Os trabalhadores da GM (General Motors) de São José dos Campos realizam assembleia nesta segunda-feira, às 5h30, para votar a proposta de acordo elaborada sábado pelo Sindicato dos Metalúrgicos e pela montadora, em uma reunião que durou cerca de nove horas. A votação da proposta será no estacionamento da portaria do MVA (Montagem de Veículos Automotores).
O acordo encerrou uma negociação iniciada há cerca de seis meses, quando a direção da GM comunicou o sindicato sua intenção de encerrar a produção do modelo Classic em São José e demitir pelo menos 1.598 operários considerados excedentes.
A proposta estende por mais dois meses o período de layoff (suspensão do contrato de trabalho), que mantém 779 afastados da empresa desde agosto do ano passado e garante a manutenção da produção do Classic até dezembro deste ano. Porém, quando acabar o layoff, a empresa poderá demitir cerca de 650 funcionários, pagando uma multa de três salários-base.
Caso a proposta seja aprovada na assembleia desta segunda-feira, os funcionários que trabalham na produção do Classic entram em férias coletivas a partir de amanhã até o dia 14 de fevereiro. Nesse período a GM deve repor as peças necessárias para a retomada da produção do Classic, que seria desativada caso não se chegasse a um acordo no sábado.
A proposta também prevê que a GM invista R$ 500 milhões no período de 2013 a 2017 na Powertrain, fábrica do complexo de São José que produz motores e câmbios. O pacote ainda permite jornada flexível de compensação em caso de oscilações na produção e nova grade salarial para novos operários, caso a GM venha a contratar na cidade.
“O acordo que foi fechado não é o nosso sonho, mas certamente é o que foi possível de ser reconstruído neste momento”, disse Antonio Ferreira de Barros, o ‘Macapá’, presidente do sindicato. Luiz Moan, diretor de Relações Institucionais da GM e responsável pelas negociações, ressaltou a manutenção do emprego de 950 dos 1.598 considerados excedentes.
“Nós garantimos o nível de emprego no período de produção do Classic. O investimento não é baixo. E mais importante é colocar São José na rota dos investimentos”, disse Moan. Moan ressaltou que a produção de novos modelos será oferecida à planta de São José em breve, o que poderá trazer de volta o nível de produção na cidade.
Do lado de fora da sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), onde aconteceu a reunião, cerca de 100 sindicalistas e funcionários da GM acompanharam o resultado da reunião. O grupo passou o dia em uma espécie de vigília no local. O impasse entre GM e sindicato se estende desde meados do ano passado, mas a ameaça aos empregos começou bem antes, em 2008.
O Vale
Publicado em: 28/01/2013