Dois dias após o assassinato de Ademir Junqueira Coli Junior, 32 anos, dentro do pronto-socorro municipal de São José, o clima de insegurança ainda toma conta dos pacientes que procuram atendimento no local. O segurança Coli Junior foi morto por Paulo Roberto Paes, 29 anos, na noite de domingo após uma briga dentro do pronto-socorro.
Durante a briga, foram disparados cinco tiros: um atingiu o segurança, três acertaram paredes do PS e outro quebrou um vidro. A principal queixa de quem frequenta o pronto-socorro é a falta de seguranças e câmeras no local.
“Não é uma coisa que a gente preste atenção até que acontece uma tragédia. E se acontecer de novo e mais gente for baleada?”, diz o vendedor Denilson Ferreira Gonçalves, 26 anos. O VALE esteve no pronto-socorro ontem e viu apenas dois seguranças no local. Eles ficam atrás das portas, autorizando a passagem de pessoas para as alas de atendimento.
Um ponto fraco, apontado pela Polícia Civil, é a falta de câmeras de monitoramento. A única câmera da região fica em um ponto de táxi e não filma movimentação interna no pronto-socorro. “A câmera auxilia na prevenção do crime. O pronto-socorro é um centro de saúde que recebe pessoas e tem vários funcionários”, diz o delegado Márcio Marques Ramalho, responsável pela investigação do crime.
O delegado já enviou ofício à prefeitura pedindo a instalação de câmeras no prédio. Diariamente, cerca de 1.000 pessoas passam pelo pronto-socorro, de acordo com dados da prefeitura. Ontem, usuários do pronto-socorro questionaram o motivo de não haver guardas civis municipais ou policiais militares fazendo a segurança.
A Polícia Militar afirma que não pode fazer segurança por ser um prédio municipal e mantém equipes no local apenas quando detentos precisam receber atendimento médico. A Secretaria de Saúde informou que utiliza guardas municipais, quando necessário.
A pasta também diz que não recebeu ofício, mas está aberta para discutir a segurança no pronto-socorro. A secretaria informou que há 42 agentes de portaria. No entanto, o número diz respeito à toda a área do Hospital Municipal. Os dados específicos do PS não foram divulgados. A nota também classifica o assassinato do segurança como um fato isolado. “Em 35 anos de funcionamento, foi a primeira ocorrência”.
O Vale