Programa do MEC beneficia aliado de Carlinhos na cidade

O grupo Cetec Educacional, sediado em São José dos Campos, foi contemplado com 20.000 vagas para cursos profi ssionalizantes oferecidas pelo governo federal por meio do Sisutec (Sistema de Seleção da Educação Profissional e Tecnológica), quase 10% do total disponibilizado para todo o Brasil (foram 239.792). O convênio vai injetar pelo menos R$ 112 milhões nos cofres do grupo até o ano que vem, caso todas as vagas sejam preenchidas o prazo para inscrições se encerra amanhã. O Cetec controla atualmente quatro instituições de ensino, entre elas a Etep e a Faculdade IBTA, e tem como presidente o empresário Thiago Rodrigues Pêgas, filiado ao PT. Ele chegou a ser cotado para compor o secretariado do governo Carlinhos Almeida (PT).

O Ministério da Educação nega ter privilegiado o grupo Cetec e diz que as vagas dos cursos técnicos foram distribuídas entre todas as instituições que fizeram adesão ao programa. A pasta não divulgou os critérios usados para essa divisão. Thiago Pêgas afirmou que suas instituições passaram por “rigorosa avaliação” do MEC antes de serem contempladas com cursos. O Sisutec foi lançado em julho pela presidente Dilma Rousseff (PT) com a proposta de facilitar o ingresso de estudantes carentes nos cursos de qualificação do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).

Os cursos, voltados a jovens que já concluíram o Ensino Médio, têm entre 800 e 1.200 horas de duração (entre um ano a um ano e meio). Segundo o Ministério da Educação, as instituições de ensino privadas que participam do programa são remuneradas de acordo com o número de alunos matriculados e com a região onde os cursos são oferecidos. Em São José, o repasse por aluno foi fixado em R$ 7 para cada hora de aula, totalizando R$ 5.600 no curso com menor duração (de 800 horas) e R$ 8.400 no mais longo (1.200).

O grupo Cetec foi o terceiro que mais recebeu vagas em todo o país, sendo superado somente pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, de Recife (PE), contemplado com 37.500, e o Centro Universitário Sant’Anna, de São Paulo (SP), com 21.600. O Cetec controla atualmente a Etep, a Faculdade IBTA, a Faculdade Bilac e a Faculdade Vila Matilde (Faatesp), mas somente as duas primeiras foram incluídas no Sisutec. Tabelas do MEC mostram que o grupo absorveu mais de 90% das vagas destinadas a São José pelo programa. Foram 11.000 (9.000 na Etep e 2.000 no IBTA), em um universo de 12.140 o Colégio Tableau recebeu 1.120 vagas e o Senac, outras 20.

As 9.000 vagas restantes do Cetec foram distribuídas nos outros três municípios onde a instituição mantém unidades: Taubaté, Jacareí e capital. A oferta de cursos técnicos gratuitos do governo federal em São José foi uma das principais bandeiras do prefeito Carlinhos Almeida como deputado federal e, posteriormente, candidato ao Paço. A abertura das vagas do Sisutec chegou a ser divulgada em mais de uma ocasião no site oficial da prefeitura. A relação de instituições contempladas na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte inclui ainda a Faculdade São Sebastião, com 210 vagas, e o Centro Universitário Módulo, de Caraguatatuba, com outras 600.

‘Fomos escolhidos pela nossa capacidade’, diz presidente do grupo. O MEC informou que as vagas dos cursos do Sisutec foram distribuídas entre todas as instituições que fizeram adesão ao programa. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, novas adesões poderão ocorrer nas próximas edições do Sisutec (serão duas por ano). O presidente do grupo Cetec Educacional, Thiago Pê-gas, disse que “o MEC fez uma avaliação rigorosa das instituições que se candidataram às vagas”. “Ganhou quem tinha uma avaliação satisfatória do MEC e comprovou a estrutura e capacidade de atender a demanda dos cursos, que foi o nosso caso”, afirmou.

O empresário sustenta que sua ligação com o PT e o prefeito Carlinhos Almeida não pesaram nesse processo. “Não acredito que tenha havido indicação política.” “O processo de seleção foi todo feito pelo sistema do MEC, eletronicamente. O ministério exigiu muita coisa. Fomos escolhidos porque atendemos as exigências.” Procurada, a prefeitura se limitou a informar que não participou do processo de escolha das instituições.

Cidade pode ter nova Universidade de Medicina

A Unipac, de Juiz de Fora (MG), aguarda autorização do MEC (Ministério da Educação) para instalar uma faculdade de medicina de São José dos Campos, segundo informou a assessoria de imprensa do grupo. A Unipac já estaria em negociação com a prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, para instalar sua unidade em São José. O provável local para instalação da Faculdade de Medicina da Unipac seria no prédio da Tecnasa, no Jardim da Granja, região leste, onde já funcionou a Unip (Universidade Paulista). A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde informou que São José está na disputa para a instalação de um novo curso de medicina no Vale do Paraíba e aguarda a seleção do MEC. O MEC já mapeou 60 municípios que têm condições necessárias para ofertar vagas de graduação em medicina. A Unitau, em Taubaté, tem curso de medicina. A prefeitura não confirmou o nome da Unipac como responsável pelo novo investimento.

O curso de medicina da Unipac já foi reprovado nas três últimas avaliações divulgadas pelo MEC, feitas com base no IGC (Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição). O índice mede a qualidade das instituições de educação superior, considerando a qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado e doutorado). O IGC tem uma variação de pontuação de 1 a 5. Quem tem nota entre 1 e 2 é considerada uma instituição ruim. Em 2011, o curso de Medicina da Unipac recebeu a nota de 1,94. No ano anterior, 1,95 e, em 2009 foi 1,957. A assessoria de imprensa do MEC não informou como está o andamento do pedido da Unipac para se instalar em São José.

Por nota, a assessoria informou que as universidades públicas e privadas só poderão ofertar vagas caso tenham número de leitos disponíveis por aluno maior ou igual a cinco, número de alunos por equipe de atenção básica menor ou igual a três, existência de estrutura de urgência e emergência. As instituições também deverão ter pelo menos três programas de residência médica nas especialidades fundamentais: clínica médica, cirurgia geral, ginecologia-obstetrícia, pediatria, medicina de família e comunidade.

Se iniciam hoje inscrições para o ENEM 2013 em todo país

As inscrições para a edição de 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão abertas na segunda-feira (13), afirmou nesta quarta-feira (8) o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Segundo a pasta, o edital com todas as normas da prova deve ser publicado na edição de quinta-feira (9) do “Diário Oficial da União”. Segundo Mercadante, as provas serão realizadas nos dias 26 e 27 de outubro. Os portões serão abertos às 12h (horário de Brasília). O ministério espera receber até 6,1 milhões de inscrições, e o ministro fez um apelo para que só se inscrevam candidatos que efetivamente pretendam fazer a prova. Segundo ele, em 2012, 1,5 milhão de inscritos no exame deixaram de comparecer.

O ministro afirmou que o período para se inscrever vai dos dias 13 e 27 de maio, e os candidatos terão até o dia 29 de maio para pagarem a taxa de inscrição, que foi mantida no valor de R$ 35. Estudantes de escolas públicas ou que sejam de famílias com renda per capita de até um salário-mínimo e meio não precisam pagar a taxa. Neste ano, a logística do exame deve envolver 1.632 municípios brasileiros. O MEC estima que será necessária a impressão de 13,5 milhões de provas para os candidatos.

No ato da inscrição, os candidatos deverão informar suas necessidades especiais, como provas com letra em tamanho maior, locais de prova com acesso a deficientes, salas especiais para lactantes e provas após o por-do-sol para estudantes sabatistas. Após o processo de inscrição, o MEC vai divulgar um número de telefone para que os candidatos entrem em contato com a equipe que organiza o Enem para informar sobre mudanças em suas necessidades. O ministro citou como exemplos mães que derem à luz antes do previsto ou estudantes que, por algum motivo, necessitem de auxílio especial no dia da prova.

‘Maior rigor com a redação’
As regras de correção do Enem serão semelhantes às da edição de 2012. Porém, segundo Mercadante, “a grande mudança vai ser no maior rigor com a redação”. Para dar conta das novas exigências, que incluem anular redações com deboche, reduzir a discrepância entre as notas dos corretores e exigir justificativa para redações nota 1.000 com erros, algumas medidas foram tomadas. Para coibir tentativas de deboche na prova, um item será acrescentado no artigo do edital que fala sobre as razões para que uma redação receba nota zero do MEC. O item 14.9.5 do edital que deve ser publicado na quinta-feira afirma que a redação “que apresente parte do trecho deliberadamente desconectada com o tema proposto, que será considerada ‘anulada'”.

A nova regra já estava em debate pela comissão que elabora o edital do Enem, depois que candidatos que no último Enem inseriram receita do miojo e o hino do Palmeiras no texto ganharam notas 560 e 500, respectivamente. Esse tipo de teste ao Enem, agora, será punido com a nota zero. Além disso, uma das cinco competências exigidas pela redação será mais rígida: trata-se da primeira competência, que fala sobre o “domínio da norma padrão da língua escrita”. A partir deste ano, para tirar a nota máxima nesta competência, a redação só poderá ter erros de português considerados como uma “excepcionalidade” e quando “não caracterizem reincidência”. O objetivo é evitar que redações com poucos desvios gramaticais ou convenções de escrita recebam a nota máxima na prova.

A partir deste ano, caso queira dar nota 1.000 para uma redação que contenha algum desvio, o ministro afirmou que “a banca tem que justificar que aquele desvio é excepcional para justificar uma nota máxima”.

Terceiro corretor
Todas as redações do Enem são corrigidas por pelo menos duas pessoas. A necessidade de um terceiro corretor para reavaliar provas com notas discrepantes deve aumentar neste ano. Segundo o MEC, agora, todas vezes que as duas notas tiverem uma diferença de mais de 100 pontos, um terceiro avaliador corrigirá a prova para que se chegue à nota final. No ano passado, essa tolerância era de 200 pontos. Se a nota em um das cinco competências (que vai de 0 a 200) tiver discrepância de 80 pontos, a redação também vai para o terceiro corretor.

Por causa da mudança, Mercadante afirmou que estima um aumento no número de redações que passem pela terceira correção. Em 2012, 21% das provas estiveram nessa situação. Agora, ele afirma que essa porcentagem chegue a um terço. Para garantir uma correção mais rigorosa, Mercadante anunciou um aumento no número de corretores, além do aumento no valor pago por redação, que subiu de R$ 2,35 para R$ 3. Em 2012, foram contratados 5.692 corretores, 234 supervisores de avaliação, 468 auxiliares e dez subcoordenadores pedagógicos para o processo de avaliar as redações, mas mais de 300 deles foram afastados por não cumprirem os requisitos de qualidade.

Sobre o Enem
O exame do MEC é realizado uma vez por ano e tem cinco provas: quatro com questões de múltipla escolha e uma redação. Sua nota pode ser usada para processos seletivos centralizados pelo próprio ministério ou em vestibulares de instituições públicas e particulares que usam a pontuação do Enem parcial ou integralmente para selecionar seus calouros. O Enem 2013 é obrigatório para estudantes interessados em disputar vagas em mais de 100 instituições federais e estaduais de ensino superior participantes do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Além disso, devem se inscrever para a prova vestibulandos que pretendem cursar a faculdade em uma instituição particular com bolsa de estudos parcial ou integral do Programa Universidade para Todos (Prouni).

G1 (Vnews)

Publicado em: 13/05/2013

Distribuição de Tablets é descartadas pelo MEC

O Ministério da Educação descartou, pelo menos a curto prazo, distribuir tablets para alunos do ensino fundamental em São José. A distribuição dos tablets foi uma das principais promessas de campanha para a área de educação do prefeito Carlinhos Almeida (PT) em 2012. A iniciativa, segundo o programa de governo do PT, seria viabilizada por meio de parcerias com o governo federal.

A prioridade inicial do governo federal é atender o ensino médio, segundo informou o ministro Aloizio Mercadante, durante visita a São José na semana passada, para o lançamento do programa de ampliação de vagas em creches para famílias de baixa renda. Segundo o ministro, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) planeja distribuir 600 mil tabletes para professores do ensino médio em todo o país. “Primeiro vamos atender o ensino médio. Temos que treinar e capacitar os professores”, afirmou Mercadante.

Segundo ele, a rede de ensino médio estadual vai ser contemplada porque o governo paulista aderiu ao programa. “Posteriormente, vamos ampliar esse programa para o ensino fundamental. Tem que ser feito passo a passo, para ser bem feito”, frisou o ministro. A Secretaria Municipal de Educação informou que a distribuição de tablets “está entre as metas prioritárias do prefeito Carlinhos”.

Segundo a pasta, a prefeitura aguardava a aprovação do Orçamento da União para este ano, para receber recursos provenientes do Governo Federal para a aquisição dos tablets. “Tais recursos foram aprovados por meio de emenda parlamentar, no valor aproximado de R$ 400 mil, e de autoria de Carlinhos Almeida, quando era deputado federal”, informou em nota a pasta.

Segundo a secretaria, a previsão é receber um lote de 865 tablets do Ministério da Educação. O equipamentos serão destinados aos professores efetivos da rede, que receberão treinamento para utiliza-lo em sala de aula. A rede conta com cerca de 2.500 professores efetivos. O governo faz gestão junto ao governo para obter mais tablets, segundo a pasta.

“A distribuição aos alunos do ensino fundamental será feita posteriormente de forma gradual, aos alunos dos anos finais (começando do 9º ao 6º ano)”, informou a pasta, sem estabelecer prazo para a efetiva entrega de tablets para os alunos. A rede conta com 17 mil alunos nos anos finais do ensino fundamental, que atende 37 mil alunos.

Por nota, o secretário de Educação, Célio Chaves, afirmou que “trata-se de um recurso que poderá contribuir muito para o aprendizado das crianças, mas antes de chegar ao aluno, é fundamental que o professor seja bem preparado para poder extrair da tecnologia as vantagens pedagógicas que ela pode proporcionar”.

Na avaliação do professor Mauro Castilho Gonçalves, da Unitau (Universidade de Taubaté), a introdução de novas tecnologias na escola é iniciativa positiva, mas ele alerta que não se pode desprezar os métodos já utilizados. “O ideal é conciliar a tecnologia com a bagagem cultural e educacional já existente”, afirmou professor, que é pesquisador da história da educação no Brasil.

Ele ponderou que a educação não pode deixar de lado o ensino baseado nos livros e na escrita. “O tablet pode ser uma ferramenta importante para complementar o ensino e deve se somar à bagagem educacional”, disse. “Antes de introduzir ferramenta tecnológica na escola pública é preciso melhorar salários de professores, sua formação continuada e o número de alunos na sala”, afirmou.

O vereador Fernando Petiti (PSDB) afirmou que o discurso do prefeito Carlinhos Almeida (PT) na campanha contradiz a prática do governo. “Ele prometeu que todos os alunos da rede municipal teriam tablet. É mais uma promessa não realizada. Isso acaba por frustrar quem confiou e votou nele. Acho importante essa tecnologia”, disse o tucano.

O Vale

Publicado em: 09/04/2013

Cartazes para avaliar ‘qualidade de ensino’ causam polêmica

O MEC (Ministério da Educação) vai enviar para todas as escolas públicas da região cartazes com índices de qualidade, resultados e metas de cada unidade.

O material trará o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e o desempenho dos alunos de cada escola na Prova Brasil, realizada em 2009. Os cartazes poderão ser afixados na entrada das unidades.

O Ideb é um indicador do MEC que une o fluxo escolar e a nota dos alunos na Prova Brasil, realizada a cada dois anos. As informações também estão disponíveis em formato eletrônico no site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

Projeto semelhante foi aprovado em São José no mês passado. Uma lei municipal sancionada pelo prefeito Eduardo Cury (PSDB) prevê a colocação, na porta das 45 escolas municipais, das taxas de alfabetização e dos índices de desempenho e de participação dos pais nas reuniões de professores.

Segundo a prefeitura, as placas serão instaladas no começo do ano que vem e têm objetivo de aumentar participação da comunidade na vida escolar das crianças e adolescentes.

Os materiais que serão enviado pelo MEC aos secretários municipais de Educação e aos diretores das escolas contempla três grupos de informação. Todos eles contam com dados nacionais, estaduais e municipais que possibilitam a comparação.

O primeiro grupo traz o desempenho da escola na Prova Brasil de 2009, avaliação nacional sobre os níveis de aprendizado dos alunos em língua portuguesa e matemática.

O segundo mostra os resultados do Ideb da escola e indicadores educacionais da rede pública nos anos iniciais e finais do ensino fundamental.

Já o terceiro grupo também mostra o desempenho na Prova Brasil através da distribuição porcentual dos alunos na escala de proficiência, em níveis de 0 a 9.

A colocação de placas ou cartazes com os resultados divide opiniões entre educadores e representantes de professores consultados.

Entenda melhor lendo: “Projeto Placa-Boletim

Fonte: O Vale