Em duplicação desde maio do ano passado, o trecho de planalto da Rodovia dos Tamoios será entregue pelo governo estadual, no próximo dia 16 de dezembro, sem pontos de ônibus, acessos a propriedades particulares e a maior parte das passarelas. As obras complementares exigirão mais um ano de serviços. A maior parte das licitações para a contratação das empresas está em andamento. Segundo a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), o governo estadual vai entregar, em dezembro, o que consta do contrato com as empreiteiras: a duplicação do trecho entre os kms 11,5 (São José) e 60,48 (Paraibuna), incluindo pontes, 15 trevos de acesso, proteções da pista e três passarelas. Esse pacote custará R$ 557 milhões aos cofres do Estado.
Ficarão para 2014 outras 15 passarelas, pontos de ônibus, baia para veículo de carga, protetores de taludes e acessos a propriedades particulares o custo dessas obras complementares não foi revelado. Laurence Casagrande Lourenço, presidente da Dersa, disse que o cronograma está sendo cumprido “rigorosamente”. O projeto da Nova Tamoios compreende ainda a duplicação do trecho de serra (em fase de elaboração de edital) e a construção dos contornos viários de Caraguatatuba e São Sebastião (divididos em dois lotes, o primeiro com início previsto para este mês), totalizando R$ 4,6 bilhões.
Moradores e comerciantes acreditam que a falta de todos os equipamentos da rodovia pode atrapalhar a vida de quem vive e trabalha às margens da Tamoios. Para o pedreiro José Antonio de Carvalho, 43 anos, que mora perto da comunidade Rosa Mística, na altura do km 18, a falta de pontos de ônibus será o maior problema. “Muita depende deles”, afirmou. Dona do restaurante Patizal, Elisabete Oliveira, 41 anos, também acredita que os usuários de ônibus terão problemas, além dos proprietários de casas e comércios, que ficarão sem acessos. Mesmo assim, para ela, a rodovia ficará melhor do que estava. “Acho que vai ficar muito bom”, disse a comerciante.
Sérgio Pereira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Estado de São Paulo, visita com frequência o canteiro de obras da Tamoios e não acredita que o serviço será entregue dentro do prazo. “Há muita coisa a ser feita e o prazo é bastante apertado. Sem contar que o andamento das obras depende muito do tempo. Se chover forte, atrasa ainda mais.” A Dersa negou que a pista duplicada do trecho de planalto da rodovia dos Tamoios será entregue incompleta.
A empresa diz que as obras previstas no contrato com as empreiteiras serão terminadas antes de 16 de dezembro. “Tudo o que está no contrato será cumprido. O cronograma está rigorosamente dentro do prazo correto”, afirmou Casagrande Lourenço, presidente da Dersa. Segundo ele, o compromisso assumido pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) de entregar os quase 50 km de pista duplicada em 16 de dezembro será cumprido. “A solenidade de entrega está marcada para às 10h do dia 16. Até antecipamos em meia hora”, disse.
Ficarão para 2014 o que a Dersa chama de obras complementares: 15 passarelas, pontos de ônibus, área de carga e acessos a propriedades particulares. “Tínhamos mais de 200 acessos na rodovia e só dois estavam regulares. Os 69 pontos de ônibus estavam todos inadequados. Tivemos que reestudar tudo”, afirmou. Os pontos de ônibus ficarão agora próximo às passarelas. Os acessos a imóveis particulares terão que ser discutidos com os proprietários. Lourenço admitiu que a negociação com os proprietários de imóveis às margens da rodovia, como fazendas, será o mais complicado. “Todos os acessos terão que ser adequados, e alguns podem servir a mais de uma propriedade.”