A transferência dos ambulantes do centro de São José para os camelódromos construídos pela prefeitura devolveu as praças da região para a população?
Quem percorre as ruas e praças do centro antigo de São José logo percebe que o governo do prefeito Eduardo Cury (PSDB) ainda terá muito trabalho para revitalizar a área. Enquanto os camelôs se adaptam aos Centros de Compra Popular da praça João Mendes (Sapo) e da Rodoviária Velha, na praça Padre João (Matriz) é visível o comércio informal que resiste em uma pequena ‘feira do rolo’.
Em um canto da praça, um grupo de pelo menos 20 pessoas comercializa relógios, aparelhos de som, telefones celulares e outros objetos.
Discretamente, para não chamar a atenção da fiscalização, o grupo troca informações e faz negócios. Em meio ao vaivém de pessoas que atravessam a praça, também resistem os andarilhos, que teimam em permanecer na Matriz e ‘brincam’ de ‘esconde-esconde’ com a ronda social da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Nesta semana, a fiscalização da prefeitura coibiu a primeira tentativa de invasão da Matriz por ambulantes clandestinos, após a remoção dos camelôs antigos. Fiscais da Secretaria de Defesa do Cidadão fizeram operação ‘pente-fino’ e não permitiram que novos camelôs ocupassem o local.
Na praça João Mendes, quem domina um canto do local são os mendigos e pedintes, que permanecem na praça o dia todo a pedir dinheiro e ingerir bebidas alcoólicas. Quem passa pela praça Afonso Pena, a maior do centro antigo, não deixa de reparar na presença diuturna das garotas de programa que se espalham pelo logradouro.
Além delas, a praça acolhe informais que aproveitam para ganhar dinheiro com apresentações exóticas, como um senhor que diz ‘encantar’ uma serpente que estaria escondida em uma sacola. Para a diretora do Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento), que coordena do projeto de revitalização do centro, Cynthia Gonçalo, um conjunto de intervenções programadas para as praças do centro vai coibir tudo isso.
“À medida que as praças forem sendo revitalizadas, a comunidade irá ocupar os espaços”, afirmou Cynthia.
O Vale