O preço da cesta básica na Região Metropolitana do Vale do Paraíba subiu 2,83% em janeiro deste ano, na comparação com o resultado de dezembro do ano passado, e registrou a sua maior alta dos últimos 34 meses. O levantamento é feito mensalmente pelo Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), da Unitau (Universidade de Taubaté), desde janeiro de 2006.
A cesta básica com 44 produtos subiu de R$ 1.038,53 para R$ 1.067,91 na região, aumento de 2,83%. O índice é mais do que o dobro daquele verificado em dezembro de 2012 na comparação com novembro do mesmo ano, de 1,02%, o que surpreendeu os pesquisadores do Nupes.
“Esperávamos uma queda em janeiro, mas houve mesmo um aumento significativo”, disse o economista Luiz Carlos Laureano. “As fortes chuvas derrubaram plantações e isso influenciou no preço dos alimentos.” Na RMVale, a cesta básica mais barata foi registrada em São José dos Campos, com valor de R$ 1.062,17. A mais cara ficou em Campos do Jordão, com R$ 1.076,91.
Os produtos alimentícios foram os vilões do aumento da cesta básica. Dos 44 itens, 32 são alimentos e, destes, 23 registraram aumento no preço e 9, redução do valor. Cebola, tomate e batata foram os produtos que mais aumentaram de preço, respectivamente em 26,70%, 17,83% e 13,83%.
Na outra ponta, os itens que mais baratearam foram farinha de mandioca, mamão formosa e banana, respectivamente com queda no valor de 7,80%, 7,05% e 6,8%. A explicação para a subida do preço dos alimentos é a redução da produção nos campos, influenciada pelas fortes chuvas do começo do ano. Além disso, segundo o estudo do Nupes, queda na importação e crescimento da demanda também refletiram negativamente nos preços.
Para comerciantes, a variação no valor dos alimentos é ruim para os negócios. Eles preferem o equilíbrio nos preços ao invés de subidas e quedas regulares. “Todas as semanas tenho encontrado o preço dos alimentos alterado. Normalmente para cima”, disse o comerciante Iranildo Araújo, 48 anos. “Isso afeta a reposição dos produtos nas prateleiras e o bolso dos clientes, porque a gente acaba repassando o custo maior para o preço final.”
Bem sabe disso a operadora de telemarketing Regina Reis, 59 anos, que faz compras semanalmente. Qualquer variação nos preços afeta o orçamento familiar. “Como eu não fico sem comprar tomate e batata, sinto o reajuste dos preços no bolso. Há dias em que tenho que substituir os alimentos para não deixar a conta muito mais cara. É na ponta do lápis.”
A autônoma Maria Isabel Barbosa, 52 anos, também prefere substituir alimentos mais caros por itens mais baratos a deixar de comprar. “Alimentação é prioridade”, afirmou. Segundo Laureano, o valor da cesta básica a partir de fevereiro vai depender das oscilações climáticas. Se elas continuarem afetando a produção agrícola, os preços dos alimentos continuarão subindo. “Esperamos que essa situação não se confirme.”
O Vale
Publicado em: 14/02/2013