Distribuição de Tablets é descartadas pelo MEC

O Ministério da Educação descartou, pelo menos a curto prazo, distribuir tablets para alunos do ensino fundamental em São José. A distribuição dos tablets foi uma das principais promessas de campanha para a área de educação do prefeito Carlinhos Almeida (PT) em 2012. A iniciativa, segundo o programa de governo do PT, seria viabilizada por meio de parcerias com o governo federal.

A prioridade inicial do governo federal é atender o ensino médio, segundo informou o ministro Aloizio Mercadante, durante visita a São José na semana passada, para o lançamento do programa de ampliação de vagas em creches para famílias de baixa renda. Segundo o ministro, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) planeja distribuir 600 mil tabletes para professores do ensino médio em todo o país. “Primeiro vamos atender o ensino médio. Temos que treinar e capacitar os professores”, afirmou Mercadante.

Segundo ele, a rede de ensino médio estadual vai ser contemplada porque o governo paulista aderiu ao programa. “Posteriormente, vamos ampliar esse programa para o ensino fundamental. Tem que ser feito passo a passo, para ser bem feito”, frisou o ministro. A Secretaria Municipal de Educação informou que a distribuição de tablets “está entre as metas prioritárias do prefeito Carlinhos”.

Segundo a pasta, a prefeitura aguardava a aprovação do Orçamento da União para este ano, para receber recursos provenientes do Governo Federal para a aquisição dos tablets. “Tais recursos foram aprovados por meio de emenda parlamentar, no valor aproximado de R$ 400 mil, e de autoria de Carlinhos Almeida, quando era deputado federal”, informou em nota a pasta.

Segundo a secretaria, a previsão é receber um lote de 865 tablets do Ministério da Educação. O equipamentos serão destinados aos professores efetivos da rede, que receberão treinamento para utiliza-lo em sala de aula. A rede conta com cerca de 2.500 professores efetivos. O governo faz gestão junto ao governo para obter mais tablets, segundo a pasta.

“A distribuição aos alunos do ensino fundamental será feita posteriormente de forma gradual, aos alunos dos anos finais (começando do 9º ao 6º ano)”, informou a pasta, sem estabelecer prazo para a efetiva entrega de tablets para os alunos. A rede conta com 17 mil alunos nos anos finais do ensino fundamental, que atende 37 mil alunos.

Por nota, o secretário de Educação, Célio Chaves, afirmou que “trata-se de um recurso que poderá contribuir muito para o aprendizado das crianças, mas antes de chegar ao aluno, é fundamental que o professor seja bem preparado para poder extrair da tecnologia as vantagens pedagógicas que ela pode proporcionar”.

Na avaliação do professor Mauro Castilho Gonçalves, da Unitau (Universidade de Taubaté), a introdução de novas tecnologias na escola é iniciativa positiva, mas ele alerta que não se pode desprezar os métodos já utilizados. “O ideal é conciliar a tecnologia com a bagagem cultural e educacional já existente”, afirmou professor, que é pesquisador da história da educação no Brasil.

Ele ponderou que a educação não pode deixar de lado o ensino baseado nos livros e na escrita. “O tablet pode ser uma ferramenta importante para complementar o ensino e deve se somar à bagagem educacional”, disse. “Antes de introduzir ferramenta tecnológica na escola pública é preciso melhorar salários de professores, sua formação continuada e o número de alunos na sala”, afirmou.

O vereador Fernando Petiti (PSDB) afirmou que o discurso do prefeito Carlinhos Almeida (PT) na campanha contradiz a prática do governo. “Ele prometeu que todos os alunos da rede municipal teriam tablet. É mais uma promessa não realizada. Isso acaba por frustrar quem confiou e votou nele. Acho importante essa tecnologia”, disse o tucano.

O Vale

Publicado em: 09/04/2013