Vilões da cesta básica é a batata e a carne na cidade

O preço da cesta básica subiu pelo quinto mês seguido na região e chegou a R$ 1.018,75. Em agosto, o aumento foi de 1% em relação a julho. No ano, a alta acumulada chega a 6,66%. Os ‘vilões’ foram a batata (18,96%) e as carnes bovinas, como patinho (10,08%) e contrafilé (8,69%). O frango, com 7,71%, e o pão francês, com 4,11%, também contribuíram para o aumento.

A pesquisa, divulgada ontem pelo Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), da Universidade de Taubaté, traz os preços pesquisados em supermercados de quatro cidades da região São José, Taubaté, Campos do Jordão e Caçapava. Entre elas, Campos do Jordão apresentou a maior alta (1,27%) e chegou a R$ 1.019,60, a segunda cesta mais cara da região. O menor índice foi registrado em Caçapava (0,81%). A cidade também possui o menor valor, com R$ 1.016,82.

Taubaté continua com a cesta básica mais cara da região, com R$ 1.022,51. São José dos Campos perdeu o posto da cidade mais barata para Caçapava. O valor dos itens chega a R$ 1.016,82. O preço da cesta básica é calculado com itens alimentação, higiene pessoal, limpeza doméstica necessários para uma família-padrão brasileira com cinco pessoas e com poder de compra de cinco salários mínimos.

Para o economista e pesquisador do Nupes, Luiz Carlos Laureano da Rosa, o fator climático foi o responsável pelo aumento do preço dos alimentos. “A estiagem tanto no Brasil como nos EUA tem prejudicado as safras. A alta poderia ter sido até maior”, disse Laureano. No caso da batata, a melhora da qualidade do alimento e a diminuição da quantidade no mercado aumentaram o preço. A seca prejudicou o preço da carne. No caso da bovina, a estiagem prejudicou a produção em pastagens naturais.

Com o aumento do preço da carne bovina, a de frango também aumenta, já que passa a ser mais consumida. Segundo Laureano, o preço dos próximos meses vai depender do clima. Caso a estiagem continue, o preço deve aumentar ainda mais. “A carne é um dos alimentos que vai continuar aumentando”, disse.

A dica do economista é trocar os alimentos que tiveram alta. Outra dica é pesquisar. “O preço da cesta básica é a média entre os supermercados pesquisados, então tem lugar mais barato e mais caro”, disse. Os consumidores que têm costume de ir a supermercados perceberam o aumento.

“Cada dia está um preço diferente”, disse a empresária Elisângela Regina Silva, 37 anos, que realiza pesquisa para descobrir onde os preços estão menores. Já para a aposentada Jeni Ramis, 62 anos, o preço dos alimentos virou assunto de família. “Eu disse para minha neta não desperdiçar comida porque o preço está muito caro. Eu levo só um pouquinho do que quero. O tomate eu não compro há meses”, disse.

O Vale