Aluguel Social do Pinheirinho irá ser repensado pela Prefeitura

A Prefeitura São José dos Campos iniciou um pente-fino no aluguel social pago às famílias removidas do Pinheirinho para identificar casos de sem-teto que não têm mais direito ao benefício. Atualmente, 1.719 famílias são beneficiadas com um auxílio no valor de R$ 500 por mês, pago pelo município desde fevereiro em parceria com o Estado.

Há três semanas, um grupo de 12 assistentes sociais da prefeitura está recadastrando todos os sem-teto e já identificou casos de famílias que deixaram a cidade ou que não se enquadram mais nos critérios sociais previstos para receber o benefício.

Já foram visitadas de 500 famílias cadastradas. O recadastramento continua até o próximo dia 16. Paralelamente, o prefeito Eduardo Cury (PSDB) encaminhou ofício ao governo do Estado solicitando a renovação do convênio do aluguel social por mais seis meses. O valor do novo contrato terá como base o resultado desse pente-fino.

Se mantidas as atuais 1.719 famílias beneficiadas, o valor do convênio pode chegar a R$ 859,5 mil por mês, ou R$ 5,157 milhões durante os seis meses de contrato. O governo do Estado entra com a maior parte, R$ 687,6 mil por mês. O restante R$ 172 mil por mês é bancado pelo município.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Social de Sâo José, João Francisco de Sawaia Lima, o Kiko, as visitas atendem à uma cláusula estabelecida no convênio entre a prefeitura e o Estado, que prevê o acompanhamento periódico das famílias inseridas no programa.

“Agora que se estabilizou o número de atendidos, faremos o levantamento de 100% das famílias cadastradas. Esse acompanhamento sistemático por meio de visitas domiciliares está previsto no contrato e serve para avaliar se as pessoas continuam na mesma situação social”, disse Kiko.

“Caso a família não seja localizada, o pagamento deverá ser bloqueado até que a pessoa compareça para a revisão do cadastro”, completou. Além da confirmação de endereço, também são feitas avaliações econômicas. O auxílio aluguel contempla as famílias que possuem renda mensal inferior a três salários mínimos (R$ 1.866) e que não invadiram outras áreas.

Por nota, o governo do Estado informou que irá manter o convênio com a Prefeitura de São José, mas não informou a data da renovação. O último pagamento do atual contrato será realizado até o dia 27 deste mês. “O benefício do auxílio aluguel às famílias que moravam no Pinheirinho está assegurado até que estejam concluídas as unidades habitacionais que as acomodarão”, informou o governo por nota.

Segundo o Estado, cabe à prefeitura identificar possíveis mudanças no contrato, como a redução do número de famílias beneficiadas. “O Estado repassa os recursos à prefeitura, que operacionaliza a distribuição. Assim, o pagamento às famílias e o cadastramento são de responsabilidade do município. Da parte do Estado, está assegurado o benefício para todas as famílias cadastradas”, informou.

Lideranças sem-teto temem corte de beneficiados. “Tem família que nem conseguiu ser beneficiada e eles já falam em cortes. Espero que não cortem, porque caso contrário haverá manifestações”, disse o advogado dos sem-teto, Toninho Ferreira. Procurado o prefeito eleito Carlinhos Almeida (PT) não foi localizado ontem para comentar o caso.

O Vale

Publicado em: 06/12/2012

Aluguel de Bicicletas será testado no mês de Setembro

A Prefeitura de São José dos Campos vai testar a partir da segunda quinzena de setembro um sistema de aluguel de bicicletas no centro da cidade. O projeto-piloto será implantado em três pontos: na Praça João Mendes, na Praça Cônego Lima e no Largo da Igreja de São Benedito.

Inicialmente, 30 bicicletas serão disponibilizadas de graça nesses locais de graça para deslocamentos. Após realizar um cadastro, o usuário utilizará o cartão do ônibus para pegar uma delas. O projeto faz parte do Plano Estratégico Centro Vivo, que busca revitalizar a região central de São José.

“É preciso estimular o uso de bicicleta no centro. É um meio de transporte saudável e sustentável”, disse Cynthia Gonçalo, diretora geral do Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento), gerenciadora do Centro Vivo. A empresa que fará o serviço não foi divulgada, mas segundo o Ipplan ela não cobrará nada pelos serviço nos próximos seis meses.

As três estações funcionarão durante 180 dias em fase de teste. Após esse período, será aberta uma licitação para a escolha de uma empresa e novas estações serão criadas. O especialista em trânsito Ronaldo Garcia diz que a iniciativa é válida, mas pode encontrar obstáculos.

Segundo ele, o centro é o lugar onde as pessoas fazem compras, “e não fica fácil comprar usando bicicleta”. Garcia também cobra melhorias na infraestrutura do centro para receber ciclistas. “Para fazer os deslocamentos é complicado, não tem ciclovias nem ciclofaixas. Bicicletas e carros terão que conciliar os mesmos espaços, o que não é recomendado.”

Para ele, a saída seria tirar uma das faixas de estacionamento das ruas e trabalhar a conscientização dos motoristas. “É um trabalho em conjunto”, afirmou. A educadora ambiental Federica Giovanna Fochesato, 36 anos, é uma assídua usuária da bicicleta e quase todos os dias vai ao centro.

Para ela, o centro não é muito perigoso para o ciclista, pois os carros estão quase sempre parados. Mas ela cobra mudança no trânsito. “É preciso tirar os estacionamentos das ruas para dar lugar ao ciclista. A política de incentivo à bicicleta precisa vir junto com a restrição ao uso do carro”, afirmou.

Já para o mecânico de bicicletas Alexandre Coelho dos Santos, andar no centro é uma aventura. “Ninguém respeita. Os taxistas e motoristas de ônibus te veem como um adversário. As vezes é preciso subir na guia para não bater no carro.”

Tanto Federica quanto Alexandre cobram conscienti-zação dos motoristas. Segundo o Ipplan, as principais vias do centro vão receber uma sinalização de ciclo-rota para conscientização do motorista e a velocidade máxima permitida para os automóveis trafegarem será reduzida para que o uso compartilhado das ruas seja seguro.

O Vale

Aluguel social para família do Pinheirinho é prorrogado

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) renovou o convênio com a Prefeitura de São José dos Campos para liberar mais seis meses de aluguel social aos ex-moradores do Pinheirinho. Ao todo, 1.750 famílias estão recebendo um benefício de R$ 500 por mês desde fevereiro. Cada uma delas também recebeu uma parcela única no valor de R$ 1.000 a título de auxílio-mudança.

O novo convênio, no valor de R$ 3,9 milhões, se limita ao pagamento do aluguel social por mais seis meses. O governo Geraldo Alckmin irá desembolsar a maior parte dos recursos previstos R$ 3,120 milhões, enquanto a prefeitura entrará com R$ 780 mil. A prorrogação dos benefícios foi publicada ontem no Diário Oficial do Estado.

O secretário de Desenvolvimento Social de São José, João Francisco Sawaya de Lima, o Kiko, confirmou a renovação do convênio. Segundo a administração municipal, serão atendidos os 1.750 moradores já cadastrados. O auxílio contempla todas as famílias sem-teto que possuem renda mensal inferior a três salários mínimos (R$ 1.866) e que não invadiram outras áreas.

As famílias sem-teto foram retiradas do Pinheirinho em 22 de janeiro, por determinação da Justiça. A inclusão delas no aluguel social foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin dois dias após a reintegração de posse. Na época, a repercussão negativa da operação, que envolveu 2.040 policiais militares na expulsão das famílias, levou o governo do Estado a construir, em parceria com o município, uma proposta para os sem-teto que amenizasse as críticas da opinião pública.

Alckmin também prometeu a construção de 5.000 moradias em São José em parceria com o governo federal até o final de 2014. De acordo com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), o Estado já autorizou o início das obras de 1.317 moradias no Altos de Santana e no Putim. O governo irá investir R$ 102 milhões na construção desses conjuntos.

Segundo o coordenador regional da CDHU, Francisco de Assis Vieira Filho, o Chesco, serão cerca de 700 unidades no Altos de Santana, na zona norte, outras 400 no Putim e as restantes no São Judas Tadeu, na região sudeste.

As obras devem ser concluídas em até 18 meses, prazo em que o governo do Estado pretende manter o auxilio aluguel aos sem teto. “É compromisso do governador pagar o aluguel social às famílias do Pinheirinho até a entrega dessas moradias, que também irão atender a fila de espera da prefeitura”, afirmou Chesco.

Pelo projeto, as 1.317 moradias serão construídas por meio de prédios de até quatro andares. Cada unidade terá dois dormitórios. Segundo Chesco, outras 3.500 unidades serão construídas pelo Estado em parceria com o Governo Federal, por meio do Minha Casa, Minha Vida.

O Vale

Estado aponta aluguel de São José como o mais caro

São José dos Campos tem o aluguel mais caro do Estado. O morador de um apartamento em regiões como dos bairros Aquarius e Colinas, zona oeste, chega a desembolsar R$ 7.500 por mês, sem contar o valor da taxa de condomínio.

Os dados são do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), com base em pesquisa divulgada ontem e realizada em 1.441 imobiliárias de 37 cidades durante o mês de janeiro. Para o delegado regional do Creci no Vale do Paraíba, Denerval Machado de Melo, o segmento de alto padrão presente em São José explica a liderança no ranking do aluguel mais ‘salgado’.

“Esse valor (de R$ 7.500) não é um caso isolado. São José tem vários exemplos nesse patamar. O mercado de alto padrão é muito forte na cidade”, disse Melo. Entre os diferenciais desses imóveis estão decoração estilizada, dispositivos de segurança, garagem para até seis carros e área para lazer.

“Geralmente, esses imóveis são utilizados por empresas da região que trazem diretores para morar aqui. Se não são diretores, são engenheiros que vêm para desenvolver algum trabalho. O apartamento é da empresa”, afirmou Melo.

Das 2.675 unidades de quatro dormitórios lançadas entre novembro de 2011 e março de 2012 na cidade, apenas 668 estavam disponíveis à venda. A comercialização desses lançamentos tem potencial para movimentar R$ 2,3 milhões, segundo a Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba).

Para o vice-presidente da Asseivap (Associação das Empresas Imobiliárias do Vale do Paraíba), Marco Antonio Vasconcelos, o valor do aluguel na cidade não tem assustado os clientes. “Não identificamos que esse aumento tenha afugentado os clientes. A demanda no Vale ainda é carente.” A pesquisa do Creci comprova a tese de Vasconcelos. O número de imóveis alugados em janeiro cresceu 30% no interior na comparação com dezembro. Na capital, a alta foi de 0,95%.

Vasconcelos salienta que, assim como em outras regiões do interior, o mercado permanece aquecido, no entanto, o valor das transações diferencia o Vale dos demais centros. “O holerite do trabalhador do Vale é alto. Essa é uma diferença que o Vale e, principalmente São José, tem em relação a qualquer região do país. Se a média da comercialização de apartamentos e casas no interior é de R$ 160 mil, a nossa é acima de R$ 230 mil”, disse o executivo da Asseivap.

O levantamento do Creci também mostra que a média do aluguel no litoral é superior à do interior, mas inferior à da capital. Do total de contratos firmados em janeiro, a maioria no litoral foi de até R$ 1.000 contra R$ 800 no interior e R$ 1.200 na capital.

“Nesses últimos dois anos, houve muitos investimentos no litoral, o que fez com que houvesse muita gente à procura de imóveis sendo que a oferta não era tão grande. Hoje, essa oferta cresceu e o preço baixou. É um ciclo”, disse a diretora da Rede Litoral de Imóveis, Glaucia Almeida. Na região, foram pesquisadas imobiliárias de São José, Taubaté, Caraguá, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

O Vale

Preço de aluguel é elevado

Mesmo com a queda na procura, o aluguel está 11% mais caro na região. O dado faz parte de levantamento da Asseivap, a associação das imobiliárias do Vale do Paraíba.Segundo a entidade, a tendência é que o aumento continue. As imobiliárias esperam a chegada de novas empresas para reaquecer o mercado que agora está maior no setor de venda e compra de imóveis.

O quadro registrado na região segue comportamento visto na capital. Estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostra que o valor médio dos aluguéis apresentou alta de 0,82% em junho. Segundo a Fipe, a variação mensal foi a mais expressiva desde agosto de 1997, quando a alta observada foi de 1,04%.

Avaliação. Marcos Penelupi, presidente da Asseivap, afirmou que a entidade realiza um grande estudo sobre os imóveis para locação na região. Segundo ele, o levantamento deve estar concluído no final do ano.

Quem pretende alugar um imóvel pode buscar informações no site da Asseivap. A faixa média varia de R$ 500 a R$ 1.000.