Mundo tem mais celulares do que pessoas com a expansão

Com a expansão da telefonia móvel, o mundo terá, em 2013, mais linhas de celular do que pessoas. A informação é do jornal britânico Financial Times, que divulgou a pesquisa com base em dados divulgados pela empresa de telecomunicações Ericsson.

A previsão é de que, no final de 2013, tenhamos 7,5 bilhões de linhas de celular para pouco mais de 7 bilhões de habitantes. Se os números da pesquisa mundial surpreendem, assusta ainda mais saber que no Brasil a quantidade de linhas de celular já é superior a de habitantes desde 2010.

De acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), são 240 milhões de linhas móveis, o quedaria 122,39 celulares para cada 100 habitantes. O número engloba não só as linhas de transmissão de voz e dados, mas também as usadas em minimodens e máquinas de cartão de crédito.

No entanto, ao contrário do que pareceria óbvio, o aumento do número de celular não faz com que todo cidadão tenha ao menos um aparelho. “O que verificamos é que uma única pessoa tem, muitas vezes, dois ou três linhas de celular”, afirmou Eduardo Vitor de Souza, professor do curso de telecomunicações da Etec (Escola Técnica Estadual) Getúlio Vargas, de São Paulo.

O advogado Marcelo Castro faz parte das pessoas que não consegue viver sem celular. “Tenho três celulares. Um pessoal e os outros dois por causa do trabalho”, afirmou ele. Para ele, a aquisição das linhas, cada uma de uma operadora, foi uma questão de economia. “Consegui baixar a conta de R$ 3.500 para R$ 1.000”. O assessor rural Luiz Fernando Ferreira, 60 anos, também pode ser encontrado a todo momento nos celulares.

“Já cheguei a ter três celulares e um rádio, mas não dei conta”, afirmou. “Hoje tenho apenas duas linhas. Acho importante dar ao meu cliente a opção de ligar em uma operadora ou em outra”, afirmou. De acordo Souza, o Brasil não perde em relação a telefonia de outros países.

“Estamos bem evoluídos na área. Demos um grande salto nesta última década em termos de tecnologia. O problema é que as pessoas querem que a rede funcione a qualquer momento em qualquer lugar, e não é assim que funciona”, afirmou. “É natural que nos horários de maior uso, a rede fique mais lenta. Enfim, a eficiência de um sistema não pode ser calculado pelo seu pico de uso”, afirmou o especialista.

O Vale

Publicado em: 17/12/2012