Famílias do Pinheirinho invadem casas condenadas

Ex-moradores do Pinheirinho invadiram 13 casas abandonadas em áreas de risco no Rio Comprido, zona sul de São José dos Campos.

Os móveis das famílias foram levados ao Rio Comprido por caminhões da Urbam (Urbanizadora Municipal). Os invasores afirmam que não têm para onde ir e já planejam reformar as casas, que foram esvaziadas em março devido ao risco de desabamento.

Os imóveis invadidos ficam na avenida Um, mesmo local onde cinco pessoas morreram em janeiro do ano passado, quando um deslizamento de terra derrubou quatro casas. Não havia nenhum impedimento para que as casas condenadas fossem reocupadas. Embora a maioria das casas tenha sido invadida ontem, algumas famílias chegaram ao local no domingo, assim que foram retiradas do Pinheirinho.

Já havia “gatos” e aparelhos ligados, como geladeiras. “Assim que houve a reintegração, já viemos pra cá. Precisa de alguns reparos, temos que pedir água emprestada para os vizinhos, mas pelo menos meus filhos têm um teto”, disse José Emílio Santos, 45 anos, com os cinco filhos e a mulher.

A maioria das casas está semi-destruída, já que a prefeitura começou a derrubar os imóveis, mas uma liminar da Justiça barrou a demolição. Regina Mendes da Silva, 43 anos, passou o dia retirando os escombros da casa onde pretende morar com o marido e seus nove filhos.

A estrutura do imóvel está intacta, mas não há portas ou janelas. “Precisa de uma reforma, mas enquanto não consigo mudar para um lugar melhor, aqui está ótimo.”

Por volta das 11h, a mudança se transformou em tumulto. Enquanto funcionários da Urbam ajudavam a colocar imóveis nas casas, uma viatura da Guarda Civil tentou impedir a ação. Após diálogo entre os guardas e moradores do Rio Comprido, foi decidido que os móveis ficariam guardados em casas regularizadas.

O Vale