O Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) aprovou ontem a licença prévia para a construção do contorno sul, entre Caraguatatuba e São Sebastião, da obra de duplicação da Rodovia dos Tamoios. A nova pista, que ligará as duas cidades sem passar por dentro delas, é alvo de críticas de ambientalistas. Eles apontam problemas na política de desapropriação dos imóveis e no traçado que desmatará áreas de Mata Atlântica.
A obra foi antecipada pelo governo estadual após reivindicação dos prefeitos do Litoral Norte, que temiam um aumento de tráfego em razão da duplicação do trecho de planalto da rodovia, cujas obras começaram em 2 de maio deste ano.
O contorno sul terá 31 quilômetros de extensão, sendo cinco deles por meio de túneis pela Serra do Mar, e está orçado em R$ 1,6 bilhão. Segundo a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), terão que ser desapropriados cerca de 1.200 imóveis. A construção deve começar em abril de 2013.
A obra só será mais barata do que os 22 quilômetros do trecho de serra da Tamoios, em fase de preparação do relatório de impacto ambiental. No total, a nova rodovia custará R$ 4,9 bilhões. Além dos 49 quilômetros do planalto, licitados por R$ 557 milhões, os 7 quilômetros do contorno norte custarão R$ 320 milhões.
Ligando Caraguá e Ubatuba, o trecho será o próximo a ser apreciado pelo Consema. O projeto está em fase de análise pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e, dentro de 40 dias, deve ser encaminhado aos 36 conselheiros estaduais.
Segundo Laurence Casagrande Lourenço, diretor presidente da Dersa, a previsão é de que os 38 quilômetros dos contornos sul e norte sejam construídos em 36 meses. “O trecho de planalto do contorno será feito mais rapidamente, em 22 meses. O que exigirá mais tempo serão os túneis, que passarão por 60 metros de profundidade pela Serra do Mar, reduzindo o impacto ambiental.”
Na avaliação do secretário executivo do Consema, Germano Seara Filho, o projeto foi discutido pelos conselheiros e é ambientalmente viável.
O Vale