Prefeitura inicia obras de reforma em Habitações na cidade

Os antigos prédios do conjunto habitacional Henrique Dias, no Monte Castelo, serão transformados em um ‘Poupatempo Social’. A decisão da prefeitura, anunciada ontem, ocorre um ano depois da desocupação completa do condomínio considerado um marco de fracasso no programa de desfavelização da cidade.

O conjunto surgiu com a promessa de desocupar a favela Santa Cruz, mas virou o principal ponto de tráfico de drogas da região central. As obras de reforma do Henrique Dias foram iniciadas no último dia 19 pela Urbam (Urbanizadora Municipal S/A), empresa vinculada à prefeitura, e estão estimadas em R$ 2 milhões.

A meta é que os serviços sejam concluídos em dezembro, mas o novo espaço vai começar a funcionar apenas no primeiro trimestre de 2013. Com a reutilização do espaço, o objetivo da prefeitura é que os moradores carentes tenham em um único local acesso a todos os programas sociais como Bolsa Família, Programa de Desenvolvimento Comunitário e o Bolsa Auxílio Qualificação.

Hoje, cerca de 2.000 atendimentos por mês são prestados para o cadastro e oferta desses projetos sociais, mas os atendimentos estão distribuídos em diferentes pontos da cidade. A Secretaria de Desenvolvimento Social informou que a reforma vai manter os três andares do prédio e demolir as paredes internas dos apartamentos.

O projeto é transformar os antigos 64 apartamentos em salas de atendimento. Serão 30 salas para o atendimento de famílias, 10 para o setor administrativo, duas salas de reuniões e um pequeno auditório. O secretário de Desenvolvimento Social, João Francisco Sawaya de Lima, o Kiko, disse que o núcleo também será utilizado para abrigar os conselhos municipais, como o da Crianças, das Pessoas com Deficiência e dos Idosos.

“É uma forma de atender essas famílias porque o prédio é bem localizado e de fácil acesso. Apesar do uso habitacional com fim social não ter prosperado, vamos manter o uso social do prédio”, disse. Inaugurado em julho de 2000 para a desocupação parcial da Favela Santa Cruz, o condomínio sofreu por 11 anos com o abandono.

O modelo fracassou depois que as famílias não se adaptaram ao sistema de condomínio, como o rateio das contas. A maioria se mudou e os imóveis foram sendo invadidos por sem-teto até que o local virou um ‘QG’ do tráfico.

O Vale