Médico Estuda Mortes em Cirurgias de Lipoaspiração

Levantamento inédito no país servirá para o desenvolvimento de protocolos para os procedimentos.

Marcelo Pedroso
Editor de Cidades

Um levantamento inédito no país vai ajudar na elaboração de um manual de protocolos médicos com o objetivo de prevenir mortes ocorridas durante cirurgias de lipoaspiração.
O trabalho faz parte da tese de doutorado do dermatologista Érico Pampado Di Santis na Unifesp/EPM e deve estar concluído em cerca de um ano.
Em 2008, o médico, que tem consultório em Taubaté, começou a garimpar certidões de óbito de pacientes das operações em todo o país. Ele conseguiu reunir registros de 78 vítimas, entre 14 de fevereiro de 1987 e 19 de julho deste ano.
A fase atual do trabalho passa por tabulações dos locais onde aconteceram as mortes e as causas. “A verificação do óbito faz com que a medicina se desenvolva, desenvolvendo técnicas para evitar as causas.”

Certidões. Para chegar ao nome das vítimas, Di Santis recebe registros de óbitos divulgados pela imprensa encaminhados a ele por meio de uma pesquisa com o cruzamento de palavras-chave. O próprio médico trata de peneirar o material e depois passa a procurar pelos nomes até conseguir a certidão de óbito, com a causa da morte.
De acordo com o médico, entre as descrições estão mortes por causas indeterminadas, infecção, perfuração, tromboembolismo e complicações anestésicas.

Critérios. “A gente busca uma base científica para adotar critérios de prevenção. Afinal de contas, para fazer uma lipoaspiração, o paciente tem que estar saudável. Não é uma cirurgia de emergência. É um procedimento eletivo”, afirmou o dermatologista, que qualificou sua tese de doutorado no último dia 8.
Segundo Di Santis, a referência na literatura médica sobre este tema se resume ao médico Frederick Grazer, que escreveu um artigo em janeiro de 2000 na revista Plastic and Reconstructive Surgery.
“Não há um banco de dados sobre lipoaspiração. O Grazer, por exemplo, recebeu apenas 34% de respostas dos questionários encaminhados.”

Aumento. Di Santis justifica a importância de seu trabalho pela quantidade cada vez maior deste tipo de procedimento.
“O Brasil é o vice-campeão mundial em lipoaspirações. Hoje, esta é a cirurgia plástica mais realizada no país.”
Dados da SBCP (Sociedade Brasileira de cirurgia Plástica) indicam que houve um crescimento de 130% no número de lipoaspirações. Em 2007 foram registrados 91.800 procedimentos contra 211.108 em 2011.

Procedimento é para estética
São José dos Campos

Para quem pensa em fazer uma lipoaspiração para emagrecer, o dermatologista Érico Pampado Di Santis lança o alerta: “a lipoaspiração é uma cirurgia que tem a finalidade de melhorar o contorno corporal pela remoção de gordura. É indicada para a gordura localizada, nunca para emagrecimento.”
De acordo com o médico, são realizadas diversas análises da condição de saúde do paciente para que o procedimento possa ser executado com segurança. “A gente avalia os antecedentes clínicos, familiares, medicamentosos e cirúrgicos. São feitos exames para avaliar o funcionamento do rim, fígado, coração e coagulação, além de um ultrassom abdominal.”
Di Santis também considera ideal a individualização dos procedimentos, de preferência um a cada vez. “Quanto maior a quantidade de procedimentos, maior o risco. A pessoa pode fazer uma lipo de culote e vai fazer o abdômen junto? Até pode, mas precisa cuidado.”

Fonte:O Vale.

Detran Anuncia Concurso

Detran anuncia concurso e vai contratar 66 funcionários para reforçar Ciretrans da RMVale.

Funcionários terceirizados também serão selecionados para dar mais agilidade à tramitação de processos nas unidades.

Bruno Castilho
Especial para O Vale

O Detran (Departamento Estadual de Trânsito) pretende abrir, até o final do ano, concurso público para a contratação de 66 novos funcionários que vão atuar nas unidades da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
A intenção é reforçar todas as unidades, principalmente em São José dos Campos, que passou por um ‘pente-fino’ este mês com uma investigação que também envolveu a CGA (Corregedoria Geral da Administração) de São Paulo após denúncias de irregularidades.

Na operação, duas pessoas foram presas e duas autoescolas clandestinas foram fechadas.
Além desses funcionários, o Detran também planeja contar com trabalhadores terceirizados para fazer a pré-triagem e dar mais agilidade aos processos dentro da Ciretran.
De acordo com Daniel Annenberg, diretor-presidente do Detran-SP, São José deve ficar com a maior parte dos novos funcionários.
“Isso vai acontecer por causa da demanda da cidade, que é maior em comparação com outras cidades da região”, afirmou.

Annenberg disse também que o concurso será para pessoas de nível médio e universitário que vão receber treinamento antes de começarem na função.
“Esses novos funcionários vão ajudar na retaguarda da Ciretran, pegando alguns processos mais delicados”, explicou o diretor.

Começo. O VALE conversou com donos de algumas autoescolas da cidade e eles disseram que ainda não sentiram nenhuma mudança significativa desde que o Detran assumiu a administração da Ciretran.

Annenberg explica que as mudanças são feitas de maneira gradativa e que ainda é muito cedo para que seja feita uma avaliação mais profunda.
“Mesmo com o pouco tempo, algumas mudanças já são significativas. Hoje, a liberação de veículos pode ser feita em uma hora, bem diferente de antes, que demorava um dia inteiro”, disse Annenberg.

Outra reclamação permanente é sobre o atual local em que são realizadas as provas práticas para a retirada da Carteira de Habilitação, localizado no bairro Bosque dos Eucaliptos, na zona sul.
“Os alunos reclamam que, por ter um trecho de terra com pedras, acaba dificultando para eles”, disse a dona de uma autoescola que não quis se identificar.
Annenberg afirmou que vai entrar em contato com a prefeitura para saber quais os outros locais e as melhorias que podem ser feitas.

Relatório. A investigação sobre as fraudes no Ciretran ainda continuam. A CGA informou, em nota, que ainda está analisando todos os dados colhidos na operação ‘pente-fino’ e que é prematuro dar alguma resposta.
A corregedoria informou também que este relatório contendo os resultados das investigações deve ser finalizado na próxima semana.

Fonte: O Vale.

Ruas resistem como fonte de renda nas cidades da região

A maior vitrine do mundo. Quem trabalha nas ruas tem o privilégio de ser visto, ouvido e falado por muitos, gastando relativamente pouco em investimento. Ao mesmo tempo, contudo, anda muito perto da fronteira que separa a legalidade da clandestinidade. Das três maiores cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, apenas Jacareí ainda concede licenças para trabalhadores de rua, os chamados ambulantes. Ainda assim, a prefeitura segue critérios rígidos de escolha da área e exige análise prévia do pedido. São José dos Campos nega novas licenças aos ambulantes desde 1996, segundo a Adei (Associação de Economia Informal). Taubaté, que trava uma guerra com os comerciantes de rua, que não querem ser transferidos de lugar, também suspendeu a concessão de licenças.

Nos três municípios, o número de ambulantes chega a 5.500, sendo que apenas 1.632 são regularizados. Os demais batalham para sobreviver driblando fiscais e as dificuldades de trabalhar nas ruas. O VALE  foi atrás de histórias de pessoas que tiram o sustento das ruas, em atividades quase sempre informais, e descobriu pessoas como a lindeza pitoresca, o pastor do algodão e o Chaves das coxinhas. Todos eles têm uma coisa em comum: consideram as ruas mais do que uma fonte de dinheiro. É quase um palco para eles, um picadeiro de circo para desfilar algum tipo de habilidade artística. Nas ruas, segundo eles, não basta oferecer um produto. Tem que encantar.

Outro segmento que tende a crescer na região é o da comida de rua, que renderá R$ 1,6 bilhão em vendas nos Estados Unidos, neste ano. Em São Paulo, a Câmara aprovou projeto para oferecer mais do que lanches e salgados nas ruas.

Pesquisadores e estudantes buscam energia com recursos renováveis

Encontrar formas limpas, seguras e consistentes de gerar energia elétrica sem queimar combustíveis fósseis é o desafio que pesquisadores da Região Metropolitana do Vale do Paraíba resolveram encarar. As universidades e principais faculdades da região investem em projetos de energia renovável de olho no setor que, para analistas, movimentará mais de US$ 300 bilhões no mundo até 2020. Pesquisador da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), Rodrigo Sávio Pessoa está envolvido no desenvolvimento de um sistema que transforma cinzas tóxicas em um material vitrificado, que pode ser aplicado na construção civil.

O projeto, que une pesquisadores da universidade e a empresa VTX Desenvolvimento Tecnológico, foi batizado de Vitrinsol e recebeu aporte de R$ 4,499 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em outubro do ano passado. Segundo Pessoa, o sistema queima cinzas que sobram da incineração de resíduos sólidos e as transforma em plasma. Resfriado, o plasma torna-se vitrificado e pode ter várias aplicações, como na formação de blocos para construção. “Estamos numa fase inicial, na prova de conceito e na infraestrutura do sistema”, diz o pesquisador. “Em outro momento, os gases resultantes do nosso processo poderão abastecer usinas e gerar energia”.

O projeto pioneiro, sob a orientação do professor Homero Santiago, servirá de modelo a prefeituras que planejam construir usinas similares para queimar o lixo. “Há contribuições ecológicas e sociais. Solução segura para as cinzas e aumento da oferta de materiais de pavimentação de baixo custo”. Diretor da VTX, Marco Antônio de Souza projeta o produto no mercado no segundo semestre de 2015, permitindo faturamento de R$ 1,6 milhão até 2017. “O mercado de tratamento térmico do lixo é nascente e com potencial de escala”. Muita gente não sabe, mas as placas fotovoltaicas, que captam a luz solar para gerar energia elétrica, não gostam de calor. Elas preferem climas mais frios. Nos trópicos, como no Brasil, tais placas têm vida mais curta.

Para resolver o dilema, os professores e pesquisadores Ederaldo Godoy Junior e José Rui Camargo, reitor da Unitau (Universidade de Taubaté), criaram um módulo do tamanho de uma foto 3×4 para “roubar” o calor da placa fotovoltaica e produzir energia elétrica. A ideia ganhou o Energy Globe National Award Brasil, entregue em junho deste ano pelo governo da Áustria. Vai agora defender o país na etapa mundial do prêmio. “A placa não esquenta, tem a vida útil aumentada e o módulo gera energia”, explica Godoy Junior, há três anos debruçado no sistema.

Outra fonte de energia limpa desenvolvida na Unitau é a biomassa, que converte esgoto em biogás e, depois, em energia elétrica. “Comecei a desenvolver no mestrado e fiz um projeto piloto com a Faculdade de Agronomia da Unitau”, diz Godoy Junior. “Há um campo grande de desenvolvimento nessa área”. Biodigestores também são a bola da vez para alunos e pesquisadores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José, que estudam vários projetos de aproveitar resíduos e gerar energia. Os alunos Hygor Dupin, Felipe Villar e Alexander Cardoso ganharam um prêmio na Alemanha, em 2010, por desenvolver a ideia de uma borracha sintética para fabricar aquecedores solares. O objetivo, segundo o trio, é lançar uma nova concepção de aquecedores e democratizar o acesso à energia renovável.