Apesar da queda de quase 10% no último mês, o preço da carne vermelha ainda acumula alta de 20% nos últimos quatro meses no Vale. A expectativa é que o valor do produto caia nos próximos meses e chegue perto do patamar de setembro, antes da alta vertiginosa tradicional do final do ano.
“Nesta época, o abate aumenta e o consumo não é tão alto como o do final do ano. Se nada de anormal acontecer, o preço da carne deve voltar ao que era antes de outubro”, disse o economista do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-sociais) da Universidade de Taubaté, Luiz Carlos Laureano.
Em janeiro, o valor do contrafilé caiu 9,77% e o do acém, 9,25%. Já a alcatra registrou redução de 7,65%, segundo dados da pesquisa mensal da cesta básica, divulgada ontem pelo Nupes. O gerente do açougue Medalhão, no centro de São José, Clayton da Silva, 32 anos, conta que a maior queda foi apresentada pelos produtos de maior consumo no final do ano, as chamadas ‘carnes de festa’.
“Picanha, alcatra e contrafilé caíram de 10% a 15% em janeiro. Já nas outras carnes, essa queda não foi tão grande”, afirmou Silva. A dona de casa Sandra Bustamante, 58 anos, disse ter notado a queda do preço depois das festas. “Caiu sim, principalmente o contrafilé. É bom pois aproveito para comprar mais”, disse. Já a também dona de casa Marilene Tavares Rocha, 55 anos, acredita que a queda não deva passar da de janeiro.
“O preço nunca volta ao que era antes. Tem sempre a inflação que é usada como desculpa para que o valor fique lá em cima”, afirmou Marilene. O balanço da cesta básica na região mostrou que o custo de produtos tradicionais na mesa do brasileiro obtiveram alta em janeiro. É o caso do feijão carioquinha, tomate, batata e cenoura.
O feijão, aliás, deve continuar com o preço ‘salgado’ até abril, início da colheita da segunda safra do produto a primeira segue sendo prejudicada devido à seca na região Sul e o excesso de chuvas em Minas Gerais e São Paulo.
O tomate também sofre com o excesso de chuvas no Sudeste, que eleva a quantidade de bactérias nas lavouras e causa perda de produtividade, aponta análise do Nupes.
No geral, o valor da cesta básica praticamente se manteve estável no último mês em relação a dezembro de 2011, com alta de 0,17% quinta valorização positiva seguida, alcançando o valor médio de R$ 956,70. Em janeiro de 2011, a valorização em relação a dezembro de 2010 havia sido de 0,97%, maior alta dos primeiros seis meses do ano. Campos do Jordão segue como detentora da cesta mais barata entre as cidades pesquisadas pelo Nupes R$ 945,13.
A mais cara é a de Taubaté, com valor de R$ 969,77. A diferença da variação entre as cidades diminuiu de 2,66% no mês de dezembro de 2011 para 2,61% em janeiro passado. Comparando a quarta semana de dezembro de 2011 com a quarta semana de janeiro de 2012, dos 32 produtos de alimentação pesquisados pelo Nupes, 19 sofreram aumento de preços e 13 tiveram redução no valor.
Dos cinco produtos de higiene pessoal, três tiveram aumento de preço e dois redução. No setor de limpeza, três3 produtos tiveram aumento e quatro redução.
Queda no preço da carne
Contrafilé: -10,61
Alcatra: -8,37%
O Vale