Metalurgicos devem assinar acordo nesta Segunda-feira (28)

Os trabalhadores da GM (General Motors) de São José dos Campos realizam assembleia nesta segunda-feira, às 5h30, para votar a proposta de acordo elaborada sábado pelo Sindicato dos Metalúrgicos e pela montadora, em uma reunião que durou cerca de nove horas. A votação da proposta será no estacionamento da portaria do MVA (Montagem de Veículos Automotores).

O acordo encerrou uma negociação iniciada há cerca de seis meses, quando a direção da GM comunicou o sindicato sua intenção de encerrar a produção do modelo Classic em São José e demitir pelo menos 1.598 operários  considerados excedentes.

A proposta estende por mais dois meses o período de layoff  (suspensão do contrato de trabalho), que mantém 779 afastados da empresa desde agosto do ano passado e garante a manutenção da produção do Classic até dezembro deste ano. Porém, quando acabar o layoff, a empresa poderá demitir cerca de 650 funcionários, pagando uma  multa de três salários-base.

Caso a proposta seja aprovada na assembleia desta segunda-feira, os funcionários que trabalham na produção do Classic entram em férias coletivas a partir de amanhã até o dia 14 de fevereiro. Nesse período a GM deve repor as peças necessárias para a retomada da produção do Classic, que seria desativada caso não se chegasse a um acordo no sábado.

A proposta também prevê que a GM invista R$ 500 milhões no período de 2013 a 2017 na Powertrain, fábrica do complexo de São José que produz motores e câmbios. O pacote ainda permite jornada flexível de compensação em caso de oscilações na produção e nova grade salarial para novos operários, caso a GM venha a contratar na cidade.

“O acordo que foi fechado não é o nosso sonho, mas certamente é o que foi possível de ser reconstruído neste momento”, disse Antonio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato. Luiz Moan, diretor de Relações Institucionais da GM e responsável pelas negociações, ressaltou a manutenção do emprego de 950 dos 1.598 considerados excedentes.

“Nós garantimos o nível de emprego no período de produção do Classic. O investimento não é baixo. E mais importante é colocar São José na rota dos investimentos”, disse Moan. Moan ressaltou que a produção de novos modelos será oferecida à planta de São José em breve, o que poderá trazer de volta o nível de produção na cidade.

Do lado de fora da sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), onde aconteceu a reunião, cerca de 100 sindicalistas e funcionários da GM acompanharam o resultado da reunião. O grupo passou o dia em uma espécie de vigília no local. O impasse entre GM e sindicato se estende desde meados do ano passado, mas a ameaça aos empregos começou bem antes, em 2008.

O Vale

Publicado em: 28/01/2013

Depois de acordo, Operários voltam a produção na GM

Os funcionários da General Motors votam hoje em assembleia se aprovam ou não o acordo firmado no sábado entre montadora e Sindicato dos Metalúrgicos para evitar a demissão em massa na fábrica de São José. Além de suspender o contrato de 940 empregados dos 1.840 considerados excedentes, o acordo abre a partir de hoje brecha para discussão de nova grade salarial e flexibilização de jornada na montadora, condições apontadas como essenciais pela direção da companhia para tornar a planta mais competitiva e assim garantir investimentos futuros.

Historicamente contrário à flexibilização de jornada, o sindicato local já admite debater o tema com os operários para evitar que a unidade do Vale, que já chegou a ter 12 mil empregados e hoje não passa de 7.540, perca de novo investimentos para as demais plantas no país.  Dos R$ 5 bilhões aplicados pela empresa no Brasil nos últimos cinco anos, São José levou R$ 800 milhões.

O grupo que terá o contrato suspenso trabalha na linha de montagem conhecida como MVA, esvaziada com o encerramento da produção do Corsa, Meriva e Zafira. Só o Classic é feito hoje no setor. A direção do sindicato definiu no final da tarde de ontem que vai reunir todos os empregados do complexo, que abriga oito fábricas, em assembleia às 5h30 de hoje na portaria do MVA.

A expectativa é reunir pelo menos 4.000 dos 7.540 funcionários da fábrica, segundo informou o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá. “Vamos apresentar o que foi definido na reunião com a GM para apreciação da categoria”, disse o dirigente.

O pacote acordado entre a entidade e a GM prevê a suspensão do contrato de trabalho, medida conhecida como ‘layoff’, de 940 funcionários do MVA até o final de novembro, abertura de PDV (Programa de Demissão Voluntária), continuidade da cadência atual de produção do Classic, que mantém o emprego de 900 operários, e negociação de medidas para aumentar a competitividade da planta.

Para a GM, o aumento da competitividade só será possível com a flexibilização. O acordo prevê ainda que as negociações entre as partes sobre esse quesito acontecerão nos próximos 60 dias, quando também será tratado o futuro dos operários que tiverem o contrato de trabalho suspenso. No período de suspensão, os trabalhadores receberão auxílio de R$ 1.163 do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e complemento salarial da empresa.

Eles terão que frequentar cursos de qualificação. “Esse acordo foi uma vitória, ainda que parcial. Vamos continuar a luta para garantir que, após esse período, os empregos sejam preservados, que a fábrica tenha mais competitividade e que a GM faça novos investimentos em São José”, disse Barros.

Sobre a flexibilização trabalhista, o dirigente disse que o sindicato “está aberto a negociações”. “Primeiro vamos cuidar dessa primeira etapa e depois analisar a segunda fase, que é negociar com a empresa medidas para a fábrica de São José”, afirmou o dirigente.

O Vale