Parece um equipamento simples, mas para muitos ainda desperta dúvidas. Outros não sabem qual a utilidade dessa caixa de metal com botão instalado nos semáforos de pedestre e muitas vezes ficam esperando o sinal verde que, para eles, demora a liberar a passagem.
Percebendo a dificuldade de alguns moradores, educadores do Núcleo de Educação para o Trânsito (NET) estão realizando abordagens em vias de São José dos Campos para explicar como funcionam as botoeiras, como usar, a necessidade de não só apertar o botão, mas também de esperar o sinal livre para então realizar a travessia.
A idéia para a campanha surgiu a partir da observação dos agentes educadores nos bairros e de solicitações recebidas pelo 156, onde descobriu-se que muitos moradores desconheciam completamente a utilidade do equipamento. Alguns achavam que havia ligação com alguma rede elétrica e evitavam tocá-lo e outros reclamavam de defeito em semáforos para pedestres.
Davi Bezerra é um dos que admite que raramente usa a botoeira e prefere esperar pelo sinal verde sem utilizar o equipamento. “Quando eu chego sempre acho que alguém já apertou, então não me preocupo não. Além disso, às vezes parece até que demora mais para o semáforo abrir”, disse o morador.
O agente educador do NET João Mozart discorda de Davi e explica. “Quando eu converso com as pessoas eu brinco que o semáforo ainda é cego e tem que apertar a botoeira para ele saber que tem gente querendo atravessar. Senão, vai ter que esperar mais pelo sinal verde”, afirmou.
Os semáforos obedecem a um ciclo do sinal vermelho ao verde para os veículos, quando acionada a botoeira é feita a reprogramação desse ciclo porque há demanda de circulação de pessoas a pé. Em alguns cruzamentos da cidade o pedestre só conseguirá atravessar se utilizar o equipamento. Se ninguém apertar a botoeira, o sinal continuará vermelho para quem aguarda a travessia da rua.
Além disso, é importante observar que o sinal não fica verde para o pedestre assim que ele aciona o equipamento. Após apertar o botão é necessário aguardar até que a sinalização libere a passagem. Funciona como nos elevadores, um aviso de que há alguém esperando.
Viviane Cristiane Barbosa Moisés ficou surpresa com a explicação e resolveu fazer uso do equipamento. Segundo ela, quem aperta sempre a botoeira é o filho, mas quando está sozinha, ela simplesmente espera pela sinalização.
“Nós adultos pensamos que sabemos mais do que as crianças e meu filho é que estava certo. Eu não sabia dessa utilidade da botoeira. Vejo as pessoas apertando, mas achava que não fazia diferença na espera”, disse. Há cruzamentos na cidade onde os equipamentos são sonoros e tem orientações em braile para auxiliar os deficientes visuais.
A campanha de orientação sobre as botoeiras terá, além das abordagens com os agentes educadores, a distribuição de folders, que explicam como funcionam os equipamentos e o passo a passo de como utilizá-los.
São José dos Campos tem hoje cerca de 300 botoeiras instaladas em cruzamentos com grande fluxo de veículos e próximo a escolas e parques. São equipamentos seguros implantados para auxiliar os pedestres na travessia e garantir a segurança.
Prefeitura de São José