Megaoperação no Ciretran acaba com 2 pessoas presas

Duas pessoas foram presas em flagrante por falsidade ideológica na tarde de ontem durante uma megao-peração realizada no Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de São José. A ação foi organizada pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo) e pela Corregedoria Geral da Administração, órgão ligado à Casa Civil. O objetivo era apurar denúncias feitas sobre fraudes em emissões de Carteiras de Habilitação, diminuição de multas e facilitação em processos internos, chamada de ‘expressinho’. Oito pessoas que trabalham no Ciretran da cidade confessaram recebimento de propina. A Polícia Civil abriu cinco inquéritos para apurar as denúncias. A operação teve início por volta das 10h e contou com aproximadamente 80 agentes do Detran, da Corregedoria e da Polícia Civil. Além do Ciretran, 18 locais, entre autoescolas.

As denúncias de recebimento de propina para diminuição de multas foram recebidas pelo Detran em dezembro de 2012. Em fevereiro, a corregedoria iniciou a investigação de 31 pessoas que estariam envolvidas no esquema. Ontem, os agentes que participaram da megaoperação recolheram documentos do Ciretran e ouviram depoimentos de pessoas que trabalham no órgão. Das 31 pessoas que estão sendo investigadas, 8 confessaram participação no esquema para receber propina em troca de reduzir multas e facilitar processos. “Foram coletados documentos com dinheiro anexado. Esses funcionários podem perder os cargos e, posteriormente, serem processados criminalmente”, afirmou Gustavo Úngaro, presidente da Corregedoria Geral da Administração. As pessoas podem ser enquadradas em crime contra administração pública, formação de quadrilha e corrupção ativa ou passiva.

Além da confissão dos oito funcionários, as duas prisões em flagrante foram de dois instrutores de autoescola, por falsidade ideológica. A operação também fechou duas autoescolas que funcionavam de maneira clandestina (o local onde funcionavam, porém, não foi informado). Outras nove auto-escolas estão sob suspeita. De acordo com o presidente-diretor do Detran, Daniel Annenberg, essa operação já aconteceu em outras cidades do Estado. “Essa operações são feitas de tempos em tempos para averiguar se existem irregularidades nos Ciretrans. E como o Ciretran de São José é grande, é muito importante essa operação”, afirmou.

Surpresa. A operação pegou muita gente de surpresa na tarde de ontem. Muitos foram ao Ciretran para resolver problemas de documentação, mas não houve expediente. “Cheguei aqui para renovar a minha Habilitação, mas não pude entrar. Bati o cartão na minha empresa, saí mais cedo até, mas perdi o dia. Vou voltar amanhã”, afirmou o ajudante civil Milton Dias, 31 anos. A investigação feita no Ciretran de São José teve início de manhã, continuou à tarde e até às 20h30 ainda não tinha um resultado concreto. A operação deixou em dúvida alguns donos de autoescolas na cidade, já que hoje é dia de exame prático.

“Não sei como vai ficar para amanhã (hoje), se vai ter ou não o exame prático”, afirmou Valter Fernandes, proprietário de uma autoescola no bairro Jardim Satélite, na zona sul da cidade. “Eu não estava sabendo denúncias de fraudes ou coisas ilícitas aqui em São José, mas se realmente está acontecendo, é bom que seja feito algo para moralizar a retirada da CNH”, afirmou. A previsão, não confirmada, é a de que o Ciretran funcionaria hoje normalmente. De acordo com Gustavo Úngaro, os materiais que foram apreendidos hoje ainda passarão por uma investigação mais detalhada que pode demorar algum tempo. “Acredito que esses desdobramentos dos casos devam durar mais um ou dois meses, de investigação e até condenação dos envolvidos”, afirmou o presidente da corregedoria.

FONTE: Bruno Castilho – O Vale

Cidade será contemplada com mais setor de trânsito

Oito cidades da RMVale serão contempladas com novas unidades do Detran (Departamento de Trânsito) no Estado: São José, Taubaté, Caçapava, Lorena, Cruzeiro, Campos do Jordão, Caraguá e São Sebastião. Com atendimento mais ágil, no mesmo modelo do Poupatempo, as unidades irão substituir as Ciretrans (Circunscrições Regionais de Trânsito), alvo de reclamações de usuários por conta da demora e burocracia.

O anúncio foi feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao sancionar a lei que transforma o Detran em autarquia. Assim, o órgão deixou de estar ligado à Secretaria e Segurança Pública e passou para a Secretária de Planejamento e Desenvolvimento Regional. O novo Detran já tem 11 sedes do Estado. A primeira da região foi inaugurada em setembro de 2011 em Aparecida. O governo estadual pretende abrir pelo menos 100 unidades até o fim de 2013.

A cada inauguração do novo Detran um time novo de servidores substitui os policiais civis locados nos Ciretrans, que são devolvidos à Secretaria de Segurança Pública. Desde o ano passado, a Polícia Civil recebeu de volta 430 agentes. Até o fim do ano, outros 1.000 serão devolvidos.

Para ocupar o posto dos policiais, será aberto um concurso público que vai oferecer 1.200 mil vagas em todo o Estado para oficial de trânsito, que exige nível médio, e agente de trânsito, de nível superior. O governo informou que novas vagas poderão ser abertas.

Os prédios atuais dos Ciretrans passarão por estudo para saber se têm condições de serem adaptados para receber o novo modelo. Caso contrário, outros poderão ser alugados ou firmadas parcerias com as administrações públicas para adequação.

O VALE apurou que o governo do Estado está à procura de áreas que possam receber as unidades em São José e Taubaté. Os Ciretrans são considerados obsoletos e sem condições de comportar as novas sedes. Em São José, por exemplo, a população enfrenta filas e demora no atendimento e sofre com a falta de estrutura do prédio, que fica na avenida São José, no centro.

Os usuários reclamam também da burocracia e da falta de informação. A Ciretran de São José tem 40 funcionários e atende 19 mil pessoas por mês. O Detran reconhece que os serviços prestados pela Ciretran estão fora do ideal, mas afirma que o novo modelo implantado no Estado vai solucionar os problemas.

Foi o que afirmou o coordenador do Detran de São Paulo, Daniel Annenberg. “Enquanto não houver o novo padrão, com autonomia administrativa e financeira, não tem como solucionar os problemas”. Quem já usou as novas instalações do Detran em Aparecida aprovou o serviço oferecido. “Fui fazer o licenciamento do carro, levei toda a documentação por volta das 10 e meia e voltei para buscar tudo às 4 e meia da tarde. Antes, levava mais de uma semana”, disse o policial militar Gustavo Santos, 25 anos, morador de Aparecida.

O Vale

Publicado em: 23/01/2013

Ciretran da cidade tem reclamações de moradores

Moradores de São José dos Campos reclamam da demora no atendimento da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), em funcionamento na região central da cidade. Algumas pessoas ficam horas na fila aguardando o atendimento. A demora é tanta que alguns chegam a desistir de resolver o problema com a carteira de habilitação.

A Ciretran abre as portas às 9h, mas uma hora antes a fila já é longa. Tudo para tentar ser atendido rapidamente, mas nem sempre adianta. É a terceira vez que o gerente comercial Carlos Alberto Branco tenta pegar a carteira de habilitação que deveria ter ficado pronta há 15 dias. Demorou tanto que o documento chegou a vencer. Mesmo assim, ele foi embora sem ter o problema resolvido. “É uma falta de respeito com o contribuinte”, disse.

A digitadora Tânia Fonseca nem tem carteira de habilitação e ainda está fazendo as provas, mas a dificuldade é chegar até o local do exame. Depois que o posto abre, as senhas começam a ser entregues e aí o problema é outro: tentar achar um lugar para se sentar e aguardar. Quem frequenta a Ciretran diz que o tempo de espera é longo. A espera fica ainda mais desconfortável, porque a sala não tem ventilação, poucos bancos e nenhum assento preferencial.

Outro Lado
O Estado informou que as Ciretrans vão passar por uma reformulação para melhorar o atendimento. A unidade de São José dos Campos deve mudar de endereço.

G1 (Vnews)

Publicado em: 06/11/2012

Prédio da Ciretran deixa usúarios insatisfeitos

Mais de um ano e meio após o governo do Estado anunciar a reestruturação do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), a fim de melhorar os serviços, em São José dos Campos, a população ainda enfrenta filas e demora no atendimento e sofre com a falta de estrutura do prédio, que fica na avenida São José, no centro. Usuários da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) na cidade reclamam também da burocracia e da falta de informação.

O soldador Marcos Ferreira, 37 anos, foi à unidade regional para fazer o licenciamento de sua moto, mas descobriu que o CRV (Certificado de Registro de Veículo) estava bloqueado.  “Perdi minha tarde de trabalho aqui. Quando cheguei à Ciretran, me falaram que eu só podia dar entrada no desbloqueio quando eu tivesse cópia de vários documentos e pagasse uma taxa no banco. Há um desencontro de informações”, afirmou.

Ferreira disse que precisou esperar 40 minutos para ser atendido. E essa não foi a primeira vez que teve problemas. No primeiro semestre, contou que precisou esperar três meses para renovar sua carteira de habilitação.

O mecânico Rodrigo Paulino, 30 anos, também reclamou do atendimento. Ele foi sexta-feira à Ciretran tentar recuperar seu carro que foi apreendido há mais de uma semana. Ele também demorou 40 minutos para ser atendido.

Já o servidor público José Carlos Monteiro, 37 anos, reclamou das instalações da Ciretran em São José. “Não tem um acesso para cadeirante ou para pessoas com problemas de locomoção. Outro dia precisei praticamente carregar a minha mulher”, afirmou.

O único acesso ao atendimento é uma escada de 16 degraus. Os outros problemas apontados pelo servidor são a falta de um painel eletrônico informando de quem é a vez e a falta de água e banheiro. “Tudo que envolve o munícipe tem que tratar com respeito.”

Um despachante de São José que preferiu não se identificar afirmou que o número reduzido de funcionários e a burocracia do órgão atrasam o trabalho de emissão de documentos. “Infelizmente é comum ver cliente insatisfeito com a Ciretran” disse. Segundo o Detran, a Ciretran de São José tem 40 funcionários e atende 19 mil pessoas por mês. Na sexta-feira, quando O VALE esteve no local, dos 17 guichês de atendimento ao público, só 8 tinham funcionários.

O Vale

Publicado em: 30/10/2012

Serviços do Ciretran estão atrasados por falta de funcionário

A saída de funcionários na Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de São José dos Campos, em razão da reestruturação do Detran (Departamento de Trânsito de São Paulo), provocou atraso na liberação de documentos e nos serviços prestados pelo órgão na cidade.

O VALE apurou que, no final de 2011, 20 funcionários deixaram a Ciretran e o quadro não foi reposto totalmente, o que só deve ocorrer nos próximos meses. Antes sob o comando da SSP (Secretaria de Segurança Pública) o Detran passou a ser gerido pela Secretaria de Planejamento em março de 2011. Com a mudança, o objetivo do governo do Estado é liberar os policiais civis do órgão para atuarem nos serviços de investigação.

Segundo despachantes e consumidores ouvidos pelo jornal, há casos de documentação demorando quase um mês para ser expedida. “Até hoje não consegui a transferência do carro que comprei no final do ano passado em São Paulo por conta da bagunça na Ciretran”, disse C.A.C., de São José.

Para despachantes, o número de funcionários hoje em torno de 40 deveria ser ampliado para atingir o novo padrão de qualidade no atendimento anunciado pelo Detran em março de 2011. “O serviço não está perfeito, mas não está tão ruim também. Pode melhorar bastante, principalmente se tiver mais uns 30 funcionários e um espaço melhor de atendimento”, afirmou um gerente de um escritório de despachantes na cidade, que pediu para não ser identificado.

A Ciretran de São José registra 800 atendimentos diários e uma média de mais de 15 mil por mês. Segundo o delegado Reinaldo Ribeiro Checa Júnior, responsável pela Ciretran, o órgão passa por um período de transição para o novo modelo proposto pelo Detran, que não contará com policiais civis.

Dos 15 que atuavam em São José até o final do ano passado, apenas sete se mantém na Ciretran, em cargos de chefia. “O Detran está trocando os policiais por funcionários ligados à Secretaria de Planejamento. Isso leva um tempo”,, disse o delegado.

“Perdemos 20 funcionários no final de 2011 e alguns saíram de férias neste ano, o que dificultou o atendimento. Mas estamos voltando à normalidade”, completou Checa Júnior. Em nota, o Detran negou que haja demora ou irregularidades no atendimento na Ciretran de São José, que também adotará o novo padrão de atendimento, inspirado Poupatempo, a partir de 2012.

O Vale

São José lidera ranking de reprovação de motoristas reprovados

São José dos Campos lidera o ranking estadual de motoristas reprovados nos exames de habilitação, de acordo com o Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) da cidade.

De janeiro a junho deste ano, o índice chegou a 47%, com a reprovação de 5.864 dos 12.478 motoristas que tentaram tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Os mais jovens lideram as estatísticas.

O delegado do Ciretran, Reinaldo Ribeiro Checa Júnior, atribuiu a alta taxa ao aumento na fiscalização dos procedimentos adotados pelas autoescolas e às sindicâncias realizadas no momento dos exames.

Segundo ele, as medidas são uma forma de controlar com mais rigidez o preparo correto dos motoristas.

“Estamos apenas seguindo a lei à risca. Muitos reclamam que precisamos ser mais maleáveis, mas devemos seguir o que é certo. Os examinadores agora só aprovam se a pessoa estiver realmente apta a dirigir”, disse Checa Júnior.

Ranking. Segundo o delegado, alguns procedimentos sofreram alteração com o objetivo de atender as novas portarias do Detran.

“Antes, os candidatos realizavam as aulas práticas no mesmo local onde depois fariam o exame final. Mudamos isso, que é errado. Também reforçamos as faixas das balizas.”

“Muitos não levam as aulas a sério e acabam fazendo o exame por fazer. Nesses casos, não tem outro jeito. Tem que reprovar mesmo”, disse o delegado do Ciretran.

Taxa. Para tentar tirar a habilitação mais uma vez, os alunos que são reprovados têm que pagar taxa estabelecida pelo Estado, que é de R$ 50, além de valores que são fixados por cada autoescola.

“Orientamos as pessoas a pesquisar muito antes de fechar os contratos com as autoescolas. É bom saber os valores da taxa do novo exame, já que em alguns casos o gasto pode chegar até R$ 200”, afirmou Checa Júnior.

POR DENTRO

Ranking
REPROVAÇÕES
De acordo com o Ciretran de São José dos Campos, a cidade lidera o ranking estadual de reprovações para quem vai tirar a habilitação

Estatística
AUMENTO
Em 2009 foi registrado 36,8% de reprovação, em 2010, o índice aumentou para 38,9% e, até junho deste ano, o índice já saltou para 46,9%

Causas
INFRAÇÕES
Entre as principais infrações que reprovam os alunos são os procedimentos de baliza, a falta do uso das setas e o fato dos alunos morrerem o carro

Fiscalização
RIGOR
As reprovações subiram na cidade devido ao aumento na fiscalização dos procedimentos das aulas, e maior sindicância no momento dos exames

Reprovados reclamam de autoescolas
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Muitos alunos reprovados em São José nos exames de motoristas questionam a maneira como as autoescolas conduzem seus procedimentos.

A fonoaudióloga Letícia da Silva Santos, 26 anos, teve que refazer o teste prático, mas garante que não foi devidamente orientada.

“Ao fazer a baliza, deixei o carro morrer duas vezes e acabei não passando. Mas acho que meu instrutor deixou a desejar e poderia ter explicado melhor alguns procedimentos durante as aulas.”

Balizas. A secretária Vilma Rodrigues Silva, 27 anos, precisou fazer o exame três vezes e, mesmo passando, ainda não conseguiu retirar a CNH.

“A autoescola demorou muito para remarcar meus outros exames e com isto os teóricos foram vencendo. Mudei de autoescola, devolveram meu dinheiro e agora vou ter que começar tudo do zero.”

De acordo com o Ciretran de São José, as infrações que mais reprovam são os procedimentos de baliza e seta.