O VALE não conseguiu ter acesso ontem ao número total de ações na cidade.

Entre os pedidos mais comuns feitos à Justiça estão realização de exames de alta complexidade e equipamentos cirúrgicos exigidos pelos médicos especialistas. “O convênio está ficando igual à rede pública. A gente paga uma vida inteira para ficar na mão na hora que mais precisa”, afirmou Odete.

“Os convênios usam uma linguagem no contrato diferente da praticada pelos médicos. É subterfúgio para se esquivar do cumprimento do contrato”, disse o advogado Henrique de Martini Barbosa, que trabalha atualmente em dez ações contra convênios.

A publicitária Ana Paula Rodrigues de Oliveira, 37 anos, também procurou um advogado para que o pai pudesse tirar um tumor no pâncreas. “Meu pai esperou o convênio autorizar a cirurgia por 30 dias. Quando autorizaram, negaram o material cirúrgico.”

Outro lado. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) informou que o problema ocorre porque pacientes de planos antigos têm direitos diferentes dos de usuários dos novos planos. De acordo com a agência, existe um programa de adaptação do contrato para evitar a ida à Justiça. O Procon de São José foi procurado ontem, mas informou que não havia tempo hábil para fazer levantamento sobre as reclamações.

O Vale

Alvo de empresas sao galpões industriais

Galpões industriais no Vale do Paraíba começam a atrair empresas que buscam locais para se instalarem.A localização no eixo Rio-São Paulo, a variedade de opções e o preço do metro quadrado são os atrativos para o uso desses galpões.

De acordo com levantamento da Herzog Imóveis Industriais e Comerciais, o Vale representa 21,5% de todo o estoque de galpões do interior do Estado, com 337mil m² de área construída. São José possui a maior fatia desse estoque, com 250 mil m².

A Herzog estima que 41% dos galpões industriais da região estejam vagos.Atualmente, Taubaté, São José e Jacareí possuem seis unidades prontas. Outro em Jacareí e um em Caçapava estão em fase de construção.

Um caso de reaproveitamento de galpão é o prédio da empresa Kodak, de 32 mil m², que passou por uma transformação com a chegada das câmeras digitais. “A empresa que antes trabalhava com filmes passou a não precisar mais de todo aquele espaço”, explica Simone Santos, diretora de Serviços Corporativos da Herzog.

Concorrência. Outra opção encontrada pelas empresas com áreas não aproveitadas é a venda para construtoras. O antigo galpão industrial da Fuji, em Caçapava, foi demolido e dará lugar ao condomínio DVR, um empreendimento da WTorre construtora, de 130 mil m² às margens da rodovia presidente Dutra.

Em São José, a alteração na Lei de Zoneamento de agosto do ano passado proíbe a demolição dos galpões para a construção de condomínios.

Variedade
Vale do Paraíba tem 21,5% de todo o estoque de galpões do interior do Estado; estimativa é que 41% desse montante estaria vago depois do desuso de outras empresas

Oferta
São José dos Campos possui 250.000 m² de área construída, sendo a maior praça de galpões da região; em seguida vem Jacareí, com 47.500m2 e Taubaté, com 40.000m²