Representantes dos ex-moradores do Pinheirinho se reúnem, no próximo dia 20, com técnicos dos governos federal e estadual. O encontro visa acertar detalhes do projeto de construção de 1.800 moradias em um terreno de 645 mil metros quadrados no bairro Putim 2, na região sudeste do município. Durante a reunião, serão discutidos quais os serviços públicos serão oferecidos no bairro, os detalhes de paisagismo, ampliação da avenida João Rodolfo Castelli e pendências com a Sabesp e com a EDP Bandeirante. “Também queremos que o bairro se chame Pinheirinho 1 e 2”, afirmou o líder dos ex-moradores, Valdir Martins de Souza, o Marrom.
“Queremos ainda escola de qualidade, creche, centro comunitário e praças. Afinal, nosso bairro é maior do que muita cidade do Estado de São Paulo”, completou Marrom. Após a reunião do dia 20, a expectativa é que o contrato seja assinado com a Caixa até 30 de novembro. “Como estamos presos a um cronograma, precisamos fazer reuniões como essa para acertar os ponteiros. O prazo máximo para a assinatura é o fim de novembro. Acho que todos nós queremos virar a página do Pinheirinho”, afirmou o coordenador regional da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Francisco de Assis Vieira Filho, o Chesco.
A construção de casas para as famílias retiradas da ocupação do Pinheirinho, na zona sul de São José, vai custar R$ 172,8 milhões. Estão previstas 1.800 moradias em um terreno de 645 mil metros quadrados no bairro Putim 2. Cada unidade custará R$ 96 mil, incluindo o preço do terreno, da infraestrutura e os custos de construção da casa. O governo federal pagará R$ 76 mil para cada unidade, enquanto o Estado arcará com R$ 20 mil por casa.
A Justiça negou o último recurso do megaespeculador Naji Nahas para reassumir o terreno do Pinheirinho, na zona sul de São José dos Campos, e manteve o leilão do terreno, avaliado em R$ 187 milhões pelo Poder Judiciário. O objetivo da venda é pagar credores da massa falida da empresa Selecta S/A, que é a dona da gleba. Com a decisão, expedida na última segunda-feira, o leilão do Pinheirinho poderá ser marcado novamente.
As dívidas da Selecta somam R$ 24 milhões R$ 16,4 milhões se referem a débitos
com a Prefeitura de São José pelo não pagamento de tributos municipais. A decisão foi criticada por Marrom. “A área precisa cumprir uma função social. Com o leilão, isso não irá acontecer.” A reportagem entrou em contato com o advogado da massa falida da Selecta, Waldir Helu, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.