A diretoria do São José planeja propor um acordo ao Ministério Público para devolver o complexo do Teatrão, na Vila Industrial, à prefeitura e pôr fim ao processo que o clube responde na Justiça. Paralelamente, a Águia tenta amarrar um acordo com o prefeito eleito, Carlinhos Almeida (PT), para ter um centro de treinamento e uma sede para reuniões do conselho.
Desde maio deste ano, corre na Justiça uma ação civil do Ministério Público pedindo que o complexo do Teatrão retorne ao patrimônio da prefeitura. O imóvel está sob a guarda do São José Esporte Clube há 31 anos. Na ação, a promotora de Patrimônio Público, Ana Cristina Chami, pede a anulação do termo de doação do imóvel ao clube em razão da ocorrência de ‘efetivo prejuízo’ ao patrimônio público e ao interesse coletivo. O processo corre na 1ª Vara da Fazenda Pública.
“Vamos conversar com o Conselho Deliberativo em busca de uma solução para o complexo, que pode ser de uma nova permuta. Algo que seja bom para a cidade e para o São José. Do jeito que está, não pode ficar”, disse o presidente do São José, o vereador Robertinho da Padaria (PPS).
Na opinião de Robertinho, uma alternativa seria a permuta do complexo com a prefeitura mesma proposta que chegou a ser discutida com o governo Eduardo Cury (PSDB), mas não prosperou. “Precisamos de dois campos de futebol para treinar e uma sala para a reunião do conselho. Esses campos podem ser dentro do próprio complexo ou em outra área”, acrescentou.
Robertinho admitiu pela primeira vez a possibilidade de devolver o complexo ao poder público. “Eu abriria mão do poliesportivo, mas antes é preciso ouvir o conselho e suas propostas. Eu achava mais viável. Sei que temos direito sobre o complexo, mas não conseguimos mantê-lo. O que precisamos é de campos de futebol”, disse.
Mas a devolução da área depende de uma sinalização positiva de Carlinhos Almeida. “Quero sentar com o prefeito eleito e saber qual a opinião dele para o complexo.” O destino do complexo é apenas um dos ‘abacaxis’ de Robertinho, que também trabalha em busca de patrocinadores para a equipe de futebol que disputará o Campeonato Paulista da série A-2.
“Não estou esperando de braços cruzados pelo próximo prefeito e já conseguimos alguns patrocínios para garantir alimentação, transporte e moradia para os atletas. Mas vou precisar de ajuda com a folha de pagamento”, disse.
O presidente do Conselho Deliberativo do São José, João Batista Cunha, o Alemão, disse que qualquer acordo para livrar o clube da ação é válido. “Processos judiciais são muito longos. Um acordo entre o São José, o MP e a Justiça seria positivo”, disse ele, evitando apontar propostas. “Qualquer proposta depende de conversas com o novo prefeito. Temos que esperar ele tomar posse”, disse.
O vereador Jairo Santos (PV) defende a retomada do complexo pela prefeitura. “A população da zona leste precisa de uma área de lazer. São mais de 30 mil pessoas sem campo de futebol e uma área esportiva”, disse.
O Vale
Publicado em: 04/12/2012