A secretaria de Obras de São José deve liberar em 45 dias o trânsito avenida Guadalupe, no Jardim Satélite, zona sul da cidade. As obras de recuperação da ponte – que começaram ontem – estão sendo realizadas em caráter emergencial. Segundo a prefeitura, o trabalho será realizado pela empresa Copav Construtora e Pavimentadora Ltda. e está orçado em R$ 443.737,14.
A reforma da ponte, cuja estrutura da cabeceira ficou comprometida com a enchente do córrego Senhorinha no último dia 22, ocorrerá em duas etapas. A primeira delas será o estaqueamento da ponte. Na sequência, será feita a contenção do córrego. “A capacidade da ponte será aumentada, o que irá ampliar a vazão do rio e evitar novos desmoronamentos”, informou em nota oficial a secretária de Obras, Soraya de Paula Rosário.
A ponte da avenida Guadalupe ficou comprometida após a forte chuva do em 22de março. O temporal elevou o nível do córrego Senhorinha em seis metros e comprometeu parte da estrutura da cabeceira da ponte. A Sabesp realizou uma obra emergencial na rede de abastecimento para garantir que não falte água para a população da região. Já a prefeitura fez uma limpeza ao redor do córrego para a retirada de entulho.
Apenas pessoas e motos podem circular sobre a via. Automóveis devem evitar a área. Ônibus estão fazendo um novo caminho. Segundo a prefeitura, o trânsito no entorno da Guadalupe está sendo monitorado diariamente por agentes para evitar a ocorrência de congestionamentos.
Outras três pontes, além da Guadalupe, têm apresentado sinais de erosão em São José. Na Maurício Cardoso, no Jardim Oriente, um trecho da parede lateral do córrego Senhorinha desabou. A via parece não ter sido afetada. Já na Shigemasa Ota, no Jardim Terras do Sul, uma faixa de grama rente à ponte cedeu, formando um buraco de cerca de um metro de profundidade. Na Frei Galvão, um buraco foi aberto no terreno que fica ao lado da parede de sustentação do viaduto. Segundo a prefeitura, uma equipe está sendo formada para vistoriar as pontes da cidade.
A demora da Prefeitura de São José na conclusão das obras e liberação do tráfego na ponte da avenida Guadalupe atrapalha a vida de comerciantes locais, que reclamam de prejuízos. Os mais afetados são aqueles que dependem do tráfego de automóveis no local. Esse é o caso do funileiro Valter de Santana, 51 anos, proprietário de uma oficina.
Santana disse que a demanda por serviço caiu tanto que foi obrigado a dispensar funcionários. “Tive de dispensar dois funcionários. Não tinha mais serviço para eles. Como não sei quando ficará pronta a via, não pude mantê-los aqui”, afirmou Santana.
Segundo ele, aos sábados, quando o movimento de clientes era maior, a funilaria chegava a fazer até oito orçamentos. No último dia 6, nenhum carro entrou no estabelecimento. “É complicado porque tenho de pagar o fornecedor de peças e funcionários. Além disso, tenho a minha casa. Preciso pagar pensão, fazer compras e pagar as contas”, afirmou o funileiro.
Quem mora na região também reclama. “Passo por aqui todos os dias, levei um susto quando vi o estrago que a chuva fez. A prefeitura tem de agir logo, antes que novas chuvas acabem com o que restou”, afirmou a babá Katia Santos, 48 anos. Segundo ela, São José está como um “pão bolorento”. “Por fora a cidade é linda. Quem transitava por aqui não via qualquer problema com a avenida Guadalupe. No entanto, em torno dela havia diversos problemas estruturais.”
O Vale
Publicado em: 11/04/2013