Pelo terceiro mês consecutivo, a cesta básica da Região Metropolitana do Vale do Paraíba registrou queda de preço em julho, conforme pesquisa divulgada ontem pelo Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), da Unitau (Universidade de Taubaté). O recuo foi de 1,8%, o quarto maior registrado pelo Nupes desde fevereiro de 2005, quando começou a pesquisa. O levantamento aponta que o valor da cesta básica na região em julho foi de R$ 1.104,94. Em junho, ela valia R$ 1.125,14, mostra o levantamento mensal do Nupes. Vilão da inflação no começo do ano, o tomate desponta agora como um dos responsáveis pela baixa do valor da cesta básica regional.
A pesquisa da Unit au revela que em julho o tomate registrou queda de 35,27% no preço, recordista de redução entre os 32 produtos de alimentação pesquisados. Na sequência, aparecem abobrinha (-15,95%), cebola (-14,01%), laranja pera (-12,20%) e frango (-9,60%). Segundo o economista Luiz Carlos Laureano, pesquisador do Nupes, a baixa de preço do tomate foi provocada pela oferta elevada na safra de inverno, o que levou à redução do valor no comércio. “O clima mais propício à cultura, mais seco, favoreceu a sua produção, contribuindo com o acréscimo na oferta”, afirmou Laureano. Para os consumidores, a queda no preço de hortifrutigranjeiros melhora o cardápio em casa.
“Pagando menos, a gente consegue comprar mais e fazer receitas mais elaboradas”, disse a cobradora Josefa Machado, 40 anos, que costuma pesquisar preços antes de comprar os alimentos. “Assim, encontro boas ofertas”. Segundo o comerciante Iranildo Araújo, os consumidores podem esperar outras reduções de preço nos próximos meses. “Vai ter mais surpresa nas prateleiras”. Adriano Pereira, comerciante de São José, espera aumentar o volume de vendas com a queda nos preços. “A chegada da primavera, com calor e mais chuvas, deve provocar aumento de produção e queda nos preços”, afirmou ele. A expectativa de comerciantes e consumidores é que os produtos hortifrutigranjeiros caiam de preço com a chegada da temporada das chuvas, a partir de setembro.
O calor é ideal para algumas culturas, como verduras, legumes e frutas. O problema é se o tempo estiver quente em excesso, com chuvas torrenciais de verão antecipadas para a primavera, que começa em 22 de setembro. “A tendência para os próximos meses é de estabilidade e até queda no preço dos hortifrutigranjeiros, o que é muito bom para os negócios”, disse Adriano Pereira, comerciante em São José. Um exemplo da oscilação do mercado foi com o preço do tomate, que chegou a R$ 10 o quilo e hoje está na faixa entre R$ 4 e R$ 2,95. A tendência é que o produto reduza de preço até o final do ano, justamente por causa da produção em alta. “A melhor saída é ir acompanhando os alimentos que estão com o preço mais baixo, seguindo as tendências de queda”, afirmou Luiz Carlos Laureano, economista do Nupes.