Empresa GM tem planos para tentar resgatar a fabrica

A General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos iniciaram negociações, com base no último acordo firmado entre as partes, em janeiro deste ano, para tentar viabilizar investimentos de R$ 2,5 bilhões na planta da empresa no município. A GM planeja lançar um novo carro e o complexo industrial de São José dos Campos é candidato a receber a nova linha de montagem.

Outros dois países também disputam os investimentos, segundo informou Luiz Moan, diretor de Assuntos Institucionais da GM. O presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, disse que as conversações com a GM foram iniciadas em abril e são reflexo do acordo firmado pela entidade com a montadora em janeiro. “Uma das cláusulas do acordo prevê que qualquer novo investimento da empresa no Brasil precisa, primeiro, ser negociado com São José dos Campos. Foi uma conquista, depois de muita luta”, disse o dirigente.

Por questões de sigilo, o sindicato não dá detalhes sobre o que vem sendo negociado, mas Macapá disse que a entidade está “empenhada em fechar novo acordo para garantir que os investimentos sejam aplicados no complexo de São José”. Segundo o sindicalista, trata-se de um projeto de vulto que implica ampliação da fábrica de São José, caso seja escolhida para receber a nova linha de montagem.

Pelo último acordo firmado com a GM, o piso salarial que era de R$ 1.840 foi rebaixado para R$ 1.712, além de flexibilização da jornada de trabalho, entre outros itens negociados. A GM também mantém conversações com a prefeitura e com o governo do Estado sobre a concessão de benefícios fiscais para completar as negociações. O anúncio do local da produção do novo modelo deve ser feito no começo de junho, segundo Macapá.

O Vale

Publicado em: 06/05/2013

Sindicatos dos Condutores querem liberar Catracas

Os motoristas e cobradores de ônibus de São José dos Campos começam hoje uma mobilização junto à população para obter apoio para a realização da chamada ‘catraca livre’ na cidade. A ideia é promover até esta sexta-feira um dia sem cobrança de passagem com o objetivo de pressionar as concessionárias a conceder reajuste salarial para os trabalhadores.

O Sindicato dos Condutores adotou essa postura após um novo fracasso nas negociações na semana passada. A categoria quer aumento de 7%, mas as empresas só oferecem 4,88%. A partir de hoje, a entidade irá distribuir uma carta aberta à população pedindo apoio para suas reivindicações. O texto relembra todo o impasse que vem se arrastando desde o mês passado.

No período, o sindicato promoveu duas paralisações e uma operação ‘tartaruga’, deixando passageiros sem transporte. “Queremos mostrar que começamos pedindo 13% e hoje já estamos em 7%. Elas empresas não passaram de 6,5%”, disse o presidente do sindicato, José Roberto Gomes.

A entidade irá distribuir 100 mil panfletos na região central de São José. Hoje, a previsão é de que 50 mil cartas já estejam nas ruas. A Avetep (Associação das Empresas de Transporte do Vale do Paraíba) nega que tenha aumentado sua oferta e informa que segue com proposta de 4,88% de reajuste, aguardando a decisão do caso no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas.

Ontem, o advogado da entidade, Victor Albuquerque, foi procurado por O VALE, mas não atendeu os telefonemas. Na semana passada, ele disse que iria acionar o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Campinas para impedir a liberação das catracas.

A ação ainda não teria sido encaminhada à Justiça, segundo a assessoria da Avetep. A Secretaria de Transportes informou que a negociação salarial é feita entre sindicato e empresas e não cabe ao governo falar sobre o assunto. O transporte coletivo urbano de São José é operado pelas empresas Saens Peña, Expresso Maringá e Julio Simões.

O Vale

Sindicatos perdem espaço entre as famílias do Pinheirinho

A distribuição dos cheques do aluguel social e a promessa de novas moradias para as famílias removidas do Pinheirinho iniciou um processo de esvaziamento do movimento sem-teto de São José, liderado pelo PSTU e por dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos.

Diluídos em abrigos municipais e na casa de parentes, muitos desalojados não participam mais das assembleias convocadas pelos antigos líderes da ocupação realizadas sempre em um campo de futebol no bairro Campo dos Alemães.

A insatisfação dos ex-moradores do Pinheirinho começou com o próprio cumprimento da reintegração de posse da área, no último dia 22. A partir de então, muitas famílias começaram a se afastar do movimento. O discurso das antigas lideranças da ocupação, que pregava o enfrentamento, agora foca a unidade do grupo como garantia de que as promessas do Estado e da prefeitura serão cumpridas. Mas nos abrigos a insatisfação só cresce.

“As lideranças vieram aqui uma vez e não voltaram. Precisamos de alguém que lute por nós”, disse o pedreiro Cícero dos Santos, 42 anos, abrigado no Caic do bairro Dom Pedro. A atendente Leidy Jana da Silva, 22 anos, não quer mais experiências como a do Pinheirinho. “Estou perdida. Ouço boatos que podemos voltar para lá, mas não quero invadir mais nada. Até agora, não ouvi nada das lideranças.”

Outro sem-teto, que pediu para não ser identificado, revelou à reportagem que há uma resistência por parte das lideranças em deixar as famílias receberem benefícios como o aluguel social. “Agora meus filhos terão um lar, mesmo que seja alugado, mas poderão viver e ir para a escola”, disse.

Crença. Dos quatro abrigos montados pela prefeitura, as lideranças do PSTU mantém influência sobre dois: Jardim Morumbi e Vale do Sol.

“O pessoal líderes do movimento sem-teto vem todo dia aqui conversar com a gente. Às vezes, também dorme”, disse Tereza Ribnicker, 37 anos. “Eles vêm trazer as notícias sobre a regularização da área e ainda temos esperança.” Para o vice-presidente do PSDB em São José, Juvenil Silvério, o esvaziamento do movimento sem-teto ocorre porque as famílias estão sendo atendidas com o aluguel social.

“Quando o governo acenou com o aluguel social, deu às famílias esperança”, disse. “Pode até haver alguma resistência ainda, mas certamente são pessoas isoladas com outras motivações, que não a da moradia. Não existe mais o apelo pela moradia.”

Lideranças do movimento sem-teto afirmam que a motivação das famílias não é política, mas pela moradia. Para Valdir Martins de Souza, o Marrom, a pulverização dos sem-teto não afetou as mobilizações. “Estamos realizando assembleias locais e nada foi esvaziado. As pessoas estão vindo porque não confiam nas promessas do PSDB”, disse. “Estamos brigando por moradia e enquanto não houver uma política para zerar essa demanda, os movimentos sociais não irão acabar.”

O Vale