Moradores da cidade ainda tem o desafio da Casa Própria

O sonho da casa própria alimenta um dos motores da economia de São José. Não à toa, a construção civil mais do que dobrou sua participação no total de empregos formais da cidade em duas décadas. Passou de 3% em 1991 para 7% em 2010 de 3.202 empregos para 14.517.

“A indústria da construção teve um forte crescimento em todos os ramos: residencial, comercial e industrial”, reconhece o secretário de Planejamento Urbano, Oswaldo Vieira de Paula Júnior. Então, a situação está sossegada? Nada disso.

Segundo o presidente da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), Cleber Córdoba, a perda de 1.500 postos de trabalho no setor em um ano e a retração dos novos empreendimentos acenderam a luz de alerta.

“Há vazios urbanos para se construir na cidade, mas falta a infraestrutura necessária. Tudo isso não pode cair nas costas dos empresários”, diz ele, que defende a flexibilização das atuais regras do zoneamento da cidade, “para que o crescimento não seja paralisado”.

A questão principal em São José é o custo dos empreendimentos. O terreno é considerado caro, o tempo para aprovação de projetos é longo e a ousadia acaba sucumbindo às regras do mercado. “Poucos empresários apostam em projetos inovadores”, afirma Rubengil Gonçalves, arquiteto que receberá o primeiro selo ‘Arquitetura Notável’ na cidade. O prêmio foi criado pela prefeitura para estimular novos projetos arquitetônicos.

Para a arquiteta Lívia Toledo, analista de gestão de projetos do Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento), o selo pode ajudar para virar esse jogo. “Não queremos só criar uma identidade e mais um atrativo ao tornar fascinante as construções verticalizadas, mas também pela sustentabilidade e acessibilidade”, diz ela.

A pergunta que arquitetos e empresários se fazem é: como criar projetos inovadores em que o custo não inviabilize os empreendimentos, principalmente os populares? A resposta pode estar na sugestão de Gonçalves de criar um banco de ideias de projetos de arquitetura na cidade, estimulado por prêmios.

“Ideias não têm preço e mudam a cara de uma cidade”, afirma o arquiteto, que pede para que os prédios não sejam encarados como vilões. “Eles são importantes para o crescimento, sem bem planejados.” Vice-presidente da AEA (Associação de Engenheiros e Arquitetos) de São José, Giuliana Fiszbeyn aposta no potencial da cidade. “Temos tudo para ser uma cidade modelo. Nossa vocação tecnológica poderia e deveria ser aplicada em nossas construções.”

O Vale

Publicado em: 22/10/2012

Caixa Ecônomica Federal amplia tempo de Financiamento

A Caixa Econômica Federal ampliou de 30 anos para 35 anos o prazo de financiamentos habitacionais com recursos da caderneta de poupança. O banco anunciou ainda a redução de juros de financiamentos do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) de 9% ao ano para 8,85% ao ano, podendo chegar a 7,8% ao ano, dependendo do relacionamento do cliente com o banco estatal.

Para financiamentos fora do SFH, caiu de 10% ao ano apenas para 9,9% ao ano, podendo cair para 8,9% ao ano, a depender do perfil. Segundo o vice-presidente de Governo e Habitação do banco, José Urbano Duarte, um mutuário com renda familiar de R$ 10 mil poderia financiar até R$ 267 mil pelas regras anteriores.

Com a mudança, seu limite de financiamento, para pagamento em 35 anos, pode aumentar para R$ 280 mil. “Se essa mesma pessoa for cliente da Caixa, por meio de conta salário, poderá financiar até R$ 303 mil”, informou o banco.

Ainda segundo o banco, as novas taxas de juros e o maior prazo de pagamento podem reduzir o valor das parcelas para o mesmo imóvel que seria comprado pelas regras anteriores. A Caixa reduziu também juros para pessoas jurídicas, para financiamento de unidades residenciais, que passou de 11,5% para 10,3%, podendo cair para 9% para clientes do banco.

O prazo desses financiamentos foram ampliados de 24 meses para 36 meses. Para imóveis comerciais, a Caixa cortou os juros de 14% para 13% até 11%. Para financiamento de imóvel próprio, a pessoa jurídica pagará entre 11,5% e 12,5% – a taxa era de 13,5%. Para mais informações, acesse: www.caixa.gov.br

O Vale

Cidade tem redução de preços em Imóveis

Aqueles que não puderam visitar o Feirão da Casa Própria promovido no último final de semana pela Caixa Econômica Federal em São José dos Campos ainda podem aproveitar as taxas reduzidas de financiamento. As condições especiais continuam valendo por tempo indeterminado.

As ofertas restantes dos 10 mil imóveis oferecidos em São José, Jacareí e Caçapava oferecidos na feira podem ser conferidas nas agências da Caixa e nas imobiliárias presentes ao feirão. Nos três dias de evento, 10.069 pessoas passaram pela feira, que gerou R$ 191,6 milhões em negócios, aumento de 22% em relação a 2011 e acima da expectativa de R$ 170 milhões.

Para o superintendente da Caixa no Vale do Paraíba, Julio Cesar Volpp Sierra, uma conjuntura de fatores contribuiu para o maior número de negócios fechados. “O mercado se reacendeu com a redução das taxas de financiamento anunciadas antes do feirão. Além disso, tivemos uma oferta maior de imóveis, também em função da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), que subiu o teto do Minha Casa Minha Vida”, disse Sierra.

O programa do governo federal para moradia foi responsável por 70% das vendas do feirão. “A grande massa de pessoas procura aquele imóvel padrão, com dois quartos, sendo uma suíte e garagem, entre R$ 105 mil e R$ 130 mil”, disse o superintendente.

De janeiro a abril, a Caixa financiou na região R$ 500 milhões em crédito imobiliário correspondente a 6.000 imóveis quase metade da meta de R$ 1,3 bilhão para o ano. “Se nada mudar no cenário nacional, podemos alcançar essa meta em agosto, setembro”, disse Sierra. No ano passado, o total financiamento pela Caixa foi de R$ 1,1 bilhão.

O Vale

Banco BNDES financiara novo instituto do ITA na cidade

O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) vai participar da construção de um centro de inovação desenvolvido pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) em parceria com empresas do setor tecnológico em São José dos Campos.

O anúncio foi feito ontem pelo presidente do banco, Luciano Coutinho, que esteve em São José para ministrar uma palestra sobre as perspectivas da economia mundial na aula magna da instituição de ensino. Os detalhes sobre a participação do BNDES ainda não estão definidos, bem como o custo do centro. As empresas parceiras do ITA no projeto, como Embraer, Braskem, VSE, entre outras, atualmente trabalham na formatação do projeto para entrega-lo ao BNDES.

“Estamos em estágio inicial de conversa”, disse o presidente do BNDES. O centro poderá ser construído nas dependências do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) ou na área do ITA dentro do Parque Tecnológico.

O presidente do BNDES afirmou que apoiará o projeto pela “excelência do ITA” na formação de talentos. “Estamos abertos a pensar como fortalecer, ampliar, dobrar a capacidade deste instituto que polariza no seu exame de admissão o que há de mais criativo e capacitado entre os alunos brasileiros. Este instituto é a instituição de maior excelência dentro das instituições de excelência do país”, afirmou Coutinho.

A ideia do ITA é integrar seus alunos nas empresas participantes do centro de inovação desde os primeiros anos de curso por meio de convênios e bolsas de estudo. “Temos alunos reconhecidamente talentosos. Vamos fazer com que esses meninos se envolvam seja numa Embraer, numa Braskem e demais empresas”, afirmou o reitor da instituição de ensino, Carlos Américo Pacheco.

A construção do centro de inovação é um projeto paralelo ao crescimento no número de alunos do ITA. A instituição prevê dobrar, a partir deste ano, seu número de estudantes nos próximos cinco anos.

“Queríamos aumentar esse número de alunos o mais rápido possível, no entanto, há todo um processo que temos que aguardar como a abertura da licitação para a construção de um novo alojamento. Vamos crescendo aos poucos”, afirmou Pacheco.

O reitor lembrou que, no último vestibular da instituição, 570 estudantes atingiram nota suficiente para entrar no instituto, mas, pela limitação de vagas, 120 foram selecionados para os cursos. “Podemos duplicar nosso número de alunos sem correr o risco de perder a qualidade do ensino”, disse.

Presente no evento do ITA, o presidente da VSE (Vale Soluções em Energia), James Pessoa, destacou a importância da criação do centro de inovação. “Queremos ter uma maior relação com o ITA. Já trabalhamos juntos em alguns projetos, contratamos 15 engenheiros formados pelo ITA e queremos aproveitar essa parceria da melhor maneira possível”, afirmou Pessoa.

O vice-presidente de Tecnologia e Inovação da Braskem, uma das líderes mundiais em química sustentável, Edmundo Aires, também mostrou interesse em participar do desenvolvimento do centro. “Já temos conversas com o ITA sobre química verde”, disse o executivo.

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