UPA´s da cidade pode receber verba para investimento

A Prefeitura de São José dos Campos poderá obter até R$6,3 milhões anuais do Governo Federal, caso três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município (Eugênio de Melo, Campo dos Alemães, Novo Horizonte) e Clínicas Norte sejam habilitadas e qualificadas pelo Ministério da Saúde. A avaliação será feita por dois técnicos do Ministério da Saúde que chegaram à cidade nesta terça-feira (3) e ficam até quinta-feira (5). O objetivo é verificar em cada unidade se estão sendo cumpridos os padrões exigidos pelo Ministério. O trabalho é acompanhado pela diretora do Departamento Hospitalar e de Emergências (DHE), Ana Carolina Martins Paulo.

Segundo os técnicos, são avaliadas basicamente a estrutura física e a capacidade de atendimento de cada unidade. Caso as UPAs sejam habilitadas, a cidade já começa a receber os recursos no prazo de 30 a 40 dias. “A habilitação e qualificação das UPAs nos permite trazer ainda mais recursos para a saúde da cidade. São verbas disponibilizadas pelo governo federal para custeio das UPAs, mas que São José dos Campos nunca se interessou em trazer, equívoco que agora estamos corrigindo”, disse o secretário de Saúde, Paulo Roitberg.

Segundo o secretário, esse pedido de ampliação dos recursos para as UPAs atende a determinação do prefeito Carlinhos Almeida, que quer  que a cidade tenho AC Esso amplo a todas as fontes disponibilizadas pelo governo federal e que antes não eram utilizadas. “A habilitação das UPAs é importante porque, com mais esses recursos, poderemos melhorar muito o atendimento prestado por essas unidades”, disse a diretora  do DHE Ana Carolina.

Nesta terça-feira, além da análise da documentação das unidades, os técnicos visitaram o Hospital Clínicas Norte e a UPA de São Francisco Xavier. Na quarta-feira (4), a partir das 8h30, eles visitam as UPAs de Eugênio de Melo, Campo dos Alemães e Novo Horizonte, além das obras da UPA do Putim.

Pronto Socorro infantil registra alta nos atendimentos

O Pronto Socorro Infantil do Hospital Municipal de São José dos Campos deve fechar o mês com número recorde de atendimentos por conta das doenças respiratórias causadas pelo frio. Balanço do hospital mostra que a procura por pediatras dobrou de 3.500 em janeiro para 7.350 em maio. Neste mês, o atendimento está maior, mas o levantamento não foi fechado.

Os dados da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), gestora do hospital, acendem um alerta aos pais que devem redobrar a hidratação dos filhos e evitar ambientes fechados e aglomerados, como shoppings.

“A procura por um médico deve ocorrer quando a febre alta, acima de 38ºC, for constante e quando a criança estiver com dificuldades para respirar”, afirmou o diretor técnico do hospital, Carlos Maganha a O VALE. Segundo ele, crianças entre 8 e 10 anos de idade são as mais afetadas pelas doenças de inverno, entre as mais comuns estão resfriados, bronquites e laringites. No setor adulto, o atendimento subiu de 16 mil em janeiro para 17,5 mil em maio.

A demanda afetou a qualidade do atendimento, segundo o Sindicato dos Servidores de São José. De acordo com a entidade, as crianças chegam a esperar cerca de quatro horas para serem atendidas. “Falta medicamento, macas e a estrutura é precária. Os próprios funcionários denunciaram que algumas crianças estão sendo colocadas no corredor para ficar em observação”, disse Zelita Ramos, uma das diretoras do sindicato.

O Hospital Municipal negou que há falta de medicamentos e de estrutura. De acordo com a entidade, auxiliares de enfermagem e médicos extras foram contratados para atender o aumento da demanda. A SPDM informou ainda que estrutura oferecida é suficiente para atender a demanda estendida da época de inverno.

A expectativa do hospital é que a procura por atendimentos comece a diminuir entre o final de julho e início de agosto, quando as temperaturas devem voltar a subir.

Até lá, os moradores deverão conviver com o frio que deve continuar rigoroso na região até amanhã.
A previsão é do Cptec/Inpe (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos) que prevê que a chuva constante continue até domingo na região, quando o sol pode voltar a aparecer entre as nuvens. Hoje, o termômetro deve variar hoje entre 19ªC e 21ºC em São José e entre 19ºC 24ºC no litoral. Na serra, as temperaturas vão oscilar entre 13ºC e15ºC.

O Vale

Moradores de São José questionam segurança na cidade

Dois dias após o assassinato de Ademir Junqueira Coli Junior, 32 anos, dentro do pronto-socorro municipal de São José, o clima de insegurança ainda toma conta dos pacientes que procuram atendimento no local. O segurança Coli Junior foi morto por Paulo Roberto Paes, 29 anos, na noite de domingo após uma briga dentro do pronto-socorro.

Durante a briga, foram disparados cinco tiros: um atingiu o segurança, três acertaram paredes do PS e outro quebrou um vidro. A principal queixa de quem frequenta o pronto-socorro é a falta de seguranças e câmeras no local.

“Não é uma coisa que a gente preste atenção até que acontece uma tragédia. E se acontecer de novo e mais gente for baleada?”, diz o vendedor Denilson Ferreira Gonçalves, 26 anos. O VALE esteve no pronto-socorro ontem e viu apenas dois seguranças no local. Eles ficam atrás das portas, autorizando a passagem de pessoas para as alas de atendimento.

Um ponto fraco, apontado pela Polícia Civil, é a falta de câmeras de monitoramento. A única câmera da região fica em um ponto de táxi e não filma movimentação interna no pronto-socorro. “A câmera auxilia na prevenção do crime. O pronto-socorro é um centro de saúde que recebe pessoas e tem vários funcionários”, diz o delegado Márcio Marques Ramalho, responsável pela investigação do crime.

O delegado já enviou ofício à prefeitura pedindo a instalação de câmeras no prédio. Diariamente, cerca de 1.000 pessoas passam pelo pronto-socorro, de acordo com dados da prefeitura. Ontem, usuários do pronto-socorro questionaram o motivo de não haver guardas civis municipais ou policiais militares fazendo a segurança.

A Polícia Militar afirma que não pode fazer segurança por ser um prédio municipal e mantém equipes no local apenas quando detentos precisam receber atendimento médico. A Secretaria de Saúde informou que utiliza guardas municipais, quando necessário.

A pasta também diz que não recebeu ofício, mas está aberta para discutir a segurança no pronto-socorro. A secretaria informou que há 42 agentes de portaria. No entanto, o número diz respeito à toda a área do Hospital Municipal. Os dados específicos do PS não foram divulgados. A nota também classifica o assassinato do segurança como um fato isolado. “Em 35 anos de funcionamento, foi a primeira ocorrência”.

O Vale