Integração de Cartão de Passe nas Vans é analisada

A Secretaria de Transportes de São José dos Campos finaliza estudos técnico e jurídico que apontarão a viabilidade da integração do transporte alternativo, feito por vans, ao sistema de catraca eletrônica usada nos ônibus da cidade.

Motoristas das vans pressionam o governo desde o ano passado para implantar o bilhete eletrônico no transporte alternativo. Hoje, eles só podem receber o valor da passagem em dinheiro, o que teria causado uma queda de até 50% no volume de passageiros.

De acordo com a Associação do Transporte Alternativo de São José, a integração é uma forma de sobrevivência para os alternativos. “Estamos há 15 anos levando passageiros na cidade e não podemos ficar de fora do sistema. Hoje, o alternativo está segregado”, disse Fauze Conceição, presidente da associação.

Ontem, os motoristas de vans participariam de uma assembleia na Câmara de São José. Eles decidiriam pela defesa da instalação de catraca eletrônica nas vans ou se optariam por um modelo alternativo de integração. Segundo o advogado da associação, Lélio Granado, os alternativos poderão defender uma tarifa diferenciada para operar na cidade, deixando de lado a integração com os ônibus. O valor não foi definido, mas poderia ser mais baixo do que a tarifa de R$ 3,30.

“Alguma coisa precisa ser feita para a gente ser integrado ao sistema. Do jeito que está, só estamos perdendo passageiros. A situação está muito difícil”, disse Conceição. Motorista desde 2007, João Batista, 48 anos, espera que a prefeitura decida pela integração. “Acho o jeito mais fácil para o passageiro.”

Os motoristas afirmam que a demanda de passageiros caiu radicalmente desde abril de 2011, quando o sistema de cartão foi 100% integrado nos ônibus. “A gente levava até 450 passageiros por dia, mas hoje a média é de 230”, disse Everton Santos, 30 anos. No começo de fevereiro, o secretário de Transportes de São José, Wagner Balieiro, se reuniu com representantes dos alternativos.

Ele pediu 30 dias para realizar estudos técnicos e jurídicos sobre a viabilidade da integração. A secretaria informou ontem que os estudos ainda estão em andamento e que podem estar prontos nas próximas semanas. Para o vereador Dilermando Dié (PSDB), que apoia o movimento do transporte alternativo, a falta de integração virou uma “angústia para os motoristas”. Ele pediu “sensibilidade” ao governo.

O Vale

Publicado em: 07/03/2013

Sindicatos dos Condutores querem liberar Catracas

Os motoristas e cobradores de ônibus de São José dos Campos começam hoje uma mobilização junto à população para obter apoio para a realização da chamada ‘catraca livre’ na cidade. A ideia é promover até esta sexta-feira um dia sem cobrança de passagem com o objetivo de pressionar as concessionárias a conceder reajuste salarial para os trabalhadores.

O Sindicato dos Condutores adotou essa postura após um novo fracasso nas negociações na semana passada. A categoria quer aumento de 7%, mas as empresas só oferecem 4,88%. A partir de hoje, a entidade irá distribuir uma carta aberta à população pedindo apoio para suas reivindicações. O texto relembra todo o impasse que vem se arrastando desde o mês passado.

No período, o sindicato promoveu duas paralisações e uma operação ‘tartaruga’, deixando passageiros sem transporte. “Queremos mostrar que começamos pedindo 13% e hoje já estamos em 7%. Elas empresas não passaram de 6,5%”, disse o presidente do sindicato, José Roberto Gomes.

A entidade irá distribuir 100 mil panfletos na região central de São José. Hoje, a previsão é de que 50 mil cartas já estejam nas ruas. A Avetep (Associação das Empresas de Transporte do Vale do Paraíba) nega que tenha aumentado sua oferta e informa que segue com proposta de 4,88% de reajuste, aguardando a decisão do caso no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas.

Ontem, o advogado da entidade, Victor Albuquerque, foi procurado por O VALE, mas não atendeu os telefonemas. Na semana passada, ele disse que iria acionar o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Campinas para impedir a liberação das catracas.

A ação ainda não teria sido encaminhada à Justiça, segundo a assessoria da Avetep. A Secretaria de Transportes informou que a negociação salarial é feita entre sindicato e empresas e não cabe ao governo falar sobre o assunto. O transporte coletivo urbano de São José é operado pelas empresas Saens Peña, Expresso Maringá e Julio Simões.

O Vale

Sindicato Pretende liberar catraca de Ônibus na cidade

Com o objetivo de ampliar a pressão sobre as empresas de ônibus de São José, o Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba decidiu realizar novo protesto na semana que vem, desta vez liberando as catracas para os passageiros por um dia.

A ideia será apresentada hoje aos motoristas e condutores das três companhias que operam na cidade e será votada em assembleia programada para as 4h nas garagens das concessionárias Saens Peña, Expresso Maringá e Julio Simões.

A ameaça de liberar as catracas foi anunciada ontem pelo sindicato, um dia após novo impasse durante reunião com a Avetep (Associação das Empresas de Transporte do Vale do Paraíba) em que as concessionárias de ônibus ofereceram 4,88% de aumento salarial para motoristas e cobradores o sindicato quer 7%. Desde o mês passado, já foram realizadas três paralisações e operações ‘tartaruga’. No último dia 2, os trabalhadores cruzaram os braços e deixaram 70 mil pessoas sem ônibus na cidade.

“Nosso objetivo com a liberação das catracas é trazer a população para o nosso lado nesta negociação”, disse o presidente do sindicato, José Roberto Gomes.  Procurada por O VALE para comentar o assunto, a Prefeitura de São José reiterou que aguarda a decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Campinas sobre a negociação entre sindicato e empresas.

Já as três concessionárias de ônibus não quiseram comentar o assunto. O professor de direito do trabalho da USP (Universidade de São Paulo) Nelson Mannrich disse que a prática de liberar catracas é ilegal e que o Sindicato dos Condutores pode ser responsabilizado até criminalmente.

“É um crime de responsabilidade, até porque os ônibus não são do sindicato para que ele decida não cobrar passagem. Isto não é protesto. É terrorismo.” Em maio último, ele advogou em favor do Metrô de São Paulo durante a greve dos metroviários em que o sindicato da categoria tentou liberar as catracas. Na ocasião, a Justiça proibiu a paralisação, estipulando multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

Moradores consultados por O VALE acreditam que a liberação das catracas vai gerar mais caos nos ônibus. “Não pagar ônibus por um dia será bom para o nosso bolso, mas por outro lado poderá gerar um caos com o aumento de passageiros”, disse a aposentada Tânia Regina Garlopa, 50 anos. “A população vai economizar, mas não acredito que seja a melhor atitude para convencer as empresas a dar aumento salarial”, afirmou a estudante Letícia Cardoso, 27 anos.

O Vale