Ruas resistem como fonte de renda nas cidades da região

A maior vitrine do mundo. Quem trabalha nas ruas tem o privilégio de ser visto, ouvido e falado por muitos, gastando relativamente pouco em investimento. Ao mesmo tempo, contudo, anda muito perto da fronteira que separa a legalidade da clandestinidade. Das três maiores cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, apenas Jacareí ainda concede licenças para trabalhadores de rua, os chamados ambulantes. Ainda assim, a prefeitura segue critérios rígidos de escolha da área e exige análise prévia do pedido. São José dos Campos nega novas licenças aos ambulantes desde 1996, segundo a Adei (Associação de Economia Informal). Taubaté, que trava uma guerra com os comerciantes de rua, que não querem ser transferidos de lugar, também suspendeu a concessão de licenças.

Nos três municípios, o número de ambulantes chega a 5.500, sendo que apenas 1.632 são regularizados. Os demais batalham para sobreviver driblando fiscais e as dificuldades de trabalhar nas ruas. O VALE  foi atrás de histórias de pessoas que tiram o sustento das ruas, em atividades quase sempre informais, e descobriu pessoas como a lindeza pitoresca, o pastor do algodão e o Chaves das coxinhas. Todos eles têm uma coisa em comum: consideram as ruas mais do que uma fonte de dinheiro. É quase um palco para eles, um picadeiro de circo para desfilar algum tipo de habilidade artística. Nas ruas, segundo eles, não basta oferecer um produto. Tem que encantar.

Outro segmento que tende a crescer na região é o da comida de rua, que renderá R$ 1,6 bilhão em vendas nos Estados Unidos, neste ano. Em São Paulo, a Câmara aprovou projeto para oferecer mais do que lanches e salgados nas ruas.