Carlinhos Sugere Acordo Com ‘retomada parcial’ do Teatrão

Município virou coautor de ação de despejo movida pelo MP contra a Águia do Vale; prefeito disse desconhecer processo.

Max Ramon*
Editor de Política

O prefeito Carlinhos Almeida (PT) disse ontem que é favorável a um acordo amigável com o São José Esporte Clube para a retomada do complexo do Teatrão, na Vila Industrial.
Ele admitiu até a possibilidade de a Águia do Vale continuar com uma parte do poliesportivo, que tem 64 mil metros quadrados.
“A situação do Teatrão é a seguinte: nós achamos que tem que haver um entendimento da prefeitura com o clube para que essa área retorne ao município. Não precisa ser a área toda. É possível, e eu acho que essa seria uma boa alternativa”, afirmou o prefeito.
“Nós temos toda abertura para conversar.”
O Teatrão foi construído pela prefeitura e cedido em 1981 ao São José por tempo indeterminado.
Desde o início da década passada, o imóvel, que serve de sede social para o clube, está praticamente abandonado, em precário estado de conservação.
Em maio de 2012, o MP ingressou com ação na Justiça pedindo que o complexo seja reincorporado ao patrimônio do município, em razão do “efetivo prejuízo ao interesse coletivo”.
Apoio.
Ontem, O VALE revelou que a prefeitura manifestou apoio à ação de despejo em novembro do ano passado, no final do governo Eduardo Cury (PSDB), e reivindicou a posse do Teatrão.
Na ocasião, o município pediu ainda à Justiça que fosse transformado em coautor da ação. Esse último pedido foi aceito há menos de duas semanas, no dia 24 de outubro.
O VALE apurou que a possibilidade de devolução parcial do complexo chegou a ser discutida pelo clube com o Ministério Público, como forma de por fim ao processo. Pelo acordo, a prefeitura ficaria com 70% do Teatrão e o São José, com os outros 30%. A proposta, no entanto, nunca chegou a ser formalizada na ação.
Na época, a Águia era presidida pelo vereador Robertinho da Padaria (PPS), aliado do prefeito na Câmara. Ele foi substituído no comando do clube em setembro pelo empresário Benevides Ferneda, o Geleia, candidato de oposição.
Surpresa.
Inicialmente, Carlinhos disse desconhecer o apoio do município à ação de despejo movida pelo MP contra o São José.
A administração municipal negociava havia pelo menos quatro anos com o clube a retomada do poliesportivo da Vila Industrial, se propondo a garantir uma compensação ao São José –que poderia ser até a construção de um novo centro de treinamento.
“A informação que meu jurídico passou é que a última movimentação da prefeitura no processo ocorreu em novembro do ano passado”, afirmou Carlinhos.
O petista não estabeleceu um prazo para discutir a questão com o São José, nem antecipou em que condições poderia ocorrer a retomada parcial do complexo do Teatrão.
O ex-prefeito Eduardo Cury foi procurado para comentar o assunto, não foi localizado pela reportagem.

Geleia terá reunião com governo
O novo presidente do São José, Benevides Ferneda, o Geleia, será recebido na próxima sexta-feira pelo secretário de Esportes João Bosco da Silva para tratar da relação entre o governo e o clube. O cartola, porém, disse que ainda aguarda um convite do prefeito.
“Ele [Carlinhos] não me deu nenhum telefonema até hoje. Ele não me recebe, não sei o porquê, mas respeito. É um direito dele”, afirmou.
Geleia disse que a possibilidade de devolução parcial chegou a ser tratada superficialmente em reuniões do Conselho Deliberativo do São José no início do ano, ainda durante a gestão de seu antecessor, Robertinho da Padaria.
“De concreto, não teve nada. Precisamos ver o que é bom para os dois lados. De minha parte, estou disposto a conversar. Sou um cara de diálogo”, disse o presidente.
Transição.
A reviravolta no caso do Teatrão ocorre em um momento de transição no São José. Geleia assumiu a presidência do clube no dia 16 de setembro depois de vencer uma eleição acirrada, decidida por apenas dois votos.

Fonte:O Vale

Teatrão da cidade pode virar centro esportivo para moradores

O prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), vai levar adiante a proposta de retomar o controle público do Teatrão, na Vila Industrial, para a construção de um complexo poliesportivo na zona leste da cidade. Carlinhos pretende negociar com a diretoria do São José a permuta do espaço por um centro de treinamento e uma nova sede social para o clube.

A retomada do Teatrão pela prefeitura vem sendo negociada há dois anos e ganhou força com uma ação do Ministério Público que investiga o desvio de finalidade do espaço doado pelo Poder Público ao São José há 31 anos.

A rejeição do conselho deliberativo do clube foi o maior entrave enfrentado pela antiga administração, mas Carlinhos conta agora com a simpatia do grupo. Segundo o prefeito, o Teatrão pode ser melhor aproveitado se voltar ao controle da prefeitura, mas o São José não pode ser prejudicado. Defensor da ideia de que o prefeito deve ser parceiro do clube na promoção do futebol, Carlinhos afirma que a construção de um centro de treinamento pode ajudar o time. “Acho que poderemos estabelecer uma relação com o São José e com o conselho deliberativo. Eu acredito que é viável construirmos uma solução que não prejudique o São José, mas que permita que a cidade recupere seu espaço”, disse Carlinhos.

Na avaliação do petista, o espaço pode ser transformado em uma área de lazer. “Acho que ali podemos ter um equipamento para região leste bastante interessante, evidentemente podemos fazer isso, também apoiando o São José.”

Segundo ele, a questão será discutida entre a direção do São José e o secretário de Esportes. “Nós queremos e achamos que é melhor que a cidade receba de volta o Teatrão. Essas tratativas serão feitas pela secretaria competente.”

Presidente do São José, o vereador Robertinho da Padaria (PPS) também considera viável à proposta de permuta do Teatrão. Segundo ele, a iniciativa pode garantir ao clube as instalações necessárias para alojar e treinar de modo adequado a equipe de futebol. “Hoje o Teatrão está sub judice e esse processo pode levar anos.

Até lá, todo o complexo pode ruir. Esse espaço poderia retornar à prefeitura desde que o São José fosse recompensado com um centro de treinamento e uma sala para as reuniões.” A direção do São José avalia que o clube não tem condições financeiras de manter as instalações do Teatrão. O custo de manutenção chega a R$ 30 mil por mês. Hoje, o equipamento vem sendo subutilizado, cedido para treinos de equipes de boxe da prefeitura e transformado em depósito de material esportivo.

O Vale

Publicado em: 07/01/2013

Pressionados cidade prevê devolução do Teatrão

A diretoria do São José planeja propor um acordo ao Ministério Público para devolver o complexo do Teatrão, na Vila Industrial, à prefeitura e pôr fim ao processo que o clube responde na Justiça. Paralelamente, a Águia tenta amarrar um acordo com o prefeito eleito, Carlinhos Almeida (PT), para ter um centro de treinamento e uma sede para reuniões do conselho.

Desde maio deste ano, corre na Justiça uma ação civil do Ministério Público pedindo que o complexo do Teatrão retorne ao patrimônio da prefeitura. O imóvel está sob a guarda do São José Esporte Clube há 31 anos. Na ação, a promotora de Patrimônio Público, Ana Cristina Chami, pede a anulação do termo de doação do imóvel ao clube em razão da ocorrência de ‘efetivo prejuízo’ ao patrimônio público e ao interesse coletivo. O processo corre na 1ª Vara da Fazenda Pública.

“Vamos conversar com o Conselho Deliberativo em busca de uma solução para o complexo, que pode ser de uma nova permuta. Algo que seja bom para a cidade e para o São José. Do jeito que está, não pode ficar”, disse o presidente do São José, o vereador Robertinho da Padaria (PPS).

Na opinião de Robertinho, uma alternativa seria a permuta do complexo com a prefeitura mesma proposta que chegou a ser discutida com o governo Eduardo Cury (PSDB), mas não prosperou. “Precisamos de dois campos de futebol para treinar e uma sala para a reunião do conselho. Esses campos podem ser dentro do próprio complexo ou em outra área”, acrescentou.

Robertinho admitiu pela primeira vez a possibilidade de devolver o complexo ao poder público. “Eu abriria mão do poliesportivo, mas antes é preciso ouvir o conselho e suas propostas. Eu achava mais viável. Sei que temos direito sobre o complexo, mas não conseguimos mantê-lo. O que precisamos é de campos de futebol”, disse.

Mas a devolução da área depende de uma sinalização positiva de Carlinhos Almeida. “Quero sentar com o prefeito eleito e saber qual a opinião dele para o complexo.” O destino do complexo é apenas um dos ‘abacaxis’ de Robertinho, que também trabalha em busca de patrocinadores para a equipe de futebol que disputará o Campeonato Paulista da série A-2.

“Não estou esperando de braços cruzados pelo próximo prefeito e já conseguimos alguns patrocínios para garantir alimentação, transporte e moradia para os atletas. Mas vou precisar de ajuda com a folha de pagamento”, disse.

O presidente do Conselho Deliberativo do São José, João Batista Cunha, o Alemão, disse que qualquer acordo para livrar o clube da ação é válido. “Processos judiciais são muito longos. Um acordo entre o São José, o MP e a Justiça seria positivo”, disse ele, evitando apontar propostas. “Qualquer proposta depende de conversas com o novo prefeito. Temos que esperar ele tomar posse”, disse.

O vereador Jairo Santos (PV) defende a retomada do complexo pela prefeitura. “A população da zona leste precisa de uma área de lazer. São mais de 30 mil pessoas sem campo de futebol e uma área esportiva”, disse.

O Vale

Publicado em: 04/12/2012

Após anos, Teatrão Municipal será devolvido a Prefeitura

O Ministério Público de São José ingressou ontem na Justiça com uma ação civil pedindo que o complexo do Teatrão, na Vila Industrial, retorne ao patrimônio da prefeitura. O imóvel está sob a guarda do São José Esporte Clube há 31 anos.

Na ação, a promotora de Patrimônio Público, Ana Cristina Chami, pede a anulação do termo de doação do imóvel ao clube. O complexo foi doado ao São José em 1981, na gestão do ex-prefeito Joaquim Bevilacqua.

Na avaliação da promotora, durante esse período prevaleceu o interesse particular ao interesse público. “É imprescindível o reconhecimento da nulidade do ato da doação em razão da ocorrência de efetivo prejuízo ao patrimônio público e ao interesse social”, disse a promotora em trecho da ação.

Além da anulação do contrato que transferiu o Teatrão ao São José, a promotora pede a quebra dos sigilos bancário e fiscal do clube. A direção do São José defende a vigência do acordo com a prefeitura e antecipou que não vai abrir mão do espaço. A administração municipal informou que só se manifestará depois de conhecer o teor da ação do MP.

Para a promotora, a doação do complexo não possui condições jurídicas de ser válida por ter ocasionado prejuízo ao patrimônio público “através de ato liberal do administrador público, que simplesmente tornou particular área de destinação pública”.

Ela acrescenta que, embora tenha se efetivado o ato administrativo da doação, não houve registro jurídico da transmissão do bem ao clube no cartório de imóveis. “Em nosso pátrio sistema de legal, a propriedade do imóvel somente se transmite com o devido registro imobiliário.”

Ana considera a doação um ato de improbidade. “O ato administrativo concretiza verdadeiro e injustificado ‘presente’ à entidade privada beneficiada, cujo o uso do espaço deveria ser livre e irrestrito à comunidade”, disse a promotora na ação.

A promotora ressalta na ação que a prefeitura passou a arcar com contínuos custos de locação de frações do imóvel doado além de efetuar diversos repasses ao clube a título de colaboração ao esporte e arcar com custos de manutenção do estádio Martins Pereira, usado pelo São José.

A promotora também aponta o estado de degradação do complexo. “A maior parte dos equipamentos existentes se encontra em situação de precariedade e abandono sem condições de utilização, restando evidente descumprimento das obrigações de manter o núcleo sócio-esportivo-recreativo.”

A ação também questiona a locação de espaços para terceiros em atividades que em nada se relacionam com as finalidades da doação, como um posto de combustíveis e uma boate. O MP pede a devolução do poliesportivo à prefeitura sob pena de multa diária de R$ 2.000, para que o espaço tenha destinação de interesse público e social.

O Vale

Investimento no Teatrão tem objetivo de conclusão em abril

A promotora de patrimônio público de São José dos Campos, Ana Chami, deu prazo até abril para solucionar o impasse que envolve o complexo do Teatrão, na zona leste, e acabar com o embate entre prefeitura e São José Esporte Clube.

A promotora esteve ontem pela manhã no local e considerou o espaço valorizado, porém degradado. “Inicialmente posso dizer que parece ser uma área bastante interessante, valorizada e grande, mas que realmente depende de muita manutenção e reforma. Mas não há uma direta relação do atual estado da manutenção com a decisão final”, disse.

Ana Chami conduz inquérito civil público que investiga suposto desvio de finalidade no uso do complexo, e que pode levar o clube a perder a área para a prefeitura. “A decisão de reversão ou não ao patrimônio público partirá de aspectos jurídicos e irá depender muito mais da análise dos documentos e da escritura, além das atividades feitas nesses 30 anos.”

No último dia 19, a promotoria solicitou documentos à prefeitura, Câmara e diretoria do clube, que têm 20 dias para encaminhar o material. “Foi importante conhecer o lugar, saber onde é, o que ele possui. Nesse sentido tive uma boa visão do estado real do Teatrão. A área precisa de uma definição para ser usufruida, seja para o uso do clube, seja pelo cidadão.”

Ana Chami disse que pretende concluir a investigação até abril. “Espero ter definição até o final de abri. Vou ver se consigo reunir toda a documentação e analisar, até porque se identificou que já houve uma comissão especial de inquérito que analisou o caso há 10 anos.”

A promotora não comentou a proposta do grupo paulista que quer investir R$ 7,5 milhões no complexo, mas aprovou o adiamento da votação do projeto que prevê arrendamento do Teatrão. “Não tenho conhecimento sobre as propostas. Mas acho interessante que a Câmara adie a votação porque se ganha mais tempo para discutir com a população e saber mais sobre as reações das pessoas interessadas.”

Ela considerou positiva a manifestação popular, mas reafirmou que sua decisão irá se basear em fatores jurídicos. “Existem interesses conflitantes, do clube, do município, do cidadão. Isso tem que funcionar dentro de um equilíbrio. Mas serão as questões jurídicas que irão ditar se haverá reversão”, disse.

Ana Chami destacou que o papel do MP no caso é verificar se os termos da doação foram cumpridos ou não e se há necessidade ou não de reversão ao patrimônio público. “Não vou me isentar do que me compete, mas é claro que a decisão do MP não seria nenhuma condicionante para as ações da prefeitura e da Câmara.”

O Vale

Ministério Publico decido o futuro do Teatrão na cidade

Uma vistoria do Ministério Público no Teatrão, na manhã de hoje, pode definir o destino do complexo, na zona leste de São José. A promotora de patrimônio público, Ana Chami, vai avaliar se o São José cumpriu a determinação de zelar pelo espaço e oferecer atividades esportivas e recreativas no complexo. Caso contrário, as instalações podem voltar para a prefeitura.

A visita do MP ao complexo foi solicitada pela diretoria do clube e por seu conselho deliberativo que esperam por um fim às denuncias de irregularidades. “Foi um convite. Queremos que a promotora veja com os próprios olhos que não há desvio de finalidade”, disse o presidente do conselho Deliberativo, João Batista Cunha, o Alemão.

Ele reconheceu a falta de manutenção do complexo e a paralisação das atividades nas piscinas, mas apontou uma série de atividades no complexo. “Lá funciona a sede do clube e do conselho, tem escolinha de futebol do São José, além de atividades como o rúgbi, boxe e academia.”

Após a confirmação da visita do MP ao Teatrão, a diretoria do clube fez uma ‘faxina’ nas dependências do complexo. Funcionários trabalharam na poda do mato alto e na limpeza das piscinas. A definição sobre o destino do Teatrão é alvo de inquérito civil público.

Por meio de representação, moradores da zona leste denunciaram suposto desvio na finalidade de uso e pediram para que a prefeitura retome a área e a transforme em poliesportivo para a comunidade. A polêmica veio à tona após o São José manifestar interesse em arrendar todo o complexo para a iniciativa privada.

O vereador e presidente do São José, Robertinho da Padaria disse que só irá retomar as discussões sobre o arrendamento do complexo após parecer do MP. “Vou esperar a manifestação do MP. Sei que corremos risco de perder investimentos, mas depois que for comprovado que não houve desvio de uso, poderemos dar continuidade a lei de arrendamento e negociar com quem estiver interessado”, disse Robertinho.

Ontem, a promotora de patrimônio público, Ana Chami, confirmou a visita ao complexo, mas disse que só irá se manifestar sobre o inquérito após analisar a documentação solicitada ao São José e a prefeitura. Entre eles, o termo de doação e a escritura.

Procurada, Chami já realizou duas reuniões sobre o complexo com moradores da zona leste e com representantes do São José. Por meio de sua assessoria, o prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB) informou que a prefeitura irá aguardar a decisão do Ministério Público para definir suas ações no Teatrão.

O Vale

Novela Teatrão: Projeto é adiado na cidade

Sob ameaça de veto do prefeito Eduardo Cury (PSDB), a bancada da bola na Câmara de São José decidiu adiar por tempo indeterminado a votação do projeto de arrendamento do complexo do Teatrão, na Vila Industrial, na zona leste.

O inquérito movido pelo Ministério Público para apurar suposto desvio de finalidade no uso do Teatrão pelo São José Esporte Clube também pesou na decisão. Na próxima quinta-feira, a promotora Ana Cristina Ioriatti Chami irá fazer uma visita ao local.

Principal articulador do projeto, o vereador Robertinho da Padaria (PPS), que também é presidente do clube, disse ser prudente aguardar a conclusão do inquérito do MP antes de prosseguir com a proposta. O projeto protocolado pelo parlamentar prevê o arrendamento total do complexo. Atualmente, somente 30% da área pode ser destinada para locação.

A Associação Desportiva Atletas de Cristo ofereceu um investimento de R$ 7,5 milhões na recuperação do complexo e um aluguel de R$ 30 mil por mês, condicionado ao uso do espaço por 30 anos. “Vou esperar esta ação do MP. Agora, quero ir até o fim deste processo. Se o MP entender que tem alguma coisa errada, não coloco meu projeto para votar”, disse Robertinho. O vereador do PPS disse também que está ciente do veto do prefeito Eduardo Cury.

“Já fui informado pelo governo de que o prefeito irá vetar o projeto em razão do MP, do manifesto de moradores e por ser ano eleitoral. Mas não vou colocar para votar em respeito à promotora.” Outros vereadores também consideram prudente aguardar definição do MP. “No estágio que chegou, cabe aguardar a apuração do MP. Ele terá peso fundamental para mostrar se diante das acusações cabe à prefeitura resgatar ou não o Teatrão”, disse Dilermando Dié (PSDB).

Para Cristiano Ferreira (PV), é importante ampliar diálogo com comunidade que mora no entorno do Teatrão. “Falam nas benfeitorias, mas ainda parece utópico o meio como pretendem recuperar esse investimento”, disse Vadinho Covas (PSDB).

Ontem, o governo afirmou, por meio de nota oficial, que o prefeito vai vetar o projeto caso ele seja aprovado. “O que ficou decidido na bancada é que o prefeito, por orientação da Secretaria de Assuntos Jurídicos, não poderá tomar nenhuma atitude em relação ao Teatrão até que haja uma manifestação do MP”, disse o governo tucano na nota.

O Vale

Novela do Teatrão provaca crise na Câmara da cidade

O impasse sobre o destino do complexo do Tea- trão, na Vila Industrial, provocou uma divisão dentro da bancada que apoia o prefeito Eduardo Cury (PSDB) na Câmara de São José. Desde a semana passada, um grupo ligado ao vereador Robertinho da Padaria (PPS), presidente do São José Esporte Clube, está distribuindo panfletos na zona leste acusando o vereador Jairo Santos (PV) de mentir sobre o projeto que prevê o arrendamento do poliesportivo.

A distribuição dos 10 mil panfletos foi uma retaliação ao movimento ‘Salve o Teatrão’, encabeçado por Jairo, que defende a retomada do complexo pela prefeitura. “Foi uma sacanagem o que o vereador fez, pura politicagem. O Teatrão não pertence à comunidade. Aquela área é do clube”, disse Robertinho.

Para o vereador, a ação movida por moradores da zona leste no Ministério Público contra o arrendamento teria sido instigada por Jairo. “Ele enganou a população dizendo que aquela área é pública e agora quer tomar o complexo na marra. Mas vamos provar que somos os proprietários e que não há desvio de finalidade”, disse.

Jairo afirmou que a representação no MP é fruto de mobilização da comunidade, que precisa de lazer. Segundo ele, mais de 2.500 assinaturas foram colhidas em um abaixo-assinado para que o Teatrão retorne à população. “Minha posição é que a prefeitura sente com o conselho e com a diretoria do São José e busque uma alternativa que garanta ajuda ao time de futebol e para a população da zona leste que precisa de lazer.”

Líder do governo na Câmara, Fernando Petiti minimizou o racha na bancada. “Alguns vereadores colocaram posições diferentes”, disse. A secretária de Governo Claude Mary de Moura pretende se reunir individualmente com os dois vereadores para ouvir o que cada um tem a dizer sobre o caso.

Sem consenso na Câmara, a votação do projeto que prevê o arrendamento do complexo pode ser adiada. Na Casa, os vereadores criticam os investimentos propostos pela Associação Desportiva Atletas de Cristo, que manifestou interesse na área. A entidade ofereceu R$ 7,5 milhões em investimentos e um aluguel de R$ 30 mil por mês durante a concessão de 30 anos.

Os vereadores querem garantir que não haverá desvio de uso do complexo. “A sociedade precisa se cercar de garantias de que não haverá desvio de finalidade”, disse Valdir Alvarenga (PSB).

Há também quem já articula novas propostas para recuperar o espaço. Os vereadores Cristóvão Gonçalves (PSDB) e Wagner Balieiro (PT) devem protocolar juntos um projeto substitutivo para que a prefeitura faça o arrendamento do centro poliesportivo. “Estamos conversando com o Robertinho para ver a possibilidade de uma brecha na lei que permita a prefeitura abrir o espaço para a população, sem retirar o complexo do São José”, disse Cristóvão.

O Vale

Retomada do Teatrão a base de Ordem Judicial na cidade

O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), disse ontem que a melhor solução para acabar com o impasse sobre o destino do complexo do Teatrão, na Vila Industrial, é devolvê-lo à comunidade. Entretanto, o tucano antecipou que só tomará qualquer medida em relação ao caso após avaliação da Justiça ou da reabertura de negociações com o São José Esporte Clube, que detém a posse do poliesportivo.

O Teatrão foi construído pela prefeitura e cedido à Águia do Vale em 1981 por tempo indeterminado, desde que o clube mantivesse no complexo um núcleo esportivo-recreativo. O Ministério Público começa a analisar hoje uma representação de moradores da zona leste que pedem a retomada do poliesportivo alegando quebra nos termos de doação da área ao clube.

“Se há ou não desvio de função de uso, eu não sei. Essa é uma dúvida que existe. Há um ano atrás, nós fizemos uma análise do contrato e ficaram dúvidas se há ou não desvio da finalidade e se o termo foi descumprido ou não até hoje”, disse Cury.

O prefeito citou que a lei municipal de 1993 que permitiu a locação de 30% da área a terceiros é cumprida pelo São José. “Teoricamente eles cumprem isso. Agora, eu não sei se há uma ilegalidade, alguém precisa pegar a documentação e observar se há alguma ilegalidade. Esse contrato é muito antigo, seria uma leviandade falar se há ilegalidade ou não. Mas, se ela existir, com certeza a prefeitura vai cumprir a lei.”

Cury não comentou a proposta da Associação Desportiva Atletas de Cristo, que pretende explorar o espaço por 30 anos com a promessa de investir R$ 7,5 milhões na recuperação do complexo e de pagar um aluguel de R$ 30 mil por mês ao clube ao clube.

Mas deixou claro o interesse do governo municipal em reaver o complexo. “A disposição da prefeitura continua a mesma. Queremos ajudar o São José e nos colocamos a disposição para que o Teatrão volte para a população. O São José não tem condições de tocar o poliesportivo.”

“O poliesportivo não está ajudando em nada o time. O futebol do São José tem que ser ajudado, mas, dentro dessa ajuda, o ideal é que o equipamento volte para população.”

O prefeito disse ainda que não teme ser enquadrado na lei de improbidade por má gestão de recursos públicos. “É uma judiação um equipamento daquele ficar deteriorado. A coisa mais nobre seria que ele voltasse para a população. Quem sabe nessa investigação do MP surge alguma coisa mais clara para o jurídico da prefeitura analisar.”

Presidente do São José, o vereador Robertinho da Padaria (PPS) disse que, embora haja interesse do governo no complexo, não há proposta em discussão. Hoje, a Câmara vota projeto do parlamentar que abre brecha para o arrendamento do Teatrão aos investidores.

“Se houver uma proposta melhor ou equivalente, ela será discutida pela diretoria e pelo conselho, mas agora só existe vontade”, disse. “Como a área foi doada pela prefeitura, ela não pode fazer investimento ou alugar. Não vejo possibilidade de parceria, a não ser por permuta.”

Segundo Robertinho, o clube cumpre o contrato. “Não há desvio de finalidade. Apenas as piscinas não funcionam.”

O Vale

Reunião para atrair novos Patrocinadores para o Teatrão

O grupo de investidores interessado em explorar o complexo do Teatrão prometeu ontem ajudar o São José Esporte Clube a sair da crise caso o negócio envolvendo o centro poliesportivo se concretize.

Além de investimentos na ordem de R$ 7,5 milhões para a recuperação do complexo, a Associação Desportiva Atletas de Cristo ofereceu apoio jurídico ao clube para resolver uma série de pendências judiciais e trabalhistas e um plano de ação para atrair patrocinadores.

“Iremos oferecer assessoria jurídica gratuita ao São José para negociação das dívidas existentes e de processos jurídicos em andamento”, disse o tesoureiro da entidade, Abdo Calil, durante apresentação do projeto a vereadores, em encontro realizado na Câmara.

Segundo ele, o grupo também poderia ajudar o clube a atrair patrocinadores. “Já existem empresas interessadas em patrocinar o time.” O Teatrão foi construído pela prefeitura e cedido ao São José em 1981. O arrendamento do complexo depende de uma mudança na legislação municipal.

Vereadores questionaram o valor do aluguel oferecido pela entidade para explorar o Teatrão, de R$ 30 mil por mês. Os parlamentares cobraram um repasse mensal maior para ajudar o time de futebol. “Esse valor, para a realidade do São José, é quase nada”, disse o vereador Valdir Alvarenga (PSB). Calil retrucou afirmando que o objetivo do grupo é arrendar o complexo e explorá-lo comercialmente, e não investir no futebol.

O tesoureiro disse também que devem ser considerados os custos mensais de manutenção do complexo, que ultrapassariam R$ 220 mil por mês. Os custos chegariam a R$ 3 milhões por ano. A entidade afirmou já ter R$ 7,5 milhões em caixa para iniciar as obras de reforma do complexo esportivo. E que cerca de R$ 300 mil já foram gastos com a contratação de engenheiros e arquitetos para a reconstituir a planta do complexo e elaborar os projetos de recuperação.

Os investimentos poderiam ser ampliados caso o prazo de concessão salte de 30 para 50 anos, com a construção de um hotel cinco estrelas e um centro de treinamento. O grupo espera obter retornos financeiros com a transação após 22 anos. Eles apostam na atração de 25 mil sócios para utilizar o parque aquático e os campos de futebol e na locação do ginásio, salas e estacionamento. O vereador Robertinho da Padaria (PPS), presidente do São José, defendeu a proposta do grupo, alegando que o

Teatrão é hoje uma “propriedade particular”. “O grupo está aqui para esclarecer dúvidas. Essa proposta dá ao clube a possibilidade de recuperar sua estrutura e renegociar com a Justiça nossas dívidas. Queremos o nome do São José limpo.”

O Vale