Fiscais de São José retiram 2.000 cartazes das ruas

A Secretaria de Defesa do Cidadão retirou cerca de 2.000 cartazes colocados em lugares proibidos nas ruas de São José dos Campos. Lei municipal de 2005 proíbe cartazes, colagens, desenhos ou pinturas em prédios públicos, equipamentos de concessionárias e esculturas, sob pena de multa que varia de R$ 200 a R$ 2.000. No último mês, após ofensiva dos agentes de Fiscalização de Posturas Municipais, foram retirados das ruas 2.000 cartazes, de um total estimado em 4.000. Os responsáveis pelas propagandas foram notificados e tiveram cinco dias para retirar os cartazes.

Quem não cumpriu a norma recebeu multa de R$ 200 por cartaz. O valor é dobrado caso a publicidade esteja colada em esculturas, murais, monumentos ou imóveis tombados pelo patrimônio público. Segundo a Secretaria de Defesa do Cidadão, cerca de 70 empresas e pessoas receberam notificação para recuperar o dano ao patrimônio. “As pessoas têm que ter em mente que não é permitido colar cartazes em nenhum lugar da cidade. É lei”, disse José Luís Nunes, secretário de Defesa do Cidadão. “Há desde cartazes comerciais, de empresas, como colagens de moradores procurando cachorro perdido e até vendendo ovo caipira. Não pode nenhum deles.”

Segundo Nunes, a ofensiva vai continuar por tempo indeterminado. “Encontramos a maior parte dos cartazes na região central, por onde circulam milhares de pessoas. Agora vamos expandir a fiscalização para bairros mais distantes”, afirmou o secretário. De acordo com a Secretaria de Defesa do Cidadão, a notificação é encaminhada pela fiscalização à pessoa ou empresa identificada no material ou pintura. O pagamento da multa não exime o infrator de reparar o dano cometido. A lei se aplica também a menores de idade, que devem ter um representante legal, caso sejam responsabilizados. “Muitas vezes a fiscalização não consegue identificar o responsável pelo cartaz. Esse é o nosso desafio”, disse Nunes.

A regra que pune os “cartazeiros” é a mesma que proíbe pichações pela cidade, que também mereceram uma ofensiva da prefeitura. Após aparecimento de pichações em vários pontos da cidade, a Secretaria de Defesa do Cidadão intensificou a fiscalização contra os pichadores no final de agosto. A multa varia de R$ 100 a R$ 15 mil. A Secretaria de Defesa do Cidadão está criando um banco de dados sobre pichadores em São José dos Campos. A meta é agilizar a fiscalização contra as pichações, proibidas por lei municipal.

Segundo José Luís Nunes, secretário de Defesa do Cidadão, a Guarda Civil Municipal irá usar câmeras móveis para reforçar a fiscalização contra os pichadores. Um aplicativo para celular também está sendo testado. Com ele, qualquer pessoa poderá fotografar a pichação e enviar a imagem para a fiscalização. “Nossa meta é ter uma cidade mais limpa, livre de pichações e de cartazes colocados em lugares errados, que só deixam a cidade mais feia”, afirmou Nunes. Além disso, a Secretaria de Defesa do Cidadão fará parcerias com a Polícia Militar para conter as pichações.

Prédio Histórico da cidade é demolido sem autorização

Um prédio que faz parte do complexo da Tecelagem Paraíba e que é tombado pelo patrimônio histórico de São José dos campos, estava passando por obras sem autorização da prefeitura. A antiga usina de leite foi projetada pelo arquiteto Rino Levi, em 1963, o mesmo profissional que planejou a casa de Olivo Gomes, que fica dentro do Parque da Cidade, na zona norte da cidade.

Nesta terça-feira (14), conselheiros do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphac), fizeram uma inspeção no local. Eles dizem que encontraram operários demolindo paredes internas da construção. Montanhas de entulhos estão dentro do prédio. “E chegamos aqui ele estava sendo marretado, tirando toda a parte interna do prédio, mexendo na sua estrutura interna”, contou Rosana Tavares, diretora de patrimônio histórico da prefeitura.

A usina é um dos prédios que representam a arquitetura moderna da cidade e marcam o início da era industrial no município. “Foi uma surpresa e ao mesmo tempo uma tristeza para nós. Como conselho, nosso dever é aconselhar os arquitetos e proprietários para que eles preservem o patrimônio. Esse edifício é um bem preservado pelo município”, disse Dilene Zaparoli, conselheira do Comphac.

O prédio foi tombado como patrimônio histórico em 2004. Qualquer alteração precisa ser aprovada pelo conselho municipal do patrimônio histórico. O proprietário chegou a fazer um pedido de reforma 20 dias atrás, mas ele ainda estava sendo analisado.

O proprietário será multado pela prefeitura e investigado por crime contra o patrimônio. “Tem indícios que tem resíduos no interior da estrutura. Com certeza vai ser solicitada uma perícia para confirmar se esse resíduo foi proveniente dessa intervenção de hoje ou anterior”, garantiu o tenente Marcos Bonzanini, da Polícia Ambiental.

Outro lado
Por telefone, o dono do prédio informou que pretende transformar o local em um restaurante e em um espaço para convenções e, para isso, espera a aprovação do projeto encaminhado para a prefeitura. Ele afirmou que a ideia é usar melhor o espaço e impedir o acesso de usuários de drogas. Disse ainda que pediu apenas para que os operários fizessem um alambrado e uma limpeza no terreno, incluindo calhas e bueiros, mas que não sabia da demolição de paredes internas.

G1 (Vnews)

Publicado em: 15/05/2013