O prazo para a entrega da Arena de Esportes, em São José dos Campos, foi prorrogado pela sexta vez desde o início da obra, em novembro de 2011. A construção, que custará R$ 33,3 milhões aos cofres públicos, agora está prevista para ser finalizada em junho de 2014.
A previsão inicial era que a obra fosse concluída em agosto do ano passado. Um segundo cronograma deixou a entrega para 30 de março deste ano. Após um novo atraso, a prefeitura concedeu prazo extra de 15 meses à construtora Recoma, responsável pela obra.
A Arena, que fica no bairro Jardim das Indústrias, na zona oeste da cidade, está com apenas 38,29% das obras concluídas. Serão 4.469 lugares fixos e outros 600 móveis para espectadores de várias modalidades. Das etapas previstas, ainda faltam a finalização da superestrutura de concreto, a estrutura de cobertura, instalações e acabamentos.
A Recoma chegou a ser multada pelo governo Eduardo Cury (PSDB) em R$ 333,2 mil por atraso nas obras. Em agosto do ano passado, a construção deveria estar 40% concluída, mas os técnicos da Secretaria de Obras observaram que a obra estava com apenas 24,8% finalizada. O atraso de dois anos e sete meses, a partir do prazo inicial, chega a superar a demora para a entrega de estádios brasileiros para a Copa do Mundo de 2014.
A Arena Corinthians, uma obra bem mais complexa, com capacidade para 65 mil espectadores, vai levar os mesmos dois anos e sete meses para ser concluída pela Construtora Odebrecht. Já a Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), que terá capacidade para 50 mil pessoas em assentos cobertos, 90 camarotes, restaurantes panorâmicos e duas mil vagas de estacionamento, vai ser inaugurada no próximo dia 7 de abril, dois anos e dez meses após o começo das obras de construção.
Mineirão e Maracanã, estádios que foram reformados por completo, também tiveram prazos de entrega menores que a Arena de São José. O atraso na entrega da obra em São José, além de afetar o público, também prejudica os atletas.
No ano passado, por exemplo, a equipe de basquete precisou disputar a final do NBB (Novo Basquete Brasil) em Mogi das Cruzes, já que a cidade não tinha ginásio com capacidade para 5.000 espectadores. “Hoje, mandamos jogos na Associação Esportiva São José, que é o nosso caldeirão. Ela nos atende bem, apesar de precisarmos disputar a final em Mogi. Sabemos que obras desse porte tem entraves burocráticos, mas tenho certeza que o prefeito está atento a isso. Quem sabe em junho de 2014 a gente não disputa uma final na Arena?”, disse o diretor da equipe de basquete masculino, Luís Inácio Messias.
Moradores do entorno da obra também lamentam o atraso para a entrega da Arena Municipal de Esportes. “No início da obra, ela estava a todo vapor. Mas, ultimamente deu uma desacelarada. Não sei o motivo. Vai ver que acabou o dinheiro, porque passo todos os dias em frente à construção e vejo poucas pessoas trabalhando. Espero que terminem logo”, disse o jardineiro Aparecido Nunes Lopes, de 55 anos.
O Vale
Publicado em: 03/04/2013