Operários da Arena de Esportes paralisam atividades

Operários da obra da Arena Esportiva, empreendimento de maior valor da Prefeitura de São José dos Campos, cruzaram os braços ontem de manhã em protesto pelo atraso no pagamento de salários e benefícios. O custo inicial da Arena, que está sendo construída no Jardim das Indústrias, na região oeste, é de aproximadamente R$ 33,3 milhões.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, um grupo de 80 trabalhadores cruzou os braços após assembleia realizada no canteiro da obra por volta das 7h. “O salário do quinto dia útil ainda não foi depositado e também não foi liberado o tíquete refeição. Além disso, há trabalhadores em férias não remuneradas”, disse o secretário geral do sindicato, Erlon de Oliveira.

A empresa Recoma, de São Paulo, é a responsável pela obra da Arena. No entanto, segundo a direção do sindicato, a paralisação de ontem aconteceu em uma empresa contratada pela Recoma. Durante o dia, sindicato e empresa negociaram um acordo para acabar com a paralisação, mas os funcionários não retornaram ao trabalho ontem.

“A empresa informou que tudo será acertado até amanhã(22). Mesmo assim, programamos uma assembleia na obra para amanhã hoje de manhã”, disse o diretor do sindicato. Para a Recoma, a paralisação promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil na obra da Arena Esportiva não passou de um “equívoco”.

“Nós já conversamos com o sindicato. O problema aconteceu em uma empresa que está executando um serviço na obra. Os funcionários da Recoma trabalharam normalmente”, disse o diretor da construtora, Sérgio Schlidt. Segundo ele, 10 ou 12 funcionários estavam com seus salários com um pequeno atraso. No final da tarde, o executivo informou que tudo havia sido resolvido e que o grupo volta ao trabalho hoje. “Não há nenhum problema com a obra”.

A Secretaria de Obras informou, por nota, que a empresa foi notificada no Diário de Obras de que precisa retomar os trabalhos entre hoje(21) ou amanhã (22) sob risco de ser autuada. A Secretaria de Obras informa ainda que os pagamentos, a medição e o cronograma da obra estão em ordem e que não interferem no andamento dos serviços contratados.

A obra, ‘vitrine’ do governo Eduardo Cury (PSDB), começou em novembro de 2011 e deveria ter sido concluída em agosto último, mas pode ficar pronta só em 2014.  A obra da Arena Esportiva é um dos problemas que o prefeito Carlinhos Almeida (PT) terá que equacionar.

De acordo com a Secretaria da Fazenda, até o mês passado foram pagos à construtora o montante de R$ 12,9 milhões. “Ficou um saldo a pagar de R$ 20.673.911,08 parcialmente descoberto, comprometendo o orçamento de 2013 em pelo menos R$ 8,152 milhões”, informou em nota o titular da pasta, José Walter Pontes.

A Secretaria de Obras informou ainda que a construtora Recoma deve pedir reajuste de preço e mais prazo para a conclusão da Arena Esportiva. A pasta aguarda o envio de novas planilhas para fazer uma análise técnica e estabelecer novos prazos para término da obra. Os vereadores acompanham o caso. “Estamos acompanhado o assunto”, disse o relator da Comissão de Obras, Walter Hayashi (PSB).

O Vale

Publicado em: 22/01/2013

Serviços do Ciretran estão atrasados por falta de funcionário

A saída de funcionários na Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de São José dos Campos, em razão da reestruturação do Detran (Departamento de Trânsito de São Paulo), provocou atraso na liberação de documentos e nos serviços prestados pelo órgão na cidade.

O VALE apurou que, no final de 2011, 20 funcionários deixaram a Ciretran e o quadro não foi reposto totalmente, o que só deve ocorrer nos próximos meses. Antes sob o comando da SSP (Secretaria de Segurança Pública) o Detran passou a ser gerido pela Secretaria de Planejamento em março de 2011. Com a mudança, o objetivo do governo do Estado é liberar os policiais civis do órgão para atuarem nos serviços de investigação.

Segundo despachantes e consumidores ouvidos pelo jornal, há casos de documentação demorando quase um mês para ser expedida. “Até hoje não consegui a transferência do carro que comprei no final do ano passado em São Paulo por conta da bagunça na Ciretran”, disse C.A.C., de São José.

Para despachantes, o número de funcionários hoje em torno de 40 deveria ser ampliado para atingir o novo padrão de qualidade no atendimento anunciado pelo Detran em março de 2011. “O serviço não está perfeito, mas não está tão ruim também. Pode melhorar bastante, principalmente se tiver mais uns 30 funcionários e um espaço melhor de atendimento”, afirmou um gerente de um escritório de despachantes na cidade, que pediu para não ser identificado.

A Ciretran de São José registra 800 atendimentos diários e uma média de mais de 15 mil por mês. Segundo o delegado Reinaldo Ribeiro Checa Júnior, responsável pela Ciretran, o órgão passa por um período de transição para o novo modelo proposto pelo Detran, que não contará com policiais civis.

Dos 15 que atuavam em São José até o final do ano passado, apenas sete se mantém na Ciretran, em cargos de chefia. “O Detran está trocando os policiais por funcionários ligados à Secretaria de Planejamento. Isso leva um tempo”,, disse o delegado.

“Perdemos 20 funcionários no final de 2011 e alguns saíram de férias neste ano, o que dificultou o atendimento. Mas estamos voltando à normalidade”, completou Checa Júnior. Em nota, o Detran negou que haja demora ou irregularidades no atendimento na Ciretran de São José, que também adotará o novo padrão de atendimento, inspirado Poupatempo, a partir de 2012.

O Vale

Changes de Estágio ampliado, prevê Profissionais para o Futuro

Pressionado pelo aumento da competitividade entre as empresas e a escassez de mão de obra qualificada, o estágio se ‘profissionalizou’ nos últimos anos. É o que apontam diretores de empresas instaladas na região que aproveitam o estágio para moldar os estudantes em potenciais trabalhadores do futuro.

“A gente olha nossos estagiários como futuros líderes da nossa empresa”, disse o gerente de relações institucionais da Johnson&Johnson, Alcides Suliman. Na empresa de produtos de saúde com sede em São José, atualmente 60 estudantes participam do programa de estágio da J&J, um dos mais concorridos da região. No ano passado, 5.000 pessoas se inscreveram para os 60 postos, concorrência de 83 pessoas por vaga.

O programa consiste em workshops, treinamento prático e auxílio de monitores no planejamento da carreira dos alunos. Quem se destaca, passa para o segundo ano de estágio. Mais à frente, a meta é ficar para o programa de trainee. Bruna Varella, 22 anos, estudante de administração, está em seu segundo ano de estágio da Johnson. Atuando no setor de relações institucionais, busca terminar o ano entre os estagiários selecionados para o trainee.

“O programa de estágio nos prepara para isso. Enxergo que estarei aqui no futuro e sei que as possibilidades são grandes, pois temos muito treinamento”, disse. Quem também vislumbra uma chance como profissional é Andréa Campos, 24 anos, outra estagiária em seu segundo ano de empresa. “O investimento da empresa no estagiário é muito alto”, afirmou.

A média de retenção de estagiários da Johnson varia entre 30% e 45%, índice maior que o registrado no passado.
“Com a evolução do mercado de trabalho, o programa de estágio se tornou um celeiro de talentos”, disse Suliman. Na Unimed de São José, a média de efetivação dos estagiários é ainda maior: de 70% a 80%. Atualmente, 15 estudantes prestam serviço na empresa.

“A proposta é de fazer um trabalho para moldar essa pessoa dentro da empresa”, afirma Regina Bellato, gerente de recursos humanos da Unimed. Ela explica que outra vantagem em adaptar um profissional que já está na empresa para preencher uma vaga aberta é a redução do custo do processo de seleção.

“Quando identificamos um profissional diferenciado, buscamos rete-lo”, disse Regina.
Foi o caso da enfermeira Claudia Serrano, 22 anos, contratada no mês passado pela Unimed, após passar pelo processo de estágio da empresa em 2011.

“Aprendi muito nesse tempo em que fui estagiária. Quando me inscrevi, buscava ter a vivência de um hospital e foi o que aconteceu. Foi muito positivo”, disse Claudia. Em São José, mais de 5.200 estudantes estagiam nas empresas da cidade. Mais de 250 vagas estão abertas.

O Vale