Das 115 famílias que ocupavam a região do Jardim das Indústrias, zona oeste, afetada pelo prolongamento da Via Oeste, 36 permanecem no local, ao lado de destroços de imóveis vizinhos derrubados pela Prefeitura de São José dos Campos.
Orçada em R$ 14 milhões, a obra está embargada desde janeiro deste ano por decisão da SPU (Secretaria de Patrimônio da União), após pedido da Defensoria Pública da União para que a prefeitura garantisse o direito de moradia às famílias.
A área pertence ao governo federal e é considerada de risco pela prefeitura. A maioria das famílias que já saíram está em imóveis da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), no Parque Interlagos, zona sul. O prolongamento da Via Oeste é financiado pelas construtoras Terra Simão e MRV, em contrapartida a empreendimentos locais. Com cerca de dois quilômetros, o corredor liga a avenida Campos Elísios à rua Corifeu Marques.
Quem se nega a deixar o terreno diz que mora há anos no bairro e que, além de distantes, os imóveis oferecidos são financiados. Outro problema relatado é o entulho deixado pelas casas derrubadas. “Botaram as casas vizinhas no chão e hoje elas abrigam cobras e ratos”, disse a dona de casa Debora Silva, 21 anos. “Só saio se for pra outra casa no bairro”, disse a auxiliar de limpeza, Vera Santos.
Em nota, a Secretaria de Transportes informou que 88 famílias foram encaminhadas para programas habitacionais, três estão na fila de espera e 36 permanecem no local. A pasta diz que aguarda a remoção das outras famílias para demolir as casas e retirar o entulho do terreno.
O Vale