A Prefeitura de São José dos Campos planeja firmar contratos até o final de 2014 para a construção de 4.000 moradias populares na região do bairro Cajuru, na zona leste. Segundo o governo Carlinhos Almeida (PT), as futuras unidades serão destinadas a famílias de baixa renda (que vivem com até três salários mínimos por mês). Hoje, às 9h30, o prefeito assina contrato para a construção de 544 apartamentos na região serão 144 unidades no Residencial Campos de São José 2, com investimento de R$ 13,8 milhões, e outras 400 nos conjuntos Colinas 1 e 2, com aporte de R$ 38,3 milhões. Segundo o secretário de Habitação de São José, Miguel Sampaio, a região do Cajuru foi escolhida para concentrar os novos empreendimentos por exigir um investimento mais baixo para compra de áreas e também por ser região “em desenvolvimento”.
“O valor investido em cada unidade nessa região é de R$ 96 mil. Na região central, você não consegue terrenos que viabilizem esse valor. Além disso, a região do Cajuru, que engloba vários bairros ao lado, também está em franco desenvolvimento”, afirmou. Os empreendimentos serão viabilizados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, com recursos do governo do Estado. A escolha da região para os novos investimentos foi questionada por vereadores da oposição. Fernando Petiti (PSDB) acredita que a construção das casas populares em áreas muito afastadas da região central pode causar problemas por não apresentarem a estrutura necessária para atender os novos moradores. “Questionamos a possível falta de estrutura, justamente no bairro Cajuru. Ao meu ver, tem que ser tomado um cuidado para que não seja construído um conjunto habitacional e só depois se perceba que é necessário gastar com a construção de escola ou posto médico”, afirmou.
O secretário de Habitação, porém, garante que a região apresenta condições para receber as moradias. “Antes de ser assinado ou sinalizada a construção dessas moradias populares, a Caixa pede uma análise de impacto para a área para saber se há essa estrutura. Além disso, 6% do valor da obra pode ser investido nas obras de adequação”, disse Sampaio, que revelou algumas obras que já estão sendo realizadas no local. “Lá no Cajuru está saindo uma obra para a conclusão da rede de esgoto. Essa obra vai ser concluída antes mesmo da construção das moradias, que está prevista para ser entregue no final do ano que vem”, completou o secretário.
O pacote que será assinado hoje por Carlinhos prevê a construção de 1.564 casas populares com recursos do Estado e do governo federal. Segundo a prefeitura, o investimento é de aproximadamente R$ 150 milhões (sendo R$ 118,8 milhões do governo federal e R$ 31,2 milhões do governo estadual). Além do Cajuru, as moradias serão construídas nos bairros Novo Horizonte, também na zona leste, e no Limoeiro, zona oeste. As unidades residenciais terão de 48,8 a 49,5 metros quadrados e terão janelas e portas adaptadas para portadores de deficiência física. A meta do governo Carlinhos Almeida é contratar 8.000 moradias até 2016.
A construção de 4.000 novas moradias populares na região do Cajuru, na zona leste de São José, exigirá a construção de novos corredores viários no local. A opinião é de Ronaldo Garcia, engenheiro e especialista em transportes. Segundo ele, o único acesso ao bairro, a avenida Pedro Friggi, já está sobrecarregado. “Atualmente, passam pela Pedro Friggi carros que vão para os bairros daquela região e também caminhões que saem da Revap [Refinaria Henrique Lage]. E isso complica muito o trânsito ali”, alertou o engenheiro. Para Garcia, a solução seria a construção de uma via alternativa para desafogar a Pedro Friggi.
“Com esta nova via, o tráfego de caminhões poderia ser jogado para ela, deixando a via principal apenas para carros. Assim, o trânsito fluiria por aproximadamente cinco anos”, disse Garcia. No governo Eduardo Cury (PSDB), a prefeitura iniciou projeto para a criação de uma estrada que ligaria a zona leste à rodovia dos Tamoios, passando pela região do Cajuru.