Espionagem faz Dilma acelerar projeto de satélite da Visiona

O satélite geoestacionário brasileiro tornou-se prioritário para o Brasil após as denúncias de que as comunicações no país, incluindo as da Presidência, estariam sendo monitoradas pelos Estados Unidos. Com previsão de entrar em órbita em 2016, o satélite será fabricado pela empresa Thales Alenia Space e lançado pela Arianespace, ambas francesas e escolhidas no último dia 6 de agosto. A empresa Visiona, instalada em São José, será a responsável pela administração e gerenciamento da compra do satélite. O investimento é de US$ 660 milhões, englobando construção, lançamento e seguro. Criada em maio de 2012, a Visiona é uma associação entre a Embraer, que detém 51% do capital, e a Telebras (Telecomunicações Brasileiras S/A), que conta com 49% das ações.

Segundo o gerente do Projeto Satélite da Telebras, Sebastião Nascimento Neto, a compra do equipamento vem sendo acelerada desde julho do ano passado. A compra foi autorizada por decreto e deveria levar 24 meses só com a fase de negociação com fornecedores. O prazo foi encurtado pela metade. “Esperamos neste mês assinar o contrato com a Visiona”, disse o executivo. “A partir daí, a empresa firmará contrato com as duas selecionadas para fornecimento e lançamento do satélite”. Segundo Nascimento Neto, o cronograma vem sendo cumprido desde o início e está “quase finalizado”. Após a assinatura do contrato com as empresas francesas, o prazo para o satélite ficar pronto e ir para o espaço é de até 30 meses.

O satélite geoestacionário que gira na mesma velocidade da Terra, por isso parece estar parado servirá a dois propósitos na área de comunicações. Ao tráfego de informações militares e de defesa (banda X) e as comunicações civis (banda Ka). As comunicações que trafegarão pelo satélite, segundo o gerente do projeto, serão todas criptografadas para evitar a captura de dados por estranhos. É uma maneira de o governo federal evitar a “espionagem” dos EUA e de outros países a informações nacionais estratégicas. “As comunicações serão efetivamente seguras”, disse Nascimento Neto.

Hoje, o país está em situação vulnerável. A comunicação de dados, telefonia e até informações militares passam pelo satélite da Embratel, empresa que já foi estatal, mas foi privatizada em 1997 e está nas mãos do empresário mexicano Carlos Slim. Para Ivanil Elisário Barbosa, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ciência e Tecnologia, a compra do satélite não vai resolver o problema de segurança nas comunicações brasileiras. Para o Sindicato dos Servidores de Ciência e Tecnologia, a espionagem das comunicações brasileiras é sintoma de um problema antigo: a falta de investimento no setor. “Entre 1987 e 2012, o país perdeu 50% dos recursos humanos em ciência e tecnologia”, disse Ivanil Barbosa, presidente do sindicato. E o drama pode ser maior com os cortes no orçamento do governo federal.

O Comitê Gestor da Internet no Brasil, em parceira com o Ministério Público Federal, irá realizar nos dias 18 e 19 de setembro a quarta edição do Seminário de Proteção à Privacidade e aos Dados Pessoais. Um dos destaques da programação será a discussão sobre o caso Snowden, dentro da relação entre os conceitos de privacidade, proteção de dados e segurança.

Empresa faz pré-seleção para construção de Sátelite

A Visiona Tecnologia Espacial S/A, de São José dos Campos, fez a pré-seleção de três empresas para o fornecimento do satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas que será comprado pelo governo federal. Segundo a empresa, foram pré-selecionadas as empresas Mitsubishi Electric Corporation – Melco, Space Systems/Loral e Thales Alenia Space.

A partir desta seleção prévia, que se baseou em requisitos técnicos, operacionais, econômicos e de transferência de tecnologia, partirá para a etapa final do processo de seleção, em conformidade com as especificações da Telebras, operadora do satélite, bem como do Termo de Referência elaborado pelos ministérios das Comunicações, da Defesa e de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O governo federal decidiu no ano passado comprar um satélite geoestacionário para a área de defesa e comunicações e incluiu a proposta no Plano Plurianual da União enviado em agosto ao Congresso Nacional. Os recursos para o projeto do programa são da ordem de R$ 716 milhões. O satélite nacional é uma demanda antiga, principalmente das Forças Armadas, que hoje contrata serviços de empresas privadas.

O satélite brasileiro também poderá ajudar no controle do tráfego aéreo e ainda terá capacidade disponível para uso comercial a ser gerido pela Telebrás, principalmente para banda larga. Criada em maio de 2012, a Visiona é uma associação entre a Embraer, que detém 51% do capital, e a Telecomunicações Brasileiras S/A que possui 49% das ações.

A empresa atua como integradora do sistema SGDC, que visa atender às necessidades de comunicação satelital do governo federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga e um amplo espectro de transmissões estratégicas na área de defesa A Visiona terá sede no Parque Tecnológico de São José dos Campos.

O Vale

Publicado em: 08/05/2013

Parque Tecnologico tem nova empresa no seu espaço

A Visiona Tecnologia Espacial, empresa resultado de uma parceria da Embraer com a Telebras, começa este mês suas operações no Parque Tecnológico de São José dos Campos. A informação foi divulgada pela direção do parque, na LAAD (Feira Latino-Americana de Defesa e Segurança), que acontece no Rio de Janeiro. O diretor-geral do Parque Tecnológico, Horácio Forjaz, disse que a empresa irá se transferir da Embraer, onde está provisoriamente, para o núcleo do parque.

A Visiona irá ocupar um área de 700 metros quadrados. A partir do Parque Tecnológico, a companhia irá centralizar as atividades de integração do sistema do novo satélite geoestacionário brasileiro, que será comprado pelo governo, para atender as necessidades de comunicações estratégicas de defesa.

O satélite é considerado estratégico para o país e terá emprego civil e militar. O investimento no programa do satélite geoestacionário é de cerca de R$ 720 milhões. A Embraer detém 51% do capital social da empresa. O restante é da Telebras. O satélite geoestacionário brasileiro vai atender às necessidades de comunicação do Governo Federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga.

Outra empresa que optou pelo Parque Tecnológico é a Atech Negócios em Tecnologia, subsidiária da Embraer Defesa e Segurança. A companhia vai estabelecer uma unidade no núcleo do complexo tecnológico, onde ocupará uma área de 240 metros quadrados. A Atech irá abrigar no parque uma equipe de especialistas dedicados ao desenvolvimento de inovações tecnológicas. A companhia participa de projetos estratégicos de Defesa, entre eles os Sistemas de Vigilância e Proteção da Amazônia e do Espaço Aéreo Brasileiro.

O Vale

Publicado em: 11/04/2013

INPE teme migração de técnicos para Visiona na cidade

Em meio ao esforço do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para reforçar seu quadro de servidores, a criação da Visiona, responsável por desenvolver o satélite geoestacionário brasileiro, pode representar um novo ‘golpe’ ao instituto: a migração de profissionais para a iniciativa privada.

O temor dentro do Inpe é de que a Visiona, uma ‘joint-venture’ entre Embraer e Telebras, não tenha outro lugar para selecionar os profissionais que formarão sua equipe, senão o Inpe. “Não são muitos os profissionais com esse nível de capacitação no mercado”, afirmou o presidente do SindCT (Sindicato Nacional dos Servidores Federais em Ciência e Tecnologia), Ivanil Barbosa.

Para ele, dois tipos de profissionais podem preferir o salário da iniciativa privada. “Temos servidores que já têm possibilidade de se aposentar mas que continuam no instituto. Eles não têm nada a perder e poderiam se aposentar e acumular a oportunidade de receber um bom salário da iniciativa privada”, disse Barbosa.

Outro grupo é formado por servidores mais jovens que, por lei, têm direito a pedir afastamento não remunerado por dois anos. O tempo seria suficiente para atuar no primeiro projeto da Visiona, uma vez que o primeiro satélite geoestacionário do país tem previsão para ser lançado em meados de 2014.

“Temos essa enorme apreensão. Certamente, vamos ver isso (migração) acontecer”, afirmou o sindicalista.  O VALE solicitou uma entrevista com o presidente da Visiona, Nelson Salgado, para falar sobre o processo de formação da equipe, no entanto, não obteve retorno.

O efetivo da empresa não deverá ser grande. Inicialmente, os engenheiros e pesquisadores serão responsáveis por fazer a integração de componentes que não possuem fabricação nacional para a montagem do satélite. A participação do Inpe ficaria restrita ao recebimento de transferência de tecnologia dos parceiros selecionados pela Visiona.

Durante a posse do diretor do Inpe, Leonel Perondi, no início do mês, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, admitiu que a participação do Inpe no desenvolvimento do satélite seria pequena, mas salientou que a partir dos lançamentos futuros, essa participação aumentaria.

“Inpe a AEB (Agência Espacial Brasileira) farão papel de transferir tecnologia desse primeiro satélite para empresas brasileiras. Já no segundo satélite, teremos maior participação. Com o sucesso desse lançamento, a base Alcântara e do projeto Cyclone, poderemos avançar”, disse Raupp.

Para o satélite de 2014, a estimativa é que de 20% a 30% dos componentes sejam nacionais, índice que terá que subir, segundo Raupp, até 100% ao longo dos lançamentos futuros. O próximo satélite geoestacionário tem previsão de lançamento para 2019. Procurado, Perondi preferiu não comentar o assunto.

O SindCT não acredita na transferência de tecnologia e afirma que a comunidade científica se sentiu abandonada com a criação da ‘joint-venture’. “A impressão é de que o Inpe não foi capaz de fazer o satélite e agora tiveram que contratar a Embraer para faze-lo. Talvez pela proximidade da data do lançamento, o governo tenha adotado essa postura de preferir comprar do que desenvolver”, disse Barbosa.

A Visiona foi criada oficialmente no final de maio, após a aprovação da criação da empresa pelos conselhos administrativos de Embraer e Telebras. Atualmente, a empresa seleciona a equipe que atuará no projeto, sediado nas dependências do Parque Tecnológico de São José.

O Vale